pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: janeiro 2024
Powered By Blogger

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Editorial: General Augusto Heleno será ouvido pela Polícia Federal.



 À época em que a comandava o GSI, a ABIN era um órgão subordinado ao general Augusto Heleno. É neste contexto que ele pretende ser ouvido pela Polícia Federal, que investiga atividades ilegais de contra-inteligência naquele órgão, numa estrutura supostamente montada pelo bolsonaristas, com o objetivo de monitorar os movimentos dos adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações avançam e, na medida em que tais investigações avançam, algumas cabeças estão rolando, conforme enfatizamos mais cedo. Uma assepcia necessária, com o propósito de devolver a agência a execução de suas funções precípuas  legais, republicanas, ou seja, de órgão de Estado. 

Fiel escudeiro do ex-presidente Jair Bolsonaro, comandante do GSI, sugere-se que a Polícia Federal tenha elementos para supor que o general tenha algum conhecimento sobre a tal ABIN paralela. Oitivas e investigações poderão ajudar a PF a tirar suas conclusões. Vamos aguardar antes dos julgamentos precipitados. O Governo Lula precisar cercar-se de todos os cuidados ao caminhar nesse campo minado deixado como herança nefasta do bolsonarismo. Alguns órgãos estão completamente bichados, principalmente aqueles que lidam com segurança e inteligência de Estado. 

As falas mais recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugere que ele começa a dimensionar corretamente o que, de fato, representou como dano instituconal tal experiência nefasta do bolsonarismo. Sua verdadeira cruzada no sentido de apear o grupo da gestão da maior capital do país, São Paulo, talvez seja um bom indicador. Ali o morubixaba petista joga todas as fichas na eleição do companheiro Guilherme Boulos. Lula considera aquela eleição um terceiro turno das últimas eleições presidenciais. 

O general Heleno foi ouvido durante os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito criada para investigar a tentativa de golpe do 08 de janeiro. Pode-se dizer que se saiu muito bem, a despeito das indisposições com a relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão. Foi muito bem orientado pelos seus advogados, que também deve acompnahá-lo por ocasião da oitiva na Polícia Federal. 

Editorial: Agravam-se os impasses entre Governo e Oposição.



Não há dúvidas de que teremos um ano legislativo bastante tenso em 2024. A pauta da Oposição, seguramente, será orientada contra a atuação do Poder Judiciário, assim como sobre um suposto concluio deste poder com o Poder Executivo. Já antecipamos por aqui que se trata de uma narrativa da Oposição. Salvo melhor juízo, já existe uma CPI com quórum necessário, próxima a ser instalada, com o propósito de investigar supostos abusos de autoridade. Nos discursos dos atores políticos da oposição, assim como pelas redes sociais, no entanto, o clima de guerra já está definitivamente instaurado. 

Carlos Jordy, Alexandre Ramagem, Carlos Bolsonaro e, agora, o general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI durante o Governo Bolsonaro, todos os nomes ligados à Oposição, o que contribui para ampliar essas especulações. O general Heleno está intimado a depor na Polícia Federal no curso das investigações dos serviços irregulares e ilegais de contra-espionagem instalado na ABIN. Alguém estava observando hoje que Lula parece mesmo obcecado com as eleições em São Paulo, o que ele considera o terceiro turno da última eleição presidencial. 

O morubixaba petista vai fazer de tudo para erradicar o bolsonarismo na principal capital do país. De tudo, inclui-se aqui uma eventual manobra no sentido de retirada da candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP), uma manobra política que passaria pela entrega do Ministério de Ciência e Tecnologia a socialista, pois a comunista Luciana Santos estaria deixado o cargo para voltar a disputar a Prefeitura de Olinda, além do apoio ao projeto de reeleição do prefeito do Recife, João Campos, com uma reeleição praticamente assegurada, mas que não gostaria de disponibilizar a vice a um petista, no contexto de suas ambições para o Palácio do Campo das Princesas na eleição seguinte, a de 2026. 

Três dos nomes envolvidos nesse enredo nebuloso das investigações sobre a ABIN paralela, algo que caberia bem nas páginas de um romance policial, estarão diretamente ligados às próximas eleições minicipais, como é caso de Carlos Jordy, candidato em Niterói, Alexandre Ramagem, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, disputa que contaria com a coordenação do vereador Carlos Bolsonaro. É bronca. Além dos impasses institucionais e políticos, o Governo ainda enfrenta um rombo nas contas públicas da ordem de R$ 230 bilhões e uma lamentável epidemia provocada pelo aumento expressivo dos casos de dengue. Durma com uma bronca dessas, como diria o Cardinot.   

Editorial: Lula demite diretor-adjunto da ABIN



O Diário Oficial da União traz a portaria de exoneração, assinada por Lula, do diretor-adjunto da ABIN, Alessandro Moretti, até então diretor-adjunto da agência de inteligência. Marco Aurélio Chaves Cepik, então diretor de formação da Agência de Informação Brasileira, assume o cargo deixado por Moretti. As mudanças ocorreram no curso das investigações da Polícia Federal sobre uma organização criminosa atuando na agência, num trabalho ilegal de contra-espionagem, com o propósito de monitorar os desafetos do bolsonarismo. Os nomes acima já teriam sido indicados sob o Governo Lula, mas a PF levanta a suspeita de um conluio na agência que continuou funcionando mesmo com a mudança de governo. 

Voltamos a afirmar por aqui, todo o cuidado ainda é pouco. Lavrenti Beria, o homem forte da inteligência durante os anos sombrios do stalinismo na URSS, fundador da agência que se tornaria depois na temida KGB - ninguém melhor preparado e informado na área - caiu numa armadilha primária montada por antigos companheiros, enredado, implorando para não ser morto. Nos Estados Unidos, uma disputa pelo comando do FBI acabou derrubando o presidente Richard Nixon do cargo. E, por fala na ABIN, especula-se sobre a possibilidade de o ex-Secretário Excutivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, vir a assumir o cargo de diretor da agência. 

É uma questão de reconhecimento o Governo Lula encontrar um espaço de atuação de Cappelli no Governo, depois dos relevantes serviços prestados pelo manranhense ao país, em defesa de nossas instituições democráticas. Há um sentimento na agência de que o cargo seja ocupado por um funcionário orgânico, de carreira. Há uma natural preocupação dos servidores com a imagem da agência. Na realidade, para ser mais preciso, toda a chamada comunidade de informação precisa passar por um pente fino do Governo Lula. Principalmente em alguns órgãos específicos, haveria, em princípio, uma esponja bastante permeável aos métodos sórdios do ancien régime.   

O Governo Lula também precisa ficar atento ao que ocorreu com as polícias estaduais durante o bolsonarismo. Há vários episódios onde esse "alinhamento automático" ficou definitivamente comprovado, em alguns casos, com comandantes militares desafiando gorvernadores estaduais. O estrago institucional foi grande. Aqui em Pernambuco ocorreu um caso emblemático, quano o porrete foi baixado contra manifestantes ligados ao PT, sem ordem expressa do então governador Paulo Câmara. O resultado foi pessoas que perderam a visão depois de atingidas por balas de borracha.  

Charge! Via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Editorial: Os arranjos políticos complicados entre socialistas e petistas.



Até recentemente, fomos informados de que o Planalto promete gestões políticas para a retirada da candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral, do PSB,  à Prefeitura de São Paulo. Ficamos por aqui a imaginar o que seria oferecido em troca de uma eventual desistência da socialista, o que, em tese, poderia significar um embaraço a menos para o candidato oficial do Governo, Guilherme Boulos, do Psol.  É muito pouco provável que isso ocorra, a essa altura do campeonato, há um pouco menos de ano das eleições.  

Além de tratar-se de um projeto pessoal da deputada - alimentado durante anos - pelo andar da carruagem política, considerando as rusgas entre socialistas e petistas no plano nacional, dificilmente um acordo seria estabelecido neste sentido. Definha a participação dos socialistas no Governo Lula. O futuro Ministro do STF, Flávio Dino, tinha planos de manter Ricardo Cappelli como seu sucessor no Ministério da Justiça, o que acabou não ocorrendo. Lula está entregando aquele ministério, de porteira fechada, ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandoswski. Por tal critério, o Secretário Nacional de Segurança Pública, o pernambucano Tadeu Alencar, PSB, também perdeu o cargo. 

Ricardo Cappelli já se despediu do cargo, depois de uma longa folha de serviços prestados ao Governo. Há quem diga que aguarda a nomeação para ocupar um cargo em outro ministério. Até para dirigir a ABIN o seu nome vem sendo especulado, embora, se depender dos servidores do orgão, o melhor seria a indicação de um servidor de carreira, algo que talvez contribua para recuperar a imagem da instituição, depois dos desgastes produzidos por uma ABIN paralela, que estaria envolvida com um trabalho irregular de contra-inteligência de Estado.  

Curioso que Márcio França chegou a cogitar lançar o nome do ex-Secretário Executivo do Ministério da Justiça como candidato do PSB à Prefeitura do Rio de Janeiro, quando se sabe que o PT apoia o nome de Eduardo Paes. Até em praças como o Recife, onde o PSB é franco favorito, o que se especula nos escaninhos é que a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, sugere que o apoio do Planalto só seria assegurado se o PT indicar o nome a vice. Trata-se de uma costura política complicada, daí sugerirmos, no início, ser improvável algum acordo entre as duas legendas para a retirada do nome de Tabata Amaral em São Paulo.   

Editorial: Toc! Toc! Toc!




Desde o início, o terceiro Governo Lula enfrenta algumas dificuldades na área de comunicação. Depois de grandes investimentos e infrutíferos resultados, o Governo anunciou que pretende abandonar as lives, que nunca alcançaram boa audiência. Na realidade, com a espertise acumulada durante anos, este se tornou um terreno onde o bolsonarismo opera em céu de brigadeiro. Eles conhecem bem o "azeite", aquele óleo fundamental para mover o mecanismo dos algoritmos, alcançando um grande público sempre que a família promove esses encontros. 

Por falar em lives, entranhamente, durante algumas entrevistas concedidas logo após a última delas, o ex-presidente Jair Bolsonaro se queixa de os agentes da Polícia Federal, quando da operação contra o vereador Carlos Bolsonaro, terem levado os seus rascunhos. Não deixa de ser curioso. Em propaganda em site institucional, o Governo Lula, numa campanha de saúde pública para os moradores receberam o agentes de saúde que se dedicam ao combate à pandemia da dengue, sugere que eles não se assustam com o toc! toc! toc!. A referência foi logo entendida como uma indireta às operações da Polícia Federal contra a família Bolsonaro. 

Se houve tal intenção - não se nega nem se conforma - estamos diante de mais um equívoco, algo que pode reforçar a narrativa da oposição de uma perseguição sistemática à oposição. No mínimo um deslize infeliz, o que, ao fim e ao cabo, indica, de fato, que os erros permanecem nesta área de comunicação. Por vezes, dá uma de João sem Braço pode ser uma solução que não compromete, como ocorreu com o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes, que afirmaram desconhecer completamente uma operação que todo país tomou conhecimento logo nas primeiras horas da manhã. Eles não iriam se comprometer logo às vésperas da escolha do nome que deve concorrer a vice na chapa de Nunes à reeleição, que será indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Governo parece conhecer o problema de comunicação. Muitas medidas foram adotadas desde então para minimizar o problema. O escudo de proteção precisa ser forte, sobretudo num momento em que até órgãos da imprensa tradicional estão se transformando em panfletos com o propósito para atacarem o Governo Lula. Mesmo sistematicamente combatida, as fake news continuam fazendo seus estragos, seja para contra o Governo, seja contra a Oposição, como nesta última operação de busca e apreensão, realizada pela PF, contra o vereador Carlos Bolsonaro. Ontem, por exemplo, se divulgou que um computador da ABIN teria sido apreendido na casa de Angra dos Reis. Não é verdade. O único computador da ABIN apreendido foi na Bahia, de posse de um militar investigado no curso das operações ilegais da Agência Brasileira de Informações.  

 


Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Editorial: Operação da Polícia Federal, no curso das investigações da ABIN paralela, atinge Carlos Bolsonaro.



No dia de hoje, 29, a Polícia Federal realiza operação de busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro. A operação está inserida no contexto das investigações relacionadas às atividades da chamada ABIN paralela, onde servidores da agência, supostamente, estariam envolvidos em operações ilegais de bisbilhotagem de adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os alvos são inúmeros, desde de ministros do Supremo Tribunal Federal ao bloqueiro da esquina, identificados por suas críticas ao bolsonarismo. 

Em tese, as coisas funcionvam mais ou menos assim. Tal operação irregular da ABIN fornecia informações que eram exploradas pelas redes sociais controladas pelas hordas bolsonaristas que atuavam pelas redes sociais. Há de se supor, igualmente, pelo andar da carruagem política, que se esses agentes púlicos, que  não agiam de forma institucional ou republicana - cumprindo os preceitos constitucionais, a que se propuseram -  pudessem "plantar" fake news apenas para prejudicar os adversários, desconstruindo suas reputações. Essa estapafúrdia tentativa de associação entre ministros do STF e o crime organizado, por exemplo, é algo estapafúrdio e grotesto. 

Carlos Bolsonaro foi, durante muito tempo, o nome do bolsonarismo nas redes sociais. Quando foi eleito presidente, Jair Bolsonaro fez questão de afirmar que devia sua eleição ao filho. Principalmente Bolsonaro, que, sabidamente, possui grandes dificuldades de comunicação. O mais espantoso disso, reflexo da banalização ou "normalização" de ilegalidades durante o ancien régime é que nomes, já então indicados pelo Governo Lula, tenha prejudicado as investigações da Polícia Federal, numa clara demonstração do retrocesso civilizatório vivido pelo país nos últimos anos. 

É conhecida as dificuldades de governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As netociações neste sentido, fizeram o Governo abrir espaços para ex-bolsonaristas até mesmo na gestão de órgãos públicos. Em algumas áreas ele simlesmente não pode ceder: a área de segurança e inteligência do Estado. Já se sabe que haveria nomes indicados por Lula envolvidos nessas maracutais. Conforme sempre enfatizamos por aqui, todo cuidado ainda é pouco. Por aqui as coisas só funcionam se as ervas daninhas forem extirpadas por comleto. Ao que se sabe, um delegado da Polícia Federal foi exonerado do cargo e hoje, 29, haveria mandados atingindo outros agentes da PF, contingenciando-a cortar na pele.         

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 28 de janeiro de 2024

Editorial: Eleições em São Paulo definitivamente "nacionalizadas".



Eleições municipais possuem uma dinâmica própria. O eleitorado é majoritariamente orientado pelos problemas que ele enfrenta no seu cotidiano, ou seja, como chega ao trabalho todos os dias; como funcionam as creches para deixar os filhos; se o seu lixo é recolhido; se a sua rua é calçada. Neste sentido, um bom gerente da cidade reúne boas condições de ser reeleito. Recife é um bom exemplo, pois o atual gestor, João Campos, do PSB, ostenta 80% de aprovação. Vai faltar argumentos aos adversários para criticar a sua gestão. No caso de São Paulo, no entanto, o componente da centrífuga da polarização política nacional está definitivamente instaurada. 

Depois de alguns movimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o goverandor Tarcísio de Freitas resolveu assumir definitivamente o apoio ao projeto de reeleição do atual gestor, Ricardo Nunes, do MDB. Lula está refiliando a ex-petista Marta Suplicy à legenda, num projeto político que pretende torná-la vice na chapa de Guilherme Boulos, o candidato do Planalto naquela cidade. O retorno de Marta Suplicy à encontra forte resistência de setores mais autênticos, mas já não estamos vivendo aquelas saudosas décadas de 80, onde tal questão poderia produzir discussões intermináveis no partido. 

Nos dias de hoje, de oligarquização partidária do PT, o morubixaba bate o martelo e pronto. Em razão do inusitado fato de nacionalização de uma eleição municipal, faríamos aqui uma sugestão aos institutos de pesquisa: Que tal, depois das eleições,  fazer uma pesquisa para identificar os fatores que determinaram o voto do eleitorado paulista? Seria interessante para se entender o peso da "nacionalização" naquelas eleições. 

Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes passaram a se tratar como "irmãos" nos eventos, em agendas conjuntas, cada vez mais intensificadas, até mesmo comendo o tradicional sunduíche de mortadela no Mercadão, durante o aniversária da cidade. Salvo melhor juízo, com o tereceiro orçamento do país, São Paulo será uma prova de fogo para governistas e oposicionistas, principalmente à ala ligada ao bolsonarismo. Curioso que Nunes encontrava algumas resistências de alguns setores bolsonaristas, mas, pelo andar da carruagem política, por força das contingências, eles começam a formar um "consenso" em torno do projeto de reeleição do atual prefeito.   

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 27 de janeiro de 2024

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


Editorial: A estranha narrativa sobre a delação premiada de Ronnie Lessa.



Houve um tempo em que as delações premiadas eram bastante festejadas. Uma determinada operação, que adotou procedimentos ilegais - onde se arrancava sob torturas medievais tais delações - acabou por desmoralizar tal procedimento. Até mesmo a delação premiada de um ex-auxiliar de ordens do Governo Bolsonaro acabou por cair no descrédito popular, apesar das revelações comprometedoras. A anunciada delação premiada de um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes, no entanto, voltou a causar aquele frisson em amplos setores da sociedade brasileira, principalmente entre os setores mais progressistas, que há muito tempo reclamava de uma elucidação completa do crime. 

A pergunta que não queria calar, quem mandou matar Marielle?, finalmente, poderia ser esclarecida. Mas, logo em seguida, começaram a surgir as ponderações em torno do assunto. A Polícia Federal não confirmou tal delação; Os advogados de Ronnie Lessa, abandoram sua defesa; E o Ministro da Justiça, Flávio Dino, que teria todo o interesse do mundo em confirmar que o caso estava, finalmente escalrecido, sugeriu que o caso ainda está em andamento. 

A banda institucional da Polícia Civil carioca - nesses tempos bicudos, se impõe fazermos tal distinção sempre que abordarmos tal assunto -  chegou ao nome do ex-militar Ronnie Lessa, como executor do crime, depois de um amplo e primoroso trabalho de investigação. Tratava-se de um crime cometido com alto índice de complexidade, envolvendo o uso de armas sofisticadas. À época se concluiu que apenas dois executores reuniriam as habilidades técnicas suficientes para executar o crime com aquela precisão: Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa, que, já então, expulsos da corporação policial, atuavam no submundo miliciano. Como, naquele momento, Adriano da Nóbrega atuava noutro "serviço", restou centrar esforços sobre o nome de Ronnie Lessa. A delação premiada de Élcio de Queiroz, que diria o carro, praticamente selou o destino de Ronnie Lessa como executor do crime. 

Roniee Lessa acusa Domingos Brasão de ser um dos responsáveis pela ordem de mandar matar Marielle. Existiriam outro mandantes, então? As eventuais delcarações do ex-militar Ronnie Lessa confirmam boa parte do enredo envolvendo as motivações do crime. As indisposições de grupos milicianos com o trabalho desenvolvido pela vereadora, também assessora do então Deputado Estadual, Marcelo Freixo. Haveria uma rixa pessoal entre Domingos Brasão e Marcelo Freixo, a partir de uma CPI sobre a atuação de grupos milicianos no Estado do Rio de Janeiro. Acomodado numa poltrona do Tribunal de Contas do Estado, na condição de conselheiro, Domingos Brasão conta com forum priviliado. Nos resta aguardar os desdobramentos.     

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Editorial: o submundo nefasto da herança do bolsonarismo.



Quanto mais a Polícia Federal avança em suas investigaçoes sobre o nebuloso caso de espionagem ilegal de adversários políticos realiazadas por setores da ABIN, sob o comando do Governo Bolsonaro, mais se tem uma ideia da dimensão do problema. A própria PF aponta eventuais indícios de que, já sob  gestão de nomes indicados pelo Governo Lula, as investigaões foram prejudicadas. Como se sabe, o bolsonarismo não poder ser classificado como uma oposição comum, daí não se entender as manifestações de alguns deles em defesa dos princípios institucionais, tratando o caso como uma violação de direitos ou perseguições políticas. Aliás, para ser bem sincero, de perseguição política parece que eles entendem muito bem.  

Sempre advetimos por aqui, muito antes, que Lula precisava se cercar de todos dos cuidados possíveis no tocante ao seu staff de segurança e inteligência. Todo o cuidado ainda é pouco ou não seria suficiente. Que interesse teria nomes indicados por Lula em prejudicar as investigações da Polícia Federal? É preciso que se tome providências duras em relação a este fato. Agora se entende, por exemplo, porque, naquele período de trevas, se tornaram recorrentes os assédios institucionlaizados em algumas repartições públicas federais. Providências republicanas não eram adotadas se o indivíduo estivesse no index ou lista negra do antibolsonarismo.

No Estado da Paraíba, no dia de ontem, um representante dessa corrente política fez algumas associações esdrúxulas entre as medidas sanitárias adotadas durante o Governo Lula para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, sugerindo eventuais mortes provocadas pela campanha de vacinação em massa. Acabou se aborrecendo e xingando jornalistas durante o evento. O cidadão, que já foi Ministro da Saúde durante o Governo Bolsonaro, é o eventual candidato à Prefeitrua de João Pessoa. Vale aqui a advertência: O bolsonarismo não é uma oposição "comum".