segunda-feira, 1 de maio de 2023

Editorial: Não recebemos convite para a Festa da Selma.



A "Festa da Selma" foi um cognome utilizado pelos bolsonaristas numa perspectiva de burlarem a vigilânica dos serviços de inteligência sobre as movimentações golpistas que culminaram com a tentativa frustrada de golpe do dia 08 de janeiro. Na realidade, uma grande bobagem, pois os serviços de inteligência estavam perfeitamente inteirados sobre aquelas armações antidemocráticas organizadas pelo bolsonarismo radical. Este editor, pelo seu histórico, não recebeu nenhum convite para essa festa podre - como diria o Cazuza - e se o recebesse a providência seria denunciá-lo, pois tramar golpes de Estado numa democracia constitui-se num ilícito grave. 

Comigo a conversa deles é na base do achincalhe, das piadinhas, das divulgações criminosas de fake news, desde o momento em antecipávamos o desastre que estaria por vir, quando da primeira eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os fatos históricos provaram que estávamos certos. Aqui no Estado de Pernambuco, a direita ou extrema-direita é bastante organizada, e hoje atua quase que totalmente sob o guarda-chuva do bolsonarismo radical.No dia de ontem, bastou lembramos do aniverário de Flávio Dino para eles, literalmente, caírem em cima.  

Não deixa de ser curioso e contraditório o grande interesse dos bolsonaristas em relação à CPMI dos atos golpistas de 08 de janeiro. Mais interessante, ainda, é a narrativa que eles estão tentando construir em torno do assunto, como a de que o responsável por aqueles atos foi a esquerda petista ou Lula, em particular. Acabamos de ou ouvir o pronunciamento de um bolsonarista raiz, ex-ministro do governo anterior, batendo nesta mesma tecla. Cabe aqui uma pergunta: O que é que Lula teria a ganhar com um golpe de Estado? Uma justificativa para um contra-golpe, endurecendo o regime a partir das regras de exceção? Essas narrativas malucas devem cair por terra durante os trabalhos da comissão. Teremos aqui uma oportunidade para desmontá-las. 

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