sábado, 22 de junho de 2024

Editorial: A preocupação com a segurança de Ronnie Lessa.



Assim como Adriano da Nóbrega, que morreu num confronto com policiais no interior da Bahia, Ronnie Lessa, acusado de ser o executor da morte da ex-vereadora Marielle Franco, tornou-se um arquivo vivo sobre as engrenagens que moem a atuação das milícias no Rio de Janeiro. Sua segurança, neste caso, passou a preocupar as autoridades, que já teriam a informação de que ele poderia ser alvo do crime organizado. Ex-policial, Lessa era conhecido entre os companheiros pela forma contundente sobre como atuava, angariando admiração na corporação e, consequentemente, desafetos do outro lado.  

Os próprios advogados de Ronnie Lessa, consoante o acordo de delação premiada celebrado com a Polícia Federal, pleitearam sua transferência para o complexo penitenciário de Tremembé, que seria o desejo do seu constituído, uma vez que ficaria mais próximo dos familiares. Assim que a notícia foi divulgada, autoridades do próprio sistema prisional comunicaram que o complexo de Tremembé não seria o local mais adequado para abrigar um preso com o perfil de Ronnie Lessa. 

Faz sentido toda essa preocupação, até porque ela está ancorada em informações obtidas pelos serviços de inteligência da Polícia Penal. Uma dessas grandes facções do crime organizado poderia está tramando a morte do ex-policial. Lessa encontra-se em cela isolada, sem qualquer contato com outros presos, mas, mesmo assim, não se pode menosprezar a capacidade desses grupos organizados de atingirem seus intentos. O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, requisitou que a Polícia Federal investigue essas denúncias.   

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