pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O Brasil, de fato, vive um mau momento econômico?
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Editorial: O Brasil, de fato, vive um mau momento econômico?



Os profissionais de medicina já haviam alertado para os problemas psíquicos que devem atingir a população em relação ao confinamento imposto pela pandemia do coronavírus. Somente depois de superarmos essa fase do isolamento social - algo que pode ser obtido com a vacinação em massa da população - é que teremos uma ideia mais concreta sobre esses danos à saúde mental da população. Sou informado sobre uma matéria de um grande jornal paulista, dando conta de que as mulheres teriam maiores probabilidades de apresentarem esses sintomas e patologias e fico tentando imaginar por quais motivos elas teriam maior propensão ao problema. Como não li a matéria, seria injusto de nossa parte ficar aqui fazendo conjecturas sobre o assunto. Além de injusto, seria uma deslealdade com nossos fiéis leitores e leitoras. Sem melindres, porém, já que estamos tratando de coisas sérias, arriscaríamos um possível palpite de cronista fã de carterinha de Luis Fernando Veríssimo, aquele da Comédia da Vida Privada. Ah! como sinto falta das interpretações de Fernanda Torres e Marco Nanini. Um mote desse e não temos dúvidas de que ele estaria explorando algumas possibilidades, como, por exemplo, a frustração feminina diante do fechamento ou restrições de acesso aos shopping centes, privando -as de um dos seus maiores prazeres: fazer compras. Confinammento social é fogo, gente! Outro dia circulou um vídeo onde uma amante - descompensada - procura um homem casado, em sua residência oficial, que ele dividia com a esposa e filhos.   

Mas, o que nós gostaríamos de tratar com vocês aqui, hoje, diz respeito a uma fala do presidente Jair Bolsonaro(Sem Partido), afirmando sua preocupação com o fato de o país está quebrado e ele já não mais saber o que fazer. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, saiu em sua defesa informamdo que, de fato, do ponto de vista das finanças públicas, haveria convergências com o chefe. No contexto beligerante que estamos vivendo hoje, por vezes até por oportunismo, surgiram várias vozes dissoantes, em protesto contra a fala do presidente. Nos bastidores, comenta-se que há no governo uma queda de braço evidente entre os ministros Paulo Guedes e Rogério Marinho, do Desenvolvimento, em torno da manutenção ou não do Auxílio Emergencial, um fundo de emergência para fazer frente aos graves probelmas econômicos que vieram no bojo da crise de saúde pública. Segundo alguns analistas, esse auxílio seria fundamental para garantir a popularidade do presidente junto às classes C e D, algo de bom alvitre para quem pretende uma reeleição. O dono do cofre, Paulo Guedes, tem urticárias sempre que escuta essa tese circulando nos corredores do Palácio do Planalto. 

Não se pode fazer vista grossa aos problemas econômicos advindos com as restrições de contato e fechamento de estabelecimentos comerciais e indústriais durante o período imposto pelos lockdown geral ou parcial. Comércios foram fechado, postos de empregos foram perdidos durante esse periodo. Certamente, uma das razões para os governantes não adotaram medidas tãos radicais neste momento de retomada do surto da doença - seria a pressão exercida pelo capital. Paulo Guedes não gosta muito desses números, mas o IBGE aponta que três milhões e meio de empregos formais foram perdidos num intervalo de apenas um ano. Em São Paulo, já está ocorredndo um fenômeno curioso. Com as restrições impostas para a abetura do comércio - aliada ao aumento dos impostos como o ICMS - os comerciantes estão se deslocando para outras praças. Com o prolongamento dessa pandemia, se, no passado, tevemos uma guerra de incentivos fiscais entre os entes federados, hoje pode se falar num deslocamento do capital em função de medidas brandas ou rigorosas em relação  à circulação de pessoas. 

Faz algum tempo que não estamos sob um bom momento econômico, mas dizer que o país está quebrado, naturalmente, foi força de expressão do presidente Jair Bolsonaro. Aliás, quando a crise de saúde pública nos atingiu, já não íamos muito bem das pernas, com a precarização e  aumento sensível de trabalhadores que viviam sob a condição de insegura da informalidade. Como diria os próprios economistas, a tempestade é perfeita e, ainda mais perfeita, se consideramros os ajustes impostos por uma política ultraliberal, com sua dinâmica ou lógica de insensibilidade às garantias e direitos individuais e coletivos, excludente dos contingentes populacionais que não conseguem participar dos banquetes e orgias consumistas. Inclusive no setor público, temos déficits e dívidas, mas também temos lastro e créditos. Como disse, o termo utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro(Sem Partido) pode ser enquadrado como força de expressão, fruto do expontaneísmo com que se comunica com seus eleitores. 

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