Tivemos a curiosidade de observar os municípios pernambucanos contemplados com o Pragrama Mais Médicos. Muitas bobagens foram ditas sobre a presença dos médicos cubanos no Brasil, algumas delas perfeitamente identificadas e refutadas em artigo publicado em nosso blog. Mas, além das reticências corporativas e não corporativas, outras sandices foram postas, como a idéia de que eles vieram instalar o socialismo no país, apoiado pelo Governo Dilma. Isso, certamente, daria pano para as mangas aos humoristas de plantão, não fosse nossa curiosidade em remontar alguns episódios de um passado recente, quando o país teve interrompida sua normalidade democrática com o Golpe Militar de 1964. Por aquela época, uma cidade de Pernambuco ficaria famosa: Vitória de Santo Antão, onde surgiu as Ligas Camponesas, comandada pelo advogado dos sindicatos rurais, Francisco Julião. Também em Sapé, na Paraíba, ocorreu, no mesmo período, a morte de João Pedro, um camponês que se insurgiu contra os latifundiários do local, organizando os trabalhadores em cooperativas. Isso provocou a ira da elite local, que encomendou a sua morte. A residência onde ele morava com a família se transformou num Memorial das Ligas Camponesas, tendência que teria sido reproduzida em Pernambuco, transformando o Engenho Galiléia também num Memorial em homenagem às Ligas Camponesas. Eduardo Coutinho resolveu, então, realizar um documentário sobre a morte de João Pedro, o que o levou até a cidade de Vitória de Santo Antão, Mata Centro do Estado. O documentário foi bruscamente interrompido quando eclodiu o Golpe Militar, sendo retomado alguns anos depois. O título do filme, Cabra Marcado para Morrer, logo foi interpretado pelos militares como uma possível lista de pessoas que deveriam ser assassinados e que os camponeses da área estariam recebendo apoio dos cubanos para um possível foco guerrilheiro na região. São muito engraçados os depoimentos colhidos por Coutinho, à época. Ainda existem alguns sobreviventes do período, mas hoje são pacatos pais de família que não gostam de falar no assunto. Nessa primeira distribuição dos médicos do Mais Médicos, dois deles foram designados para o município, que conheço bem e sei de suas carências. Eles, os cubanos, certamente, promoverão uma revolução no município, mas de outra natureza.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Tjolaço do Jolugue: Vitória de Santo Antão: os cubanos estão de volta!
Tivemos a curiosidade de observar os municípios pernambucanos contemplados com o Pragrama Mais Médicos. Muitas bobagens foram ditas sobre a presença dos médicos cubanos no Brasil, algumas delas perfeitamente identificadas e refutadas em artigo publicado em nosso blog. Mas, além das reticências corporativas e não corporativas, outras sandices foram postas, como a idéia de que eles vieram instalar o socialismo no país, apoiado pelo Governo Dilma. Isso, certamente, daria pano para as mangas aos humoristas de plantão, não fosse nossa curiosidade em remontar alguns episódios de um passado recente, quando o país teve interrompida sua normalidade democrática com o Golpe Militar de 1964. Por aquela época, uma cidade de Pernambuco ficaria famosa: Vitória de Santo Antão, onde surgiu as Ligas Camponesas, comandada pelo advogado dos sindicatos rurais, Francisco Julião. Também em Sapé, na Paraíba, ocorreu, no mesmo período, a morte de João Pedro, um camponês que se insurgiu contra os latifundiários do local, organizando os trabalhadores em cooperativas. Isso provocou a ira da elite local, que encomendou a sua morte. A residência onde ele morava com a família se transformou num Memorial das Ligas Camponesas, tendência que teria sido reproduzida em Pernambuco, transformando o Engenho Galiléia também num Memorial em homenagem às Ligas Camponesas. Eduardo Coutinho resolveu, então, realizar um documentário sobre a morte de João Pedro, o que o levou até a cidade de Vitória de Santo Antão, Mata Centro do Estado. O documentário foi bruscamente interrompido quando eclodiu o Golpe Militar, sendo retomado alguns anos depois. O título do filme, Cabra Marcado para Morrer, logo foi interpretado pelos militares como uma possível lista de pessoas que deveriam ser assassinados e que os camponeses da área estariam recebendo apoio dos cubanos para um possível foco guerrilheiro na região. São muito engraçados os depoimentos colhidos por Coutinho, à época. Ainda existem alguns sobreviventes do período, mas hoje são pacatos pais de família que não gostam de falar no assunto. Nessa primeira distribuição dos médicos do Mais Médicos, dois deles foram designados para o município, que conheço bem e sei de suas carências. Eles, os cubanos, certamente, promoverão uma revolução no município, mas de outra natureza.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Michel Zaidan Filho: Estado de Natureza
POSTADO ÀS 15:38 EM 02 DE Setembro DE 2013
Por Michel Zaidan Filho, sociólogo
As últimas informações do noticiário internacional vêm, mais uma vez,confirmar a velha tese de que - apesar do direito público-internacional, também chamado de "direito das gentes" - o que existe entre as nações é o direito do mais forte, do mais rico, do mais bem armado. Os Estados Unidos da América do Norte vêm adotando uma política de dois pesos e duas medidas. Quando se trata de ditaduras ou golpes militares de amigos e aliados, como a junta militar do Egito, tudo bem, não há o que discutir ou fazer, mesmo diante do massacre (2000 pessoas mortas) produzido pelas pelas dos golpistas e a soltura do ditador sanguinário deposto, aliás, pelas mesmas forças militares, durante a mal chamada "Primavera Árabe". Quando se trata de governantes inimigos dos americanos e do Estado de Israel, como é o caso da Síria, aí sim é o caso de uma intervenção militar unilateral, sem o apoio da s demais nações e da própria ONU.
As investigações promovidas pelo Conselho de segurança das Nações Unidas na Síria, para saber se o governo usou ou não usou armas químicas, não são conclusivas e podem apontar para uma prova forjada, pela oposição, com o intuito de justificar a agressão militar a um país soberano. Há, nesse caso também, uma boa dose de cinismo. O primeiro país a usar em guerras as bombas de "Napalm" foram exatamente os Estados Unidos da América, contra crianças, velhos e adolescentes no Sudoeste da Ásia. O tribunal Russell julgou e condenou o país americano por crimes de guerra e crimes cometidos contra a Humanidade, e nada aconteceu. Aliás os EE.UUs. não reconhecem o direito internacional e não se submetem ao Tribunal Penal Internacional. Estão acima da lei, embora se invistam do Poder de Polícia do mundo, quando lhes convém. Fazem a investigação. julgam, condenam e executam, sozinhos, as penas. Pode?
Todo esse estardalhaço e as possíveis represálias militares contra o governo sírio vêm do fato de ser a Síria aliada do Hizbollah, no Líbano, e portanto adversária do Estado de israel e sua política homicida em relação aos refugiados palestinos. Já o governo da Irmandade Muçulmana, democraticamente eleito, pelo povo egípcio, por não manter os acordos em separados que o ditador Osni Mubarak assumiu com Israel, teve a sua deposição militar aceita pelos americanos, que fazem vistas grossas para os massacres do povo egípcio pelas forças militares golpistas.
Ilustrativa também para os incautos e desavisados é a ampla reportagem sobre a rede de espionagem comercial e política que os americanos vem operando, através das telecomunicações, contra os brasileiros e o próprio governo brasileiro, sob a alegação de combate ao terrorismo. Ao que eu saiba, o Brasil não está em guerra contra ninguém e nem há no Brasil atividades terroristas dirigidas contra ninguém. Como se justifica, então, esse desrespeito aos direitos soberanos dos brasileiros e do próprio governo do Brasil, diante desses atentados contra o direito ao sigilo e a privacidade dos cidadãos e do Estado brasileiro?
A não se tomar nenhuma medida séria de interpelação diplomática e sanções contra esse terrorismo de estado dos EE.UUs. da América do Norte é o mesmo que aceitar passivamente o direito do mais forte de espezinhar o mais fraco, do mais forte de invadir militarmente o mais fraco, de espionar e usar o produto da espionagem contra o mais fraco. O que vamos fazer? - Aceitar o "código secreto" de que há entre as nações uma disparidade "natural" em que "quem pode, pode", "quem não pode, obedece"? Ou a tese cínica da "potência militar boazinha" que usa o seu poder (ilegal) para proteger o mundo dos perigos do mal e do demônio (muçulmano)?
As últimas informações do noticiário internacional vêm, mais uma vez,confirmar a velha tese de que - apesar do direito público-internacional, também chamado de "direito das gentes" - o que existe entre as nações é o direito do mais forte, do mais rico, do mais bem armado. Os Estados Unidos da América do Norte vêm adotando uma política de dois pesos e duas medidas. Quando se trata de ditaduras ou golpes militares de amigos e aliados, como a junta militar do Egito, tudo bem, não há o que discutir ou fazer, mesmo diante do massacre (2000 pessoas mortas) produzido pelas pelas dos golpistas e a soltura do ditador sanguinário deposto, aliás, pelas mesmas forças militares, durante a mal chamada "Primavera Árabe". Quando se trata de governantes inimigos dos americanos e do Estado de Israel, como é o caso da Síria, aí sim é o caso de uma intervenção militar unilateral, sem o apoio da s demais nações e da própria ONU.
As investigações promovidas pelo Conselho de segurança das Nações Unidas na Síria, para saber se o governo usou ou não usou armas químicas, não são conclusivas e podem apontar para uma prova forjada, pela oposição, com o intuito de justificar a agressão militar a um país soberano. Há, nesse caso também, uma boa dose de cinismo. O primeiro país a usar em guerras as bombas de "Napalm" foram exatamente os Estados Unidos da América, contra crianças, velhos e adolescentes no Sudoeste da Ásia. O tribunal Russell julgou e condenou o país americano por crimes de guerra e crimes cometidos contra a Humanidade, e nada aconteceu. Aliás os EE.UUs. não reconhecem o direito internacional e não se submetem ao Tribunal Penal Internacional. Estão acima da lei, embora se invistam do Poder de Polícia do mundo, quando lhes convém. Fazem a investigação. julgam, condenam e executam, sozinhos, as penas. Pode?
Todo esse estardalhaço e as possíveis represálias militares contra o governo sírio vêm do fato de ser a Síria aliada do Hizbollah, no Líbano, e portanto adversária do Estado de israel e sua política homicida em relação aos refugiados palestinos. Já o governo da Irmandade Muçulmana, democraticamente eleito, pelo povo egípcio, por não manter os acordos em separados que o ditador Osni Mubarak assumiu com Israel, teve a sua deposição militar aceita pelos americanos, que fazem vistas grossas para os massacres do povo egípcio pelas forças militares golpistas.
Ilustrativa também para os incautos e desavisados é a ampla reportagem sobre a rede de espionagem comercial e política que os americanos vem operando, através das telecomunicações, contra os brasileiros e o próprio governo brasileiro, sob a alegação de combate ao terrorismo. Ao que eu saiba, o Brasil não está em guerra contra ninguém e nem há no Brasil atividades terroristas dirigidas contra ninguém. Como se justifica, então, esse desrespeito aos direitos soberanos dos brasileiros e do próprio governo do Brasil, diante desses atentados contra o direito ao sigilo e a privacidade dos cidadãos e do Estado brasileiro?
A não se tomar nenhuma medida séria de interpelação diplomática e sanções contra esse terrorismo de estado dos EE.UUs. da América do Norte é o mesmo que aceitar passivamente o direito do mais forte de espezinhar o mais fraco, do mais forte de invadir militarmente o mais fraco, de espionar e usar o produto da espionagem contra o mais fraco. O que vamos fazer? - Aceitar o "código secreto" de que há entre as nações uma disparidade "natural" em que "quem pode, pode", "quem não pode, obedece"? Ou a tese cínica da "potência militar boazinha" que usa o seu poder (ilegal) para proteger o mundo dos perigos do mal e do demônio (muçulmano)?
(Publicado originalmente no Blog de Jamildo)
domingo, 1 de setembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: Por que a educação no Recife continua "travada"?
Confesso que tenho um certo pudor ao me referir à Secretaria de Educação do Município do Recife. Por ali passaram alguns dos professores aos quais devo, em parte, minha formação e pelos quais nutro um profundo respeito e gratidão. Outros foram companheiros de estudos na UFPE. Conheço a conduta de todos eles e posso afirmar que são pessoas indôneas, como Edla Soares, Flávio Brayner, Alfredo Macedo, João Francisco, entre outros. Todos esses professores foram ligados ao Centro de Educação da UFPE, um verdadeiro centro de concepções de políticas públicas na área de educação, algumas delas experimentadas na Secretaria, quando de suas gestões da pasta, sobretudo quando os ventos políticos sopravam mais à esquerda. No que concerne ao atual momento da Secretaria, a única observação que poderíamos fazer e que, de uma certa forma poderia respingar nessas gestões, diz respeito aos pífios resultados alcançados no que concerne ao desempenho do IDEB, onde Recife se apresenta como uma das piores capitais do Brasil. Não sei exatamente de onde remontam as denúncias de corrupção naquela pasta, mas o fato é que, a partir da última gestão, aquele órgão se transformou, literalmente, num antro de corrupção. Faz poucos dias, uma brilhante reportagem de um jornal local, informava sobre a complexa engenharia de superfaturamentos na compra de material escolar, onde apontava-se, entre outras irregularidades, a aquissição de 21 mil mochilas escolares a mais do que o número de alunos da rede, além de itens superfaturados em mais de 400%. Essa descoberta obrigou o TCE a interditar os pagamentos que estavam em curso ao vencedores de tal licitação viciada, o que acarretou um enorme atraso na distribuição de material aos alunos. Estamos em Setembro e, ao que se sabe, os alunos continuam sem receber os materiais, num verdadeiro desrespeito às determinações constitucionais. Se isso não fosse suficiente, agora estoura o escândalo da merenda, com a compra de itens de péssima qualidade e a evidência de desvio de recursos, um rombo de aproximadamente R$ 3 milhões de reais aos cofres da Viúva. Ao assumir a Prefeitura, em razão de acordos políticos, o atual prefeito acabou preservando alguns atores ligados à gestão anterior, em função do apoio recebido. Esse seria um dos motivos do "travamento" da atual gestão, que não consegue decolar, além de uma expectativa nada promissora no que concerne ao desempenho dos trabalhos naquele órgão. Ou se promove uma verdadeira assepcia, ou vamos continuar patinando nas metas do IDEB.
Tijolaço: Sobre os "pequenos maquiadores do monstro".
publicado em 1 de setembro de 2013 às 8:45
A Globo, afinal, cospe no golpe em que comeu e engordou
31 de agosto de 2013 | 20:41
por Fernando Brito, no Tijolaço
O Globo divulgou neste sábado à tarde um comunicado, em que reconhece que seu apoio ao Golpe de 64 foi um erro.
“Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura. Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.”
Não foi um erro, não.
Foi um crime, e deste crime as Organizações Globo beneficiaram-se lautamente, ao ponto de fazer com que a fortuna dos três herdeiros do capo Roberto Marinho constitua-se na maior do Brasil e uma das maiores do mundo.
Nenhum militar dos que tenham feito e servido à ditadura tem sequer um milésimo do que o regime deu aos Marinho.
Portanto, começemos assim, chamando as coisas pelo que elas são. Não erro, não “equívoco”.
Crime. Contra a democracia, contra o voto popular, contra a vida de milhares de cidadãos mortos pela ditadura que a Globo ajudou a fazer e a sustentar, e ganhando muito, muito, muitíssimo dinheiro com isso.
Esse dinheiro, certamente, a Globo não considera um “erro”, pois não?
Pois seu império nasceu ali, junto com a ditadura, com um negócio ilegal que o regime ditatorial tolerou e acobertou: a associação com o grupo Time e as fartas verbas que os EUA destinavam a evitar o “perigo comunista”, colocando a nascente e poderosa mídia, a televisão, nas mãos amigas de “gente confiável”.
A Globo usou esse poder. Em condições ilegais perante o Código Brasileiro de Telecomunicações que proibia a concentração de emissoras em todo o país nas mãos de um só grupo empresarial, comprou televisões em todo o Brasil, dissimulando-as na condição de “afiliadas”, quando são verdadeiras sucursais do grupo, presas inteiramente a seu comando e estratégia de negócios.
Para isso, lambeu as botas da ditadura e serviu-lhe de instrumento despudorado de propaganda.
O que seu editorial de hoje diz, ao procurar desvincular-se do horror da tortura e da morte, ao falar de como Roberto Marinho protegia “seus comunistas” é de uma indignidade sem par. Ou vamos entender que aquele que não era seu empregado poderia bem morrer sob seu silêncio, ou vamos entender que aqueles profissionais, que trabalhavam e contribuíam para o sucesso da empresa, merecem ser exibidos como “gatinhos de estimação”, gordos e protegidos, e “livres da carrocinha” que laçava outros pelas ruas deste país.
A Globo nunca teve vergonha de, nas palavras de seu Füher, “usar o poder” de que dispunha em benefìcio dos políticos e governantes de sua predileção, durante e depois do período militar.
Patrocinou a Proconsult contra Brizola. Manipulou o debate de 89 em favor de Collor e contra Lula. Apoiou desavergonhadamente a eleição de Fernando Henrique Cardoso, encobrindo-lhe a escapada conjugal desastrada, somando-se à manipulação eleitoral da nova moeda, promovendo a dilapidação das empresas pertencentes ao povo brasileiro, apoiando e dando legitimidade à vergonhosa corrupção que envolveu a aprovação da proposta de reeleição em causa própria.
Quem quiser provas disso, leia O Príncipe da Privataria, que chegou este final de semana às livrarias.
A autocrítica, que nos homens de bem é uma virtude e um momento a ser louvado, na Globo é apenas o que ela é: interesse em dinheiro transformado em sabujice.
Percebeu que o projeto Lula-Dilma não pode ser derrotado, malgrado todas as suas tentativas, e lança estes “mea culpa” fajutos para se habilitar – ainda mais, ainda mais! – aos dinheiros públicos do Governo, vício incorrigível de seu ventre dilatado e enxundioso.
Tudo na Globo é falso, como tive a honra de escrever há quase 20 anos para Leonel Brizola em seu famoso “direito de resposta” à Globo.
Nem o coro que diz que “voltou às ruas” – ele nunca saiu! – não é esse: é “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.
Porque o povo, que não é bobo, pode perdoar aqueles que erraram e mudaram sinceramente de atitude ao perceber seu erro.
A Globo, não.
Comeu cada côdea do rico pão que o regime lhe deu e só mudou de lado quando as ruas, inundadas pelas “Diretas-Já” tornaram o regime uma sombra em ruínas.
Seus jovens executivos, que planejaram este ato de contrição fajuto, com todos as suas melosidades e senões, são apenas pequenos maquiadores deste monstro que acanalhou a vida brasileira e que vai ter um fim mais rápido e ruidoso do que muitos imaginam.
Porque o povo não é bobo, sabe que a Globo é um cancro que precisa ser extirpado da vida brasileira.
E é por isso que grita o que a Globo não pode confessar:
Abaixo a Rede Globo!
sábado, 31 de agosto de 2013
Tijolaço: Dilma retoma o fôlego
Dilma está de volta
31 de agosto de 2013 | 14:54
Reproduzimos abaixo a sempre arguta análise de Maurício Dias, colunista da Carta Capital, sobre os principais acontecimentos políticos da semana.
Dilma retoma fôlego
Não havia razões para relacionar a queda da presidenta nas pesquisas com as manifestações de rua. De verdade, o tombo foi coletivo
por Mauricio Dias — publicado 31/08/2013 08:06
Mesmo munido de lupa o leitor terá dificuldades de encontrar nas fotos das manifestações de rua, entre junho e julho, e dos pequenos protestos de agora faixas ou cartazes diretamente dirigidos contra a presidenta Dilma Rousseff. Naquele momento ela surfava uma popularidade inédita na história do País.
As referências indiretas, no entanto, estavam lá, no mal-estar geral que a sociedade expunha: saúde, educação, violência e o surpreendente ataque às obras monumentais dos estádios de futebol, que contaram com apoio maciço dos governos estaduais onde foram e estão sendo construídos.
Não haveria palanque melhor na eleição de 2014. Ninguém duvidava disso. Prepararam uma festa, uma Copa do Mundo, para fazer orgulho ao país do futebol. Os torcedores saíram às ruas País afora. Não distribuíam os aplausos esperados, e, sim, inesperados apupos.
Dilma não era o alvo dos protestos e não houve, naquele momento, quem tenha afirmado que a violenta e rápida queda na popularidade dela e do governo era resultado das manifestações. Não se encontrava uma explicação consistente para sustentar a perda de apoio na sociedade, em torno de 35 pontos, em pouco mais de 30 dias. Uma anomalia.
Em pouco tempo, porém, Dilma virou alvo dos analistas conservadores ou “da imprensa de direita”, como pondera com razão e ousadia o ministro Joaquim Barbosa. Eles tentaram dar o empurrão para ela cair no precipício.
Mas o tombo foi coletivo. Poucos governantes escaparam do fenômeno. Há provas consistentes da queda geral na popularidade. De alto a baixo. Números da pesquisa Ibope de meados de julho, nunca publicados pela imprensa, mostram isso.
A popularidade da presidenta, no conceito “ótimo e bom” (31%), após a queda vertiginosa (caiu de 57%), manteve-se maior, embora na margem de erro, do que a média dos governadores e dos prefeitos: 28%.
Todos eram alvo daquela surpreendente irrupção social com pouca participação popular. Dilma surpreende quando cai e quando sobe. Nas duas últimas pesquisas (Datafolha e Ibope), ela iniciou um processo de recuperação da popularidade. Voltou, segundo o Ibope, a alcançar 38% de “ótimo e bom”. Ao contrário do que se falou, a reação positiva nada tem a ver com o fim ou a diminuição das manifestações.
As melhores referências são as feiras livres e as gôndolas dos supermercados.
Na ótica do Ibope há uma correlação entre a avaliação da presidenta e a dos governadores: “De um modo geral, nos estados em que os governadores são mais bem avaliados, a presidenta também é mais bem avaliada, independentemente do partido político do governador”. Ou seja, em geral, o negativo e o positivo são creditados tanto ao governador quanto ao governo federal.
Não havia certeza sobre o que a fez perder bruscamente a popularidade que tinha, assim como agora ainda não se pode avaliar a razão pela qual está se reabilitando. E há notícias de que continua em viés de alta.
Intenção de volta
Não foi Marcelo Odebrecht quem, tempos atrás, defendeu a ideia da volta de Lula à Presidência. Quem aventou a possibilidade foi o pai Emilio.
Conversava com amigos e alguém passava por perto e ouviu.
Dilma e a reeleição
Uma força-tarefa informal do PT vai se dedicar a construir a agenda eleitoral da presidenta Dilma Rousseff para a eleição de 2014. A ficha caiu a tempo.
O que a candidata à reeleição vai dizer aos eleitores? Mais ou menos o que disse em 2010? Reiterar os compromissos sociais iniciados com Lula?
Essa tarefa pode consolidar paralelamente a reaproximação de Dilma com o PT, que terá presença mais forte no governo se ela for reeleita.
Lula é o principal articulador dessa tarefa.
A um passo do fracasso
Marina Silva, como se esperava, caiu nas malhas dos obstáculos legais no Tribunal Superior Eleitoral.
A aproximação do prazo final de registro de partidos, 5 de outubro, caso cumpram as exigências, situação próxima a um milagre, dificulta a atração de parlamentares. Sem base parlamentar, ela cai na vala comum dos partidos nanicos.
Como candidata terá o tempo igualitário das siglas sem representação, ou seja, 20 segundos e 68 milésimos.
Em 1994, com apenas 15 segundos no horário eleitoral, Enéas Carneiro conseguiu mais de 4 milhões e 600 mil votos com o bordão: “Meu nome é Enéas”.
Marina, de voz mansa e lenta, talvez não possa repetir o feito.
Queda de braço
Acostumado a impor, com sucesso, as regras do debate sobre a Ação Penal 470, chamada de “mensalão”, o ministro Joaquim Barbosa amarga derrota acachapante no Superior Tribunal de Justiça.
Há dois anos ele tenta botar em pauta, sem sucesso, o julgamento do desembargador Luiz Sveiter, ex-presidente do Tribunal de Justiça e do Tribunal Eleitoral, no Rio de Janeiro.
Ele responde a processo disciplinar por participar do julgamento de uma poderosa imobiliária carioca, cujo defensor era filho de Sveiter.
Diálogo mudo I
Estão encravadas, há dois meses, as reuniões entre os movimentos sociais que atuam na área de comunicação, a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério das Comunicações.
As “mesas de diálogo” esbarraram na orientação de que as “pautas estruturantes”, as que envolvem a política de Banda Larga e o novo marco regulatório, exigiam antes uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff. Isso travou o debate.
Diálogo mudo II
Os problemas não param por aí. Há poucos dias, o ministro Paulo Bernardo enviou para Dilma o nome de um empresário ligado às empresas provedoras, em lugar de um nome da sociedade civil, que, no caso, seria Marcio Patusco, diretor do Clube de Engenharia, apoiado por mais de 40 entidades.
Dilma escolheu o nome enviado por Bernardo. Enfrenta agora uma denúncia junto ao Ministério Público para destituir o nomeado e dar composição certa ao conselho.
Por: Miguel do Rosário
Dilma retoma fôlego
Não havia razões para relacionar a queda da presidenta nas pesquisas com as manifestações de rua. De verdade, o tombo foi coletivo
por Mauricio Dias — publicado 31/08/2013 08:06
Mesmo munido de lupa o leitor terá dificuldades de encontrar nas fotos das manifestações de rua, entre junho e julho, e dos pequenos protestos de agora faixas ou cartazes diretamente dirigidos contra a presidenta Dilma Rousseff. Naquele momento ela surfava uma popularidade inédita na história do País.
As referências indiretas, no entanto, estavam lá, no mal-estar geral que a sociedade expunha: saúde, educação, violência e o surpreendente ataque às obras monumentais dos estádios de futebol, que contaram com apoio maciço dos governos estaduais onde foram e estão sendo construídos.
Não haveria palanque melhor na eleição de 2014. Ninguém duvidava disso. Prepararam uma festa, uma Copa do Mundo, para fazer orgulho ao país do futebol. Os torcedores saíram às ruas País afora. Não distribuíam os aplausos esperados, e, sim, inesperados apupos.
Dilma não era o alvo dos protestos e não houve, naquele momento, quem tenha afirmado que a violenta e rápida queda na popularidade dela e do governo era resultado das manifestações. Não se encontrava uma explicação consistente para sustentar a perda de apoio na sociedade, em torno de 35 pontos, em pouco mais de 30 dias. Uma anomalia.
Em pouco tempo, porém, Dilma virou alvo dos analistas conservadores ou “da imprensa de direita”, como pondera com razão e ousadia o ministro Joaquim Barbosa. Eles tentaram dar o empurrão para ela cair no precipício.
Mas o tombo foi coletivo. Poucos governantes escaparam do fenômeno. Há provas consistentes da queda geral na popularidade. De alto a baixo. Números da pesquisa Ibope de meados de julho, nunca publicados pela imprensa, mostram isso.
A popularidade da presidenta, no conceito “ótimo e bom” (31%), após a queda vertiginosa (caiu de 57%), manteve-se maior, embora na margem de erro, do que a média dos governadores e dos prefeitos: 28%.
Todos eram alvo daquela surpreendente irrupção social com pouca participação popular. Dilma surpreende quando cai e quando sobe. Nas duas últimas pesquisas (Datafolha e Ibope), ela iniciou um processo de recuperação da popularidade. Voltou, segundo o Ibope, a alcançar 38% de “ótimo e bom”. Ao contrário do que se falou, a reação positiva nada tem a ver com o fim ou a diminuição das manifestações.
As melhores referências são as feiras livres e as gôndolas dos supermercados.
Na ótica do Ibope há uma correlação entre a avaliação da presidenta e a dos governadores: “De um modo geral, nos estados em que os governadores são mais bem avaliados, a presidenta também é mais bem avaliada, independentemente do partido político do governador”. Ou seja, em geral, o negativo e o positivo são creditados tanto ao governador quanto ao governo federal.
Não havia certeza sobre o que a fez perder bruscamente a popularidade que tinha, assim como agora ainda não se pode avaliar a razão pela qual está se reabilitando. E há notícias de que continua em viés de alta.
Intenção de volta
Não foi Marcelo Odebrecht quem, tempos atrás, defendeu a ideia da volta de Lula à Presidência. Quem aventou a possibilidade foi o pai Emilio.
Conversava com amigos e alguém passava por perto e ouviu.
Dilma e a reeleição
Uma força-tarefa informal do PT vai se dedicar a construir a agenda eleitoral da presidenta Dilma Rousseff para a eleição de 2014. A ficha caiu a tempo.
O que a candidata à reeleição vai dizer aos eleitores? Mais ou menos o que disse em 2010? Reiterar os compromissos sociais iniciados com Lula?
Essa tarefa pode consolidar paralelamente a reaproximação de Dilma com o PT, que terá presença mais forte no governo se ela for reeleita.
Lula é o principal articulador dessa tarefa.
A um passo do fracasso
Marina Silva, como se esperava, caiu nas malhas dos obstáculos legais no Tribunal Superior Eleitoral.
A aproximação do prazo final de registro de partidos, 5 de outubro, caso cumpram as exigências, situação próxima a um milagre, dificulta a atração de parlamentares. Sem base parlamentar, ela cai na vala comum dos partidos nanicos.
Como candidata terá o tempo igualitário das siglas sem representação, ou seja, 20 segundos e 68 milésimos.
Em 1994, com apenas 15 segundos no horário eleitoral, Enéas Carneiro conseguiu mais de 4 milhões e 600 mil votos com o bordão: “Meu nome é Enéas”.
Marina, de voz mansa e lenta, talvez não possa repetir o feito.
Queda de braço
Acostumado a impor, com sucesso, as regras do debate sobre a Ação Penal 470, chamada de “mensalão”, o ministro Joaquim Barbosa amarga derrota acachapante no Superior Tribunal de Justiça.
Há dois anos ele tenta botar em pauta, sem sucesso, o julgamento do desembargador Luiz Sveiter, ex-presidente do Tribunal de Justiça e do Tribunal Eleitoral, no Rio de Janeiro.
Ele responde a processo disciplinar por participar do julgamento de uma poderosa imobiliária carioca, cujo defensor era filho de Sveiter.
Diálogo mudo I
Estão encravadas, há dois meses, as reuniões entre os movimentos sociais que atuam na área de comunicação, a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério das Comunicações.
As “mesas de diálogo” esbarraram na orientação de que as “pautas estruturantes”, as que envolvem a política de Banda Larga e o novo marco regulatório, exigiam antes uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff. Isso travou o debate.
Diálogo mudo II
Os problemas não param por aí. Há poucos dias, o ministro Paulo Bernardo enviou para Dilma o nome de um empresário ligado às empresas provedoras, em lugar de um nome da sociedade civil, que, no caso, seria Marcio Patusco, diretor do Clube de Engenharia, apoiado por mais de 40 entidades.
Dilma escolheu o nome enviado por Bernardo. Enfrenta agora uma denúncia junto ao Ministério Público para destituir o nomeado e dar composição certa ao conselho.
Por: Miguel do Rosário
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Tijolaço: O Príncipe da privataria
Agora você vai saber porque Serra não perdoa FHC
30 de agosto de 2013 | 09:30
Vem aí um best-seller.
“O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória, está destinado a ser um campeão de vendas, mesmo que, como aconteça com o Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, a imprensa tente boicotar e esconder.
Porque o livro revela os bastidores da eleição e da compra da reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
E a montanha de dinheiro que isso envolveu, da qual o dinheiro usado para comprar votos foram apenas migalhas.
Negociatas que envolveram, como numa novela da Globo, dinheiro, traição e um filho ocultado do conhecimento público.
Daqui a pouco começo a listar alguns dos episódios que o livro narra.
Fico no primeiro, apenas, que relata como, aos gritos, no Congresso, Fernando Henrique pôs porta afora de seu gabinete a jornalista Miriam Dutra, com que mantinha um caso, quando esta foi avisá-lo que estava grávida.
- Rameira!! Ponha-se daqui para fora.
O escândalo seria abafado por três “bombeiros”: Sérgio Motta, empresário, Alberico Souza Cruz, já “dono” do jornalismo da Rede Globo – onde Míriam trabalhava – e José Chirico Serra, então deputado federal, que foi o encarregado de organizar o “sumiço” da jornalista, para que o escândalo não abalasse o projeto de poder do grupo.
Este mesmo José Serra que Fernando Henrique, agora, joga à beira da estrada por Aécio Neves.
Daí em diante os episódios sórdidos vão se repetindo, com todos os ingredientes de corrupção e traições pessoais que você possa imaginar.
E, sobretudo, com o processo criminoso de entrega, de verdadeiras doações, das empresas e serviços estatais.
O livro chega esta semana às livrarias. E a gente vai trazer cada episódio para você, no Tijolaço, nos próximos dias.
Reproduzo, a seguir, o release da Geração Editorial sobre o Príncipe da Privataria.
Por: Fernando Brito
“O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória, está destinado a ser um campeão de vendas, mesmo que, como aconteça com o Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, a imprensa tente boicotar e esconder.
Porque o livro revela os bastidores da eleição e da compra da reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
E a montanha de dinheiro que isso envolveu, da qual o dinheiro usado para comprar votos foram apenas migalhas.
Negociatas que envolveram, como numa novela da Globo, dinheiro, traição e um filho ocultado do conhecimento público.
Daqui a pouco começo a listar alguns dos episódios que o livro narra.
Fico no primeiro, apenas, que relata como, aos gritos, no Congresso, Fernando Henrique pôs porta afora de seu gabinete a jornalista Miriam Dutra, com que mantinha um caso, quando esta foi avisá-lo que estava grávida.
- Rameira!! Ponha-se daqui para fora.
O escândalo seria abafado por três “bombeiros”: Sérgio Motta, empresário, Alberico Souza Cruz, já “dono” do jornalismo da Rede Globo – onde Míriam trabalhava – e José Chirico Serra, então deputado federal, que foi o encarregado de organizar o “sumiço” da jornalista, para que o escândalo não abalasse o projeto de poder do grupo.
Este mesmo José Serra que Fernando Henrique, agora, joga à beira da estrada por Aécio Neves.
Daí em diante os episódios sórdidos vão se repetindo, com todos os ingredientes de corrupção e traições pessoais que você possa imaginar.
E, sobretudo, com o processo criminoso de entrega, de verdadeiras doações, das empresas e serviços estatais.
O livro chega esta semana às livrarias. E a gente vai trazer cada episódio para você, no Tijolaço, nos próximos dias.
Reproduzo, a seguir, o release da Geração Editorial sobre o Príncipe da Privataria.
Por: Fernando Brito
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