A pré-campanha do Deputado Federal Guilherme Boulos à Prefeiuta da Cidade de São Paulo, vai ficar marcada por essa derrapagem inicial cometida pelo seu padrinho, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu votos para o afilhado durante evento comemorativo ao Dia do Trabalho. Hoje, um desses grandes jornais paulistas está cobrando que o TSE aplique uma punição severa contra o ato, que até o Planalto admite que infringe as normas. Sabe-se que o TSE ordenou que o vídeo com a fala do presiente fosse retirado do ar imediatamente.
Prevê-se a aplicação de uma multa, mas há quem advogue que as transgressões também envolveriam o financiamento do evento, o que resultaria em outras implicações. De qualquer forma, o estrago já está feito. No dia ontem, ouvimos uma entrevista de um dos membros do Instituto Paraná Pesquisas, que fez várias ponderações sobre a chapa Boulos\Marta, assim como as razões da arrancada do candidato Ricardo Nunes neste momento da pré-campanha. Ele chamou a atenção para o fato de ter sido imposto o nome de Marta Suplicy sem qualquer articulação de apoios mais efetivos, o que, certamente, está ocorrendo em relação à demora de o prefeito Ricardo Nunes, bater o martelo em relação ao assunto.
Se considerarmos, por exemplo que Ricardo Nunes já teria "descartado' qualquer possibilidade de a escolha recair sobre o seu auxiliar Aldo Rebelo, por ele ter se filiado ao MDB, o mesmo partido do prefeito, entende-se a sua preocupação sobre o fato de que o escolhido, de fato, possa agregar valor à chapa e, consequentemente, à disputa. Recentemente, Nunes declarou que tem, ao menos, dez nomes na agulha, aguardando o melhor momento de escolher um deles. Até um bolsonarista raiz está nesta lista de espera.
Pelo andar da carruagem política, Marta Suplicy foi escolhida pelo morubixaba petista antes mesmo de Boulos, dado o grau de atropelos. A princípio, Marta foi pensada para se contrapor às críticas à ausência de experiência administrativa de Guilherme Boulos, mas, a rigor, o aspecto ideológico parece não ter sido devidamente avaliado. Marta não se constituirá em nenhum escudo para proteger Boulos dos inevitáveis ataques de "radicalismo", algo que deverá ser bastante explorado na campanha.
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P.S.: Do Contexto Político: Esta postagem está tendo uma grande repercussão, o que nos contingencia a emitir algumas explicações por aqui: a) Embora Marta tenha dado uma guinada conservadora, deixando o PT, filiando-se o MDB e tornando-se Secretária de Relações Internacionais do próprio Governo Ricardo Nunes, não há hipótese de ela vir a se tornar uma espécie de representante da Faria Lima na chapa do psolista. Os petardos lançados pelo adversário sobre os eventuais radicalismo de Guilherme Boulos não serão aparados pela presença de Marta Suplicy na chapa; b) Conclui-se que o convite formulado a ela pelo morubixaba petista deveu-se, naturalmente, à sua experiência administrativa - algo ausente na trajetória política de Guilherme Boulos - assim como a sua penetração em algumas zonas específicas da capital paulista, onde, eventualmente, ela possa agregar potencial eleitoral à chapa. c) Em todo caso, estamos diante de uma chapa do tipo puro-sangue, numa eleição crucial e estratégica para o Planalto. Para os analistas políticos, o risco é muito alto e esta essa composição poderia ter sido melhor avaliada.
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