terça-feira, 8 de outubro de 2024

Editorial: Racha entre bolsonaristas.



O PL ainda comemora os resultados obtidos nesta eleição. Foi o partido que conseguiu o maior número de votos em todo o país. Atingiu a metade da meta anterior, que seria a eleição de mil prefeitos. Elegeu apenas 509. Valdemar da Costa Neto, presidente nacional da legenda, argumenta que o problema esteve relacionado à ausência de diálogo entre ele e Jair Bolsonaro, cumprindo uma determinação do STF. Sugere-se, no entanto, que o problema da ausência de diálogo não se restringiu aos caciques da legenda. O pastor Silas Malafaia, bolsonarista raiz, rasgou o verbo para questionar a ausência do capitão nas eleições em São Paulo e em Curitiba. 

De fato, Bolsonaro cometeu um equívoco em seu posicionamento nas eleições paulistas. Desde o início da campanha a relação entre ele e Ricardo Nunes era de idas e vindas. O acordo com Ricardo Nunes era mais uma decisão do PL, através de Valdemar da Costa Neto, que já tinha gente sua na máquina da prefeitura. Depois veio a novela do vice, que o staff do prefeito não considerava de bom alvitre que fosse indicado um bolsonarista raiz. Bolsonaro fez valer o seu capital político e assegurou a indicação do coronel Mello. De fato, ajustadas essas questões, imaginava-se que o capitão pudesse entrar de sola na campanha de reeleição de Nunes, o que não ocorreu. 

Neste intervalo, surge o nome de Pablo Marçal, um furacão que prometia varrer Nunes da prefeitura, causando apreensão nas hostes políticas vinculadas à reeleição do prefeito. Bolsonaro relutou em engajar-se na campanha de Nunes, temendo uma eventual vitória de Pablo Marçal. É aqui que entra os questionamentos sobre a sua postura reticente, que poderia ter influído na decisão da eleição num segundo momento. Curioso que os eleitores ligados a Pablo Marçal também não perdoam a postura do capitão, sugerindo pelas redes sociais que estão dispostos a votarem em Boulos apenas por vingança.  

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