Ontem, 13, durante os trabalhos da CPMI do INSS, começaram a chegar as notícias acerca da nova operação da Polícia Federal e da CGU sobre o escândalo do INSS, onde milhares de aposentados e pensionistas foram roubados em seus proventos através do expediente dos descontos não autorizados. É curioso que, assim como ocorreu com a Lava Jato, estamos diante de mais uma daquelas listas, onde alguns servidores públicos, loobistas e beneficiários das entidades arroladas são tratados por cognomes, possivelmente com o propósito de dificultar a identificação. Isso de pouco adiantou, uma vez que, viemos a saber um pouco depois, esta nova operação, autorizada pelo Ministro André Mendonça, do STF, está baseada numa delação premiada de um dos envolvidos, Maurício Camissotti.
Ao que se presume, ele entregou muita gente. Estima-se que somente para Stefanutto, supostamente, seria paga uma mesada de R$ 250,00 mensalmente. É espantoso e estarrecedor perceber que servidores de alto escalão do INSS estavam envolvidos nessas maracutaias até a medula. Presidente do órgão, procurador-geral, chefe de benefícios. Imaginem os senhores quando chegarmos ao andar de baixo da burocracia da entidade. Era uma engenharia de roubalheira que foi montada no órgão, independentemente das ideologias ou governos de turno. É cansativo observar, durante os trabalhos daquela comissão, parlamentares tentando imputar a responsabilidade sobre este ou aquele governo. Há servidores que, por possuírem a "senha" foram mantidos no cargo apenas para permitir a sangria dos aposentados.
O senador Carlos Viana(Podemos-MG), que preside os trabalhos daquela CPMI, já identificou vários núcleos montados - quase sempre familiares - com o propósito de desviar recursos dos aposentados. A mesada pode envolver nomes diretamente vinculados ao Legislativo. E olha que os descontos irregulares é apenas a ponta do iceberg. São visíveis as irregularidades em relação aos empréstimos consignados, assim como em relação ao seguro defeso. Brasília, por exemplo, se tornou uma capital com vocação para a pesca, dado o números de beneficiários com o seguro na capital federal. Há alguma coisa de muito errado ali também.
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