pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Lula e as eleições estaduais em Pernambuco.
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Editorial: Lula e as eleições estaduais em Pernambuco.

 


Discretamente, como recomenda os bons manuais de Ciência Política,Lula parece ter percebido que já chegou o momento de se colocar de forma mais incisiva sobre a quadra política nacional. Outro dia, jogou um petardo contra o ex-juiz Sérgio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República. A resposta veio de forma imediata e contundente, abaixo da linha da cintura, antecipando o clima de campanha que teremos pela frente. Conforme antecipamos por aqui, esta será uma das campanhas políticas mais acirradas, o que está levando algumas instituições a anteciparem medidas preventivas, sob pena de perderem o controle da situação. Uma dessas instituições é o Exército, que deixará a tropa de prontidão e estabeleceu regras de conduta que deverão ser seguidas pelos seus membros, como a absoluta isenção em relação às famigeradas fake news.

Por vezes, Lula passa a impressão de não conhecer, em sua inteireza, a realidade da quadra política pernambucana, mas isso pode ser apenas uma dessas manhas políticas do morubixaba petista. Pronunciando-se sobre este assunto, aventou a possibilidade de os socialistas pernambucanos consideraram a possibilidade de colocar as alternativas petistas como cabeça de chapa, citando, nominalmente, os nomes do senador Humberto Costa e da Deputada Federal Marília Arraes. 

Não está em discussão as razões de Lula - uma vez que o PSB vem batendo cabeça em relação a este assunto e não existe vácuo de poder, ou seja, o que não falta são pretendentes para ocupá-lo, seja de que partido for - mas alguns aspectos da conjuntura política do Estado, sob o rígido controle de uma oligarquia política familiar que,em nenhuma hipótese, irá abdicar de indicar um nome para disputar a sucessão estadual, que está sob o comando dos socialistas há 16 anos. Logo eles irão bater o martelo sobre esta questão, definindo um nome, que deverá ter o aval do governador Paulo Câmara e o sinal verde da família Campos, herdeira do espólio político do ex-governador Eduardo Campos. 

Em nome dos chamados acordos nacionais, o PT já perdeu grandes chances de construir uma capilaridade política que o colocasse como uma força política alternativa e competitiva aqui na província. Curioso que o Lula, de alguma forma, coadunou-se com essas tecituras, interditando projetos políticos de alguns compaheiros _ ou seria companheiras? - pernambucanos. Raposa política bem cevada, ele deve saber qual será o desfecho desse imbróglio socialista aqui no Estado, mas aproveita o impasse para defender os pleitos dos companheiros locais, aparecendo bem na fita.

Pelo andar da carruagem política, parece mesmo que o candidato "natural', o ex-prefeito Geraldo Júlio(PSB), por inúmeras razões, inclusive,dizem, por uma decisão pessoal de não habilitar-se à disputa, estaria fora do páreo. Restariam, nas hostes socialistas, os nomes dos deputados Danilo Cabral, Tadeu Alencar e o Secretário da Casa Civil, José Neto, que desenvolvem intensas movimentações pela indicação, cada qual com o seus cacifes. Sobretudo pela proximidade com a família Campos, Danilo Cabral, hoje, seria o mais cotado. Segundo dizem, anda subindo morros com o prefeito João Campos(PSB-PE), o que não deixa de ser um grande indicador.  

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