pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Rodrigo Pacheco: Uma aposta de Gilberto Kassab como candidato à Presidência da República.
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sábado, 28 de agosto de 2021

Editorial: Rodrigo Pacheco: Uma aposta de Gilberto Kassab como candidato à Presidência da República.


O quadro sucessório das eleições presidenciais de 2022 ainda não está definido. Há um longo percurso pela frente e, parafraseando um experiente cientista político aqui da província, tudo seria possível acontecer, inclusive nada. Vale aqui a lição de um macaco velho, daqueles que não põe a mão na cumbuca antes de ter certeza sobre o que encontrará lá dentro. O presidente Jair Bolsonaro(Sem Partido) - que pretende continuar como inquilino do Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos - não muda uma vírgula de sua estratégia de comunicação, embora as ruas sinalizem que sua postura deveria ser repensada, em razão de estar perdendo inserção junto a um eleitorado não necessariamente raiz. Há indícios que apontam que o seu ministro das comunicações, Fábio Farias,  possa ser seu companheiro de chapa, na condição de candidato a vice-presidência. Quem sabe ele o convença sobre a necessidade de alguma mudança neste sentido.
   
Jair Bolsonaro(Sem Partido) sabe que não está num céu de brigadeiro, diante de uma crise sanitária em curso e uma economia combalida, com altas taxas de desemprego, inflação crescente e sob a perspectiva sombria de uma crise energética pela frente, algo que deve pesar não apenas no bolso, mas no humor dos eleitores. Com índices de aprovação em queda, a sua reeleição  torna-se bastante incerta, se considerarmos a radiografia deste momento. Especialistas em pesquisas de aprovação de governos asseguram que um escore abaixo de 45% de bom e ótimo podem interditar uma reeleição. 

Aparecendo bem nas pesquisas de intenção de voto, o provável candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), tem articulado conversas com lideranças políticas da região Nordeste, o principal reduto eleitoral daquela agremiação partidária. Essas costuras não estão bem alinhavadas, em razão dos vários interesses políticos em jogo nos Estados da região, à exemplo do caso do Ceará, que possui um candidato à Presidência da República, Ciro Gomes(PDT-CE), e um senador que objetiva disputar as prévias tucanas, Tasso Jereissati(PSDB-CE), igualmente com o mesmo propósito. Camilo Santana(PT-Ceará), atual governador daquele Estado, já teria fechado um acordo com o grupo político liderado pelos Ferreira Gomes para viabilizar seu nome como candidato ao Senado Federal em 2022, numa composição onde o PDT lançaria o nome de Roberto Cláudio (PDT-CE) como candidato ao Governo do Estado. Camilo Santana parece não ter esperado uma sinalização do cacique petista para fechar um acordo com os Ferreira Gomes.  

O Maranhão é outro desses Estados onde as composições políticas estão confusas. Quando esteve por aquelas bandas, Lula almoçou com o Flávio Dino(PSB-MA), mas não se fez de rogado ao aceitar um convite da família Sarney para um repasto de jantar com o grupo da velha oligarquia comandada pelo cacique José Sarney, um antigo aliado do petismo no plano nacional.E olha que não foi apenas em função das guloseimas da rica culinária maranhense. Aqui na província pernambucana, onde o morubixaba petista também já esteve, o quadro também parece indefinido, em razão dos "estragos" causados pelo candidato Ciro Gomes(PDT-CE) desde as eleições municipais passadas,onde esteve presente no processo de eleição do prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE). 

Na fotografia deste momento, as pesquisas apontam para um alto índice de indefinição entre o eleitorado e uma expécie de cansaço com esta polarização entre bolsonaristas e lulistas, o que alimenta as expectativas dos candidatos que correm pela raia da terceira via, como é o caso do governador paulista João Dória (PSDB-SP), que já iniciou um périplo pelo país - desembarcando aqui na província pernambucana neste sábado - de olho nas eleições presidenciais de 2022. Os tucanos passarão por um processo de prévias, onde há quatro nomes no páreo: O do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RG), Tasso Jereissati(PSDB-CE) e Arthur Virgílio(PSDB-AM), além de Dória, que, neste momento, já está na tradicional feira de Caruaru, acompanhado da prefeita Raquel Lyra(PSDB-PE).  

É neste contexto que entendemos as movimentações do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, no sentido de manter a capilaridade política do seu partido nas próximas eleições. O PSD foi um dos partidos que mais cresceram nas últimas eleições municipais, tornando-se uma agremiação política estratégica num projeto presidencial. Há evidentes sondagens do partido no sentido de atrair o atual presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco(DEM-MG) para este projeto. O martelo ainda não foi batido, mas as conversas estão bastante avançadas. Rodrigo Pacheco tem se notabilizado nacionalmente por sua defesa intransigente da democracia, das suas instituições, da autonomia e independência dos três poderes. Segue à risca o que determina a Constituição Federal, cumprindo o papel que se espera de um homem público.  Uma postura republicana importante, nesses tempos bicudos de assédio às instituições democráticas.  

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