pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Tijolinho do Jolugue: Maranhão: o comunista entrou no "jogo"?
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domingo, 14 de dezembro de 2014

Tijolinho do Jolugue: Maranhão: o comunista entrou no "jogo"?





A renúncia da governadora do Estado do Maranhão, Roseana Sarney, foi marcada por alguns simbolismos e muitas espertezas, além de um contingenciamento político que, hoje, nos parece ser sintomático da fragilidade de nosso sistema político/partidário. Precisou-se de muita diplomacia para viabilizar um jantar que o futuro governador, Arnaldo Melo, ofereceu a 300 convidados, na sede do Governo do Estado, O Palácio dos Leões. A transição não está sendo muito bem-conduzida. Flávio se queixa da ausência de informações, dos graves problemas com as finanças do Estado e, naturalmente, da incapacidade de o Governo de Roseana entender a natureza republicana da passagem de cargo. 

Com a manobra, o grupo já começa a criar os primeiros embaraços para o futuro governo. Como o vice de Roseana, Washington Luiz, também renunciou para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado, quem assume o cargo é o presidente da Assembléia Legislativa, Arnaldo Melo(PMDB). Naquele Estado, como de resto por todo o país, reproduz-se aquela máxima de Sérgio Buarque de Holanda sobre as nossas elites. Eles consideram a esfera pública apenas como uma extensão do seu quintal. A Constituição do Estado, feita sob medida para atender aos interesses do clã, prevê pensão vitalícia de ex-governador para quem assumir o cargo. Fica sub judice, portanto, os argumentos de que a senhora Roseana não desejava passar a faixa apenas por uma questão de birra ou até mesmo que a motivação para a renúncia tem algo a ver com a sua saúde fragilizada.

Talvez em nenhum outro Estado da federação se possa afirmar com tanta convicção que os problemas sociais estão diretamente relacionados ao obscurantismo político do grupo Sarney. O Maranhão é uma terra governada com mão de ferro, apenas para atender aos interesses do clã e dos seus asseclas. Mas, o mais engraçado ainda estava por vir. No seu discurso de despedida - com muito chororô dos apaniguados - Roseana comparou-se a um sol que se põe para o surgimento das trevas trazidas pela noite, numa analogia direta ao Governo do futuro sucessor, Flávio Dino.

Outro gravíssimo problema é o "fenômeno do PRI", que tende a se reproduzir naquele Estado, quiçá pela ausência de quadros que conheçam o azeite da máquina e pelos tentáculos construídos pelo clã nessas cinco décadas de hegemonia do controle político do Estado. Explico. O Partido Revolucionário Institucionalista passou 70 anos de poder no México. Quando, finalmente, foi desbancado, pelo PAN, do então ex-executivo da Coca-Cola, Vicente Fox, ao anunciar o seu "futuro" Governo, uma surpresa: tinha mais gente do "PRI" do que do PAN, o partido de Fox. 

A julgar pelos primeiros nomes cotados para assumir o secretariado do comunista Flávio Dino, o fenômeno tende a se reproduzir naquele Estado da Federação. Muitos desses nomes, conforme um amigo, dormiam com os Sarney ou participavam da cerimônia de beija mão do grupo. Esse fato vem começando a alimentar a descrença da população sobre o futuro governo.  

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