pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A fadiga do eleitorado brasileiro com a polarização.
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sábado, 20 de novembro de 2021

Editorial: A fadiga do eleitorado brasileiro com a polarização.


Stuart Hall, sociólogo jamaicano negro que fez carreira em universidades britânicas, costumava afirmar que a criação binômios nas análises sociais e na vida cotidiana não são muito saudáveis para a sociedade, uma vez, como desfecho, há sempre a sopreposição de um pólo sobre o outro. Ou seja um dos pólos está sempre desejando esmagar o outro. Em várias pesquisas de intenção de voto, o eleitorado brasileiro demonstra que está chegando a esta mesma premissa em relação às próximas eleições presidenciais, programadas para ocorrer em outrubro de 2022. 

Curiosamente, os candidatos que lideram a corrida presidencial de 2022 amargam altas taxas de rejeição. Há, igualmente, 30% do eleitorado que se encontra no grupo dos "nem nem", ou seja, não desejam votar nem em Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP)) e nem em Jair Bolsonaro(Sem Partido). Embora este eleitorado também não tenha, até o momento, se decidido em torno de um nome da terceira via, que pudesse quebrar essa polarização. Em razão de propor uma pauta programática bastante ampla - falou-se até na criação de uma força tarefa para enfrentar o problema da fome no país - o ex-juiz Sérgio Moro, no momento, é quem reuniria melhores possibilidades de entornar esse angu, a despeito dos problemas a ele relacionados, como a avaliação, por parte de um eleitorado mais bem informado e consciente, sobre a sua conduta durante os trabalhos da Lava-Jato. 

Com base em pesquisas internas realizadas, o Podemos garante que ele é um candidato viável. Isso, possivelmente, o ajudou a decidir-se entrar no jogo presidencial. Não se pode dizer que sua assessoria não tem feito o dever de casa, preparando-o para enfrentar temas importantes para o país, tentanto descontruir a imagem de um candidato de uma nota só, o que seria um tiro no pé. Durante o lançamento de sua candidatura, por exemplo, ele falou sobre desemprego, fome, meio ambiente e, naturalmente, corrupção, que está em seu DNA, para o bem ou para o mal. 

Como já afirmamos em editorial anterior, corrupção não é mais o tema que empolga o eleitorado, diante da crise econômica e sanitária que o país atravessa. Não deixa de ser um tema que tem sempre sua importância num país como o nosso, mas passa despercebido, como diria o economista Roberto Campos, quando a parte mais sensível está sendo afetada: o bolso. E, por falar em temas que poderão definir os rumos das eleições presidenciais de 2022, a avaliação do candidato que pretende continuar como inquilino do Palácio do Planalto sempre tem um peso decisivo. Antes de qualquer coisa, é preciso informar que essa premissa vale para qualquer candidato que tente a reeleição. Os analistas, inclusive - com base em suas experiências e ancorados nas pesquisas - asseguram que um candidato que esteja com um escore inferior aos 40% de bom e ótimo, dificilmente se reelege. 

Uma avaliação ruim aliada ao descarrilo da economia - com inflação, retração de consumo e desemprego em alta,por exemplo - constitue-se numa combinação explosiva. Como o observou o Mago Antonio Lavareda - cientista político pernambucano - a partir da análise da última pesquisa do XP-IPESPE, a postura do governante para o enfrentamente da crise da pandemia da Covid-19, nestas eleições, também poderá ter um peso decisivo,embora,pelo menos no país, em razão da vacinação, estejamos enfrentando um arrefecimento do número de contágio e mortes.    

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