pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A astúcia dos homens de toga na defesa de nossa democracia.
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quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Editorial: A astúcia dos homens de toga na defesa de nossa democracia.



O ambiente político brasileiro está se transformando em algo intrincado, mesterioso, nebuloso, ardiloso, digno dos melhores romances policiais, com direito a tiros e granadas disparados contra forças do Estado, no estrito cumprimento do seu dever legal. Em ambientes assim, a esperteza e a astúcia são qualidades fundamentais para escapar das armadilhas colocadas pelas adversários. Nem seria preciso ler as lições de Nicolau Maquiavel para entender essa dinâmica. É preciso antecipar-se à jogada do adversário, descobrir suas reais intenções - encobertas ou disfarçadas em simples requerimentos - assim como celeridade nas medidas preventivas, evitando-se, assim, tomar decisões retardadas, quando o processo já poderia estar em curso, diminunindo, por consequência, a margem de manobra. 

Há alguns anos atrás, havia uma aventura em curso, que previa concentração de pessoas protestando em todo o país, mas um montante delas concentradas na capital federal, além do suporte de voos razantes para quebrar as vidraças de órgão do poder judiciário. À época, o seu presidente não dormiu, acionou seus dispositivos legais, contingenciando os agentes públicos envolvidos - inclusive das Forças Militares - a adotarem medidas preventivas, sob pena de responsabilização. Com isso, abortou-se aquela tentativa golpista. O chamamento ao Governo do Distrito Federal para que assegurasse a integridade do órgão do judiciário foi fundamental naquele momento. 

A mais recente investida contra as nossas instituições democráticas começou com um "inocente' requerimento de investigações em razão de suposto desfavorecimento em propaganda eleitoral gratuita. Logo, o nosso guardião, ao observar o enredo, percebeu o que estaria por trás da manobra, que tinha como objetivo a construção de uma "narrativa' para justificar medidas extremas, como o adiamento das eleições para sabe-se lá quando, tudo se conformando numa outra tentativa "exótica" de tumultuar o processo democrático. Agiu rápido, dentro da legalidade e da defesa do processo eleitoral, abortando mais uma investida de caráter autoritário. Vale a lição do mestre Florentino: "O príncipe, portanto, deve ser uma raposa para reconhecer as armadilhas e um leão para assustar os lobos' - mesmo quando eles se vestem de cordeiros, acrescento.   

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