pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Faltou apenas habilidade política na indicação de Pochmann para o IBGE.
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sexta-feira, 28 de julho de 2023

Editorial: Faltou apenas habilidade política na indicação de Pochmann para o IBGE.



O nome do economista Márcio Pochmann deveria ter sido anunciado pela Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e não por Paulo Pimenta, da Secom. Houve aqui um ruído de comunicação ou uma aresta que o governo precisa aparar, sob pena de ampliação das rusgas entre a equipe. Como se sabe, há toda uma polêmica em torno da indicação do economista para o IBGE. Setores da imprensa temem uma espécie de ideologização do órgão, com a temeridade sobre uma eventual manipulação deliberada dos números, consoante interesses de governo de turno. 

Não acreditamos que alguém com o lastro técnico e científico de Márcio Pochmann possa se prestar a tal atitude. Ao contário, suas qualificações podem, sim, dotar o órgão dos instrumentos e das condições ideais para a realização de um trabalho de bom nível, imprescindível para o país. Há de se observar, por outro lado, que tal preocupação de alguns jornalistas podem ser decorrentes, isto sim, dos maus exemplos recentes, relacionados, na realidade, em razão de atitudes equivocadas do governo anterior. Alguém consegue lembrar que tivemos alguns problemas por aqui? 

Pochmann era um dos integrantes daquele grupo que tratávamos aqui pelo blog como os Menudos de Lula, ou seja, uma constelação de novas lideranças políticas que iriam substituir a velha guarda da mangueira petista, atropelada na gestão da máquina, em escândalos como o Mensalão e o Petrolão. Tornaram-se estrelas cadentes. Hábil politicamente, nem a questão da geografia política escapou à análise do morubixaba petista, que concentrou seus esforços no chamado cinturão paulista, onde a cidade de Campinas, reduto político de Pochmann, se inclui. 

Com o tempo e a julgar pelas últimas eleições - onde grupos políticos conservadores continuam hegemônicos no controle da máquina estadual - há de se por em dúvidas os eventuais êxitos do PT neste projeto. Apesar de contar com a simpatia do eleitorado da capital, São Paulo, o partido ainda ressente-de de uma presença mais efetiva em regiões do interior do estado. Os internautas são enfáticos ao afirmarem que quem elegeu Tarcísio de Freitas governador foi o interior.   

Pochmann, infelizmente, não foi bem-sucedido na seara política propriamente dita. Dentro do próprio PT, alguns atores pinçados da academia, como é o caso de Fernando Haddad e foi o caso de Celso Daniel, deram certo. Não foi o caso de Pochmann, cujos projetos eleitorais não tiveram êxito. Que o economista seja muito bem-vindo ao IBGE, pois reforça o time dos autênticos, que sofrem um assédio danado, acossados em razão da abertura de espaços na máquina para atender às demandas do Centrão.  

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