Dizem que a popularidade de Cláudio Castro(PL-RJ)não estava muito bem antes da Operação Contenção, a mais letal operação realizada pela polícia do Rio de Janeiro, que resultou na morte de 132 pessoas, entre os quais dois policiais militares e dois policiais civis. As controvérsias em torno do assunto são inúmeras, algumas previsíveis, como a dissonância entre o Governo Federal e o Governo Estadual no que concerne ao combate ao crime organizado. Para o Governo Federal, as ações são de responsabilidade do estado do Rio de Janeiro, enquanto Cláudio Castro afirma que agiu sozinho exatamente pela ausência de apoio do Governo Lula. Já estava exaurido em pedir tal apoio.
O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, tem agenda com o governador Cláudio Castro, que, simbolicamente, já antecipou que receberá o ministro no quartel-general das operações contra o crime organizado. Cláudio Castro mostra-se magoado pelo fato de não ter recebido qualquer apoio por parte do Governo Federal. Na realidade, há várias entidades preocupadas com a ocorrência, pedindo explicações ao Governo do Rio de Janeiro. Entidades reclamam que não tiveram acesso às perícias realizadas nos corpos, já em fase de conclusão. Está tudo muito turvo, portanto. O governador informa que as operações apenas se encerram depois da captura de Doca, um dos chefes do Comando Vermelho, que se encontra foragido.
Doca é paraibano, mas, assim como ele, outras tantas lideranças do Comando Vermelho se encontravam abrigadas nas favelas da Penha e do Alemão, uma espécie de quartel-general do CV. Havia dois pernambucanos no grupo capturado pela forças policiais. Essas hospedagens é mais uma das formas de negócio do grupo. Corremos o sério risco de uma nova carnificina. O pior é que, segundo algumas enquetes realizadas e a repercussão "positiva" nas redes sociais, talvez em razão do calor do momento, haveria um certo estímulo às ações desta natureza. A narrativa de que bandido bom é bandido morto já vem sendo construída há algum tempo e está enraizada no imaginário de alguns segmentos populares, que acabam apoiando tais iniciativas.
