pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um pacote de bondades de 41 bilhões.
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sexta-feira, 1 de julho de 2022

Editorial: Um pacote de bondades de 41 bilhões.


Economistas mais consequentes, entre eles Mailson da Nóbrega, em análises recentes, desaconselharam esse pacote de bondades do Governo do Presidente Jair Bolsonaro(PL), mas, as dificuldades com o projeto de reeleição o tornaram viável, mesmo sabendo-se das suas consequências danosas para o equilíbrio das contas públicas. O pacote de bondades custará aos cofres públicos um montante superior aos 41 bilhões de reais, aprovado na condição excepcional de um estado de emergência. 

O pacote prevê o aumento do valor do Auxílio Brasil - que passaria dos atuais R$400 para R$600 ; vales para taxistas e caminhoneiros; um vale para aquisição de botijão de gás a cada dois meses; entre outros benefícios. Assim como vem ocorrendo com o Auxílio Brasil, seus efeitos sobre o eleitorado são duvidosos, embora se saiba que o problema da reeleição de Jair Bolsonaro não seja, necessariamente Lula, mas a inflação em alta, conforme enfatizamos no dia de ontem. 

A população brasileira, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas Social, nunca empobreceu num ritmo tão acelerado. A pandemia da Covid-19 deu sua contribuição para esse processo, ao desarranjar vários setores da economia, mas não foi apenas isso. As oportunidades de emprego formais voltaram a crescer, atingindo, inclusive, um dos setores mais prejudicados durante o período, o de serviços. O país, no entanto, deixou de pensar em sua população mais socialmente fragilizada, como em período anteriores, onde milhões saíram da condição de extrema pobreza. Ausência de políticas públicas eficazes, permanentes e estruturadoras são as responsáveis por produzir esse efeito "bumerangue". 

Faltam menos de 100 dias para as eleições e torna-se difícil prevê os efeitos desse pacote até lá. O problema do Auxilio Brasil, por exemplo, não estaria relacionado ao valor do benefício, mas a uma percepção entre seus beneficiários, que não estariam associando-o ao Governo Bolsonaro. Anda sendo veiculada uma campanha institucional na TV sobre o programa que, a rigor, segue o mesmo script das campanhas institucionais do antigo "Bolsa Família". Talvez o Governo esteja mais perto de descobrir qual o real problema com o Auxílio Brasil.         

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