O PT tem perdido o timing político há algum tempo. Tem caminhado à reboque das iniciativas da Oposição, nunca se antecipando aos passos dos adversários. Enquanto a Oposição já se estrutura para o lançamento de nomes competitivos ao Senado Federal em várias praças do país, o partido parte do pressuposto de que as preocupações sobre o assunto devem entrar na agenda apenas em 2026. Somente nos últimos dias, por ocasião do Encontro Nacional do PSB, Lula demonstrou uma preocupação no sentido de formar uma federação, assim como vem ocorrendo com amplos setores da Oposição. Essas federações, conforme já enfatizamos por aqui, partem de um pressuposto incômodo ao Planalto: seus líderes sinalizam para a composição de nomes que possam concorrer à Presidência da República em 2026. Afirmam que não endossam o projeto de apoio à reeleição de Lula. Isso é algo preocupantemente comum para o Governo Lula 3, que pode ser traduzido como um desembarque.
De imediato, Carlos Siqueira, ainda na condição de presidente da legenda, já descartou a formação de uma federação com o PT, por um simples motivo. O PT não abdicaria de encabeçar essa federação. Por este mesmo motivo, os tucanos suspenderam as negociações para a formação de uma federação com o Podemos, processo que já estava bastante avançado. A Federação Progressista enfrentou problema semelhante. Em princípio, as negociações iniciais entre o União Brasil e o Progressistas previa que o ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, assumisse o comando da federação. Chegaram a um bom termo, onde, de imediato, assumiu o leme da federação o então Presidente Nacional do União Brasil, Antonio Rueda.
Os arranjos nos estados, por outro lado, tem produzido situações inusitadas, como aqui em Pernambuco, colocando atores políticos em situações delicadas, apoiando gestões que, no plano nacional, não se coadunam com o contexto político local. Até recentemente, o Presidente Nacional do PSDB, Marconi Perillo, se pronunciou sobre um posicionamento da governadora Raquel Lyra, onde ela explicava porque deixou o ninho. Marconi Perillo enfatizou que o real motivo é que o partido não ficava nada satisfeito com a aproximação da governadora com o Governo Lula 3.
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