pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Rejeição do marco temporal é uma vitória dos povos originários.
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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Editorial: Rejeição do marco temporal é uma vitória dos povos originários.



Uma das características mais abomináveis deste país é a prática do genocídio. Nossa sociedade possui algumas esponjas perigosas e esta é uma delas. Em Pernambuco, um conhecido intelectual gostava de conversar com negros analfabetos. Ao que, historicamente se sugere, quando fundou uma instituição, manteve nos quadros de servidores, funcionários com tais características para a realização  de serviços de menor complexidade, como jardinagem, limpeza, servir cafezinhos, entregar documentos, entre outras atividades do gênero. Décadas depois da existência do órgão - apenas quando os ventos republicanos adentraram no ambiente - é que houve uma preocupação em criar um programa de alfabtização para esses servidores. 

Pelo andar da carraugem política, faz-se necessário entendermos que esta "tara" não seria apenas dele, uma vez que o país ainda ostenta o vergonhoso índice de 10 milhões de analafabetos, com um recorte de gênero,raça e regional. Em sua maioria, são mulheres, negras, envelhecidas, habitantes das regiões Norte e Nordesre do país. Por uma dessas ironias do destino, a instituição criada por ele tinha como propósito o enfrentamento dos graves problemas regionais. 

Por isso, no país, a reprise de alguns  filmes não nos surpreendem, como essa tendência histórica a reproduzir o genocídio de minorias, assim como os recorrentes arroubos autoritários. Na era bolsonarista - que ainda não foi completamente extirpado - tivemos essas duas sessões bem evidentes, quando da tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro, assim como a crise humintária enfrentada pelos povos Yanomamis. A aprovação do marco temporal seria mais um desses retrocessos civilizatórios tão comuns no país. Ainda bem que os ministros do STF tiveram o senso de justiça necessário para rejeitá-lo. O voto da Ministra Cármen Lúcia, argumentando que a dívida com os povos indígenas é impagável, resume bem a ópera. 

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