pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Silvinei Vasques é preso pela PF no curso da operação "Pneu Careca"
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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Editorial: Silvinei Vasques é preso pela PF no curso da operação "Pneu Careca"



Na realidade, o senhor Silvinei Vasques, ex-Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, está sendo preso por suposta interferência no curso normal das eleiçoes presidenciais passadas, onde ocorreram pontos de bloqueios suspeitos em redutos tradicionalmente identificados com o petismo, como é o caso da região Nordeste. A expressão "Pneu Careca" não denomina nenhuma operação especifica, mas, salvo melhor juízo, em seus argumentos quando inquirido sobre o assunto, o ex-diretor chegou a afirmar que o objetivo da operação seria o de verificar eventuais irregularidades no transporte de eleitores, como, por exemplo, coletivos com pneu careca. Na realidade, quem quase ficou careca foi o atual presidente, Luiz Inácio Laula da Silva, que venceu aquelas eleições por uma margem pequena de votos. 

Logo após as eleições, ocorreram vários pontos de bloqueios nas estradas, ação orquestrada por bolsonaristas insandencidos - insatisfeitos com o resultado das urnas - onde a PRF também foi acusada de leniência. A encrenca é grande e se a PF teve autorização para efetuar a prisão é porque existem fatos que amparam legalmente a medida. Durante o seu depoimenbto na CPMI dos Atos Antidemocráticos, o ex-diretor trouxe alguns dados sobre as operações realizadas pela PRF, sugerindo, inclusive, que tais operações teriam sido mais efetivas em outras regiões do país, dados que não teriam se sustentados posteriormente, quando confrontados com outras estatísticas. 

O que ocorreu com o Governo Bolsonaro foi uma espécie de promiscuidade institucional. As fronteiras entre o público e o privado no país nunca estiveram tão escancaradas. Quando se analisam as instituições "permeáveis' ao bolsonarismo, então, o quadro é ainda mais nefasto. Se, como afirmava o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, essas fronteiras sempre foram tênues no Brasil, no Governo Bolsonaro elas simplesmente deixaram de existir. Um bom exemplo disso é o uso abusivo e irregular dos cartões corporativos, assim como o aparelhamento da máquina por fiéis escudeiros do projeto bolsonarista. Circula a informação, por exemplo, que agentes do aparato de inteligência "plantados" pelo bolsonarismo e que ainda permaneceram nesses órgãos depois que Lula assumiu, teriam passado dados sigilosos sobre a agenda de viagem do presidente Lula ao ex-ajudante de ordens do ancien régime.   

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