pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, tornou-se o alvo principal da oposição bolsonarista.
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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Editorial: A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, tornou-se o alvo principal da oposição bolsonarista.



 

Primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde, Nísia Trindade, nos últimos meses, tornou-se a integrante do Governo Lula mais convocada para audiências no Legislativo. Salvo pelo gongo da indicação para o STF, o ex-Ministro da Justiça, Flávio Dino, havia se tornado o alvo principal da oposição bolsonarista até então. E vamos ser francos. A motivação é de caráter eminentemente política, embora por vezes justificadas com argumentos republicanos ou de interesse público. Com um dos maiores orçamentos da União, O Ministério da Saúde passou a ser alvo da cobiça do Centrão, este famigerado grupo político encastelado no Congresso, que se especializou em chantagear o Executivo. 

Não tendo entregue o ministério ao grupo, ainda assim tramita naquela pasta robustas emendas do interesse do grupo, que nem sempre se dá por satisfeito com a sua destinação. Curioso que, no auge dessas especulações em torno da mudança no ministério, o pessoal já tinha um nome de um médico a ser indicado ao cargo. Se a questão fosse apenas de gênero, este também não seria o problema, uma vez que eles chegaram a propor, igualmente, uma alternativa feminina. 

A questão é bem outra. Entregar o Ministério da Saúde ao Centrão seria descaracterizar completamente o Governo Lula. Nísia é coisa nossa. Cientista competente, forjada em valores republicanos e do mais genuíno interesse público. Nísia entrou na cota do conjunto de forças populares, do campo progressista que elegeu Lula presidente pela terceira vez. Felizmente o morubixaba petista também entendeu assim e recusou-se a negociar sua saída da pasta, numa atitude das mais coerentes.  

Um outro dano desastroso seria em relação ao SUS, fortalecido na atual gestão. Se dependesse dos bolsonaristas, o melhor serviço de saúde do mundo já estaria sendo vilipendiado até a completa extinção. Somente para que tenhamos uma ideia sobre a importância do SUS, um colega nosso professor, esteve recentemente em Portugal. Ele é diabético e sofreu um arranhão no dedo de um dos pés. Procurou dois hospital para fazer um curativo e em ambos teria que pagar pelo tratamento na ferida. Um deles um pouco mais em conta, no outro um pouco mais caro, mas, em ambos, teria que arcar pelo serviço. 

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