pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Lula em Minas Gerais: um olho no padre, outro na missa.
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terça-feira, 10 de maio de 2022

Editorial: Lula em Minas Gerais: um olho no padre, outro na missa.



Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do país, perdendo apenas para o Estado de São Paulo. Trata-se de um Estado estratégico para qualquer candidato que deseje viabilizar seu projeto presidencial. Ali, a disputa promete ser acirrada, pois os dois principais concorrentes às eleições presidenciais de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e Jair Bolsonaro(PL), apresentam um relativo equilíbrio de forças. O governador Romeu Zema, do Novo, que concorre ao Palácio Tiradentes, é um político de perfil conservador, com fortes afinidades com o presidente Jair Bolsonaro. 

Lula tenta um reequilíbrio de forças juntando-se ao ex-prefeito Alexandre Kalil, do PSD, que concorre ao Governo do Estado. O palanque de Lula naquele Estado, no entanto, não estaria rigorosamente montado, uma vez que a formalização de um apoio do PSD ao PT ainda não teria sido definido, fato que poderia ajudar bastante o candidato petista. O enxadrista Gilberto Kassab prepara sua melhor jogada nesse desenlace, maximizando seus dividendos do apoio. Fica evidente que o seu jogo não é conduzido pela ideologia, mas por puro pragmatismo.   

Agora mesmo, por ocasião da visita do morubixaba petista àquela praça, Alexandre Kalil(PSD-MG) não o teria acompanhado. Há rumores de que sua base de sustentação política também não estaria inclinada ao apoio ao candidato do PT. Diante desses impasses, Lula acabou falando para o chamado "cercadinho", ou seja, sindicalistas e lideranças partidárias de sua tradicional base de apoio, o que não acrescenta muito, pois, como se diz aqui no Nordeste, são favas contadas. No caso, votos contados.

Para o desconforto dessa base de apoio histórica, Lula com chuchu passou a ser apenas um aperitivo. O prato principal será bem mais indigesto. Ele precisa ampliar sensivelmente o seu cardápio político para incluir o menu da centro-direita, por mais estraho que isso possa parecer. Tem evitado falar em rever a reforma trabalhista, tampouco menciona a palavra reestatização, com receio de afugentar um eventual apoio do mercado e seus investidores. Há homens de sua estrita confiança, como é o caso de Renan Calheiro(MDB-AL), com a missão de estabelecer essa articulação com atores e partidos da centro-direita.  

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