pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Os serviços de inteligência sabiam da possibilidade de tantativa de golpe do dia 08 de janeiro.
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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Editorial: Os serviços de inteligência sabiam da possibilidade de tantativa de golpe do dia 08 de janeiro.



Numa entrevista logo após os lamentáveis episódios de 08 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou eventuais falhas dos serviços de inteligência. "Nós não temos inteligência", foi a expressão utilizada pelo presidente. Ao longo do tempo, do trabalho das CPIs, das investigações posteriores da Polícia Federal, alguns elementos encontrados sugerem ou indicam negligência, conivência ou omissão de agentes públicos. Os serviços de inteligência não apenas sabiam, como poderiam se antecipar ao evento, impedindo suas consequências. Aqui incluimos o Governo Federal e o Distrito Federal. 

A inteligência da Secreatia de Segurança Pública do Distrito Federal sabia desde o dia 07 que aqueles fatos poderiam ocorrer e resolveu, por alguma razão ignorá-lo. Esta é uma das conclusões das investigações da Polícia Federal. Eis aqui mais um motivo para se articular um eventual prolongamento dos trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos, sendo hoje fundamentalmente importante ouvir a delegada Marília Alencar, responsável pela inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal quando da gestão de Anderson Torres. Torcendo, naturalmente, que a convocação da delegada seja submetida ao pleno do STF. 

Pelo andar da carruagem política e em razão das oitivas de agentes públicos da área de segurança e inteligência federal já ouvidos, a conclusão é a mesma. Esses serviços sabiam, com a antecedência devida, daqueles episódios fatídicos para as nossas instituições democráticas. Compete, agora, tomar as providências devidas em relação àqueles agentes que, por omissão ou conivência com aqueles atos, permitiram que os mesmos ocorrecem. Muitos deles acreditavam numa inevitabilidade do golpe de Estado, a julgar pelos áudios até então vazados. Consideravam que estavam dando sua "contribuição", ao se omitirem de proteger o patrimônio público, honrando a Constituição que eles juraram defender.    

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