pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Uma festa bolsonarista na posse de Javier Milei.
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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Editorial: Uma festa bolsonarista na posse de Javier Milei.


Segundo informes do jornalista Josias de Souza, em sua coluna do portal UOL, o ex-presidente Jair Bolsonaro encabeça uma expressiva comitiva de brasileiros que estão indo à Argentina para participarem das festividades de posse do futuro presidente argentino Javier Milei. O séquito reuniria algo em torno de cinquenta pessoas, entre filhos, parlamentares, governadores de Estado, entre outros agregados ao clã. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por razões óbvias, declinou do convite, embora o futuro presidente argentino tenha tido a gentileza de formalizá-lo oficialmente, através de sua futura chanceler, Diana Mondino. Jair Bolsonaro chegou a esboçar um descontentamento com o gesto do argentino, mas, pelo andar da carruagem política, trata-se de um assunto superado.

Bolsonaro, aparentemente, a despeito dos problemas e dificuldades, procura manter sua uma agenda política num ritmo de regularidade, realizando um périplo de encontros por todo o país. Até recentemente, esteve em cidades importantes do Estado do Rio Grande do Norte, atraindo multidões por onde passou. Os embaraços jurídicos e burocráticos, no entanto, continuam a assombrar suas noites mal-dormidas. O TCU entendeu que alguns bens recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro são bens da União e, portanto, devem ser devolvidos no prazo de quinze dias. Sinceramente? Não gostaríamos de estar na pele do ex-Presidente da República. 

Essa coisa de não se fazer a distinção correta - e o uso, certamente - entre os interesses privados e os negócios de Estado acarretam inúmeros problemas, como sugeria, há muito anos atrás, o historiador Sérgio Buarque de Holanda. Na História recente da República, talvez não tenha havido um presidente tão descuidado em relação a essa questão como o ex-presidente Jair Bolsonaro. As "bijuterias' doadas pela Arábia Saudita ao Governo Brasileiro, quando era presidente Jair Bolsonaro, se constitui num excepcional exemplo sobre tudo que não deveria ser feito. A Receita Federal não foi informada corretamente, servidores sofreram pressão para liberar a muamba, alguns itens foram leiloados, depois recomprados, envolvendo atores diversos, alguns deles até com patente militar. Um enredo digno dos romances policiais do escritor belga Georges Sinemon.Um rolo de dimensões gigantescas, conforme expusemos por aqui em inúmeras ocasiões. É para tirar o sono de qualquer cristão.  

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