pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO
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segunda-feira, 18 de março de 2024

Editorial: Operação "Fake Loan" em Curral de Cima.


Localizada na microrregião do litoral norte paraibaino, nos limites das cidades de Rio Tinto e Mamanguape, a cidade de Curral de Cima é uma dessas típicas vilas interioranas, onde as pessoas se reúnem na praça central para prosear no final da tarde, realizam suas feiras aos sábados, nunca deixando de incluir a carne de charque, prefencialmente a ponta de agulha para engordar o feijao, assim como a farinha de mandioca para abastecer a despensa. Missa aos domingos, excursão para alguma cachoeira de cidade vizinha como opção de lazer e, naturalmente, romaria em alguma época do ano para pagar as promessas aos santos da Igreja Católica, agradecendo pelas graças alcançadas. 

Recentemente, no entanto, a cidade passou às manchetes dos jornais locais por um outro motivo: A operação "Fake Loan", desencadeada pelo GAECO, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da Paraíba. Os órgãos de fiscalização e controle detectaram transações irregulares contraídas através de empréstimos falsos, que servidores de cargos de confiança faziam, em alguns casos, contingenciados por constrangimentos. Suspeita-se que o atual gestor do município possa estar envolvido nessas irregularidades.  

O mecanismo é intrincado, mas, no final, a grana acabava chegando às mãos dos seus reais destinatários, ou seja, os cabeças do esquema fraudulento. É curioso como pode faltar soluções para os reais problemas enfrentados pelos municípios brasileiros, mas a criatividade neste terreno viceja. Hoje, um dos mecanismos mais eficazes de lavagem de dinheiro do tráfico, por exemplo, são determinadas igrejas evangélicas, onde o dinheiro sujo pode ser transformado em ofertas dos fiéis, livres do crivo das instituições de controle do Estado. 

Editorial: PSDB: "Há vida inteligente na política fora dos extremos"


Este é o slogan utilizado pelo "novo' PSDB, cuja estrela é o ex-governador mineiro e candidato presidencial Aécio Neves. Nos últimos encontros do partido, tem sido ventilada a hipótese de uma candidatura presidencial da legenda nas eleições de 2026. Como é a burocracia partidária quem acaba decidindo questões dessa natureza, o sobrinho de Tancredo Neves parece levar vantagem nas articulações internas, o que mata de ciúmes o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS). 

Justamente agora, num momento em que o gaúcho teria alguma chance, eis que ressuscitaram o nome do ex-governador mineiro. Aécio aposta alto, mas, a rigor, se conseguir viabilizar o seu nome para disputar o Palácio Tiradentes já ficaria de bom tamanho. Não seria com ele que o partido, como sugere o slogan, quebraria essa polarização ou radicalização entre petistas e bolsonaristas. O partido passa por um momento delicado. A quadra de São Paulo, onde o partido mantinha o seu ninho mais emplumado, talvez seja, emblematicamente, um espaço onde essas dificuldades possam ser dimensionadas. 

O partido, em apenas seis meses, trocou de direção quatro vezes. A bancada do partido, formada por seis vereadores, deseja apoiar o nome do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP) à reeleição, algo que a direção nacional da legenda rejeita peremptoriamente. Não seria coerente, sequer, com o slogan de sua campanha publicitária. Soma-se a isso, uma enorme dificuldade de ajustes. Alas do partido, com o sinal verde da direção nacional, inclina-se a apoiar o nome de Tabata Amaral, do PSB. É o meio-de-campo ideal para legenda, uma vez que o seu padrinho político é um velho militante do partido, o atual vice-presidente Geraldo Alckmin. 

Há quem sugira que o ex-governador esteja ensaiando uma eventual volta ao aconchego do ninho, depois das refregas sofridas pelo PSB nos arranjos das reformas administrativas do Governo Lula. Geraldo sempre enfatiza que Tabata Amaral é o que há de novo no cenário da disputa paulista. Quando você puxa o fio para o cenário pernambucano, aí é que o caldo entorna de vez, pois a atual governadora tucana Raquel Lyra não suporte nem ouvir falar no assunto. Tabata Amaral atualmente namora o atual prefeito do Recife, João Campos.   

Editorial: Lula se reúne com ministros para afinar a orquestra.



Hoje, dia 18, está agendada uma grande reunião no Palácio do Planalto entre Lula e os seus ministros. Há um número expressivo deles que se encontra com o morubixaba petista apenas nessas ocasiões, o que já sinaliza um problema. Um aspecto positivo, depois das recentes pesquisas que apontam uma queda de popularidade ou avaliação positiva do Governo, é que o presidente Lula tem admitido que o Governo não tem feito as entregas prometidas em campanha. Pelo menos em tempo hábil, numa perspectiva mais otimista.  

A queda de popularidade neste momento é algo que acende a luz amarela por razões óbvias. Dentro de mais alguns meses teremos eleições para as prefeituras municipais, onde todos os partidos procuram arregimentar um exército de prefeitos e vereadores pelo país, criando a musculatura política necessária para enfrentar as urnas nas eleições presidenciais de 2026. Salvo algumas excepcionalidades, nas eleições municipais é cada um por si, pois estamos tratando dos interesses específicos das agremiações partidárias. Todos os partidos correm numa raia própria, de olho no seu fortalecimento. 

O maior partido de oposição, o PL, por exemplo, tem objetivos bem específicos nessas eleições municipais. O partido deseja eleger o maior número possível de prefeitos, de olho na formação de uma bancada poderosa de senadores, com capacidade de tomar de assalto a bastilha do Senado Federal, de onde poderiam enfrentar uma eventual quarto Governo Lula, assim como continuar em sua cruzada contra o Poder Judiciário. Na hipótese, naturalmente, de Lula sobreviver até lá e o capitão continuar inelegível, pois, se depender dos grupos mais radicais, Jair Bolsonaro estará no pleito. Eles simplesmente ignoram sua inelegilidade. 

Gostaríamos muito de saber qual será o puxão de orelha que Lula dará nos seus ministros. Há diversos flancos em aberto, alguns deles criados pelo próprio morubixaba, ao fazer declarações infelizes no contexto das relações internacionais. Vamos ser sinceros por aqui. O Governo passa por um momento difícil, num instante em que o país atravessa a tormenta de um stress institucional e a Oposição bolsonarista avança nas ruas e nas Casas Legislativas. 

O PL trabalha um nome do partido para concorrer às próximas eleições na Câmara dos Deputados. Segundo informações de um jornal paulista, Lula teria consultado o marqueteiro Sidônio Palmeira sobre a questão da comunicação institucional. Pelo andar da carruagem política, pode sobrar para os seus atuais responsáveis. O problema, no entanto, é a "agenda", que parece ter caducado em alguns aspectos, embora permaneça perene em outros tantos.     

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 17 de março de 2024

Editorial: E se Bolsonaro for proibido de participar das próximas eleições municipais?


Para alguns analistas, as medidas recentemente tomadas pela Suprema Corte sugerem que eles já estairam formando algum juízo de valor sobre as investigações conduzidas pelo Polícia Federal em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sobretudo em torno da real participação do ex-presidente no tocante as tessituras golpistas que culminaram com as mobilizações do 08 de janeiro. Em bom português, parece haver culpa no cartório. Uma dessas medidas diz respeito à proibição explícita de que o ex-presidente participe de algum evento em que estejam envolvidos as militares ou forças policiais. 

Com reticências no início, o ex-presidente entrou de sola na campanha dos partidários rumo as eleições municipais do próximo ano, onde o PL prevê a diplomação de um exército de prefeitos. No dia de ontem, participou do lançamento da candidatura de Alexandre Ramagem, na sede da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, no Rio de Janeiro.  Em Abril, precisamente entre os dias 13 e 14, deverá desembarcar na capital paraibana para prestigiar o lançamento da candidatura do seu ex-Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que disputar a Prefeitura de João Pessoa nas eleições de 2024. 

Diante das circunstâncias adversas, ou das encrencas jurídicas em curso, setores do seu partido passaram a se preocupar com a eventualidade de o capitão ser proibidio de participar das próximas eleições municipais. Faz algum sentido porque ele poderia ser legalmente proibido de participar, consoante o entendimento jurídico das autoridades eleitorais. O difícil será explicar isso para os bolsonaristas raízes que apostas, não se sabe baseado em que, que ele poderá participar das eleições presidenciais de 2026.  Como candidato!  

Editorial: Gleisi Hoffmann sofre agressão covarde de membro do MBL em Natal.



O que ocorreu no Aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, quando a Presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann foi atacada por um integrante do MBL, é algo profundamente repulsivo e execrável, mas infelizmente previsível, em razão deste climão de radicalização política em que o país está mergulhado. O deputado Fernando Mineiro, que saiu em defesa da companheira de partido, revidando os ataques verbais de caráter misóginos do integrante do MBL, poderá sofrer uma representação junto ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, de acordo com o Deputado Federal Kim Kataguiri(UB-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre. 

Este país entrou numa espécie de stress institucional de dimensões gigantescas. Descemos alguns degraus no processo civilizatório. Se continuarmos neste diapasão, esta radicalização só acaba quando um dos polos esmagar o outro, como sugere o sociólogo jamaicano Stuart Hall. Vejam que situação: A Presidente da legenda entra com uma queixa junto à Polícia Federal contra o agressor, que já teria sido identificado.  Quem saiu em sua defesa também se encontra, no mínimo, numa situação desconfortável. 

O Brasil realmebte não é um país para amadores. No dia ontem foi divulgado os gastos com publicidade institucional do Governo Federal. Sabem os leitores petistas quem abocanhou a maior fatia dessas verbas publicitárias? Isso mesmo, o O Jornal Nacional, da Rede Globo. De um modo geral, os grandes veículos de comunicação do país não ajudam muito o Governo do PT. Hoje, excepcionalemente, um desses grandes jornais escritos pede uma punição rigorosa para aqueles que estiveram comprovadamente envolvidos nas tessituras golpistas do 08 de janeiro. Conforme, afirmamos, excepcionalmente. Podem apostar que teremos uma semana de editoriais pela frente contra o Governo Lula.  

Editorial: Se o PSDB apoiar Tabata em São Paulo, a governadora Raquel Lyra poderá deixar o partido.



Até recentemente, a cúpula nacional e estadual dos tucanos estiveram em Pernambuco, com o propósito de prestigiar a governadora Raquel Lyra. Haviam compromissos formais, mas, a rigor, o evento serviu mesmo para colocar panos mornos numa relação difícil que a gestora mantém com a legenda. Raquel Lyra defende posições que vão de encontro às diretrizes da legenda, como uma posição mais institucinal e menos oposicionista com o Palácio do Planalto. Soma-se a isso, o assédio constante de outros grêmios partidários pelo passe da governadora, como é o caso do MDB e do PSD, comandado nacionalmente pelo bruxo Gilberto Kassab. O PSD, inclusive, já participa do seu governo.  

O momento que a governadora enfrenta no Estado não é dos melhores, como se sabe, mas, como ensinava a raposa mineira Magalhães Pinto, política é como as nuvens. Elas podem está menos carregadas até 2026. Liderança política das mais promissoras, mesmo enfretando intempéries em áreas nevrálgicas como a da segurança pública, a governadora sempre tem seu nome na bolsa de apostas para uma eventual candidatura ao Planalto. Neste sentido ela se torna uma "grande' ameaça aos projetos políticos do prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), jovem com grandes ambições políticas, nunca inferiores as do seu pai, o ex-governador Eduardo Campos.  

Essa jovem geração tucana teria um papel fundamental no soerguimento da legenda. O problema é que, até ou sobretudo internamente, eles vivem se bicando, como é o caso do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que não faz questão de disfarçar suas insatisfação com a legenda. Uma das missões de Marconi Perillo, atual presidente nacional da legenda, é a de cumprir este papel de pacificação. Ontem comentamos por aqui, o esboço de um eventual apoio do partido à candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP) à Prefeitura de São Paulo. No dia de hoje, 17, o jornal Folha de São Paulo traz uma matéria informando que, caso isso se concretize, a governadora poderia deixar a legenda tucana.   

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 16 de março de 2024

Editorial: Nílvan Ferreira filia-se ao Republicanos e confirma pré-candidatura à Prefeitura de Santa Rita.



Os bolsonaristas optaram pelo nome do ex-Ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, para disputar a Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições, inviabilizando, assim, as pretensões do comunicador Nilvan Ferreira, um bolsonarista roxo. O bolsonarismo no Estado sempre esteve identificado com o radialista Nilvan Ferreira. Essa questão é tão séria que, mesmo diante de tais circunstâncias, até os socialistas estão de olho no apoio do candidato em João Pessoa. É pouco provável que um bolsonarista raiz vote num nome vinculado ao PSB, mas, enfim. 

Diante das contingências, o radialista resolveu procurar abrigo político na cidade de Santa Rita, onde teve a maior votação na eleição passada, quando disputou o Governo do Estado. Havia algumas especulações em torno do assunto, mas hoje ninguém mais tem dúvidas de que ele será candidato à prefeito da cidade em 2024. Ontem, dia 15, o comunicador filiou-se ao Republicanos com o propósito de viabilizar o seu projeto político na cidade. Suas redes sociais tem divulgado suas movimentações no município, conhecido pelos enormes partidos de cana. 

Nilvan assegura que terá um exército composto por 70 candidatos a vereador a trabalhar pelo seu nome como candidato a prefeito. Não terá vida fácil pela frente, uma vez que há grupos políticos consolidados atuando na cidade há décadas. Neste aspecto, a despeito da experiência acumulada durante os anos que vem atuando na política, naquele terreno ele é um cristão novo, atuando num ambiente de raposas bem cevadas. Todo cuidado ainda é insuficiente.   

Editorial: Manobra do Grupo de Trabalho Especial prejudica as aspirações de Cida Ramos em João Pessoa.



Eles não gostam muito do termo, mas foi exatamente isso o que ocorreu. A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores intervém na escolha do candidato do PT que deverá disputar a Prefeitura de João Pessoa. A Excutiva Municipal havia deliberado que os candidatos do partido deveriam se submeterem a um processo interno de prévia, onde seriam escolhidos, se submetendo ao crivo dos militantes, num processo bastante democrático. A proposta não foi aceita por um dos aspirantes, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo, por duas vezes prefeito da capital dos paraibanos. 

O ex-gestor concorreia no processo interno com a Deputada Estadual Cida Ramos, que continua firme em seu propósito de participar das prévias. A tessitura, articulada entre os dirigentes locais e o GTE (Grupo de Trabalho Especial, coordenado pelo senador Humberto Costa), naturalmente, que a prejudica. Não seria improvável que ela teria melhores condições de competitividade na disputa interna com o Luciano Cartaxo, principalmente depois de algumas declarações infelizes do petista.  

O GTE - Grupo de Trabalho Especial -, que está encarregado de articular as estratégias e definir os candidatos do PT que disputarão as próximas eleicões municipais pela legenda desembarcou na Paraíba exatamente para, em conjunto com o diretório local da legenda, bater o martelo sobre a definição de um nome, passando por cima das democráticas previas, que embalaram as decisões tomadas pela legenda no passado, tornando o partido o mais democrático do nosso sistema partidário. 

Espanta saber que grandes lideranças do partido, que estiveram junto com a militância desde aqueles dias difíceis da década de 80, quando o PT foi fundado, tenham sucumbido de forma tão radical ao processo de oligarquização ao qual o partido foi submetido ao longo desses anos. Numa entrevista concedido a este editor, o ex-deputado Paulo Rubem Santiago confessou que o partido, por absoluta falta de espaços, se reunia, emblematicamente, no Sindicato das Empregadas Domésticas, aqui no Recife. 

Para o sociólogo alemão Robert Michels, que, em 1911 cunhou o conceito de Lei de Ferro das Oligarquias, trata-se apenas de uma questão de tempo para instituições como sindicatos e partidos políticos assumirem esse processo de oligarquização. Quem estudasse o PT daqueles tempos, talvez não chegasse a essas conclusões. Muitos estudiosos, inclusive de outros países, vieram ao Brasil exatamente para entender melhor o fenômeno daquele grêmio partidário com características tão particulares. 

Tudo isso passou. Hoje o partido foge das prévias como o diabo foge da cruz. A intervenção é um indicador claro de que setores do partido teriam a tendência de apoiar o nome de Luciano Cartaxo para a disputa, prejudicando, sensivelmente, a aspiração natural da deputada Cida Ramos(PT-PB), assim como a militância orgânica que fecharia com ela nas prévias internas. Uma pena.     

Editorial: Caçada humana II

 



A princípio, seria impossível fugir da prisão de Alcatraz, localizada na baía de São Francisco, nos Estados Unidos. Fortaleza erguida numa ilha, os presos que conseguissem sair de suas dependências iriam se deparar, necessáriamente, com um mar frio e bravio, infestados de tubarões. Congelariam ou seriam mortos pelos tubarões. À época, para aquela unidade prisional, foram encaminhados os presos  da mais alta periculosidade do sistema prisional americano. Contrariando todos os prognósticos, três deles conseguirm emprender fuga da prisão, o que culminou com o seu fechamento. 

Preocupa saber que o Ministério da Justiça estaria tomando medidas para aumentar a "segurança" nos presídios de segurança "maxima' do país. No caso de Alcatraz, investigações conduzidas pelo FBI, depois do episódio, acabaram praticamente confirmando o êxito da fuga daquela unidade prisional. No caso do presídio de Mossoró, as falhas são clamorosas. Vamos deixar, por enquanto, a Polícia Federal concluir as suas investigações sobre o episódio. A caçada os fugitivos, por outro lado, até este momento, não lograram êxito em suas recapturas. Os dois detentos estão fugindo por um período superior a um mês, mobilizando 600 homens, além de helicópteros, cães,  representando um ônus bastante pesado para o erário. 

Convocado pelo Camissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Orgnizado da Câmara dos Deputados, o Ministro Ricardo Lewandowski pediu um tempo para se inteirar melhor da situação. Esteve recentemente em Mossoró, onde afirmou, consoante as informações recebidas, que os presos ainda estariam no perímetro do Estado. Convém sempre deixar claro que o ministro assumiu recentemente o cargo e tomou todas a medidas para esclarecer, de fato, o que ocorreu em relação a esta fuga de uma unidade prisional federal. 

Há muito que se falava sobre eventuais falhas no sistema de segurança naquela unidade prisional. O número expressivo de câmaras que não estavam funcionando é uma evidência cabal de que algo não ia bem por ali. Já há quem esteja sugerindo desmontar o exército de homens que está sendo mobilizado na captura dos fugitivos. Diante dos fatos, é algo a ser pensado com carinho.    

Editorial: Em depoimentos, comandantes militares confirmam que houve tentativa de golpe.



O Contexto Político não goza da condição de ter acesso a trechos ou documentos com relatos exclusivos, como ocorre com outros órgãos de imprensa que, geralmente, em razão de fontes privilegiadas, antecipam-se aos acontecimentos, publicando grandes reportagens sobre temas que ainda não vieram a público. Os últimos depoimentos de militares sobre a trama golpista que culminou com o 08 de janeiro conseguiram dissipar todas as eventuais dúvidas em torno do assunto. O país passou por um momento delicado, onde, mais uma vez, determinados atores tramaram contra as nossas instituições democráticas e estiveram na iminência de decretarem um Estado de Sítio que mergulharia o Brasil, mais uma vez, nas trevas do autoritarismo.   

O que chega aos nossos e-mails, na verdade, são sugestões de pautas ou solicitações de internautas sobre informações mais aprofundadas acerca de determinados assuntos, quase sempre de teor acadêmico, como um prospecto escrito pelo sociólogo Gilberto Freyre, ainda nos idos de década de 60, a pedido do governador Marco Maciel, que, por alguma razão, desperta enorme interesse entre nossos leitores, talvez pelo inusitado do tema, tratado por um pensador que tinha fortes vínculos orgânicos com a aristocracia açucareira da região. 

Como uma das temáticas de nossas abordagens literárias envolvem a oligarquia industrial dos Lundgren, não é incomum, igualmente, questionamentos acerca das relações sociais e históricas que tal  oligarquia manteve no país, principalmente no período em que o grupo atuou como industriais têxteis  no Nordeste brasileiro. Isso ocorreu desde o início do século passado, passando pelas décadas seguintes, de intensas movimentações sociais no Brasil e no exterior, como a ascensão do Nazizmo na Alemanha, assim como a Ditadura do Estado Novo no país.  

O Supremo Tribunal Federal, através do Ministro Alexandre de Moraes, acaba de quebrar o sigilo dos depoimentos de vários envolvidos ou investigados na tentativa de golpe do 08 de janeiro. Como antes trabalhávamos através de vazamentos pontuais, produzidos por tais fontes privilegiadas, hoje, depois da liberação integral do teor desses depoimentos, já podemos tratar do assunto com mais segurança. O argumento do ministro foi exatamente neste sentido, ou seja, evitar as diferentes versões que passaram a sair pela imprensa, por vezes a partir da interpretação dos jornalistas.  

Existe, sim, a confirmação do então comandade da Aeronáutica do Governo Bolsonaro, o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista, assegurando ser verdade que o general Freire Gomes ameaçou dar voz de prisão ao ex-presidente caso ele insistisse na proposta de um golpe de Estado. Ocorreram várias reuniões da alta cúpula militar, ligada ao então governo, para discutir essa tal minuta. Os depoimentos do general Freire Gomes, assim como o do brigadeiro Carlos de Almeira Baptista, conforme havíamos antecipado em postagens anteriores, amarra os eventuais fios ainda soltos dos depoimentos do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, através do acordo de colaboração premiada.

Tanto seus advogados, quanto o próprio Jair Bolsonaro se pronunciaram no sentido de minimizar tais conclusões dos depoimentos, que estão tendo uma enorme repercussão na imprensa e redes sociais desde então. O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a sugerir que tais falas são fantasias que podem ser creditadas ao campo do folclore. O fato é que a situação se complicou bastante para o ex-presidente. Enaltecemos aqui a postura dos comandantes militares legalistas, Freire Gomes e Carlos Baptista, que agiram em respeito à nossa Constituição, cientes dos seus deveres cívicos, impedindo que mais um ciclo de trevas e obscurantismo se abatesse sobre o país.  

sexta-feira, 15 de março de 2024

Editorial: PT nacional deve bater o martelo na escolha do candidato do partido que disputará a Prefeitura de João Pessoa.



O ex-Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve desembarcar em João Pessoa entre os dias 12 e 13 de abril, com o propósito de prestigiar o seu nome como candidato do PL à Prefeitura de João Pessoa. Nesses últimos dias, andou ganhando espaço na mídia local uma eventual candidatura de outro bolsonarista ao posto, o pastor Édson Queiroz, assim como Queiroga, um bolsonarista raiz. Neste caso, eles vão precisar construir algum consenso em torno do assunto. Provavelmente uma chapa bolsonarista raiz, com Queiroga na cabeça e pastor Édson na vice. 

O mais difícil Queiroga já conseguiu na burocracia partidária do PL local, que foi a retirada do nome do radialista Nilvan Ferreira do páreo. Nilvan alega que bateu em outras portas partidárias, mas todas se fecharam para ele. O radialista possui um histórico de disputas políticas no Estado, sempre alinhado com a direita bolsonarista. Neste quesito, Queiroga é um cristão novo. No caso do PT, conforme comentamos ontem por aqui, a situação não é tão simples. O ex-prefeito da capital por dois mandatos, Luciano Cartaxo, colocou seu nome para a disputa, mas o diretório local está diivido entre seu nome e o da Deputada Estadual Cida Ramos. 

No dia de ontem, ficamos sabendo que o grupo nacional da legenda criado com o objetivo de definir estratégias e escolher os nomes que disputarão as eleições municipais pelo partido, irá resolver tal pendenga, batendo o martelo em torno do assunto, definindo o candidato do PT que disputará as próximas eleições municipais. Em tal cenário, leva mais vantagem o nome com maior capilaridade política nacional. Com dois mandatos exercidos como prefeito, é bem provável que o nome de Luciano Cartaxo seja o escolhido. 

Houve tempo, há muitos anos atrás, em que as decisões emanadas dos diretórios regionais eram bem mais respeitadas pela Executiva Nacional. Isso hoje se tornou irrelevante. Estávamos no dia de ontem lendo uma matéria que tratava das capitais brasileiras onde o PT deverá ter uma candidatura própria. A lista, para a nossa surpresa, é até expressiva.  

Editorial: Os tucanos cogitam a possibilidade de apoiar Tabata Amaral em São Paulo



Desnecessário mencionarmos aqui os inúmeros erros cometidos pelos tucanos ao longo desses últimos anos, responsáveis diretos pela situação em que eles se encontram hoje, tentando aparar as arestas internas, juntar os cacos e se recompor enquanto um grêmio partidário importante, que já ocupou a Presidência da República por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso. O PSDB nasceu como uma ala autêntica, dissidente do antigo PMDB, com nomes de peso no cenário político brasileiro, a exemplo de Mário Covas e Franco Montoro. 

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, assume a presidência da legenda num momento bastante delicado. Esteve recentemente aqui no Recife com o propósito de prestigiar a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE), que, segundo especula-se, estaria sendo assediada pelo PSD e o MDB. A governadora defende uma posição menos radical do partido em relação ao Governo Lula, com quem estabele parcerias importantes para o Estado. É voto vencido em tal posição. O afago também cumpre a função de evitar mais uma provável "sangria' na legenda.   

Os problemas do partido, aliás, são generalizados, ou seja, ocorrem por todo o país. Não raro, o governador do Rio grande do Sul, Eduardo Leite, também demonstra insatisfações com o partido. Em São Paulo, onde a legenda construiu o seu ninho mais emplumado, as coisas também não vão bem. Num passado distante, dizia-se que parcela do eleitorado paulista era fielmente tucana. Hoje a prudência não recomenda apostar nesta hipótese. Enquando o PL festejava a presença de milhares de pessoas na Paulista para prestigiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, os tucanos lavavam as roupas sujas na sede do partido no Estado. 

Sobretudo numa eleição municipal, a estratégia ótima que se apresenta para reestrurar um grêmio partidário seria lançar o maior número possível de candidatos às prefeituras municipais, sem os constrangimentos impostos pelas alianças em nível nacional. Ocorre, porém, que, nem sempre, esses nomes estão disponíveis, como ocorre em São Paulo, onde o partido, simplesmente, não conta com nenhum nome competitivo para a disputa do Edifício Matarazzo. 

Neste caso, teriam que elencar, entre os concorrentes,  o nome de alguém com um perfil de afinidade suficiente para que eles pudessem apoiar. O apoio a Ricardo Nunes(MDB-SP) seria uma das hipóteses, mas eles não querem dar tanta bandeira. Por enquanto, melhor não se meter nesta briga de cachorros grandes entre Boulos e Nunes. A ideia de não radicalizar em relação ao Planalto, conforme sugere Raquel Lyra, também está descartada. Sobraria, como opção, alguém com o perfil de Tabata Amaral, ali pelo centro do espectro político, apadrinhada por um ex-tucano do bico fino. 

As negociações avançam, mas existem alguns embaraços, como a exigência dos tucanos no sentido de indicaram o candidato a vice na chapa, cargo já prometido ao apresentador José Luiz Datena. O mais interessante nessa história é que, em Pernambuco, a governadora tucana Raquel Lyra é inimiga figadal do prefeito do Recife, o socialista João Campos, que namora a Deputada Federal Tabata Amaral. São as cambalhotas que o campo da política pode produzir. No Estado vizinho, a Paraíba, os socialistas não rejeitam nem mesmo os bolsonaristas arrependidos. 

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 14 de março de 2024

Editorial: Os equívocos da PEC das drogas. Há um açodamento do Legislativo.



No dia de ontem, armou-se uma grande confusão no parlamento depois que um deputado da bancada da bala dirigu algumas expressões ofensivas à memória da vereadora Marielle Franco. A sessão precisou ser interrompida. Como já haváimos previsto por aqui, se o clima já foi pesado em 2023, em 2024 ele promete ser ainda mais acirrado entre Governo e Oposição. Trégua na realidade nunca houve, mas a Oposição bolsonarista parece que, embalada por ventos favoráveis, deve ter concluído que chegou o momento de encurralar o Governo Lula. Cruzaram uma linha que não tem mais volta. Podem apostar nesta tese. 

Numa cajadada só, tal oposição atinge dois coelhos, um no Executido e outro no Poder Judiciário. Há quem acredite que o pedido de vistas nessa questão, quando em discussão e votação no STF, tenha sido, na realidade, um freio de arrumação com o objetivo de acomodar as constantes indisposições entre os poderes Legislativo e o Judiciário no tocante às reclamações sobre uma eventual intromissão indevida de um poder sobre o outro. O Governo também não gostaria que a PEC fosse aprovada nesses termos. Só para contrariar, os bolsonaristas radicalizaram com a questão, aprovando um projeto que prevê punição para o porte de drogas em qualquer quantidade.

Isso se constitui num grave problena num país como o nosso, com uma cultura carcerária histórica, com presídios abarratados, com superlotação, presos mantidos em condições desumanas, que estão longe do ideal de recuperação ou reitegração. A medida é inócua para os principais disseminadores de drogas, que são os narcomilicianos. Curioso como os bolsonaristas da chamada bancada da bala, que são pessoas oriundas das forças militares e policiais, não conseguiram enxergar o problema na dimensão que ele exige. Estavam muito mais preocupados em rebater essa questão que estava sendo discutida no Poder Judiciário.    

Editorial: PT apresentará candidato à Prefeitura de João Pessoa. João Azevedo acompanha?



Embora permanece na base de sustentação do Governo Lula, inclusive ocupando ministérios na Esplanada, a relação entre petistas e socialistas já teve dias melhores. Mesmo se o morubixaba petista disputar a reeleição em 2026, hoje já existe a certeza de que o vice-presidente Geraldo Alckmin não o acompanha na empreitada. O apoio explícito do vice à candidatura de Tabata Amaral(PSB-SP), em São Paulo, já é analisada como a construção de um caminho de volta às origens do ex-governador Geraldo Alckmin. Aqui em Recife, por outro lado, o PT insiste, sem sucesso, para emplacar o nome da vice que integrará a chapa de reeleição do prefeito João Campos(PSB-PE), uma estrela em ascensão na constelação socialista nacional. 

Pelo Brasil afora, sobretudo num momento de eleições municipais, onde as alternativas "egoístas" se sobressaem, pois as alianças partidárias podem ser menos consistentes, existe um clima de um certo azedume entre os dois grêmios partidários. O PSB, possivelmente, foi um dos partidos mais prejudicados nas minirreformas administrativas para abrigar o pessoal do Centrão no Governo Lula. Por outro lado, em situações como a da capital de Paraíba, João Pessoa, podem faltar "alternativas" aos governantes, como é o caso do governador João Azevedo, do partido socialista. 

Ao que se sabe, nenhum nome foi rigorosamebte preparado para esta missão na alquimiia da cozinha do Palácio da Redenção, assim como ocorreu com o próprio governador, durante o mandato de Ricardo Coutinho. João era uma espécie de supersecretário de Ricardo Coutinho, que o preparou para sucedê-lo. Em João Pessoa há uma intensa mobilização de grupos conservadores de olho na Prefeitura. O atual prefeito, Cícero Lucena, filiado ao PP, tentará a reeleição. Marcelo Queiroga, ex-Ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, disputará pleito pelo PL. O pastor Sérgio, também ligado ao bolsonarismo, poderá entrar na disputa. 

O PT está dividido, mas deverá lancar uma candidatura própria, que poderá ser o ex-prefeito Luciano Cartaxo ou a Deputada Estadual Cida Ramos, que disputá com ele a indicaçaõ. A questão que se coloca é sobre qual seria o destino do apoio do socialista João Azevedo na capital dos paraibanos. João já acenou até para ex-bolsonarista, como é o caso do radialista Nilvan Ferreira, apeado da disputa pelo grupo de Marcelo Queiroga. Sugeriu esquecer o passado e apoiar o nome do radialista em Santa Rita, a terra dos canaviais. A guinada do governador, muito provavelmente, indica que ele espera o apoio do bolsonarista para um eventual candidato de sua preferência em João Pessoa. Está confuso o quadro. Se ele vier a apoiar um nome do PT, Nilvan o acompanhará? Certamente que a resposta é não. Isso significa que nossas considerações procedem.   

Editorial: As costuras políticas "conservadoras" de um ex-comunista.



Aldo Rebelo foi, durante muitos anos, um militante ativo do PCdoB. Chegou a exercer três mandatos de Deputado Federal pelo partido. Num dos governos Lula, foi indicado para assumir o Ministério da Defesa. Se os militares já tinham resistência de aceitar um civil no cargo, imaginem os leitores um civil de perfil comunista. Foi uma fase em que a caserva esteve muito focada em sua funções precípuas. Melhor se tivessem continuado assim, cuidando das nossas fronteiras, construindo estradas, formando novos militares e até participando dos churrascos nos clubes militares de vez em quando.  

Até um ex-militante da Guerrilha do Araguaia, como foi o caso de José Genoíno, também ocupou aquela pasta. Era uma época, igualmente, que, muito provavelmebte, esses cargos cumpriam funções estritatamente burocráticas. Hoje, nas atuais circunstâncias, depois que os miitares voltaram a se envolver com a política, exige-se do atual ocupante da pasta a contingência de ter que tratar de assuntos mais espinhosos, nevrálgicos, como a eventual punição aos militares que estiveram envolvidos nas tessituras golpistas do 08 de janeiro, assim como a ordem do dia 31 de março, quando se completam 60 anos do golpe Civil-Militar de 1964.  

Mas, a rigor, o objetivo dessa postagem é para tratar desta transmutação ou decomposição ideológica do ex-comunista Aldo Rebelo. Como não estamos acompanhando todo esse processo, ficamos bastante surpresos quando o seu nome foi indicado para substituir o nome da reconvertida petista Marta Suplicy na Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo. Agora começa a circular a notícia de que há setores do staff político do prefeito que sugerem a indicação do nome de Aldo Rebelo para a compor a chapa de reeleição de Ricardo Nunes, ocupando a vaga de vice. 

Haveriam fortes resistências à aceitação do nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para assumir o posto, o ex-comandante da Rota, Ricardo de Mello Arraújo. Aldo por sua vez, depois que fez a autocrítica - é assim que se diz? - e deixou de ser comunista tem sido muito bem recebido pelas hostes bolsonaristas e não teria arestas a aparar junto aos militares. O entrave talvez seja mesmo o Presidente Nacional do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, que deseja colocar um vice do partido na chapa para facilitar a formação de uma boa bancada de vereadores da legenda. De preferência, a maior da Câmara Municipal. Segundo dizem, Bolsonaro poderia aceitar o nome de Aldo Rebelo. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 13 de março de 2024

Editorial: As sucessivas fugas do sistema prisional brasiliero.



No dia de ontem, 12, onze detentos que estavam realizando um trabalho externo no pátio de um presídio no Ceará empreenderam fuga. Neste ano, o Estado do Ceará tem registrado inúmeras fugas de presos, embora alguns deles sejam recapturados logo em seguida. Numa dessas fugas, os presos cavaram um túneo a partir da latrina que ficava numa das celas. 12 deles conseguiram empreender fuga. O mais curioso é que as imagens tiradas do local depois da fuga mostram sacos de areia retirados empilhados nos espaços de concreto onde os presos dormiam, sem possibilidade de serem enxergados de fora da cela. Conclui-se que fazia um bom tempo que as celas não eram revistadas, o que significa uma falha no sistema de segurança. 

Não podemos fazer uma afirmação com mais precisão por aqui, mas, a princípio, nos parece que a fuga do presídio de Mossoró deve ter estmulado outras fugas pelo país afora. Somente este ano já foram registradas fugas nos Estado do Piauí, além de Minas Gerais. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, dois outros detentos fugiram de um presídio de segurança máxima estadual. Um deles foi recapturado numa espécie de "Hotel do Crime", ou seja, uma residência que se prestava à finalidade de abrigar presos em fuga. Os caras estão muito bem organizados. 

No dia de ontem, a Policia Federal fez algumas considerações sobre as dificuldades de recapturar os presos que fugiram da Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O argumento é que eles estão num terreno que oferece boas condições de empreender fuga, diferentemente das circunstâncias do que ocorreu com Lázaro Barbosa, em Brasília. Lázaro precisava exigir comida das casas por onde passava ou se escondia. Os fugitivos de Mossoró têm acesso a mangas, melões, melancia, bem como o terreno é arenoso, o que facilita cavar buracos. Soma-se a isso, as constantes chuvas, que apagam os rastros deixados.

Estamos ainda em meados do mês de março, sendo precipitado fazer algum prognóstico sobre estatísticas de quantos presos empreenderão fuga no ano, assim como estabelecer algum comparativo com os anos anteriores. Em todo caso, é possível que o caso de Mossoró tenha estimulado outras fugas pelo país afora. O Governo Lula tem um sério problema de segurança pública a ser enfrentado. Há quem afirme, inclusive, que a adoção das medidas duras verificadas em São Paulo já se seja uma medida de o governo de Tarcísio de Freitas se "contrapor' às fragilidades do Governo Federal em torno do enfrentamento do problema.   

Editorial: Autoridades do Governo Lula continuam reticentes a participarem das incômodas audiências no Legislativo.



Vamos ser francos por aqui, como fizemos no dia de ontem, ao afirmar que, a esta altura do campeonato ideológico, serão inúteis os esforços do Governo Lula ao tentar uma reaproximação com os evangélicos. Na mesma linha de raciocínio, também não se espere boa vontade dos congressistas ligados ao bolsonarismo em menter uma postura mais republicana e menos belicosa com o Governo. Eles já cruzaram a linha e estão apostando num desgaste cada vez maior,  e, quem sabe, até num impedimento do presidente Lula. Os primeiros resultados dessa "sangria" do Governo poderão ser aferidos nas próximas eleiçóes municipais, onde eles tentarão ganhar mais musculatura política, liderados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Mesmo em tais cricunstâncias, o Governo não pode se furtar em atender aos convites ou convocações emenadas de comissões que estão sob a hegemonia da oposição bolsonarista mais radical, as chamadas três "B". No mesmo diapasão que foram bastante felizes ao convidar o Presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o Deputado Federal Nikolas Ferreira(PL-MG), para participar da cerimônia do anúncio de mais 100 Institutos Técnicos Federais, que serão espalhados pelo país afora, inclusive em bairros da periferia.  

Afinal, para o bem ou para o mal - mais para o mal - o parlamentar está à frente de uma das mais importantes comissões do Poder Legislativo. É preciso, Lula, radicalizar neste sentido, com atitudes de conciliação e de criação de ambientes de "normalidade". O país está muito polarizado e esgarçado, com armas em punho o tempo todo, e não se constrói coisas muitos positivas em ambientes turvos assim. Como advertia o sociólogo jamaicano Stuart Hall, isso só acaba quando um dos polos esmaga o outro.

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado teve inúmeros problemas em relação às suas convocações do então Ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal. Salvo melhor juízo, tal comissão já aprovou requerimento para a convocação do atual titular daquela pasta, Ricardo Lewandowski. Por enquanto, na forma de "convite". O país hoje enfrenta um gravíssimo problema de segurança pública e a população precisa ouvir as autoridades públicas em torno do assunto. Preocupa quando a autoridade pública, mesmo antes da formalização da convocação, já começa a alegar problemas de agenda.

P.S.: Contexto Político: Como a população jovem não está nem aí - como diria o governador Tarcício de Freitas - para essa polarização, vejam a tietagem em torno do deputado Nikolas Ferreira.  

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 12 de março de 2024

Editorial: O PT não recupera mais o capital político perdido junto aos evangélicos. O partido já foi suficientemente "demonizado" pela extrema-direita.



A experiência de vida nos ensina que algumas coisas ou não compensa o esforço ou simplesmente não mais podem ser revertidas. Eis aqui uma situação que pode exemplificar a relação dificílima construída pelo PT junto ao eleitorado evangélico. O partido abriu a guarda e a direita ou extrema-direita tratou de fazer o serviço. O próprio Lula, ainda no início da campanha presidencial, já teria chegado à conclusão de que se trata de um caso perdido, ao admitir que não sabia como o partido havia criado um hiato tão gigantesco com esta parcela do eleitorado.

O PT, enquanto agremiação partidário, passou por um processo interno de oligarquização violento e afastou-se das bases. Segundo o sociólogo Robert Michels, trata-se de um processo natural e irreversível quando estamos tratando de organizações sindicais ou partidos políticos. Neste caso, é inútil tentar fazer este caminho de volta. O divórcio já está consolidado. Os evangélicos também mudaram muito ao longo desse tempo, algo que não foi acompanhado pela legenda, colocando para o partido o mesmo dilema da última campanha, quando seus líderes não chegaram a uma conclusão sobre que caminho trilhar para esta reaproximação. Talvez não haja este caminho. Há alguns anos atrás, quem poderia imaginar o fenômeno nas narcomilícias evangélicas?  

Pelo andar da carruagem política, alguns próceres petistas estariam aconselhando a Lula a adotar os mesmos expedientes de alguns anos atrás, onde o partido tinha alguns interlocutores que cumpriam a tarefa de limpar o meio de campo junto às lideranças evangélicas. Mais ou menos o mesmo que se fazia ainda na década de 80, quando o morubixaba petista se candidatou pela primeira vez e os evangélicos, já então insuflados pelas narrativas mentirosas da direita, achavam que ele iria comer as criancinhas. 

Por essa época, aqui em Pernambuco, o saudoso professor Robinson Cavalcanti, bispo anglicano ligado à legenda, cumpria muito bem esta missão de desfazer essas narrativas equivocadas. As últimas pesquisas apontando a queda de popularidade de Lula passaram a preocupar sensivelmente alguns setores da legenda, que consideram ser urgente a necessidade de impedir a erosão de aprovação do Governo.  O PT, por exemplo, está perdendo a guerra de narrativas sobre a pauta de costumes para a direita bolsonarista. Junto a este nicho eleitoral, a queda de popularidade do PT vem caindo sensivelmente. 

Com duas comissões das mais importantes - onde a pauta de costumes é agenda recorrente - a de Constituição e Justiça e a de Educação nas mãos de bolsonaistas radicais os leitores podem bem imaginar as dores de cabeça que virão pela frente. Neste sentido, há rumores de que o Governo pode entrar para valer na disputa que se trava pela sucessão do alagoano Arthur Lira na Presidência da Câmara dos Deputados. A ideia é apostar todas as fichas na candidatura do pastor Marcos Pereira, do Republicanos. Só não vale deixar o Lira perceber a manobra. 

Editorial: Pesquisa do Datafolha aponta empate técnico entre Boulos e Nunes em São Paulo. A surpresa e Marina.



Talvez em razão da grande credibilidade conquistada pelo Instituto Datafolha - uma vez que outros tantos institutos já apontaram a tendência de grande equilíbrio na disputa pela Prefeitura da Cidade de São Paulo - nenhuma das últimas pesquisas de intenção de voto sobre a disputa na capital paulista repercutiu tanto como esta última divulgada pelo Instituto. Um outro fator que pode ter pesado diz respeito à queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontada, inclusive, pelo próprio Datafolha, com um recorte sobre o seu desempenho no Estado, onde o morubixaba petista perde 9 pontos em relação à pesquisa anterior do Instituto. 

A rigor, o apoio expressivo do presidente Lula ao candidato do PSOL, Guilherme Boulos, não mudou significativamente o cenário de suas expectativas ou tendência de votos. Tampouco o ingresso da ex-prefeita Marta Suplicy alterou o quadro. Por outro lado, vivendo um momento de céu de brigadeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro(PL-DF), mesmo com as encrencas jurídicas em curso, pode ter contribuído para alavancar o desempenho de Ricardo Nunes(MDB-SP) nas pesquisas de intenção de voto. A diferença entre ambos, Nunes e Boulos, observadas em pesquisas anteriores, já foi bem mais expressiva. Como já afirmamos por aqui, do ponto de vista estritamente eleitoral, os políticos que subiram no palanque da Paulista para acompanhar o capitão fizeram um cálculo político correto. 

Conta a favor de Nunes, inclusive, uma rejeição menor do que a do candidato apoiado  pelo Planalto. A candidata do PSB, Tabata Amaral pontua com 8% das intenções de voto, igualmente em empate técnico com a candidata do Novo, que crava 7%, numa performance até surpreendente, assim como ocorre com o candidato do PSTU, Altino, que aparece com 2% das intenções de voto, um escore nada desprezível para um candidato de um partido essencialmente anti-burguês. O PSTU é oriundo da tendência Convergência Socialista, expulsa do PT pelo seu radicalismo e recusa em entrar no processo de institucionalização da legenda. 

Assim como a própria Marina reclama, também consideramos prematura por aqui as análises sugerindo que a candidata do Novo possa estar sendo confundida com a Ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva. Apesar das rusgas internas, o Novo é um partido em ascenção. Marina Helena é suplente de deputada federal, o que quer dizer que já se expôs ao eleitorado. Pode estar colhendo os frutos dessa exposição.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 11 de março de 2024

Editorial: Lula perde três pontinhos preciosos em sua avaliação positiva.

Crédito da Foto: Carlos Becerra

O Instituto Quaest\Genial realizou duas pesquisas sobre a avaliação do Governo Lula. Na primeira pesquisa, as avaliações com o conceito de bom ou ótimo chegam a 54%, enquando na segunda tal índice cai para 51%. Não estamos acompanhando a série histórica dessas pesquisas, inclusive envolvendo outros instututos, o que nos dariam uma margem de análise com maior segurança. No dia de ontem, no entanto, fomos ler alguns artigos, escritos por analistas isentos, tratando desta questão. Ao final, a nossa conclusão é que há, sim, motivos para o Planalto acender a luz amarela em relação ao assunto, seja em razão das "entregas', seja em relação à comunicação sobre tais entregas, seja em relação aos escorregões verbais que se tornaram recorrentes.  

No frigir dos ovos, não há motivos para o Governo se perder nas  comemorações sobre os bons ventos soprados pelos índices econômicos. Enquanto o Governo enfatiza o crescimento da economia - que ficaria conhecido como o Pibão do Lula - há indícios fortes de retração dos investimentos no país, assim como tem aumentado as taxas de inadimplência da população. Lula tem cometidos tropeços que poderiam ser simplesmente evitados, como as reiteradas falas infelizes no contexto das relações internacionais, onde vem amargando rotundos fracassos, como este mais recente em relação às eleições na Venezuela. 

Na realidade, o Maduro afastou do pleito, de forma ilegítima, a principal candidata de oposição, María Corina Machado. Simples, assim. Assim será enquanto ele estiver no poder no país. Trata-se de uma eleição irremediavelmente comprometida em sua largada. A Oposição bolsonarista, por sua vez, explora com vigor esses tropeços, controlando comissões, fazendo avançar suas pautas, sensivelmente contra os interesses do Governo, como a que propõe a extinção do instituto da reeleição.

Em circunstâncias assim, o melhor que se tem a fazer é uma autocrítica, ponderando sobre os aspectos ou políticas governamentais que podem ser melhoradas, assim como refletir sobre eventuais equívocos cometidos no tocante à comunicação institucional. Sugerir, por exemplo, que se trata de uma manipulação, estabelecendo-se um raciocínio focado na teoria da conspiração, não ajuda muito na reversão deste cenário. A referência aqui é sobre as insinuações de uma autoridade do Governo Lula ao abordar essa questão.   

Editorial: Mauro Cid será ouvido novamente pela Polícia Federal.



Vamos antecipar essa postagem por aqui porque logo estarão circulando informações sobre o teor do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal, marcado para logo mais, no curso das investigações sobre a tentativa de golpe de 08 de janeiro. É curioso como essas informações chegam à imprensa, mas não iremos tratar deste assunto no momento. Antes mesmo do depoimento, por exemplo, já circulam pelas redes sociais a informação de que os investigadores não estariam satisfeitos com as informações obtidas, o que poderia implicar numa eventual nova prisão do militar. 

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tem sido uma espécie de parâmetros para confirmar ou não o depoimentos de outros agentes ouvidos, seja civis ou militares como ele. Sua colaboação premiada, portanto, assume uma importância incomensurável para se checar, com precisão, a participação - ou até mesmo a omissão - de agentes envolvvisos na trama golpista que poderia ter mergulhado o país nas trevas do obscurantismo. Até recentemente, o militar enfatizou que nunca apontou diretamente o ex-presidente como o artífice de uma proposta de golpe de Estado, assim como não assumiria o adejetivo de traidor, algo que está sendo imputado a outros militares.  

A essa altura do compeonato, o stress institucional é imenso. O país não passa por um bom momento. A Oposição cria musculatura dentro e fora do parlamento, os índices de aprovação do Governo Lula cai e o ex-presidente Bolsonaro parece que amplia sua popularidade, a julgarmos pelas manifestações de apreço que ele consegue arregimentar pelo país afora. Os bolsonaristas mais entusiasmados preconizam sua candidatura já em 2026, quando sabem, a princípio, que ele foi declarado inelegível. Não conseguimos entender qual o cálculo político que este pessoal tem em mente. 

Um dos suportes mais observados para ancorar a tentativa de decretação de um estado de sítio, nos idos anteriores ao 08 de janeiro, era exatamente a negação do resultado do pleito presidencial que elegeu Lula presidente. Falava-se, até, na realização de novas eleições, mas, muito provavelmente, tal proposição não passava da condição de "bravata". Vocês conhecem algum golpista que conviva bem com a realização de eleições? Exceto aquelas onde já se sabe, aprioristicamente, os seus resultados.  

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 10 de março de 2024

Editorial: Magno, o novo mascote do Palácio do Campo das Princesas.



Existem alguns fatos curiosos envolvendo o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, mas são fatos merecedores de um tratamento mais específico, missão impossível numa postagem como esta. Há quem afirme, por exemplo, que as "princesas' costumam aparecer aos frequentadores dos jardins de suas cercanias. Alguém que já esteve em sua "cozinha", por outro lado, já nos relatou alguns fatos inusitados que ocorreram entre suas quatro paredes. Alguns desses fatos vão para o campo do folclore e outros para o folclore político propriamente dito, quando aparece algum estudioso dessas curiosidades, que são cada vez mais raros. 

Diante dos baixos índices de aprovação percebe-se, nitidamente, um esforço enorme do Governo do Estado de Pernambuco em se contrapor a tais percalços através de investimentos efetivos em propaganda política, inclusive pelas redes sociais. Quando a gente se vê acossado, mesmo numa circunstância extremamente adversa, convém tomar todos os cuidados possíveis para definir a melhor estratégia de reação. A governadora precisa cercar-se dos cuidados necessários para enfrentar a questão crucial da violência que assombra o Estado de Pernambuco. 

A Polícia Militar de São Paulo, no dia ontem, salvo melhor juízo, no curso da Operação Litoral, assassinou um rapaz de cor negra, cego, em confronto, dentro de sua residência, sem mandado para invadi-la. Não há estratégia de marketing político que consiga superar essa imagem. A matéria da revista Veja mostra uma série de outras questões em jogo quando analisa o desempenho do Governo Estadual, mas nada superior ao problema do recrudescimento da violência, com o potencial explosivo de desmontar o seu Governo. Isto não pode ser ignorado. 

Não é investindo em marketing político, mesmo que enfatizando áreas onde as ações do Governo possam estar acertando, que os índices de violência deixarão de afetar o imaginário coletivo. No caso de São Paulo, como pode uma autoridade pública afirmar que não tem satisfação a dar à sociedade? Tampouco aos organismos internacionais como a ONU? Quando a própria ouvidoria admite a ocorrência de eventuais excessos? Também não se pode partir para o "confronto" abdicando-se dos princípios legais, constitucionais ou republicanos. Quem não lembra da famosa foto do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, descendo de um helicóptero para comemorar uma operação bem-sucedida da polícia?  Alguns meses depois deixaria o cargo. 

Aconselhe-se com as pessoas certas, construa suas diretrizes a partir da espertise já adquirida pelas políticas públicas já desenvolvidas pelos governos anteriores, com humildade, sem rusgas ou melindres ideológicos. Não há nenhum plano ou política pública desenvolvida no Estado para o enfrentamento da violência melhor concebido ou mais estruturado do que o Pacto pela Vida. Saúde para o Magno, o novo mascote do Palácio do Campo das Princesas, um cachorrinho adotado, depois de acompanhar a governadora durante a cerimônia alusiva à Revolução Pernambucana.   

Editorial: Governo luta para recuperar espaços perdidos nas comissões



Há várias maneiras de analisarmos a derrota do Governo Lula no que concerne a ver entregue a Comissão de Constituição e Justiça e de Educação nas mãos da oposição bolsonarista raiz. Isso irá representar uma tremenda dor de cabeça para o Governo daqui para frente. Como diria o general G. Dias, vamos ter problemas. Uma das saídas encontradas é fortalecer as articuações com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira(PP-AL), assim como integrar-se melhor na disputa por sua sucessão na Casa. 

O Governo encherga com simpatia o nome do pastor Marcos Pereira, comandante do Republicanos, que trava uma batalha na disputa na Câmara e outra no partido, com o propósito de manter o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na legenda. Tarcísio estaria com um pé no PL. A despeito das boas relações do ex-presidente Jair Bolsonaro com os evangélicos, Bolsonato já aconselhou aos seus comandados a não votarem no pastor. Marcos Pereira é líder da poderosa Assembléia de Deus.  

Neste momento das nuvens, para usarmos uma simbologia da raposa mineira Magalhães Pinto, a engrenagem mói em favor do candidato apoiado por Arthur Lira, o Deputado Federal baiano Elmar Nascimento. As nuvens, no entanto, mudam de formato com o tempo e o Governo parece apostar em tal hipótese. O Governo foi bem aquinhoado na contemplação das comissões, mas essas duas comissões em particular são extremamente estratégicas e a oposição, principalmente a bolsonarista, possui uma agenda preocupante e temerária, seja do ponto de vista político, seja do ponto de vista civilizatório. Um retrocesso por aqui não está descartado.  

Se, no ano anterior, já tivemos sessões tumultuadas, imaginem os leitores o que nos aguardam em 2024. O enfrentamento entre os senadores Kajuru e Cleitinho foi apenas a entrada. Aguardamos, com alguma ansiedade, o início dos trabalhos das comissões, principalmente aquelas propostas a partir do confronto de interesses entre os Três Poderes da República.