pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Tijolaço do Jolugue: Pernambuco: O ovo da serpente do autoritarismo?
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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Pernambuco: O ovo da serpente do autoritarismo?






O filósofo esloveno, Slavoj Zizek, ao comentar sobre as grandes mobilizações que sacudiram o mundo nos últimos meses, inclusive, no Brasil, com a agudeza de suas observações, concluiu que estava verificando uma tendência cada vez mais autoritária do exercício do poder político. Em artigos publicados recentemente, identificamos esse fenômeno em dois Estados da Federação - Pernambuco e Rio de Janeiro - onde, depois das manifestações de Junho, seus governantes assumiram posturas arbitrárias, inconstitucionais, disciplinando o que poderia e o que não poderia ser usado nos próximos protestos, como as famosas máscaras - que, em Pernambuco, deu até baile -e, mais recentemente, o passeio de bicicletas que está programado para o 7 de setembro, onde os participantes não poderão desfilar nus, sob pena de serem detidos. Sempre advertimos que seria necessário muito calma, muita ponderação e equilíbrio nessa hora, com o objetivo de manter o controle da situação, preservando todas as garantias do Estado Democrático de Direito. Algumas dessas medidas, além de ferir preceito das garantias fundamentais e constitucionais, levaram alguns intelectuais do Estado a se manifestarem sobre as razões desse possível Estado de Exceção. No Rio de Janeiro, o prestígio de Cabral ficou mais baixo do que poleiro de pato, após algumas ocorrências pós-prostestos, que contribuíram enormente pata fragilizar o seu Governo. Aquele ator político que já foi considerado como um "coringa" peemedebista para as eleições presidenciais de 2018, hoje, conta nos dedos os dias que faltam para encerrar, melancolicamente, o seu (des)governo e descansar com a família muito longe do bairro onde reside, uma vez que os vizinhos não suportam a sua presença. O sumiço de Amarildo, por exemplo, num fato que remonta aos dias mais sombrios da Ditadura Militar, deverá assombrá-lo nas urnas pelos próximos anos. No Recife, não tenho muita autoridade para falar no assunto porque não acompanhei de perto os fatos, mas pessoas que o fizeram não cansam de questionar a atitude da Polícia no que se refere às investigações e aos inquéritos envolvendo pessoas que estiveram participando das últimas manifestações. São em momentos como esse que os governantes costumam se revelar, seja numa perspecitva de defender com todas as consequências suas convicções democráticas - caso de Leonel Brizola e Dr. Miguel Arraes, em 1964 - ou capitular-se ao arbítrio e ao autoritarismo, externando, agora sem máscara, sua verdadeira personalidade. Cabral, por exemplo, chegou a menosprezar o possível assassinato de Amarildo, advogando que muitos amarildos desapareceram durante o Regime Militar, numa analogia tosca, que nos  recusamos a comentar, dada a sandice nela evidente. O que nos parece óbvio é que, no Rio de Janeiro, Cabral perdeu o controle das ações de sua Polícia, que não seria novidade, numa corporação eivada de escaramuças, onde o próprio secretário é vítima constante das ações de grupos desafetos. Em Pernambuco, as autoridades de segurança pública parecem ter adotado o caminho do "endurecimento" com os movimentos sociais. Não se há um único pronunciamento no sentido do abrandamento das relações. Escrevi um longo artigo sobre o assunto, que logo estará sendo publicado no blog e sites de outros Estados, uma vez que, na província, sinto que a censura já nos atingiu. Somados a esse fato, o Governo do Estado vem amargando uma série de denúncias de licitações viciadas, favorecimentos, entrega do patrimônio público às organizações sociais, "inchaço" da máquina através de terceirizados e DAS, sem concursos ou convocações de concursados aprovados, denúncias de desvios de recursos atc. Fatos  que vão corroendo a imagem de seu governante e de atores políticos umbilicalmente a ele ligados, como o Chefe do Executivo Municipal. Um governo que passa a imagem da "meritocracia" e da "competência" como grandes atributos, e que tem como carro-chefe o Pacto pela Vida, precisa reciclar-se urgentemente, adotar medidas 'saneadoras", ter a humildade e a grandeza exigida nessas horas. Jamais romper o diálogo com a sociedade civil. 

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