pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Quem seria o eleitor petista que votou em Raquel Lyra?
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sábado, 5 de novembro de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Quem seria o eleitor petista que votou em Raquel Lyra?



Este editor, possivelmente, não seria um grande estrategista. Sou muito franco e guiado pelas emoções, características que não costumam serem eficientes neste terreno. Mas nada nos impedem de analisar as estratégias adotadas por alguns candidatos nessas eleições. Quatro delas nos interessaram em particular e estamos empenhados em fazer essas análises. São as campanhas para o governo do Estado de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. A escolha deveu-se ao fato de termos materiais disponíveis para nos debruçarmos sobre o assunto. Da Bahia, este editor recebeu material até de Cachoeira, uma cidade histórica da região do Recôncavo Baiano. 

Pessoalmente, poderia até escolher outras praças, mas a escassez de informações poderiam prejudicar os trabalhos. Curioso que as campanhas políticas, quase sempre, deixam alguns pontos sem nó, ou seja, alguns elementos que ou não se explicam, ou as explicações podem nos conduzir ao plano do imponderável, o que signifcaria a mesma coisa. Aqui em Pernambuco, por exemplo, nas palavras deo publicitário Édson Barbosa, a candidata Marília Arraes, do Solidariedade, deu o "abraço da morte' ao retormar a aproximação com setores mais burocráticos do socialismo local. 

Usamos outras expressões, como a Síndrome de Estocolmo, mas ambos queríamos dizer a mesma coisa: um passo em falso que custou a sua eleição. Ela foi capaz desse desprendimento, arriscou - e perdeu - as eleições, mas, por uma dessas razões desconhecidas(?), esses setores socialistas continuaram trabalhando contra a candidata, não apenas votando em Raquel Lyra, mas fazendo a máquina moer em seu favor. Quem conhece o partido aqui no Estado não necessariamente se surpreenderia com atitudes do gênero. Há, porém, uma questão intrigante, que sugere algumas investigações. Qual foi o PT que, por algum motivo, teria votado em Raqual Lyra e não em Marília Arraes? 

Como se sabe, o PT tem muitas divisões, mas, para efeito didático, talvez possamos dividi-lo em duas delas: Uma ala burocrática\oligárquica\pragmática, que comporta correntes dirigentes da máquina partidária, tem participação no parlamento e está presente na máquina estadual, ocupando cargos de confiança. Seria o PT queijo do reino, ou seja, vermelho por fora e amarelo por dentro. A outra ala seria mais ideológica\orgânica,\de base, com particiapção dos movimentos sociais. Alguns desses núcleos de base chegaram a ser expulsos do partido quando, ainda no primeiro tunro, declaram apoio à candidata Marília Arraes, quando o nome da aliança PT\PSB seria Danilo Cabral. 

É pouco provável que este grupo mais orgânico tenha sentido alguma inclinação em votar em Raquel Lyra, mesmo depois do equívoco das escolhas de Marília Arraes. Sobretudo se consideramos os apoios imediatos recebidos pela candidata Raquel Lyra de grupos bolsonaristas. Isso sugere que o PT que votou em Raquel Lyra, muito provavelmente, é o PT ligado ao primeiro grupo, que, aliás, sempre esteve em rota de colisão com a candidata, quando ela ainda pertencia aos quadros da agremiação. Escolhas infelizes da guerreira Marília Arraes. O artigo onde tratamos dessa questão pode ser lido aqui.    

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