pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Clima pesado nas eleições que definem o novo dirigente do União Brasil.
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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Editorial: Clima pesado nas eleições que definem o novo dirigente do União Brasil.



De tão escabrosas, não vamos aqui entrar nas nuances sobre o que anda rolando na sucessão dentro do União Brasil. São chantagens, ameaças, intervenções da Executiva Nacional e casos de polícia. Nem parece que estamos tratando de uma sucessão dentro de um grêmio partidário. Dizer que o acordo que havia entre Luciano Bivar, atual dirigente da legenda, e o vice, Rueda, foi quebrado pelo atual manda-chuva é o mínimo. Se dependesse dele,não entraríamos no processo eleitoral que deve escolher o novo dirigente nacional da legenda.  

Este apego ao cargo do pernambucano Luciano Bivar vem desde a época em que ele dirigia o PSL, ocasião em que trocou inúmeros entreveros com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Sabe-se muito bem o que estava em jogo. Concretizada a funsão do PSL com o DEM, o acordo previa que ele assumisse o comando da legenda, enquanto ACM neto assumiria a Secretaria-Geral do recém-criado União Brasil. O estilo de Luciano Bivar desagradou imensamente uma boa parte dos integrantes da legenda pelo país afora.  Uma de suas estratégias foi agir com mão de ferro para manter o controle sobre os diretórios regionais, inclusive o de Pernambuco, quando judicializou uma decisão soberana dos conterrâneas que escolheram o nome do Deputado Federal Mendonça Filho para dirigir o partido no Estado.  

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é outro integrante da legenda que não se bica com o atual dirigente partidário. Bom de trato, bem articulado e com o apoio de inúmeros membros da legenda, Rueda deve ser conduzido à condição de novo presidente do União Brasil. Será que vamos precisar entrar numa nova contenda para retirar o teimoso Luciano Bivar de sua poltrona? Não conhecemos muito bem qual a linhagem familiar dos Bivar, mas algo está sugerindo um DNA do velho coronelismo da política pernambucana. 

Na terra do "familismo amoral" as coisas funcionam mais ou menos assim. Instituições públicas são tratadas como negócios familiares desde 1500. Sempre que tratamos desses assuntos por aqui, personagens como o cientista político norte-americano Benfield e o historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda se remexem nas suas tumbas, conclamando: Bem que eu avisei!!!  

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