pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: E essa onda de lacrações? Agora foi a vez do Ciro perder a esportiva.
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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Editorial: E essa onda de lacrações? Agora foi a vez do Ciro perder a esportiva.


Pululam as ondas de lacrações pelo país afora. São bolsonaristas lacrando petistas, assim como petistas lacrando bolsonaristas. Nesta briga toda, desta vez sobrou até para o ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, que acabou agredindo um rapaz, durante um show em Fortaleza, depois de ser chamado de bandido. E olha que Ciro tem se mantido equidistante dessas querelas, não se identificando nem com um lado, muito menos com o outro. O país passa por uma onda antivilizatória, onde se tornaram recorrentes  expedientes como a disseminação de fake news, promovendo verdadeiros assassinatos de reputação dos adversários políticos. Vivemos um momento de banalização da mentira. 

No escopo da descida desses degraus civilizatórios chegamos ao estágio das lacrações que, infelizmente, também estão se banalizando, tornando-se igualmente recorrentes. Ministros do STF, a exemplo de Alexandre de Moraes, assim como Luiz Roberto Barroso já passaram por essa experiência desagradável. Mais recentemente, o Deputado Federal por São Paulo, Guilherme Boulos, assim como o Ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, quando transitava pelo aeroporto de Brasília. 

Para não dizer que estamos puchando a brasa apenas para nossa sardinha, o Deputado Federal Nicolas Ferreira também foi violentamente atacado enquanto transitava pelos corredores da Câmara dos Deputados, em Brasília. Solicitou à Polícia Legislativa que prendesse o sujeito em flagrante delito. Desconhecemos por aqui os desdobramentos subsequentes. Não é dado ao homem público perder a esportiva. Mesmo ele estando certo, o comportamento é naturalmente rejeitado pelo público. Não é a primeira vez que o fato ocorre com o cearense, que já chegou a trocar impropérios com professores em greve, na condição de governador de Estado, o que é mais grave.

A impressão que se passa é a de que o ex-candidato encontra-se naquela condição bíblica de um João Batista pregando no deserto. Aluno aplicado, conhece como poucos a economia do país e, sempre que há oportunidade, tece suas considerações críticas sobre o rumo que o Brasil está tomando sob o Governo do PT. São previsões nada otimistas. Para o cearense, já estamos no fundo do poço. De fato, não é mole cobrir um rombo de mais de R$ 122 bilhões de déficit público. Para piorar ainda mais, no seu Estado, Ciro entrou em rota de colisão até com o irmão, o senador Cid Gomes, pelo controle do Diretório Estadual da legenda. Deve estar com os nervos à flor da pele.      

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