pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Com a saída de Rands, agrava-se a crise do PT no Estado.
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Com a saída de Rands, agrava-se a crise do PT no Estado.


O pedido de desfiliação do PT do ex-secretário de Governo de Eduardo Campos,  Maurício Rands, é mais uma capítulo das grandes novidades que envolvem a disputa da capital pernambucana nas eleições de 2012. A atitude de Rands traz alguns novos complicadores para a candidatura do senador Humberto Costa, expondo de vez os graves problemas enfrentados pelo partido, hoje dicotomizado diante de uma aristocracia partidária autoritária e as suas bases, forjadas organicamente nos movimentos sociais, sindicais e clericais. Já houve um momento na história do partido que esas bases tinham um poder tão expressivo que, para alguns estudiosos, representavam um antídoto seguro à possibilidade de oligarquização da agremiação. Uma avaliação, naturalmente, ingênua, conforme deixamos claro em artigo publicado aqui no Blog do Jolugue. A carta de Rands traz alguns outros trechos importantes, mas é interessante observar como a imprensa focou o momento em que Rands advoga o processo pelo qual foi alijado da disputa, preterido por um nome tirado sob medida pelo politburo da organização petista, o do senador Humberto Costa, previamente concebido como "o candidato" pela cúpula partidária do PT. Em princípio, não há muito contradições na fala de Maurício Rands, como sugere o ex-Secretário de Cultura da Prefeitura do Recife, Renato Lins, que, pelo microblog Twiter, classificou o deputado de queijo do reino, ou seja, vermelho por fora e amarelo por dentro. Os discursos devem ser lidos nas entrelinhas. Quem esteve atento aos fatos devem lembrar que ele chorou bastante ao retirar sua candidatura, apesar do “sacrifício” em nome da unidade. Tratou-se, em última análise, de um processo bastante doloroso. Seu namoro com o Palácio do Campo das Princesas, por sua vez, não é de hoje. Faz algum tempo que teria passado da fase dos "amassos". Era o nome da preferência de Eduardo Campos para disputar a Prefeitura do Recife. Tão confiável a Eduardo Campos que passou a gerar desconfiança dos grãos-petistas, que, naturalmente, alijaram-no da disputa, como também o fizeram com o atual prefeito, João da Costa. Por falar em João da Costa, ele está saltitante, gritando aos quatro cantos que a atitude de Rands demonstra que ele estava certo. Hoje especulou-se que ele teria sugerido a Rands que assumissem o compromisso de enfrentar, os dois, a Executiva Nacional do Partido, mas Rands acabou definindo seu apoio a Humberto Costa logo após ser rifado. A saída de Rands do PT – já declarando abertamente apoio ao nome de Geraldo Júlio – embora minimizada pelo senador Humberto Costa – agrava, sim, a crise do PT no Estado. Para complicar ainda mais o quadro, só mesmo as constantes declarações de guerra de José Dirceu ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos. A queda da Bastilha petista, o Palácio Antonio Farias, nunca esteve tão ameaçada. O PT vai jogar pesado para segurá-la, mas a situação é cada dia mais complicada, avolumando-se os problemas. Há uma possibilidade real do prefeito João da Costa apoiar a candidatura de Geraldo Júlio.Também não nos parece claro, ainda, qual o discurso que será utilizado pelo PT. Mesmo diante de um "inimigo externo", muito dificilmente a tão sonhada unidade tem chance de ser conseguida. Parafraseando o velho Karl Marx, numa alusão ao sistema capitalista, o PT alimenta o germe de sua própria destruição. Pay attention, PT!

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