pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO
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domingo, 12 de maio de 2024

Editorial: Oito em cada dez brasileiros são contra a PEC do Quinquênio.


Entre os dias 2 e 5 deste mês, os entrevistadores do Instituto Genial\Quaest saíram às ruas para averiguar o humor dos brasileiros e brasileiras - para ser correto com as questões identiárias e, por outro lado, não enviesar a pesquisa - sobre a famigerada PEC do Quinquêncio, um penduricalho que acrescenta 5% aos salários de magistrados a cada cinco anos de serviço, capaz de produzir um tsunami nas contas públicas em todos os níveis - Municipal, Estadua e Federal - além de ampliar as distorções dentro do serviço público, criando castas de privilegiados enquanto uma maioria amarga perda do poder de compra dos seu salários e encontra-se em greve, lutando por recomposições.

O Instituto ouviu 2.045 pessoas, onde 76% desaprovaram a proposta, que contou ainda com o apoio de 13% dos entrevistados. Na pesquisa aparece um dado curioso: os mais pobres é quem mais apoiaram a excrescente proposta, possivelmente por alguma motivação relativa à desinformação. Aqui surge, igualmente, uma outra preocupação. Os entrevistados estavam devidamente inteirados sobre o que estavam respondendo? Problemas de pesquisa à parte, trata-se de uma questão de não compactuar com uma verdadeira injustiça no contexto do Serviço Público Brasileiro, já bastante injusto. 

Em princípio prevista para contemporizar apenas advogados da União, juízes e procuradores federais,foram estendendo a PEC para atender a outras categorias, envolvendo atores com atuação circunscrita aos Estados e Municípios, o que penaliza as contas desses entes federados. A responsabilidade fiscal é uma preocupação que deve envolver os Três Poderes da República, conforme antecipou o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Isso quando lidamos com uma oposição consequente.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 11 de maio de 2024

Editorial: A entrevista de João Campos à Veja.

Crédito da foto: Rodolfo Loepert\Veja

As páginas amarelas da revista Veja desta semana, 10\05, traz uma longa entrevista com o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE). Conhecedora da realidade política nacional e estadual, a entrevista foi muito bem conduzida pela jornalista Victória Becharra, que formulou algumas questões bastante emblemáticas, consoante nosso momento político delicado, capaz de deixar o entrevistado pouco à vontade nas respostas, mas o prefeito havia se preparada para tocar o barco para frente, sem deixar de estimular as especulações inevitáveis em torno de determinados assuntos, ou seja, nem confirma, tampouco desmente. 

A definição sobre o seu futuro político ficou entre essas questões. João Campos se justifica com as lições deixadas pelo pai, o ex-governador Eduardo Campos, que o aconselhava a vencer um ano de cada vez. No momento, ele cuida do Recife e está empenhado na sua reeleição. O recado aqui implícito é o seguinte: Vamos deixar 2026 por conta das especulações dos cientistas políticos. Quando esteve aqui em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o filho de Eduardo deveria ter aprendido bastante com a linhagem polítia de sua família, formada por nomes como Miguel Arraes e Eduardo Campos. 

Ainda na condição de prefeito, o jovem já se preocupa com a formação de uma frente ampla, assim como fez o pai, no momento em que se articulava para candidatar-se ao Palácio do Planalto, projeto abortado precocimente em razão da morte trágica. Nesta semana, em mais um lance de formação dessa frente ampla, João Campos abriu negociações políticas com outra linhagem familiar tradiocinal aqui no Estado, os Mendonças, de Belo Jardim. Fecharam um acordo aliancista para as eleições municipais de 2024. 

Ele não admite mas 2026 começa agora, pois já estão em jogo as vagas para o Senado Federal abertas naquelas eleições. Hoje se sabe, por exemplo, que uma dessas vagas, muito provavelmente, ficará reservada para outra família tradicional da política pernambucana, os  Coelho, de Petrolina, mediante arranjos políticos celebrados entre Campos\Coelho. Haja famílias tradicionais na política pernambucana. Isso parece que não muda nunca.

Para nós, da área da Ciência Política, um ponto fulcral elencado pelo prefeito foi sobre o ambiente ou quadra política nas quais hoje estão atuando os atores. Antes, na primeira eleição de Lula, por exemplo, a disputa se dava entre democratas X democratas. Hoje, a disputa se dá entre democratas X autoritários. Um dos grandes problemas do Governo Lula, segundo observa o prefeito, é a reconstrução de um Estado esfacelado pela experiência do bolsonarismo. O comprometimento é pesado. "Há ovos de serpentes nutridos no ventre democrático", enfatiza João Campos. E como há!!!

P.S.: Do Contexto Político: Alguns pontos importantes da entrevista devem voltar a serem tratados por aqui, como a relação do seu partido, o PSB, com o Governo Lula, assim como os eixos de sua gestão à frente da Prefeitura do Recife, definidos por ele mesmo: Inovação, Educação e Infraestrutura Social.    

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Raquel Lyra rompe com o bolsonarismo?


A família Ferreira é sinônimo do bolsonarismo aqui no Estado. Trata-se de um grupo político, inclusive, com fortes vinculações aos evangélicos, alçando seus integrantes à condição de atores políticos relevantes e competitivos eleitoralmente aqui na província pernambucana. Anderson Ferreira, dirigente da legenda, sempre foi uma pessoa muito correta com a governadora Raquel Lira, independentemente das colorações ou clivagens ideológicas. Isso desde a pré-campanha para o Governo do Estado. 

Embora não assumisse quaquer vinculação com o bolsonarismo, é sabido que a governadora contou com a simpatia e com o voto dos bolsonaristas para se eleger governadora. A família Ferreira foi contemplada com alguns cargos na máquina do Governo Estadual, cargos estratégicos, inclusive, como o DETRAN, com orçamento robusto. À boca miúda, sempre se disse que o naco de poder sempre foi uma oferenda mais familiar do que propriamente partidária. Não era o PL que integrava seu Governo, mas a família Ferreira. 

Numa manobra para integrar-se melhor ao Governo Lula, mesmo que este objetivo não se coadune às diretrizes do PSDB nacional, a governadora assinou a portaria de demissão de todos os cargos que o PL, ou a família Ferreira em particular, ocupavam no Governo. De fato uma aposta de risco. Com a decisão a governadora amplia as zonas de divergências com a agremiação a qual é filiada, o PSDB, além de ser muito improvável que conquiste a mesma ascendência da família Campos sobre o morubixaba petista. 

Apenas neste semana, três fatos demonstram como as peças do tabuleiro do xadrez político das eleições de 2024\2026 estão se movimentando. A combativa vereadora Dani Portela mostra-se irredutível em relação à sua candidatura à Prefeitura do Recife, a despeito dos eventuais imblóglio jurídico com o Deputado Federal Túlio Gadelha, que também almeja a indicação da federação PSOL\Rede. Recentemente, houve um encontro inusitado, em Brasília, entre a governadora Raquel Lyra e o Deputado Federal Guilherme Boulos, repercutido por um blog local. Nos escaninhos da política, há quem assegure que  manutenção da candidatura de Dani Portela é estimulada pelo Palácio Capibaribe. 

O segundo lance desse jogo intrincado diz respeito ao fechamento de um acordo entre o prefeito João Campos(PSB-PE) e o Deputado Federal Mendonça Filho(UB-PE), dirigente local do União Brasil, de olho nas eleições municipais. O encontro teria ocorrido num restaurante em Brasília, mas o cardápio foi bem pernambucano, selando-se um acordo entre as duas legendas, de perfil mais ao centro do espectro político, sem prejudicar, imagino, as articulações nacionais entre os socialistas e petistas, uma vez que, a despeito dos problemas, o União Brasil integra o Governo Lula. 

Por fim, mas não menos importante ou relevante, há uma sinalização clara do morubixaba do PT local no sentido de o partido  acompanhar o projeto de reeleição de João Campos independentemente da prerrogativa de indicar o nome que deve concorrer à vice na chapa. Pela movimentação dos atores neste tabuleiro, a nossa conclusão é a de que o prefeito está jogando melhor até este momento. Vamos aguardar os próximos lances. 

Editorial: Polícia Federal investiga divulgação de fake news sobre a tragédia no Rio Grande do Sul.


O perfil de nossa oposição é tacanho e mesquinho. As dificuldades enfrentadas pelo Governo são exploradas de maneira vil, sempre com o propósito de amplificar esses desgastes e os danos políticos. O propósito aqui, conforme temos repetido númeras vezes, é ver o Governo Lula sangrar em praça pública. Não estamos tratando aqui de uma oposição colaborativa, de perfil republicano, propositiva, disposta a dar sua contribuição em nome do interesse público. Há uma oposição mais moderada, menos radical, com a qual talvez possamos abrir por aqui uma exceção à regra, mas, em geral, o grupo mais radical se eencaixa perfeitamente no perfil traçado acima. 

A única motivação que os move é o propósito de produzir danos ao Governo. Num clima de instabilidade institucional instaurado no país e diante de tragédias como a que se abate sobre o Rio Grande do Sul, ainda assim, eles não conseguem  baixar as armas da vilania, o que estimula suas redes bem azeitadas de apoiadores a divulgarem fake news criminosas sobre as ações do Governo Federal, prejudicando as ações de socorro, penalizando, em última análise, a população do Estado. 

Preferimos nem replicar por aqui essas mentiras, de tão abjetas que elas se constituem. O Governo Lula está acionando a Polícia Federal para investigar a disseminação dessas fake news, algumas delas, suspeita-se, encabeçadas por parlamentares de uma oposição, cujo perfil traçamos nos parágrafos anteriores. Atitudes de uma irresponsabilidade incomensurável.    

Charge! Thiago via Jornal do Commércio.

 


sexta-feira, 10 de maio de 2024

Editorial: Esther Dweck articula com Camilo Santana uma solução para a greve dos servidores das universidades.



Nesses tempos bicudos que atravessamos, a abertura de um diálogo permanente entre o Governo Lula, através do Ministério da Gestão e Inovação, e as inúmeras categorias de servidores públicos que estão em greve é um avanço dos mais significativos e não pode ser negligenciado, independentemente dos resultados alcançados. O Governo sugere ter boa vontade, o que falta é realmente dinheiro para atender às inúmeras demandas das mais diversas categorias. Esse entendimento parece claro até mesmo entre as inúmeras entidades que estão em processo de negociação com o Governo. 

Infelizmente, a tal da granada, deixada no bolso de algumas categorias de servidores pelo Governo anterior, não será desarmada muito facilmente. Curioso que algumas categorias de servidores do Executivo Federal amargaram 07 anos sem reajuste e não ocorreu uma mobilização efetiva do Poder Legislativo para corrigir essas injustiças. Muito ao contrário. A mobilização hoje é no sentido de ampliar essas injustiças, aprovando a famigerado PEC do Quinquênio. 

A Ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação, tem feito um verdadeiro périplo pelo Esplanada dos Ministérios, à procura de uma brecha no orçamento para atender às demandas represadas. Desta vez esteve com o Ministro da Educação , Camio Santana, com quem procura costurar uma solução para a greve das IFES e dos Institutos Técnicos Federais. A primeira proposta não foi aceita e o Governo promete apresentar uma nova proposta. 

Editorial: A judicialização da campanha pela Prefeitura de São Paulo.


No dia de ontem, 9, publicamos por aqui uma postagem sobre as eleições municipais de São Paulo, onde o atual gestor, Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, emite sinais mais eveidentes sobre a escolha de sua vice, que poderá ser a veredora de dois mandatos, Rute Costa(PL-SP), de perfil agregador à chapa, conforme discutimos por ali. Hoje lemos uma máteria onde se aborda a questão da judicialização daquelas eleições, pois já se trava uma luta ferrenha nos tribunais, envolvendo diversas questões, o que já começa a representar um enorme trabalhos para as assessorias jurídicas dos pré-candidatos. 

Salvo melhor juízo, até a inelegibilidade de Ricardo Nunes(MDB-SP) já teria sido solicitada por uma das chapas adversárias. Ocorrem muitos problemas as supostas manipulações de informações de pesquisas de intenção de voto, quando um dos adversários esquece de mencionar o seu concorrente ou mesmo aproveita-se da margem de erro dos institutos para afirmarem que estão à frente na corrida eleitoral. A Justiça Eleitoral terá muito trabalho em arbitrar essa contenda, sobretudo numa eleição que será uma verdadeira guerra entre Governo e Oposição, com trincheiras armadas de lado a lado. 

O deslize verbal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo voto para o seu candidato naquele pleito, Guilherme Boulos, do PSOL, produziu um estardalhaço danado entre os demais concorrentes, como já seria previsto, dado o clima de animosidades. Não enxergamos com bons olhos essa tendência de judicialização da campanha. O bom mesmo para o eleitor ainda é o debate de ideais, de propostas, para que ele possa escolher entre aquelas que se adequam melhor para cidade.   

Editorial: O país está se tornando o paraíso das fake news.


Infelizmente, mesmo com todas as medidas até aqui adotadas pelas instituições, o país continua sendo uma espécie de paraíso das fake news. As medidas adotadas em contraposição a essa prática, por outro lado, em alguns casos estão sendo interpretadas como medidas de regulação das redes sociais e, portanto, esconderiam, em tese, um procedimento de caráter antidemocrático. Enquanto não superamos essa discussão, o ambiente é propício à progagação dessa prática abjeta, que não esconde seus propósitos políticos escusos. 

Ninguém está imune às fake news. Não se respeita nem os momentos de tragédias, como esta que se abate sobre os nossos irmãos do Rio Grande do Sul. Inventaram que os carros com mantimentos estavam sendo parados e multados quando se dirigiam àquele Estado. Em entrevista recente, o Comandante do Exército, observou o quanto essas notícias falsas podem atrapalhar o trabalho sério que o Governo vem desenvolvendo com o objetivo de atender a população daquele Estado. 

No dia ontem, os indicadores do trending topics Twitter - preferimos o termo Twitter, uma vez que o "X" não pega mesmo - foi inundado com a fake sobre o "CORPO DE BOLSONARO" ou "Bolsonaro Morreu", que logo atingiram o topo entre as postagens daquela rede social. Na realidade, o que está em jogo é apenas uma foto divulgada do ex-presidente numa unidade hospitalar, onde está sendo submetido a tratamento de uma erisipela, doença ou infecção provocada por uma bactéria, que atinge principalmente as pernas. O ex-presidente reage bem ao tratamento.   

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 9 de maio de 2024

Editorial: Rute Costa, nome em ascendência para ser vice de Ricardo Nunes.


Até recentemente, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes(MDB-SP), informou a quem especulava em torno do assunto, que teria dez nomes que disputavam uma eventual indicação para concorrer como vice em sua chapa de reeleição. Havia, nuturalmente, alguns constrangimentos em torno dessa escolha, motivada por razões eleitorais, mas, principalmente em razão das sinalizações do conjunto de forças que dão sutentação política ao prefeito, a começar pelo PL, a quem ficou praticamente assegurada a primazia da indicação. 

Pelo andar da carruagem política, o elenco de nomes começa a se afunilar. Hoje a coluna do jornalista Lauro Jardim informa que o nome indicado pode recair sobre a vereadora por dois mandatos, filiada ao PL, Rute Costa. Rute, de fato, reúne muitos predicados para a escolha. É um nome sem arestas junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mulher, evangélica, filiada ao PL, filha de pastor da mais poderosa Assembléia de Deus, José Wellington, e,  principalmente, conta com a simpatia de pesos pesados do staff de reeleição do prefeito, como é o caso do governador Tarcísio de Freitas e de Gilberto Kassab, o bruxo que atua nos bastidores de sua candidatura.

Algo sugere que o amadurecimento do prefeito Ricardo Nunes numa decisão a este respeito faz todo sentido. A candidata socialista, Tabata Amaral também negocia bastante com possíveis partidos aliados uma eventual indicação. Somente o PT foi açodado em indicar o nome de Marta Suplicy como vice de Guilherme Boulos, algo que nem a ala paulista do partido endossa. Pelo elenco de características ou atributos enunciados acima, relativos a Rute Costa, não se pode dizer que ela não some ou deixe de agregar potencial eleitoral à chapa.

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O PT se precipitou na escolha de Marta? 

Drops: Deu certo. Resgatam o cavalo ilhado num telhado, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.



Causou grande comoção nacional a imagem de um cavalo ilhado, num telhado, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. Houve uma grande mobilização em torno do assunto, inclusive pelas redes sociais, onde foi montada uma força-tarefa digital, com o objetivo de resgatar o animal. Hoje as imagens mostram a atuação de uma brilhante força-tarefa, certamente formada por homens do valorozo Corpo de Bombeiros, com o objetivo de resgatar o animal ainda ilhado no telhado. O trabalho foi bastante exitoso e o animal já se encontra em local seguro, menos vulnerável. 

Editorial: Polícia Federal prende mais dois envolvidos na morte de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.



A Polícia Federal acaba de prender mais dois supostos envolvidos na morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. A delação do ex-militar Ronnie Lessa foi determinante para a inclusão desses novos suspeitos, pois revelou detalhes sobre a primeira reunião agendada com o propósito de planejar a morte da vereadora. Um deles, inclusive, teria arranjado as armas para a execução do crime, na área de favela onde a milícia dele atuava. São curiosas as entranhas e os interesses vis em jogo, que determinaram a decisão sobre eliminação física da ex-vereadora, que atrapalhava os negócios imobiliários em áreas de atuação dos milicianos cariocas. 

Dizem até que o alvo principal seria o deputado Marcelo Freixo(PSOL-RJ), em virtude das denúncias públicas sobre a atuação criminosa desses grupos, o que deu até CPI na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Isso é o mesmo que mexer num vespeiro. O indivíduo atrai um enxame contra ele. O pior é que o aparelho de Estado já se encontra bastante contaminado por agentes que agem de dentro, em benefício desses grupos marginais. Esses falsos agentes públicos não fazem isso de graça. Recebem suas mesadas regulares. Conhecido banqueiro do jogo do bicho tinha uma folha de pagamento de propina que superavam os R$ 200 mil.   

Desta vez foram presos Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor do Tribunal de Conta do Estado, e o ex-militar Ronald Alves de Paula, mais conhecido como Major Ronald, que já se encontra preso num Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Vamos enaltecer por aqui o excelente trabalho realizado pela Polícia Federal.    

Editorial: A tragédia no Rio Grande do Sul não superou as divergências políticas.


A tragédia da enchente que se abate sobre o Estado do Rio Grande do Sul seria suficiente para deixar cidades como o João Pessoa, Cabedelo e Santa Rita completamente submersas, segundo um infográfico publicado hoje, dia 09, no site ClicPB. Os leitores podem bem imaginar as consequências para uma cidade como o Recife, que não suporta sequer uma maré alta. Nem mesmo essas tormentas, por outro lado, conseguem selar um armistício entre Governo e Oposição ou entre os Três Poderes da República. Já andam reclamando que o Senado Federal e a Câmara dos Deputados fizeram a sua parte, aguardando-se agora a atitude do Governo Federal no que concerne ao destravamento da burocracia que envolvem os recursos públicos. Outro gravíssimo problema é que esses recursos emergenciais para serem usados em situações como esta não ficam previstos no orçamento.   

No dia de ontem, um governador de oposição, bolsonarista roxo, aparece em vídeo denunciando que caminhões com mantimentos enviados para socorrer as vítimas estariam sendo barrados ou multados. Sugere-se, pelo raciocínio tosco, que os mantimentos enviados pelos Estados aliados são diferentes dos mantimentos enviados por Estados governados pela oposição. Até uma rede de televisão repercutiu o assunto, retirando os vídeos postados do ar logo em seguida.

O país entrou numa rinha de consequências extremamente preocupantes, onde as divergências políticas conseguem se sobrepor aos interesses da população. Se o meu governo não cuidou bem das pessoas durante a pandemia da Covid-19, vocês também não estão gerenciando bem o recrudescimento dos casos de dengue. Se faltou vacina naquela época, o que não dizer dos dias atuais? É neste estágio que as coisas se encontram. Lamentável que tenhamos chegado a esta situação, sobretudo porque quem acaba sendo penalizada é a população. Não faz muito tempo, um Ministro de Estado quase foi às vias de fato com um relator de um projeto por não chegarem a um acordo sobre uma questão de grande interesse público. O projeto está parado. Uma marcha da insensatez.       

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Editorial: O "Gabinete das Sombras" já atua no país.



Salvo melhor juízo, nenhuma oposição que se preze torce para que o Governo seja bem-sucedido. Faz parte do jogo, até porque eles desejam assumir o poder em algum momento, conforme previsto nas democracias representativas consolidadas. Este talvez seja o limite. No nosso caso, com uma oposição inconsequente, de perfil nada republicano, não responsiva, torce e faz de tudo para o Governo sangrar em praça pública. Infelizmente, as instituições democráticas no país entraram numa seara complicada. 

Rusgas não são superadas pela construção de consensos, as conciliações foram apagadas do nosso dicionário político e o que mais se evidencia são as bordoadas entre os Três Poderes da República. Lula pode ter cometido muitas derrapagens verbais - uma repórter de um desses sites especializados em política teve até a curiosidade de contá-las - mas acerta em cheio quando afirma que estamos numa guerra, sem chances de armistício. Ontem uma coluna de política chamou a atenção para um incipiente Gabinete das Sombras, no melhor estilo inglês, que já estaria dando os seus primeiros passos no país, sob os auspícios da renhida oposição bolsonarista, no melhor estilo de um regime parlamentarista.

Até o Arthur Lira já admitiu que o conceito de presidencialismo de coalizão está superado, ainda relevante apenas para os estudantes de ciências políticas. Em inglês, o termo se chama Shadow Cabinet e também pode ser traduzido como Governo Paralelo, um termo bem mais apropriado para a oposição brasileira. Vamos aguardar o que vem por aí, mas especula-se que os gastos licitados pelo Governo para a propaganda institucional digital, já está em análise, prevendo-se até uma proposta de CPI. 

Editorial: Lula estanca queda de popularidade.

 


Ainda é cedo para as comemorações. Mas, pelo andar da carruagem política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a julgar pelas três pesquisas de avaliação do Governo divulgadas apenas nesta semana, realizadas por diferentes institutos, o Governo do presidente Lula pode se tranquilizar em relação à queda crescente de sua popularidade, fenômeno verificado nos últimos meses. Desta vez, com ligeiras variações, os indicadores desses institutos apontam para uma estabilidade dos índices de aprovação do Governo. 

Como são três pesquisas,divulgadas em intervalos mínimos entre uma e outra, alguns sites exploraram a eventual queda, mesmo que nas margens desses institutos, levando o leitor a estabelecer alguma confusão em relação ao assunto. A pesquisa do Genial\Quaest, divulgada no dia de hoje, 08, aponta que a aprovação saiu de 50%, na última pesquisa do instituto, para 51%, dentro da margem de erro, que é de 2,2. Além dessa estabilidade, a notícia boa é que as ações do Governo Federal no Rio Grande do Sul podem ter contribuído para a melhora dos percentuais na região sul. 

Por aqui enceram-se as boas notícias. Difícil dizer se essa tendência de estabilidade verificadas nessas últimas pesquisas, se nos permitem o trocadilho, se estabiliza. Vamos precisar de mais pesquisas pela frente para afirmar se se trata de uma tendência. Por outro lado, crescem o percentual de eleitores que consideram que o Governo está indo na direção errada, assim como não consegue comprir o que prometeu, o que pode se refletir, em algum momento, em má avaliação.  

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife : João é João ou João e João?

 


Na última reunião da Executiva Nacional do PT, que se reuniu de forma remota recentemente, assim como ocorreu com João Pessoa, muito provavelmente a decisão sobre como o partido se posicionará em Recife deve ter sido adiada para mais tarde, no final de Maio, quando ocorrerá um encontro mais amplo da legenda. Isso vem criando algumas dificuldades para os arranjos políticos em alguns municípios, mas, dificuldades por dificuldades, o partido já aprendeu a conviver com as mesmas. No Recife, em princípio, não haveria impasse, mas projetos políticos que deverão ser repensados por hora, em nome do apoio à candidatura à reeleição do atual gestor, João Campos(PSB-PE). Neste caso, em tese, o PT precisa ceder. João não vai abrir a vaga de vice à legenda e ponto final.

Nos últimos dias, no entanto, as nuvens políticas aqui da província começaram a sinalizar para outros cenários possíveis, como o estreitamento de atores políticos vinculados ao PT com o Palácio do Campo das Princesas, assim como o distanciamento da governadora Raquel Lyra dos bolsonaristas que ainda ocupavam nacos de poder no Governo Estadual. Política é feita de gestos e os cafezinhos tem sido cada vez mais recorrentes entre algumas figuras de proa da legenta petista e a governadora. Especula-se, então, se o PT poderia apoiar um nome indicado pela governadora, que seria Daniel Coelho, ou o Palácio poderia referendar uma candidatura da legenda, que seria o Deputado Estadual João Paulo, sobretudo se Daniel Coelho não decolar.     

Bem avaliado como gestor público por dois mandatos, embora ainda não seja candidato, João Paulo aparece bem nas pesquisas de intenção de voto, assumindo a terceira posição nas pesquisas mais recentes, embora com uma diferença expressiva em relação ao primeiro colocado, João Campos. Muitas analistas atribuem essa boa performance ao recall das suas duas gestões à frente do Palácio Capibaribe,o que não pode ser desprezado, mas enxergamos outros fatores, conforme já discutimos anteriormente por aqui. 

Um componente determinante na política são as circunstâncias. Em nome de tais circunstâncias, O Planalto está cedento até os dedos para a oposição, uma vez que os anéis já estão sob controle do Centrão. O projeto de reestruturação dos tucanos prevê que o partido se posicione como um grêmio partidário de terceira via, apontando,como diz o slogan, que há vida inteligente por ali. Pode até haver vida inteligente, mas, não há voto, o que, em última análise, inviabiliza essas vidas inteligentes. 

Ideologicamente, os tucanos não são petistas nem bolsonaristas. Aqui em Pernambuco a governadora Raquel Lyra(PSDB) promoveu uma cisão com os bolsonaristas, em alguns casos, afastando-os dos cargos que ocupavam na máquina. Por outro lado, mantém um link cada vez mais estreito com o Palácio do Planalto, que vai além das meras relações institucionais republicanas, algo, certamente, observado com desconfiança por seus correligionários do partido, que fazem um esforço danado para não perderam o seu passe.  

Para que tenhamos uma vaga ideia da encrenca, o PSDB condicionou um eventual apoio à candidatura de Tabata Amaral(PSB-SP) em São Paulo ao seu não apoio ao candidato Guilherme Boulos, do PSOL, num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Tabata é do PSB e a governadora Raquel Lyra nem cogita tal possibilidade de o partido apoiá-la. Mas, como diriam as velhas raposas, política é a arte do possível. Raquel pode fechar os olhos para São Paulo, assim como os dirigentes da letenda podem ignorar o que se passa por aqui. 

Raquel Lira não irá permitir a ausência de uma candidatura competitiva do Palácio do Campo das Princesas nas próximas eleições municipais. A chave desse xadrez político está aqui. Se ainda não há um nome com essas credenciais, ela não medirá esforços em construí-lo. Se será exitosa nesse projeto é uma outra questão. É nesta margem de manobra que atua uma eventual costura em torno do nome do ex-prefeito João Paulo.   

Charge! Triscila Oliveira e Leandro Assis via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 7 de maio de 2024

Editorial: O recrudescimento da violência no Estado de Pernambuco.



Em termos de violência, o país enfrenta um momento bastante delicado, não sendo privilégio de Pernambuco o aumento sensível dos índices de violência. Por alguns momentos, já discutimos por aqui a implantação ou consolidação do SUSP - Sistema Único de Segurança Pública - que seria uma espécie de SUS da Segurança Pública. Díficil implantar um sistema nacional desse porte, quando alguns entes federados estão advogando a autonomia para decidirem, por exemplo, sobre o uso de câmaras nos uniformes dos policiais ou mesmo sobre a autonomia no que concerne a aquisição de armas pelos cidadãos e cidadãs. Iniciativas dessa natureza partem, sobretudo, de Estados governados pela oposição. 

Infelizmente, nós não temos uma oposição propositiva, republicana, conciliadora, aberta à construção de consensos. A audiência concedida pelo Ministro da Justiça à Câmara dos Deputados, atendendo a um pedido da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, trata-se de um legado que deve ser guardado como um exemplo de como deve se comportar um gestor público nessas ocasiões. O ministro Ricardo Lewandowski enfrentou a bancada da bala completamente desarmado. Aliás, armado com polidez, espírito público, urbanidade, humildade, procurando colher sugestões e informações que pudessem ser revertidas em benefício da população como um todo. 

Seria muito bom se a recíproca fosse verdadeira. Infelizmente, a resposta é não. Um bom exemplo das dificuldades em ajustar eventuais consensos é a PEC da Saidinha, onde a oposição aguarda o momento de derrubar o veto do presidente Lula. O veto se deu sob uma parte ínfima do projeto inicial, talvez 2%. 98% foi sancionado pelo presidente. Estamos diante de uma oposição que resolveu assistir o Governo Lula sangrar em praça pública. Abandonando a lógica das convicções, cara ao partido, o presidente Lula, diante das circunstâncias extremamente adversas, adotou uma postura de concessões e conciliações. Nem assim está conseguindo bons resultados. 

Sabe-se, por exemplo, que ele precisou cortar na própria pele, no afã de evitar arestas ainda maiores com o Legislativo. A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é totalmente contra o projeto da Saidinha, consoante um debate interno com entidades representativas dos direitos humanos. O Ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, também se mostrou contra, advogando que a medida favorece o crime organizado. A rigor, Lula ignorou seus próprios auxiliares. Assim tem sido, igualmente, em relação a outros temas polêmicos.

No dia de hoje, 07, foi divulgado um número oficial sobre os crimes violentos letais intencionais no Estado de Pernambuco, no mês de abril, onde o índice supera os registrados no mesmo mês, no ano de 2018. Com 324 mortes, trata-se de o pior abril desde 2018. Já estão se tornando rotineiras essas quebras de recordes de violência, o que faz do Estado um forte candidato a liderar o ranking nacional de violência. A morte do jovem Gean Carlos, de 20 anos, ferido a faca, depois de um assalto a ônibus na Conde da Boa Vista, infelizmente, torna-se um símbolo dessa situação deplorável em que o Estado se encontra.  

Editorial: A tragédia que se aproxima de Porto Alegre.

 


Alguns trechos da capital do Rio Grande do Sul já estão em processo de inundação e os níveis de água no Rio Guaíba não param de subir, antecipando uma eventual tragédia anunciada para a capital e região metropolitica, sobretudo se considerarmos as previsões de mais chuvas para o Estado. Na TV Brasil, o presidente Lula lamentou que muitas fake news estejam sendo espalhadas sobre a tragédia das inundações que se abatem sobre os irmãos gaúchos. Profundamente lamentnável que isso esteja ocorrendo, assim como os registros de roubos a pessoas e residências, em período noturno, como já teria sido detectado, por bandidos usando embarcações. 

Em meio à tormenta, vale a reflexão de um arguto jornalista, em sua coluna do UOL, sobre dois pontos fundamentais: O primeiro deles diz respeito ao negacionismo acerca do aquecimento global, que tem uma razão direta com essas tragédias que estão ocorrendo em todo o mundo. Um outro ponto diz respeito aos investimentos em obras preventivas contra as inundações, investimentos que caíram drasticamente durante a atual gestão do município de Porto Alegre. Não temos os dados precisos, mas, pelo andar da carruagem política, o atual gestor do Recife, João Campos(PSB-PE) tem feito o dever de casa. 

Recentemente, nas redes sociais, ele aparece junto a uma áreas de encosta, onde será realizada uma das maiores obras de contenção da capital pernambucana. É uma obra de engenharia complexa, que exigirá muita competência técnica e bastante recursos dos cofres públicos. Aqui precisamos admitir que sua gestão não tem medido esforços neste sentido, numa escolha de prioridades que superaram até obras mais vistosas, sobretudo numa ano de eleições, o que dá a medida da sensibilidade e espírito público do gestor.    

Editorial: Executiva do PT adia decisão sobre João Pessoa. Recife também?

 


Ainda não temos informações mais precisas sobre as deliberações da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores acerca das próximas eleições municipais do Recife. A Executiva Nacional se reuniu ontem, de forma remota, onde essas questões, em tese, deveriam ser dirimidas. Sobre as eleições em João Pessoa, a Executiva Nacional resolveu adiar a decisão sobre como o partido irá se posicionar naquelas eleições apenas para o final do mês de Maio, no Encontro Nacional, colocando o Diretório Municipal, dirigido por Marcus Túlio, num verdadeiro impasse, pois o adiamento, por si só, já prejudica a legenda naquelas eleições, uma vez interfere diretamente sobre as táticas e estratégias a serem adotadas. Neste sentido, até a definição por uma candidatura própria fica prejudicada, avalia Marcus Túlio. 

Pelo andar da carruagem política, é bem provável que o PT tenha tomada a mesma decisão em relação ao Recife, onde o imblóglio é de igual monta, uma vez que setores da legenda ainda alimentam a expectativa improvável de indicarem a vaga de vice na composição da chapa encabeçada pelo prefeito João Campos(PSB-PE), que concorre à reeleição. O mais provável é o PT apoiar o projeto de reeleição do prefeito, uma vez que não há outra alternativa viável no horizonte, mesmo sem indicar o vice. 

Em João Pessoa, a indicação de uma candidatura própria, a despeito de o processo das prévias ter sido abortado, é algo que permanece nos planos da legenda. Haveriam dois nomes que pleiteiam a indicação. Os Deputados Estaduais Luciano Cartaxo  e Cida Ramos, ambos filiados ao partido. As dificuldades enfrentadas pelo PT para as próximas eleições municipais não se resumem a essas duas praças, o que talvez explique o adiamento da tomada de algumas decisões. 

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Executiva do PT deve resolver o impasse em João Pessoa.

A batalha de São Bernardo. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 6 de maio de 2024

Editorial: As "derrapagens verbais" do presidente Lula.



Nos últimos meses o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu muitas derrapagens verbais, em alguns casos até em cerimônias oficiais, onde chegou a chamar a atenção dos seus auxiliares em público, por vezes injustamente, como foi o caso do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não faz outra coisa depois de assumir o ministério, senão conversar e tentar colocar as finanças públicas em ordem ou dentro dos limites da responsabilidade fiscal. Neste caso, o fogo amigo contra o ministro talvez seja até mais danoso do que as bordoadas que ele recebe dos adversários do Governo. 

Como se sabe, há gente dentro do Governo que deseja estuporar, como se diz aqui fora. O mais curioso é que houve um desses sites, onde uma jornalista chegou a fazer um levantamento dessas derrapagens verbais, encontrando mais de uma centena de casos. Depois do primeiro de Maio, que deve representar uma multa aplicada pelo TSE, agora é a vez de mais uma infelicidade do presidente, ao afirmar que não é Grêmio ou Internacional, numa alusão à necessidade de união entre os gaúchos, que são conhecidos pela rivalidade entre os dois clubes de futebol.

Em muitos casos são as circunstâncias políticas que estão em jogo e elas não podem ser desconsideradas. Lula deve ter tido a melhor das intenções com a afirmação acima, tentanto ratificar, inclusive, o desarme ideológico de estar colocando todo o aparato do Governo Federal a serviço de um governo de oposição. Mas, assim como o site teve a preocupação em contar essas "derrapagens verbais", os bolsonaristas estão de plantão permanente, atentos a qualquer deslize, nesses tempos bicudos de polarização política. A lógica das convicções, neste caso, circunstancialmente, dever ser adaptadas às conveniências políticas do momento. Peca-se pela sinceridade.   

Editorial: Executiva Nacional do PT se reúne hoje para decidir os rumos do partido no Recife e em João Pessoa.

 



Neste momento, a Executiva Nacional do PT está reunida, através do sistema remoto, para decidir sobre os rumos que a legenda tomará em algumas cidades do país, inclusive Recife e João Pessoa. Ainda no dia de ontem, publicamos por aqui, uma matéria sobre o posicionamento estratégico do PT concernente à cidade de São Bernardo do Campo, onde vencer as eleições naquela cidade tornou-se uma questão de honra para o partido, de uma forma mais geral, e para o presidente Lula em particular. São Bernardo é o berço do PT e hoje está em mãos de tucanos, alinhado ao governador Tarcísio de Freitas, um arquiinimigo da legenda. 

O esforço será enomre, e o morubixaba petista irá se empemhar pessoalmente naquelas  eleições, tentando preservar os nacos que ainda restam do chamado cinturão vermelho no Estado. O PT está meio que perdido em alguns casos, nesta cidade, por exemplo, onde uma derrota poderá trazer um peso simbólico nada agradável a legenda, principalmente pelo fato de a mesma está sendo nacionalizada. Do outro lado da rinha política, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em processo de filiação ao PL e provável ator ungido do campo conservador para as próximas eleições presidenciais, também deseja obter algumas conquistas importantes no Estado, como a cidade de Guarujá. A batalha é renhida. 

No Recife, a Executiva Nacional deve deliberar pelo apoio ao nome do atual gestor socialista, João Campos, independentemente de ocupar a vaga de vice na chapa. O PT não tem outra alternativa melhor por aqui. Em João Pessoa o processo é mais complicada, uma vez que as prévias foram abortadas e hoje eles terão que decidir entre os deputados estaduais Luciano Cartaxo e Cida Ramos. Outra opção seria acompanhar o governador socialista, João Azevêdo, que já disse que apoiará o projeto de reeleição do prefeito Cícero Lucena, do Progressistas, partido tido como "aliado" do Governo.   

Editorial: Tarcísio de Freitas e a semente do radicalismo bolsonarista.



O jornal Folha de São Paulo, em uma de suas edições deste final de semana, dedicou uma longa matéria ao governador Tarcísio de Freitas, onde tenta estabelecer uma espécie de diagnóstico ideológico do governador paulista, consoante os arranjos políticos, já em jogo, visando as eleições presidenciais de 2026. Como o espaço foi bastante generoso, o jornal remonta a trajetória política do governador, sobretudo enfatizando o perfil ideológico com o qual ele apresentou-se ao eleitorado paulista naquele momento específico, ou seja, um perfil técnico, de tocador de obras, alinhado com o bolsonarismo, mas evitando assumir posicionamentos radicais. Bolsonarista sim, mas nem tanto, de maneira que não afugentasse o eleitor de perfil menos radical. 

Mesmo esboçando alguma resistência inicial, hoje se tem como certo, que, se depender do mainstream, ele é o nome do campo conservador, de direira e extrema-direita para as eleições presidenciais de 2026. O jornal aponta a manifestação bolsonarista da Av. Paulista como o marco decisivo para o governador abraçar o bolsonarismo de perfil mais nítido e sua agenda de costumes, focada num nacionalismo cristão, traduzido no lema "Deus, Pátria,  Família e Liberdade', bem ao estilo do orbanismo, numa referência a Victor Orbán, o modelo de inspiração política que orienta o bolsonarismo brasileiro.

As eleições municipais deste ano, principalmente na capital de São Paulo, de fato, começa a esboçar o cenário que se antecipa às eleições presidenciais de 2026, sobretudo em razão dos atores políticos que medirão força no pleito. A composição desta frente ampla que sustenta a candidatura do atual prefeito, Ricardo Nunes, de fato sinaliza para 2026, conforme esses atores admitem. Aliás, nem precisavam admitir, pois isso está claríssimo. Durante a Agrishow o ex-presidente afirmou que havia plantado sementes. Elas já estão brotando. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


domingo, 5 de maio de 2024

Editorial: A batalha de São Bernardo.

Charge publicada no Jornal da Cidade, sem identificação do autor


Conhecedor das dificuldades eleitorais que enfrenta em diversas praças do país, o PT resolveu adotar uma estratégia que consiste, num primeiro momento, apoiar candidaturas viáveis eleitoralmente de partidos aliados, assumindo a condição de coadjuvante, como ocorre no Rio de Janeiro, em São Paulo e, possivelmente, ocorrerá em Recife. Outra perspectiva dessa mesma estratégia é conseguir alguns troféus em cidades importantes pelo seu simbolismo e estratégicas para o projeto Lula 2026, como é o caso de São Paulo e, a julgar pelo andar da carruagem política, São Bernardo dos Campos, no interior paulista, uma cidade com a qual o morubixaba petista mantém relações afetivas. Até o título de eleitor de Lula é desta cidade. São Bernardo, na realidade, é o berço do partido e ali deve se travar uma luta sangrenta entre petistas e bolsonaristas. 

Ali o PT apostará todas as suas fichas na candidatura do Deputado Estadual Luiz Fernando Teixeira, irmão do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, um empresário evangélico, um candidato com um perfil que pode atrair um eleitorado menos radical para a legenda. O candidato do atual gestor, o tucano Orlando Morando, que já cumpre dois mandatos, embora ainda não definido, terá o apoio do governador Tarcísio de Freitas, o que significa dizer que a renhida polarização política também vai estar presente por ali, nacionalizando a disputa. 

Até recentemente, quando esteve presente nas comemorações do Dia do Trabalho, em São Paulo, Lula cometeu o deslize de pedir votos para o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, ato que deve suscitar uma admoestação do TSE. A fala não teria sido combinada com o staff do candidato, que contará com dificuldades enormes pela frente, dada a musculatura dos apoios políticos do adversário, com duas máquinas em mãos, a municipal e a estadual. Ainda é cedo para tirarmos tais conclusões, mas a sua virada recente nas pesquisas de intenção de voto pode representar uma tendência. 

Não é só o PT que está de olho em plantar as sementes para colher os frutos em 2026. Os bolsonaristas também não pensam noutra coisa, quem sabe, até, num projeto pilotado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, caso consiga reverter sua inelegibilidade através das instâncias políticas, uma vez que, juridicamente, isso seria bastante improvável. Mas, caso o capitão não entre no jogo como candidato - já que a sua condição de cabo eleitoral já está sendo explorada pelo país afora - os nomes que podem ser acionados incluem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

Assim, deixar as bases paulistas bem adubadas para o seu projeto político nacional implicariam em vencer as próximas eleições municipais em cidades estratégicas, inclusive no chamado cinturão vermelho, ou seja, cidades de grandes colégios eleitorais, controladas pelo PT ou por seus aliados. Derrotar o PT em seu berço histórico produziria um simbolismo dos mais significativos para as forças do campo conservador. De acordo com o jornalista Ricardo Chapola, que produziu uma longa matéria na revista Veja tratando dessa batalha por São Bernardo, Lula se empenhará pessoalmente naquelas eleições. É uma questão de honra para o petista recuperar a cidade.  


sábado, 4 de maio de 2024

Editorial: A aposta política de Jair Bolsonaro para 2026.



Para o ex-presidente Jair Bolsonaro não há salvação fora da política. Sua situação jurídica é bastante encrencada, senão irreversível. A revista Veja trouxe uma excelente matéria tratando deste assunto, assinada pela jornalista Marcela Mattos, que esclarece os pressupostos em que se sustentam os bolsonaristas para ainda acreditarem sobre a possibilidade de o ex-presidente habilitar-se às urnas antes dos prazos determinados pela Justiça Eleitoral, que se estendem até 2030. 

O entusiasmo do ex-presidente nessas manifestações públicas em apoio aos seus correligionários, é o de quem, de fato, acredita em tal possibilidade, embora os reservas já estejam ensaindo um momento de entrada em campo. No momento, os mais habilitados a substitui-lo em campo são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Progressistas), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado(UB-GO), com certa prevalência do governador paulista, que já vem sendo "trabalhado' pelos setores mais conservadores.   

Segundo a matéria, as articulações dos bolsonaristas se concentram no campo político, mais precisamente na Senado Federal, onde o senador Davi Alcolumbre já teria recebido uma pauta de reivindicações com uma proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 08 de janeiro, assim como a derrubada da inelegibilidade, como já ocorrera em tempos idos, envolvendo outros encrencados. Tempo de eleições é fogo. Hoje os líderes dessas Casas se movimentam muito mais orientados pela preservação de seus cargos - ou a conquista deles, através dos seus indicados, como é o caso de Arthur Lira - do que qualquer outra coisa.  

Editorial: Bandidos explodem agência do Banco do Brasil na terra de José Lins do Rego.



Ser um Estado com altos índices de insegurança pública, no Brasil, tornou-se uma rotina entre os entes federados. Ontem estávamos discutindo por aqui o número expressivo de diligências de órgãos como a Polícia Federal, para fazer cumprir mandados de buscas e apreensões no Estado da Paraíba, onde, assim como em todo o país, observa-se um recrudescimento das operações do crime organizado. As operações da PF, assim como o Ministério Público, juntamente com a força-tarefa do GAECO, são realizadas em todo o Estado, inclusive em cidades do interior, onde acusa-se, se nos perimitem a obervação, altos índices de irregularidades nas contas públicas. 

Não há uma semana sequer onde não sejam registradas  ocorrências de alguma prefeitura municipal envolvida em licitações suspeitas. Na madrugada de ontem para hoje,dia 04, os bandidos explodiram uma agência do Banco do Brasil localizada numa cidade localizada na região do Vale do Paraíba, a cidade de Pilar, terra do escritor José Lins do Rego, autor do  eterno Menino de Engenho e outras obras consagradas da literatura regional brasiliera.

Um momento difícil que o país atravessa, onde o Governo não consegue avançar num entendimento conciliatório com a oposição, em nome do interesse público. São observados apenas pontos de divergências, onde ninguém se entende. Um bom exemplo disso é a proposta indecente de que os entes federados possam ter autonomia para deliberarem sobre o uso de câmaras nos fardamentos dos policiais em atuação, assim como sobre a aquisições de  armas.  

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo