pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Amanhã pode chover, João.
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sábado, 10 de junho de 2023

Editorial: O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Amanhã pode chover, João.



Recentemente, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), reuniu-se com os seus assessores mais próximos para comemorar os indicadores de uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, apontando uma excelente avaliação da população recifense à sua gestão. Com escore de 66,3% de bom é ótimo, João aparece como terceiro colocado neste ranking, abaixo apenas dos prefeitos de Salvador, Bruno Reis, com 68%, e do prefeito de Manaus, David Almeida, com 67,3%, mesmo assim, dentro da margem de erro do Instituto. Se as eleições para a Prefeitura do Recife fossem hoje, era dada como certa sua reeleição. As eleições serão em outubro de 2024 e há uma intensa movimentação no campo conservador em torno dessas eleições, com nomes já postos, dentro de uma estratégia de fortalecimento para as eleições presidenciais de 2026. 

Política, como ensinava a raposa mineira Magalhães Pinto, é como as nuvens. Até outubro muito coisa pode ocorrer, mas parece que o jovem prefeito vem adotando uma boa estratégia de "manejo político" da situação, colocando-o como uma ator competitivo em qualquer circunstância. João abriu um diálogo com amplos segmentos políticos do estado, afagando até mesmo a oposição, o que facilita bastante o seu trânsito, de um espectro a outro deste campo, habilitando-o a azeitar a sua gestão e estabelecer as mais distintas possibilidades de negociações e costuras aliancistas para 2024.   

Ns eleições municipais de 2020, João abriu uma rota de colisão com o PT, chegando a afirmar que o partido não participaria de sua gestão. Rusgas perfeitamente superadas, a julgar pelas articulações em torno da indicação de alguns nomes socialistas para ocuparem cargos na máquina federal, como Danilo Cabral, com o aval do morubixaba local da legenda petista. Neste arranjo, duas secretarias foram entregues ao PT. Danilo chegou a ser alertado, com uma nota da legenda socialista, sobre o envolvimento do prefeito do Recife no seu apadrinhamento. 

Amanhã pode chover e João Campos se deu conta de que é preciso se preparar para as chuvas e tempestades, sejam elas naturais ou produzidas pelas nuvens cinzentas da política. Seu trabalho junto aos canais, morros e encostas da periferia do Recife, com obras para evitar eventuais danos durante as chuvas, vem sendo muito elogiado. No caso do Recife, reside aqui um dos maiores desafios de qualquer gestão da cidade. Com a morte prematura do pai, o ex-governador Eduardo Campos, João foi pinçado, acidentalmente, para o campo da política. Não acreditamos que fossem esses os seus planos.

Quando decidiu que concorreria à Presidência da República, um sonho que acalentava desde os tempos de estudante universitário, o ex-governador Eduardo Campos promoveu uma verdadeira conciliação política no estado, criando uma espécie de eduardolização da política local. Conforme afirmamos em artigos escritos à epoca, Eduardo desejava um céu de brigadeiro quando partisse do Aeroporto Internacional dos Guararapes para Brasília, num comparativo entre o estado e a capital federal. Eduardo estabeleceu diálogo com os mais ferrenhos adversários do avô, Dr. Miguel Arraes, a exemplo do hoje senador licenciado Jarbas Vasconcelos. Como seu maior projeto político no momento é tornar-se governador nas eleições de 2026, o filho parace ter aprendido a lição deixada pelo pai. Amanhã pode chover, mas ele vem se preparando para enfrentar as tormentas. Inclusive a política.  


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