pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Os "fios soltos' no enredo da fuga dos prisioneiros de Mossoró.
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sexta-feira, 5 de abril de 2024

Editorial: Os "fios soltos' no enredo da fuga dos prisioneiros de Mossoró.



As investigações inciciais conduzidas para apurar as circunstâncias da fuga dos prisioneiros Deibson Cabral e Rogério Mendonça, do Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, apontavam, no início, para indícios fortes no sentido de uma eventual facilitação, como as luzes apagadas no momento da fuga, por exemplo, assim como desleixo com as ferramentas deixadas no pátio por uma empresa que estava realizando obras no presídio. Não se pode afirmar muita coisa sobre as câmaras, uma vez que, em sua maioria, elas não estavam funcionando há muito tempo. 

O relatório final, no entanto, aponta apenas para falhas humanas, sem indícíos de uma eventual facilitação por parte de agentes públicos. Alguns foram punidos, outros estão respondendo a inquéritos administrativos. Embora os presos tenham sido apresentados como "renegados" pela facção à qual pertencem, o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, hoje se sabe que eles contaram, sim, com um efetivo apoio do grupo, que pode ter sido facultado desde o momento em que empreenderam fuga da unidade prisional, a julgar pelo número de prisões efetivadas desde então.  

A tese disseminada de que eles teriam sido jurados de morte pela própria facção, portanto, sugere ter sido algo plantado. Na realidade, a fuga, segundo se especula, teria sido muito festejada pela facção, apresentada como um troféu, que poderia estimular ações do tipo pelos presídios do país a fora, como, de fato, representou, se considerarmos o número de fugas de unidades prisionais apenas nesses primeiros meses do ano. 

Agora a Polícia Federal empreende esforços no sentido de identificar quem teria dado suporte financeiro à operação de fuga dos dois prisioneios, que transcorreram 1.600 km desde a unidade prisional, em Mossoró, até a cidade de Macapá, no Pará, onde foram recapturados. Além de um fuzil, vários aparelhos celulares foram apreendidos com o grupo, o que deve facilitar as investigações. Com o desfecho do caso, talvez o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, se sinta mais à vontade em prestar maiores esclarecimentos numa eventual audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.   

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