pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A bolsonarização da Polícia Rodoviária Federal.
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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Editorial: A bolsonarização da Polícia Rodoviária Federal.



No dia de ontem, o jornal O Globo, trouxe uma longa matéria tratando de um possível processo de bolsonarização da Polícia Rodoviária Federal. Nesses tempos bicudos, convém tomar alguns cuidados ao fazer certas afirmações, mas reproduzo aqui apenas as conclusões daquele jornal carioca, que procedeu uma ampla investigação sobre o caso, observando, inclusive, a mudança de perfil de atuação do órgão - isoladamente ou em conjunto com outra polícias - ora participando de ações ostensivas, ora se envolvendo com trabalhos de investigações e inteligência, atividade que se tornaram mais ativas nos últimos anos. 

Até recentemente, li um artigo bastante lúcido de um delegado da Polícia Federal tratando do mesmo assunto, abordando o grau de contaminação do bolsonarismo na PF. Suas reflexões foram provocadas ao tratar do episódio daquele ex-Deputado Federal que disparou balas de fuzil e granadas contra agentes da corporação. Não há nada de conclusivo a este respeito, mas há vários questionamentos sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal durante operações realizadas por ocasião do segundo turno dessas eleições. 

Há muito tempo se indaga porque o país possue tantos cargos comissionados na burocracia do Estado. Salvo melhor juízo - e números mais atualizados, naturalmente - a estimativa chega a 22 mil cargos em todo o país. Com a chegada do bolsonarimso ao poder, ocorreu um processo de militarização dessa malha burocrática. Considero um pouco exagerado, mas estima-se que esse número possa chegar a 10 mil cargos. Lula já anunciou que irá "desmilitarizar' a máquina pública, o que soa como música para quem advoga princípios republicanos. 

Recomendaríamos ao novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que observasse, igualemente, uma maneira de reduzir esse percentual exorbitante de cargos de confiança na máquina estatal. Inglaterra e França são dois bons exemplos de burocracias enxutas. O novo governante chega ao poder, nomeia meia dúzia de assessores diretos e os demais, se desejam seguir carreira num órgão da adminsitração pública, vão queimar as pestanas nos livros. Por razões conhecidas, essa prática clientelística sempre prevaleceu no país, independentemente da ideologia de quem está no poder.     

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