Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, continua detido. O banqueiro contratou uma equipe de alto nível de advogados, mas, mesmo assim, a banca não conseguiu relaxar sua prisão. A Polícia Federal está de posse de um telefone celular que, segundo se especula nos escaninhos da política, pode abalar os alicerces da capital federal. O banqueiro tinha contatos influentes em Brasília. O medo é que essas conversas, possivelmente com um viés de caráter não republicano, possam aparecer a qualquer momento, identificando seus autores. É nitroglicerina pura. O escândalo do Master, possivelmente, é o maior do nosso sistema financeiro, conforme se especula. Agora a bronca é o sistema garantidor do Banco Central, que deverá minimizar os prejuízos dos aplicadores que acreditaram nas taxas convidativas, acima da média, oferecida pelo banco para as suas aplicações.
Há um movimento no parlamento, embora ainda incipiente, no sentido de propor uma CPI do Banco Master, onde alguns fatos poderiam vir a à tona, independentemente do trabalho exitoso da Polícia Federal. Não enxergamos muita chance de a proposta prosperar, por razões óbvias. Sugere-se que se tratava de uma articulação política não orientada por viés ideológico, envolvendo personalidades de todas as matizes. O escândalo de corrupção envolvendo o "Rei do Lixo" é outro escândalo que contou com um azeite político forte na capital federal, assim como se sugere que também possa ter ocorrido com aquela Loja de Varejo conhecida dos brasileiros. No caso do INSS, há servidores do alto escalação envolvidos e beneficiários diretos dos descontos fraudulentos. É o Brasil. Não surpreende ninguém.
E, por falar na CPMI do INSS, amanhã, a partir das 16h:oo, o pessoal retoma os trabalhos, com novas audiências entre os convocados. Louve-se aqui o trabalho excepcional da equipe do relator, o deputado federal Alfredo Gaspar, que vem realizando uma investigação soberba, que desce às minúcias, aos detalhes das transações suspeitas dos investigados. Na última audiência, por exemplo, a equipe conseguiu estabelecer uma incrível "coincidência" entre as viagens do Careca do INSS e a senhora que estava sendo ouvida naquele momento, que viajava para o exterior em média duas vezes ao mês.

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