pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A crise da democracia.
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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Editorial: A crise da democracia.



Os cientistas sociais ainda se debruçam para entender melhor alguns fenômenos mais recentes, como a crise da democracia, a erosão do Estado Democrático de Direito e o uso deliberado da mentira como arma política. No dia de ontem, o Jornal do Commércio, na coluna do jornalista Fernando Castilho, trouxe uma matéria bastante interessante tratando deste tema, a partir dos episódios que envolvem uma influencer pernambucana e o empresário Pablo Marçal, que produziu um verdadeiro tsunami na corrida eleitoral em São Paulo. Por precaução, nem mencionamos aqui o nome da influencer. O direito de livre expressão também entra nesse bojo das relativizações, consoantes interesses políticos subjacentes, onde milhões de usuários foram privados de ter acesso a uma de suas redes sociais.  

A questão crucial da matéria foi, num primeiro momento, tentar entender o que está ocorrendo e, num segundo momento, como preservar o estatuto da democracia diante dessa onda que se espalha pelas redes sociais, onde tigrinhos subtraem até os último centavo de incautos, e, na outra margem, mas a partir de expedientes semelhantes, alguém corre o risco de ser conduzido a um cargo público através de expedientes que envolvem cortes, fake news, lacrações e outra práticas abjetas do gênero. O cidadão foi barrado no palanque onde se encontravam os principais atores do ato da Av. Paulista, mas a sua presença no ato produziu alguns cortes que geraram milhões de visualizações e isso era o quanto importava. 

Desde que a extrema-direita resolveu assumir o protagonismo  político em escala global as coisas apenas pioram. Steve Bannon já afirmou que sentiremos saudades dos seus grandes ícones do passado, a exemplo do ex-presidente Donald Trump. Vem coisa muito pior por aí. Os segmentos progressistas do país caíram na armadilha da pauta do identitarismo,  das questões de costumes, onde são facilmente derrotados, enquanto o fascio-neoliberalismo avança sem obstáculos. A engrenagem de extrema-direita está funcionando tão bem que os seus protagonistas já estão prevendo os resultados das próximas eleições municipais, assim como os das eleições de 2026, quando devem reunir as condições ideais para apear as últimas resistências de trincheiras democráticas do país.  

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