pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: julho 2023
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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Editorial: Uma chacina na conta de Tarcísio de Freitas.



Em dois dias de operação no Guarujá, a Polícia de São Paulo matou dez pessoas, o que pode ser classificado como mais uma chacina, desta vez com o ônus e a responsabilização poítica inevitável  ao governador Tarcísio de Freitas, um potencial aspirante a candidato às eleições presidenciais de 2026. Em entrevista à Globo News, ele apresenta-se bastante à vontade, informando, inclusive, que as operações devem continuar. A operação da polícia foi desencadeada para prender um suspeito de ter matado um policial da Rota - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar - tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, com altos índices de letalidade em suas atividades. 

Esta não é a primeira chacina que ocorre - tampouco será a última, infelizmente - sempre motivada por fatores corporativos. Aqui no estado de Pernambuco - que voltou a ostentar a sua condição histórica de um dos estados mais violentos da federação - aguarda-se um novo projeto de segurança pública, possivelmente nos moldes da espertise adquirida com o Pacto pela Vida, mas com as estratégias políticas e publicitárias inevitáveis para dissociá-lo do projeto vinculado ao ex-governador Eduardo Campos. 

O que estamos querendo informar é que a experiência do Pacto pela Vida - em nenhuma hipótese, muito menos ainda a política - pode ser negligenciada. Avançasmos em termos de concepção e gestão de um programa de segurança pública e esta é uma área nevrálgica, onde não se admite amadorismos. Outro dia, circunstâncialmente, nos deparamos com um texto do sociólogo José Luiz Ratton, que contribuiu com o Pacto pela Vida, tratando exatamente das características das polícias civis e militares do estado de Pernambuco. É preciso saber quem são e como pensam e agem esses policiais em seu trabalho cotidiano, ao abordarem os negros, os pobres, as mulheres. Isso é básico. 

A chacina, inevitavelmente, terá um custo político a ser creditado na conta do governador paulista, muito identificado politicamente com essas corporações policiais, base de sustentação política do bolsonarismo. Salvo melhor juízo, ele determinou a retirada das câmaras que gravavam os policiais em operação, o que teria contribuído para o aumento dos índices de letalidade desde então. 

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 30 de julho de 2023

Editorial: Bolsonaro solto em seu reduto político.



A imprensa, a partir de dados do COAF, divulgou o montante de recuros arrecadados,através de PIX, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma fabulosa quantia, superior aos R$ 17 milhões, conforme informamos no dia de ontem. A família Bolsonaro, por outro lado, queixa-se da divulgação desses números por um órgão do Governo. Em meio a essas rusgas políticas entre Governo e Oposição -  que, aliás, já se tornaram recorrentes - o ex-presidente cumpre uma extensa agenda de encontros em Santa Catarina, um dos seus principais redutos políticos no país. 

Salvo melhor juízo, Bolsonaro obteve mais de 70% dos votos válidos nas últimas eleições naquele estado. Santa Catarina representa para Bolsonaro o que a Bahia representa para o PT ou Lula em particular. No primeiro encontro, dedicado às mulheres, Bolsonaro esteve acompanhado de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Almoçou com o governador Jorginho Mello,  discurssou, agradeceu a solidariedade dos bolsonaristas e ainda fez ironia, afirmando que os recursos arrecadados através do PIX dava para pagar as despesas e ainda comer um pastel com caldo de cana. 

Em sua fala, o ex-presidente pareceu sincronizado com os planos do seu partido, o PL, que pretende fazer mais de mil prefeitos nas eleições municipais de 2024. Aproveitou a oportunidade para anunciar que o seu filho Renan, pode candidatar-se a uma vaga de vereador pela cidade nas próximas eleições. E, por falar em rusgas e escaramuças, elas nunca estiveram tão presentes nessas negociações políticas entre o Governo e a Oposição, hoje majoritariamente representada pelo Centrão. A cada dia surge um nome "queimado", um novo órgão sob os olhares gulosos desse grupo político e coisas assim. Em tal ambiente político, as intrigas palacianas vicejam.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 29 de julho de 2023

Editorial: O desgaste produzido pelo balcão de negociações da minirreforma ministerial.



Parece-nos que a imprensa resolveu dar uma trégua nas implicâncias descabidas com o economista Márcio Pochmann, praticamente indicado para a presidência do IBGE. A Ministra do Planejamento, Simone Tebet já acenou que ele seria bem-vindo ao time. Tebet amorteceu bem a indelicadeza provocada por setores do próprio Governo, que anunciou a indicação do economista sem consultá-la. Embora este assunto da minirretorma administrativa do Governo Lula já esteja cansando os brasileiros, o fato é que ele sempre continua na ordem do dia, à espreita, suscitando grandes inquietações em setores do próprio Governo. 

Por razões óbvias, o Presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, manifesta suas preocupações em torno do assunto. Setores do Planalto teriam posto ministérios controlados pelo partido na mesa de negociações com o Centrão. Lula se reúne com seu staff de articulações políticas para analisar cenários, mas, a rigor, o outro lado também tem suas preferências, que não são orientadas por requisitos republicanos, mas consoante possibilidades concretas de vantagens financeiras e políticas. 

Não sendo possível o Ministerio da Saúde, desejam algo que igualmente reúna essas condições, como o Ministerio do Desenvolvimento Social, a Caixa Econômica Federal e até a Petrobras, como já se especula por aí. Outro dia comentamos por aqui que eles talvez desejassem cometer feminicídio no Governo mas estávamos enganados. Se a questão é não demitir a gestora da Caixa, substituindo-a por um homem indicado pelo Centrão, eles também apresentam a solução: indicam uma mulher do grupo para assumir o cargo. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Editorial: Através do PIX, bolsonaristas saíram em socorro do "mito".



Segundo dados apurados pelo COAF, repercutido pelo jornalista Josias de Souza em sua coluna do UOL, entre outros canais, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter arrecadado, através de PIX, neste ano, a fabulosa soma de R$ 17, 2 milhões de reais, muito além do que ele mesmo prevê desembolsar em despesas judiciais. Não se pode dizer que os bolsonaristas não sejam solidários. Muitos deles estão encarcerados em presídios como a Paupuda e a Colméia, em Brasília, e continuam endeusando o seu "mito", fiéis desde sempre, conforme atestam parlamentares que os visitam com alguma regularidade. 

Outros parlamentares identificados com a direita ou com a extrema-direita também recorreram ao expediente do PIX e foram igualmente bem-sucedidos. Vamos fazer aqui uma correção que nos parece razoável. Na realidade, a iniciativa não teria partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a julgar pelo que conseguimos apurar. Partiu de parlamentares, que chegaram a divulgar a sua chave pelas redes sociais, informando que ele estaria precisando, pois estava com as contas bloqueadas. Josias, com o seu conhecido humor cáustico e fina ironia, faz alguns comentários capciosos sobre o fato, mas não vamos aqui provocar os bolsonaristas. 

Não sabemos como este fato tende a ser encarado pelas autoridades financeiras do país, pois se trata de doações espontâneas, legais, através de um expediente institucionalizado, como o PIX. Comenta-se bastante sobre a eventual impossibilidade de o PL, partido ao qual o ex-presidente está filiado, de continuar garantido os mantimentos de sua geladeira, pagando a ele um salário mensal, uma vez que ele se tornou inelegível. Pelo andar da carruagem do PIX, isso, de fato, não se constitui num problema.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


Editorial: Faltou apenas habilidade política na indicação de Pochmann para o IBGE.



O nome do economista Márcio Pochmann deveria ter sido anunciado pela Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e não por Paulo Pimenta, da Secom. Houve aqui um ruído de comunicação ou uma aresta que o governo precisa aparar, sob pena de ampliação das rusgas entre a equipe. Como se sabe, há toda uma polêmica em torno da indicação do economista para o IBGE. Setores da imprensa temem uma espécie de ideologização do órgão, com a temeridade sobre uma eventual manipulação deliberada dos números, consoante interesses de governo de turno. 

Não acreditamos que alguém com o lastro técnico e científico de Márcio Pochmann possa se prestar a tal atitude. Ao contário, suas qualificações podem, sim, dotar o órgão dos instrumentos e das condições ideais para a realização de um trabalho de bom nível, imprescindível para o país. Há de se observar, por outro lado, que tal preocupação de alguns jornalistas podem ser decorrentes, isto sim, dos maus exemplos recentes, relacionados, na realidade, em razão de atitudes equivocadas do governo anterior. Alguém consegue lembrar que tivemos alguns problemas por aqui? 

Pochmann era um dos integrantes daquele grupo que tratávamos aqui pelo blog como os Menudos de Lula, ou seja, uma constelação de novas lideranças políticas que iriam substituir a velha guarda da mangueira petista, atropelada na gestão da máquina, em escândalos como o Mensalão e o Petrolão. Tornaram-se estrelas cadentes. Hábil politicamente, nem a questão da geografia política escapou à análise do morubixaba petista, que concentrou seus esforços no chamado cinturão paulista, onde a cidade de Campinas, reduto político de Pochmann, se inclui. 

Com o tempo e a julgar pelas últimas eleições - onde grupos políticos conservadores continuam hegemônicos no controle da máquina estadual - há de se por em dúvidas os eventuais êxitos do PT neste projeto. Apesar de contar com a simpatia do eleitorado da capital, São Paulo, o partido ainda ressente-de de uma presença mais efetiva em regiões do interior do estado. Os internautas são enfáticos ao afirmarem que quem elegeu Tarcísio de Freitas governador foi o interior.   

Pochmann, infelizmente, não foi bem-sucedido na seara política propriamente dita. Dentro do próprio PT, alguns atores pinçados da academia, como é o caso de Fernando Haddad e foi o caso de Celso Daniel, deram certo. Não foi o caso de Pochmann, cujos projetos eleitorais não tiveram êxito. Que o economista seja muito bem-vindo ao IBGE, pois reforça o time dos autênticos, que sofrem um assédio danado, acossados em razão da abertura de espaços na máquina para atender às demandas do Centrão.  

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Editorial: Vamos deixar os jumentos em paz?



Outro dia, líamos uma matéria preocupante sobre a situação dos jumentos aqui na região Nordeste, vítima de abatedouros que comercializam sua carne para alguns países da Europa. Assim como aquela comissão de parlamentares, esperamos não ter errado de continente. Em todo caso, mesmo se estivermos errados, a questão que importa é que os animais poderiam entrar em risco de extinção com essa prática. Em regiões como a paradisíaca Jericoacoara, no Ceará, dá gosto vê-los soltos na natureza durante os passeios de bugge pelas dunas.  

Por vezes, eles fazem visitas à vila, sem que sejam incomodados pelos turistas e moradores locais. É assim que eles deveriam ficar na região, inspirando cancioneiros, endeusados nas músicas de Luiz Gonzaga, o rei do Baião. Infelizmente, alguns setores da imprensa parece ter mergulhado num festival de bobagens, como sugeria o grande Stanislaw Ponte Preta. Esse setores estão amplificando essa bobagem do tratamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro dispensou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a resposta do presidente. É claro que o ex-presidente Bolsonaro foi deselegante e infeliz.  

Outra grande bobagem é a implicância descabida sobre uma eventual indicação do nome do economista Márcio Pochmann para o IBGE, circunscrita, tão somente, às picuinhas políticas. O caboclo possui lastro acadêmico e político de sobra para ocupar o cargo. O IBGE, como se sabe, esteve no rol de instituições assediadas pelo governo anterior. Por muito pouco, devido aos contingenciamentos de verbas, não deixou de realizar o último censo, importantíssimo para o país planejar suas políticas públicas. Pior do que isso é o Governo ceder às pressões do Centrão para ocupar cargos na máquina, por vezes com a indicação de nomes alheios à função, sem nenhum compromisso com o interesse público. Isso, de fato, deveria ocupar as preocupações desses jornalistas. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 26 de julho de 2023

Publisher: Gave "PDP" in the Marielle Franco case.



"PDP", in underworld slang, means confirmation. Well, it gave "PDP" in the case of councilwoman Marielle Franco. There are two former police officers serving time in relation to the case, accused of carrying out the crime. One of them, Élcio de Queiroz, decided to enter the prize-giving program, confessing to the crime and handing over his accomplices in the attack that killed activist Marielle Franco and her driver, Anderson Gomes. Élcio drove the car, while the shots were fired by militia member Ronnie Lessa. In today's actions, based on such accusations, the Federal Police arrested firefighter Maxwell Simões who, according to Élcio, would have been in charge of the bell that accompanied the councilwoman's steps, and, after the crime, he was in charge of disposing of the car and to the weapon used, a submachine gun, as suspected by the police.

By the way, the use of this weapon in the crime against the councilor and her driver was fundamental for clarifying what happened, as it is a weapon for restricted use, in addition to requiring a lot of expertise in its handling. As is known, Mr. Ronnie Lessa, before entering the underworld of organized crime, possessed great police expertise, working in elite groups of the Civil Police and the Military Police of Rio de Janeiro, as well as Adriano da Nóbrega, killed in the Bahia. The trajectory of these two police officers is curious. Ronnie Lessa, for example, started his professional life as a quiet tattoo artist.

A few days ago, the Minister of Justice, Flávio Dino, announced that he would have news about the Marielle case. The news came out today. Let's hope the bird continues to sing so we can get to the names and motivations that led to this barbaric crime against the councilor and her driver. Another goal scored by Minister Flávio Dino, who practically assumed the clarification of the case as one of the missions of his portfolio.

Editorial: Imprensa veta o nome do economista Márcio Pochmann para o IBGE.



Foram inusitadas as manifestações de alguns setores da imprensa no dia de ontem, com alguns articulistas se manifestando contra as articulações políticas que sugerem o nome do economista Márcio Pochmann como futuro indicado pelo Governo para a presidência do IBGE. O argumento mais "consistente" nessa contraposição diz respeito ao fato de o economista ser um petista raiz, onde os aspectos ideológicos poderiam prevalecer em sua gestão, em detrimento dos aspectos técnicos. 

Pochmann tem uma excelente formação acadêmica e continua ativíssimo, publicando, com regularidade, suas reflexões sobre a quadra política e econômica do país. A reticência desses setores, portanto, é de caráter polítco, com alguns componentes temperamentais, uma vez que o economista andou se indispondo com os servidores do órgão no passado. Não deixa de ser curioso que isso tenha ocorrido em relação ao IBGE, quando seria mais facilmente de ser compreendido, por exemplo, se ocorresse, quando de uma indicação para o Supremo Tribunal Federal ou para um órgão como a PGR. 

Neste sentido, Pochmann passou a contar com o apoio de setores mais autênticos da legenda e de associaoções como os Economistas pela Democracia, que se solidarizaram com a indicação do economista ao órgão. Mais uma vez, voltamos a repetir, não deixa de ser curioso e inusitado esse ativismo de setores da imprensa em torno dessas especulações em torno do nome do economista. São argumentos pífios, insustentáveis.   

Editorial: Guerra e Paz. Enquanto Bolsonaro sela a paz com Tarcísio, o Centrão não esconde as rusgas com o Governo Lula.



O Centrão, por incrível que possa parecer, existe. Agora mesmo, por ocasião das articulações em torno dessa minirreforma ministerial prevista pelo Governo Lula, em solidariedade aos líderes do grupo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, segundo divulgou a imprensa, teria, deliberadamente, adiado uma reunião com o morubixaba petista. Segundo consta nos escaninhos da política, seria uma demonstração de insatisfação em relação à desenvoltura do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que estaria negociando no varejo, e não no atacado, ouvindo os deputados sem consultar os caciques do Centrão. 

Pense em algo complicado essa minirreforma do Governo. Para completar o enredo, Lula já não aguenta mais as dores físicas e vai precisar se submeter a uma cirurgia nos quadris. Em tese, somente depois de anunciar as mudança no Governo. Por um desses caprichos, se ele vier a entregar a missão ao seu vice não seria de mal alvitre, uma vez que Geraldo Alckmin tem se saído muito bem como interlocutor do Governo. Seria uma dor a menos para o morubixaba petista, embora estejamos tratando aqui de uma prerrogativa que Lula não abriria mão. 

Pelo lado da oposição, sugere-se que as relações serenaram entre Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi convidado para um jantar e uma pernoite em palácio. Como já tratamos por aqui em outra postagem, a quadra política está bastante complicada em São Paulo. Existe uma penca de candidaturas pelo lado da situação e pelo lado da oposição. As posições do PL de Jair Bolsonaro, por exemplo, não convergem com as posições do governador Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos. 

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 25 de julho de 2023

Editorial: Ronnie Lessa pode entrar no programa de delação premiada.



 A Polícia Federal entra numa etapa definitiva em relação ao esclarecimento sobre o assassinato da ativista política Marielle Franco e do seu morotista, Anderson Gomes. Sabemos em que circunstâncias a vereadora e seu motorista foram assassinados, assim como quem os executou. Em delação premiada, o ex-policial Élcio de Queiroz entregou o policial Ronnie Lessa e o ex-bombeiro Maxwell. Agora a polícia e o Ministerio Público trabalham com a possibilidade de o ex-policial Ronnie Lessa entrar no programa de delação premiada e, igualmente, emendar os fios do novelho da trama criminosa que ceifou a vida da vereadora. 

Hoje se sabe, por exemplo, que o trabalho da vereaora nos morros cariocas prejudicavam os interesses das milícias com atuação naqueles bairros, daí a motivação de sua morte. Como a milícia está entranhada no aparelho de Estado, tais interesses são complexos, envolvendo, inclusive, os interesses eleitorais. Há atores políticos ocupando espaço no Poder Legislativo tendo como suporte os colégios eleitorais controlados pela milícia. O material recolhido durante as operações de busca e apreensão podem ajudar bastante neste processo, mas nada como um passarinho cantando como um canário belga. 

Vamos aguardar o trabalho sério que está sendo conduzido pela Polícia Federal, sob os auspícios dos ventos republicanos que sopram do Ministério da Justiça. Em poucos meses de Governo Lula podemos comemorar os avanços alcançados nessas investigações. Hoje o homem mais procurado pelas redes sociais é um tal porteiro que andou ouvindo vozes e depois sumiu.    

Editorial: General Gonçalves Dias não deseja ir à CPI do MST.



Trava-se uma verdadeira batalha campal entre Governo e Oposição na CPI do MST. Conforme informamos antes, quando há sessões naquela comissão, além das pipocas, este editor prepara o colete, pois estamos lidando com as bancadas da bala, do agronegócio, parlamentares ligados aos estamentos militares. No outro extremo, deputados diretamente ligados aos movimentos dos sem terra. Digam os leitores aqui se cometemos algum exagero ao preparar o colete. Num contexto beligerante como este, a presença de um general seria até muito bem-vinda. 

Mas, neste caso em particular, o general Goncalves Dias, ex-GSI no Governo Lula, entrou com um pedido no STF para não comparecer àquela comissão. Saimos por aqui em defesa do general Goncalves Dias. Também não observamos nenhum motivo que justifique a sua presença naquela comissão, exceto pela tentativa sistemática do grupo hegemônico em produzir desgastes ao Governo Lula. Até recentemente, o general Gonçalves Dias compareceu a um chamamento da CPI Distrital que investiga a tentativa de Golpe do dia 08 de janeiro. 

O seu comportamento durante a sessão foi exemplar. Cortez, educado, não se recusou a responder a nenhum questionamento dos seus interlocutores. Uma postura republicana irrepreensível. Suas reticências ao comparecimebto à CPI do MST são por razões óbvias. Simplesmente não há uma motivação que justifique a convocação, programada para o dia primeiro de agosto. Sobre o 08 de janeiro havia uma motivação. O general prestou todos os esclarecimentos necessários,inclusive dando uma aula sobre a estrutura do GSI.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


Editorial: Lula pede a Dino para revê licenciosidade com os clubes de tiro.



Alguns crimes violentos ocorridos no Brasil nos últimos anos estão, inexoravelmente, asociados à proliferação desses clubes de tiros que se espalharam pelo país, depois das facilidades criadas pelo governo anterior. Não arrisco projeções relativas ao aumento da violência uma vez que seria necessário uma investigação mais efetiva. Por outro lado, convém desconfiar das intenções de quem distribue armas, aos invés de livros, equipamentos culturais, educativos, esportivos, recreativos e coisas do gênero. Lula, que em alguns momentos foi infeliz em suas falas, desta vez acertou  em cheio ao afimar que deseja construir democracia e não uma guerra ou uma revolução. 

Quem deseja construir ou consolidar uma democracia não sai por ali distribuindo armas para a população, exceto em casos extremos, quando se trata de defendê-la, como já ocorreu historicamente em Cuba, quando o comandante Fidel Castro armou os carvoeiros para lutarem em defesa da ilha, quando ela estava sendo invadida por mercenários armados pela CIA, nas históricas batalhas da Baía dos Porcos. 

Espero que os bolsoristas radicais não leiam esse blog. Eles não iriam concordar com a nossa avaliação da Ilha cubana e, muito menos ainda, com a nossa anuência às determinações de Lula no sentido de restringir esses clubes de treinamentos com o uso de armas, excentuando os casos em que tais treinamentos se aplicam, ou seja, as academias militares e das polícias. Bola dentro do morubixaba. 

Editorial: Lula negocia no "varejo" para dar tranquilidade ao Governo.



O estranho seria Lula afirmar que o Governo está "tranquilo" em meio a esse turbilhão de inquietações produzidos pelo Centrão, que está a exigir pressa na minirreforma ministerial. Este editor já não se arrisca mais a apontar as cabeças que estariam a prêmio, dadas as mudanças em torno do assunto. Todos os dias surgem novos nomes. Agora é o Ministério dos Portos e Aeroportos que entra nessa alça de mira, trazendo as inquietações de praxe para o seu titular. Até encontros de trabalho da equipe podem ser lidos como eventuais negociações neste sentido, como um último encontro entre Luciana Santos e o morubixaba petista, para tratar de assuntos de rotina da pasta. 

O Ministério da Ciência e Tecnologia, comandado por ela, está no index das negociações com o Centrão desde o início. Assim como Nísia Trindade e Ana Moser, a pernambucana também toma suas providências para se afirmar no posto, através de manifestções de apoios de grupos ou associações ligadas aos trabalhos desenvolvidos pelo seu ministério. Se depender dos pesquisadores, ela fica. As bolsas de pesquisa tiveram um aumento considerável nessa gestão.

O Centrão, por outro lado, afirma que tem pressa na distribuição dos cargos prometidos. Até recentemente, o morubixaba petista, acertadamente, anunciou que pretende negociar no varejo, ou seja, com partidos como o União Brasil, o PSD, Republicanos e Progressistas. Melhor que seja assim. Ele sabe que o Centrão não entra de sola. É um pé dentro e outro fora. Faz parte do manual de procedimentos desse agrupamento político.   

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Editorial: Deu "PDP" no caso Marielle Franco.



"PDP", na gíria do submundo, significa confirmação. Pois bem, deu "PDP" no caso da vereadora Marielle Franco. Há dois ex-policiais cumprindo pena em relação ao caso, acusados pela execução do crime. Um deles, o Élcio Queiroz, resolveu entrar no programa de delação premiada, confessando o crime e entregando seus comparsas no atentado que vitimou a ativista Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Élcio dirigiu o carro, enquanto os disparos foram efetivados pelo miliciano Ronnie Lessa. Nas ações de hoje, baseadas em tais delações, a Polícia Federal prendeu o bombeiro Maxwell Simões que, segundo Élcio, teria ficado encarregado da campana que acompanhou os passos da vereadora, e, depois do crime, encarregou-se de dar sumiço ao carro e à arma utilizada, uma submetralhadora, conforme suspeitava a polícia. 

Aliás, o emprego dessa arma no crime contra a vereadora e o seu motorista foi fundamental para o esclarecimento do ocorrido, por ser uma arma de uso restrito, além de exigir bastante perícia no seu manejo. Como se sabe, o senhor Ronnie Lessa, antes de entrar para o submundo do crime organizado, possuía uma grande espertise policial, atuando em grupos de elite da Polícia Civil e da Polícia Militar do Rio de Janeiro, assim como Adriano da Nóbrega, morto na Bahia. É curiosa a trejetória desses dois policiais. Ronnie Lessa, por exemplo, começou sua vida profissional como um pacato tatuador. 

Há poucos dias atrás, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que teria novidades sobre o caso Marielle. As novidades vieram à tona no dia de hoje. Vamos torcer que o passarinho continue cantando para chegarmos aos nomes e as motivações que levaram a este crime bárbaro contra a vereadora e o seu motorista. Mais um tento marcado pelo ministro Flávio Dino, que, praticamente, assumiu o esclarecimento do caso como uma das missões de sua pasta.    

Editorial: As jogadas estratégicas de Romeu Zema.



Ainda estamos muito longe das eleições presidenciais de 2026, mas, a rigor, as movimentações políticas já começaram em torno do assunto, seja do lado da Oposição, seja na própria quadra governista, que já trabalha com a hipótese de uma reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Em princípio, o próprio mandatário considerava a hipótese remota, mas sabe-se lá como são essas coisas do poder, conforme alertava o grande Ulisses Guimarães. Manter as expectativas de sua base aliada apenas para as eleições de 2030 pode ser uma estratégia das mais salutares, pois permite menos escaramuças internas. Convém ao morubixaba não descartar essa possibilidade. 

No retrovisor da oposição surgem alguns nomes, como o dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o do governador mineiro, Romeu Zema. Há outros nomes, naturalmente, mas esses despontam com mais desenvoltura, em razão de pilotarem grandes colégios eleitorais. Tarcísio anda às turras com o bolsonarismo - com o DNA do mesmo - mas sendo aconselhado a guardar uma distância regulamentar de suas toxinas. 

Ainda jovem, o governador mineiro Romeu Zema já se comporta como uma velha raposa mineira. Fez umas jogadas de mestre nas últimas eleições presidenciais. Tem algumas estridências, mas deve ser tudo de caso pensado. Não se enganem. A observação vem a propósito de uma eventual citação sua - frase atribuída a um ex-presidente norte-americano - informando que a democracia é o direito da população escolher seus tiranos. A citação está repercutindo bastante nas redes sociais.        

Editorial: As dores de Lula.


O presidente Lula voltou a acusar dores no quadril, um incômodo que já o acompanha há algum tempo. Dependendo das avaliações médicas, talvez se submeta a uma cirurgia. Ficamos aqui na torcida pelo reestabelecimento de sua saúde. Esta semana, no entanto, promete outros tantos aborrecimentos para o mandatário, tornando-o ainda mais suscetível a novas dores. Lula retoma as negociações para destravar essa minirreforma ministerial. A equação aqui é atender às demandas do Centrão, sem desagradar a sua base de sustentação ideológica, formada por partidos como o PSB, PCdB, Psol e o próprio PT. 

Trata-se de uma obra de engenharia política complexa,uma vez que os eventuais novos aliados não aceitam qualquer coisa. Miram exatamente os espaços destinados ao fiéis companheiros. Em alguns casos, Lula talvez seja impelido a cortar na pele, conforme observamos em editorial publcado por aqui. Este assunto já está saturando. Ninguém aguenta mais tratá-lo por aqui. Em breve o morubixaba petista deverá ter um encontro com Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, onde se pretende bater o martelo sobre o assunto. 

Como o apetite dessa gente é voraz, isso significa que em breve teremos mais alguns aborrecimentos para o Palácio do Planalto, que poderá deixar alguns companheiros ao relento e pagar um preço político alto junto à opinião pública. Depois do recesso de julho, com a retomada dos trabalhos das CPI's, outros tantos problemas para o Governo. Governar sob este clima de hostilidades não é uma tarefa simples.   

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 23 de julho de 2023

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Editorial: Cortando na pele para atender ao Centrão.


Na próxima semana, Lula deverá tomar decisões delicadas sobre a sua equipe de Governo. Há duas situações em relação às quais poderíamos até cobrar do petista essas decisões, como, por exemplo, nos casos em que se tratasse de mau desempenho de seus titulares ou, mais grave, por algum ato não condizente com as boas práticas exigidas na condução dos negócios de Estado. As mudanças que Lula objetiva fazer em sua equipe, entretanto, não se configuram em nenhum desses casos. 

Elas estão relacionadas a uma acomodação política, para atender as circunstâncias impostas pelo presidencialismo de coalizão, que põe sempre em xeque ou reduzem sensivelmente as margens do governança do Poder Executivo. Segundo alguns analistas, a decisão já está tomada pelo morubixaba petista, pois ele já estaria tratando os novos companheiros do Centrão como ministros do seu Governo. Seriam favas contadas, portanto, como se diz aqui no Nordeste. 

O nó-górdio desse arranjo é que Lula vai precisar cortar  na própria pele, entregando alguns cargos àquele agrupamento político. Como o jogo é pesado, aqui entram várias questões, inclsuive as questões provincianas, ou seja, até a cabeça de desafetos paroquiais entram nesse jogo. Estados como Piauí e Alagoas estão nessa alça de mira, uma vez alguns desafetos políticos de membros do Centrão estão ocupando espaço na Esplanada dos Ministérios. É uma pena mesmo que estejemos submetidos a esses caprichos políticos impostos por esse tal presidencialismo de coalizão.   

Editorial: Os planos do superministro Flávio Dino

 


Nos bastidores da política, sempre se especulou sobre uma eventual pretensão do Ministro Flávio Dino em ocupar uma vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Seria uma processo natural em sua carreira, uma vez que coroaria sua trajetória como juiz de direito. Sempre que se abre uma vaga naquela Corte, seu nome passa a ser ventilado na bolsa de apostas, posto que o martelo está nas mãos do morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva. Foi assim mesmo antes de ele assumir o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública no Governo.

No dia de ontem, o portal Uol publicou uma longa matéria sobre os eventuais projetos políticos de Flávio Dino, que que já vem sendo tratado como superministro do Governo Lula. Nas atuais circunstâncias políticas vividas pelo país, um Ministro da Justiça assumir o protagonismo político não seria surpresa. É preciso reestabelecer o ordenamento democrático; Reconfigurar as instituições que perderam seu papel de instituições de Estado; Promover revogaços das licenciosidades praticadas por um governo passado de colorações antidemocráticas e antirrepublucanas. A lista do trabalho que ele terá pela frente é enorme. Passaríamos a tarde de hoje listando-as por aqui. 

Assim, o ministro tem agido rápido, tomado medidas duras, mas necessárias, em alguns casos criando arestas dentro e fora do Governo. O morubixaba petista, em certo momento, chegou a afirmar que o estilo Dino deveria ser seguido pelos demais membros de sua equipe. Dino, que antes não apareceia no radar dos eventuais candidatos a sucessão de Lula em 2026 (Ops! 2030, na realidade, uma vez que as especulaçoes sugerem que lula tentaria a reeleiação em 2026)passa a compor a lista de sucessores do cacique petista. O Ministro Flávio Dino não fala sobre o assunto, mas, nesses casos, o silêncio tem muitos significados.   

sábado, 22 de julho de 2023

Editorial: As intensas movimentações políticas no cenário paulista.

Ricardo Nunes, Prefeito de São Paulo. 


Se já existem movimentações políticas em torno das eleições presidencias de 2026, em tese, não poderiam surpreender as intensas movimentações no tabuleiro da política paulista, de olho nas eleições municipais de 2024. Vamos precisar criar uma espécie de observatório aqui pelo blog para não perder nenhum desses lances. Vajamos: Até recentemente, Lula reafirmou o seu compromisso em respeitar os acordos firmados nas eleições passados com o PSOL, o que significa que o PT deve apoiar a candidatura de Guilherme Boulos ao Palácio Bandeirantes; Ricardo Nunes, o atual gestor, que deseja reeleger-se, empreende esforços para conquistar o apoio de Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP), atual Governador do Estado. Nunes tem em mãos dados de pesquisas que o animam bastante a renovar o contrato de locação do palácio; Depois de anunciar que não mais pretendia disputar o cargo, o ex-Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, hoje Deputado Federal, voltou a tratar do tema, como quem ainda não estivesse jogado a toalha. Neste meio termo, o ex-presidente Jair Bolsonaro aventou a possibilidade de apoiá-lo; Mesmo integrando a base de apoio de sustentação do Governo Lula, será difícil convencer o PSB a ficar de fora da disputa. A Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP) deseja o cargo desde longas datas; Agora é a vez do Deputado Federal Kim Kataguiri também manifestar o desejo de disputar o cargo. Com mais de um ano antes da disputa, como os leitores podem observar, o cenário já se encontra bastante agitado. A disputa promete.   

Editorial: Lula pede "cenários" à sua equipe para decidir sobre minirreforma.



Possivelmente, teremos mais uma semana de ansiedades  e expectativas pela frente. O morubixaba petista solicitou à sua equipe de articulação que apresente um "cenário" da gestão, ou seja, aqueles espaços que poderiam ser negociados com o Centrão. Entram aqui alguns critérios subjetivos, não necessariamente de caráter republicano, mas movidos por idiossincracias e interesses particulares. Temos dúvidas se seria um bom encaminhamento, sobretudo por conhcermos as chamadas intrigas palacianas. Neste jogo, alguém poderá vir a ser "queimado" não por não está fazendo uma bom trabalho, mas por critérios políticos ou simplesmente para atender às "demandas".  

É bom que se diga que até a cabeça do seu principal articulador já foi solicitada. Coincidentemente, ele um dos atores mais cotados ao trono do petista para as eleições presidenciais de 2026. Alguém já sugeriu que é Lula que tenta atrair o Centrão e não o Centtrão que deseja fazer parte do Governo Lula. Seja como for, cria-se um cenário de muitas incertezas na máquina. O Ministro Alexandre Padilha, um dos seus articuladores, quando Lula ainda estava em viagem, de alguma forma, já antecipou tal cenário ao afirmar que tirando a saúde, tudo seria negociável.

Difícil afirmar que tais iniciativas partem exclusivamente de Lula, num ambiente onde partidos que integram esse grupo políticos definem, aprioristicamente, os nacos que pretendem ocupar na máquina. Lula terá que utiluzar de toda a sua habiludade política para ceder onde for possível - em nome da governabilidade - sem descaracterizar a marca de sua gestão ou se indispor com os companheiros de longas jornadas. 
   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 21 de julho de 2023

Editorial: Boric assume o protagonismo político no continente?




Estamos acompanhando, com bastante carinho, a situação política do Chile. São muitas as justificativas para essa nossa preocupação, mas se sobressai o contexto político daquele país, muito semelhante ao do Brasil, onde a centro-esquerda venceu uma eleição apertada e vive às turras com uma extrema-direita ativa, fustigando e impondo derrotas ao governo constantemente. Assim como no Brasil, no Chile Gabriel Boric faz um governo de concertação e não de consertação, como desejaria o campo progressista. Na realidade, mas recua do que avança, cedendo sempre, ampliando as manobras dessa extrema-direita. Boric não é modelo para o Brasil. 

Em todo caso, no que concerne aos seus pronuciamentos públicos, ele pode se consderar mais feliz do que o nosso presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. As posições de Boric sobr a situação política de países como a Ucrânia, a Nicarágua e a Venezuela o colocaram num patamar mais avançado do que o Brasil no contexto do cenário internacional. Isso se deve, muito mais, aos graves equívocos aos quais Lula foi induzido, apresentando-se para resolver conflitos mundiais como o da Guerra da Ucrânia, que envolve múltiplos interesses, onde o mais prudente seria nem se envolver. Acabou foi se indispondo com ambos os lados. 

Pelo que temos lido até este momento, a situação política do Chile inspira bastante cuidado. Ao longo dos anos, mesmo num ambiente político de redemocratização, a extre-direita conseguiu fomentar uma condição política confortável. Por outro lado, aquele país tornou-se um laboratório para os experimetos das políticas econômicas neoliberais mais ousadas até hoje, produzindo reflexos perenes, mas ao mesmo tempo danosos para a população. As margens de manobras de Boric estão bastante reduzidas. Até a água foi privatizada. Chegou-se a momentos onde os aposentados - com proventos baixos - precisaram optar entre comer ou pagar as contas em dia.     

Editorial: Um ghostwriter para Lula. Urgentemente!


Os problemas de comunicação de Lula se arrastam desde a última campanha presidencial. Escorregões verbais em público podem produzir ruídos desconfortáveis para a gestão e o Palácio do Planalto sugere acusar esses impactos. É preciso reconhecer, no entanto, que o presidente Lula pode estar sendo induzido a cometer alguns equívocos de posicionamentos, instigado por alguns assessores. Notadamente no tocante ao cenário internacional, registre-se. Vão aqui alguns exemplos, sem descer às minúcias, para não melindrar: Nicarágua, Venezuela, Ucrânia e, mais recentemente, o continente africano. 

Aqui em Pernambuco nós temos acadêmicos que nunca escreveram nada, ou seja, sua produção literária pode ser creditada exclusivamente aos seus ghostwriters. Com capilaridade política e capital simbólico, esses acadêmiso passaram à frente de pessoas que realmente escrevem e possuem uma grande produção literária, mas não ocupam cadeiras nas academias de letras. Como se sabe, este não é um fato isolado. Até na casa de Machado de Assis as coisas funcionam nesses moldes, possivelmente para desgosto do falecido.  

Mas não é essa a discussão deste editorial. Na realidade, depois de alguns tropeços nas falas em público, Lula estaria providenciando o reforço de sua assessoria de comunicação. Recentemente saiu a informação de que o deputado federal André Janones seria incorporado ao time, numa decisão tardia, pois seu nome seria estratégico na gestão, principalmente na arena das redes sociais.   

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 20 de julho de 2023

Editorial: PL radicaliza e deve expulsar o deputado Yury do Paredão. Aquele que fez o "L".



Pelo andar da carruagem política, a Comissão de Ética do Partido Liberal considerou conduta grave a do deputado cearense, Yury do Paredão, que, num encontro aqui em Salgueiro-PE, durante inauguração de obras do Governo, resolveu fazer o "L", numa saudação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com outros integrantes do Governo. O Presidente Nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto, em reunião, já teria comunicado a decisão ao parlamentar. Como já enfatizamos em outro momento, são curiosas as jogadas nesse tabuleiro de xadrez entre Governo e Oposição. 

Em princípio, Lula tenta estreitar os laços com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, que é do PL, ao passo em que a presidência da legenda sugere repelir tais aproximações. Somente para não esquecer uma máxima do ex-presidente Jânio Quadros, esta parece ser aquela intimidade que está gerando mais aborrecimentos do que filhos. O mesmo problema está ocorrendo com os partidos PP e Republicanos, inseridos nesse grupo denominado de Centrão. O governo dialoga com os parlamentares, enquando as caciques das duas legendas emitem descontentamento com uma adesão ao Governo, a exemplo de Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas. 

Ao final, vamos chegar à conclusão de que os articuladores do Governo Lula parece ter lido uma de nossas observações por aqui, observando que talvez produza melhores resultados negociar no varejo, caso a caso, do que em bloco. Salvo melhor juízo, a Legislação Eleitoral até permite uma mudança de legenda consensual, sem o ônus da perda do mandato. Não sabemos como isso se aplcaria no caso de uma expulsão. Se o deputado vier a perder o mandato, será por ter feito um simples "L", o que é profundamente lamentável. 


P.S.:Contexto Político: Na realidade, pedimos perdão aos leitores ao afirmar que o Presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, seria do PL. Lira é filiado ao PP, o mesmo partido de Ciro Nogueira. Os acenos do Planalto para este partido compor o governo, na verdade, teria como objetivo cindir a agremiação, fragilizando as manobras de Lira. Se Lira e Ciro Nogueira resolverem aderir, no entanto, seriam bem-vindos.  

Editorial: O Centrão tenta cometer "feminicídio" no Governo Lula ?




Pode ser uma simples coincidência, mas, estranhamente, mais mulheres poderão deixar seus cargos no Governo Lula para atender às demandas do Centrão, naquilo que já vem sendo tratado como um "feminicídio político". Daniela Carneiro já deixou a Esplanada dos Ministérios e outros órgãos e ministérios estão na mesa de negociações, todos, coincidentemente, sob o comando de mulheres, como é o caso de Ciência e Tecnologia, Esportes e, para variar, o próprio Ministério das Mulheres, comandado por Aparecida Gonçalves. 

A cota de participação de mulheres na gestão da máquina é algo que converge com as próprias diretrizes do Governo Lula. Mudança nesse perfil é algo que vem incomodando os segmentos mais ideológicos da legenda, como é o caso da Deputada Federal, Gleisi Hoffmann, Presidente Nacional do PT. A rigor, esta minirreforma está apenas no começo, mas vem produzindo ruídos estridentes, conforme afirmamos em postagem anterior. Na realidade, o Governo Lula deseja um ambiente de governança menos suscetível aos solavancos produzidos pela oposição, que chegou a infringir derrotas acachapantes ao Governo.  

Há, porém, alguns segmentos do próprio Centrão que agem como quem deseja ver o Governo sangrar até as eleições de 2026. Talvez até antes disso, quem sabe através do desengavetamento de algum pedido de impeachment. Lula já acumula mais pedidos do que o ex-presidente Jair Bolsonaro. Basta uma fala, um espirro, e aparece algum parlamentar de oposição protocolando um pedido de impeachment. Estamos aqui diante de uma espécie de chantagem institucional. Esse nosso presidencialismo de coalizão, que nos perdoem o historiador Luiz Felipe de Alencastro, é uma aberração.    

Editorial: Lula mais esperto do que o diabo?



É mais ou menos isso o que sugere a coluna Diário do Poder, comandada pelo jornalista Cláudio Humberto. O diabo, neste caso, seria o Centrão. Enquanto o jornalista Josias de Souza, em sua coluna do Portal UOL, advoga que o Centrão diversifica seus investimentos, de olho nas eleições presidenciais de 2026 - tendo Lula como uma dessas carteiras - Cláudio Humberto indica que seria Lula, na realidade, que tenta cooptar o Centrão, numa expressão traduzida por ele como presidencialismo de cooptação, em substituição ao presidencialismo de coalizão.  

Como os leitores podem perceber, são duas visões antagônicas acerca dessa relação entre o Governo e a Oposição. De volta ao país, Lula deve promover uma minirreforma ministerial, incorporando ao Governo alguns nomes do PP e dos Republicanos. Mesmo na Bélgica, seus auxiliares trataram de divulgar a informação de que os acordos já estariam fechados com aquele grupo político, um arranjo confuso, onde as principais lideranças desses dois grêmios partidários não admitem publicamente as negociações. Até negam, na realidade, como é o caso do Presidente Nacional do PP, o senador Ciro Nogueira. 

Tal premissa, se verdadeira, reforça a tese de que esses políticos poderiam estar sendo, de fato, cooptados pelo Planalto sem a anuência de seus dirigentes partidários, numa espécie de desobediência. Quais seriam as consequências, então? Por outro lado, o cardápio de cargos oferecidos aos parlamentares não atende aos paladares exigentes daquele grupo político, criando alguns embaraços para o Planalto, que tenta preservar alguns nomes identificados com a plataforma ou perfil da gestão. Um dos aspectos diz respeito à cota de participação das mulheres no Governo, que poderia vir a ser alterada nessa minirreforma.    

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 19 de julho de 2023

Editorial:" Tirando, a Saúde, tudo está em aberto", afirma Alexandre Padilha.



Essa minirreforma do governo Lula está se tornando um jogo de xadrez bastante intrincado. Lula já está sendo criticado por diminuir a cota de participação destinada às mulheres na gestão, mas, curiosamente, as pastas mais ameaçadas de caírem nas mãos do Centrão são exatamente aquelas comandadas por mulheres. Daniela Carneiro, já foi afastada do Ministério do Turismo, hoje ocupado por Celso Sabino, indicado pelo União Brasil. O morubixaba petista já antecipou que nem pensa em substituir Nísia Trindade, da Saúde, tampouco Ana Moser, dos Esportes. 

Na avaliação de seus subordinados, a exemplo, de Alexandre Padilha, apenas o nome de Nísia Trindade é imexível, para usarmos uma expressão bem em voga há alguns anos atrás. O Ministério da Saúde, por outro lado, nunca esteve fora dos planos do Centrão. Por razões conhecidas, obviamente. Ontem, depois de alguns encontros, próceres integrantes do Governo fizeram questão de assinar que partidos como o PP e os Republicanos já podem aguardar as portarias de nomeações dos indicados, pois já são considerados como integrantes da base governista. São os novos companheiros.  

Para definir essa quadra, iríamos usar por aqui uma expressão muito comum para identificar tal situação, mas ela hoje está proibida dentro do contexto do politicamente correto. O site da revista Veja traz uma matéria dando a informação que, curiosamente Lula poderia mexer no Ministério das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves, justamente quaqndo está sendo criticado pelos supostos critérios de "gênero" nas substituições. Os chargistas já andam dizendo que o Centrão deseja as mulheres e os negros do Governo.  

Editorial: PGR deseja identificar seguidores de Bolsonaro nas redes sociais.



Não enxergamos com bons olhos essa proposta da Procuradoria Geral da República no sentido de pedir autorização ao STF para identificar os perfis dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro pelas redes sociais. Uma medida polêmica e politicamente incorreta, passível de produzir um desgate tremendo, que poderia ser evitado. Logicamente que a proposta não deve passar pela Suprema Corte, mas já está produzindo os ruídos inevitáveis, sobretudo entre os opositores do Governo, que, mesmo antes, já fazem ilações recorrentes e descabidas, tentando comparar o Brasil à Venezuela.  

No Governo anterior essa possibilidade foi aventada, partindo dos órgãos de inteligência e segurança, quando cominhávamos para edificação de um estado policial, portanto autoritário. Felizmente, estamos respirando outros ares, num ambiente político democrático e republicano, onde medidas desse porte apenas contribuem para arranhar a imagem do Governo. O Governo vem se conduzindo bem neste campo, estabelecendo os limites corretos entre a liberdade de expressão e os seus abusos, enquadrando seus violadores que, ancorados nessa premissa, pregam contra as instituições da democracia, destróem reputações de adversários, achincalham, mentem, agridem, convidam e incitam para o cometimento de ilícitos legais. Esses devem responder pelos seus atos.  

Vamos ajustar o PL das fake news, do Deputado Federal Orlando Silva, aprová-lo e, principalmebte, exigir que o mesmo seja respeitado pela sociedade. Há alguns ajustes. Vamos ouvir e, se possível, incorporar as propostas da oposição que se adequem a esses ajustes necessários.  

Editorial: PP e Republicanos aderem ao Governo Lula?



É preciso cautela, pois alguém pode está, estrategicamente, blefando por aqui, mas, a rigor, de acordo com José Guimaraes(PT-CE), líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, faltam apenas pouco ajustes para os Progressistas e os Republicanos entrarem para o governo. A aliança estaria consolidada. No dia de ontem, o Deputado Federal Sílvio Costa Filho, do Republicanos, fez um périplo pelos gabinetes dos articuladores do governo, possivelmente tratando desses ajustes. Se depender de José Guimaraes, assim que voltar de mais uma viagem internacional, Lula define os espaços a serem ocupados pelos novos companheiros. 

O otimimso de José Guimarães e Alexandre Padilha contrasta com as reticências de ambas as legendas, principalmente o PP, cujo presidente, senador Ciro Nogueira, chegou a emitir uma cartilha com as cláusulas pétreas que o partido deveria preservar no contexto dessa relação com o Governo, ou seja, algo em torno de apoios pontuais, específicos, longe de uma adesão em bloco da legenda ao Governo. Lula ja escancarou as comportas da máquina pública para os novos aliados, mas não tem sido fácil acomodar tanta gente, sobretudo quando não são os interesses públicos que estão em jogo, mas as disponibilidades de recursos atrelados a essas pastas e órgãos ministeriais.

Não é qualquer ministério que interessa ao Centrão. O olho grande agora estaria voltado para as pastas de Esportes e Desenvolvimento Social, além de órgãos como os Correios e a Caixa Econômica Federal. A conta aqui é simples. Sem portaria assinada, o Governo enfrenta os inevitáveis reveses em votações do seu interesse. Vamos acompanhar até onde vão essas escamaruças entre Governo e Oposição. Lula já foi pressionado a cortar na pele, quando o Ministério da Saúde foi "requisitado". Resistiu. Se ceder em algumas áreas, o seu Governo perde a identidade.   

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 18 de julho de 2023

Publisher: Ana Moser's perfect serve



There is great political expectation around Lula's return to the country. Several factors are contributing to this, such as, for example, scheduling a meeting between him and the President of the Chamber of Deputies, Arthur Lira (PL-AL), as well as the definition of the destination of the Sports portfolio, currently occupied by former volleyball player, Ana Moser. According to some analyses, Lula's strategy would be to increasingly expand this articulation with Arthur Lira, isolating that more reticent opposition group, like Ciro Nogueira's PP. The senator has already been anticipating that the conversation with Lula would only take place in 2026, when we will have a new presidential election, where the opposition forces intend to regain control of the Planalto Palace, something predictable in the scope of the rules of the democratic game.

According to the correct weightings of the journalist Cláudio Humberto's column, these amendments by the rapporteur, today, have some flow mechanisms that no longer make parliamentarians so dependent on the mood of the Government. The Planalto's bargaining power, in this case, is significantly reduced, limited only to positions in the machine. The Republicans expect the PT morubixaba to make a decision on the Ministry of Sports, handing over its title to Pernambucan Sílvio Costa Filho, Federal Deputy affiliated with the Republicans, son of Sílvio Costa, a purple PT (more than red).

Interestingly, one of the main leaders of the party, the governor of São Paulo, Tarcísio de Freitas, has already been anticipating that, occasionally, he even agrees that these channels of negotiations with the Planalto be expanded, but does not consider it prudent to integrate the Government, occupying a ministry , as some comrades wish. As with Minister Nísia Trindade, of Health, Ana Moser also had the support of representative sports entities to remain in office, leading Lula to reconsider the hypothesis of his removal, nailing a perfect serve, with no defense for the opposition. The cost of dismissing him would be very high and inopportune, if we consider that we are in the midst of a competition like the Women's Football World Cup.

Editorial: As fitas com as gravações das agressões ao ministro Alexandre de Moraes estão chegando.



O Governo Brasileiro requisitou e o Governo Italiano está disponibilizando todo o material gravado com as agressões ao minitro do STF, Alexandre de Moraes. Assim que a Polícia Federal identificar os responsáveis, materializar o arrolamento das provas, as providências subsequentes serão tomadas, responsabilizando e punindo devidamente os culpados. O Ministro da Justiça, Flávio Dino, está se empenhando pessoalmente para elucidar o caso. Com as provas apresentadas, caem por terra as narrativas de negativa de autoria dos principais suspeitos, devidamente identificados. 

Andou circulando pelas redes sociais um vídeo sobre tais agressões, onde o magistrado é xingado por uma trupe de bolsonatistas ensandecidos, com palavras de baixo calão, típicas do linguajar dessa trupe insane e pervertida. São agressões abjetas e torpes, que devem ser veementemente repelidas e punidas com o que está previsto no arcabouço legal. As hostilidades ao Ministro Alexandre de Moraes são recorrentes. Ele se tornou o campeão dos ataques bolsonaristas, vítima de ameaças veladas, ora através das redes sociais, ora em público, como já ocorreu nos Estados Unidos. Aliás, o STF se tornou o grande entrave para as pretensões autoritárias do bolsonarismo mais radical, daí se entender tanto ódio desse segmento aos magistrados daquela Corte.   

Conforme advertia o filósofo Karl Popper, chega-se a um momento em que é preciso ser intransigente com os intolerantes. Assim como diriam os nossos avós, se tivéssemos cortado o mal pela raiz, ali quando se permitiu elogios a torturadores e apologias aos regimes autoritários, talvez não tivéssemos chegado a esses estágios anticivilizatórios.      

Editorial: O saque perfeito de Ana Moser



Forma-se uma grande expectativa política em torno da volta de Lula ao país. Vários fatores estão contribuindo para isso, como, por exemplo, o agendamento de um encontro entre ele e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira(PL-AL), assim como a definição sobre o destino da pasta dos Esportes, hoje ocupada pela ex-jogadora de volei, Ana Moser. Segundo algumas análises, a estratégia de Lula seria a de ampliar cada vez mais essa articulação com Arthur Lira, isolando aquele grupo mais reticente da oposição, a exemplo do PP, de Ciro Nogueira. O senador já andou antecipando que a conversa com Lula seria somente em 2026, quando teremos uma nova eleição presidencial, onde as forças de oposição pretendem retomar o controle do Palácio do Planalto, algo previsível no escopo das regras do jogo democrático.  

Segundo ponderações corretas da coluna do jornalista Cláudio Humberto, essas emendas do relator, hoje, possuem alguns mecanismos de fluição que já não tornam os parlamentares tão dependentes assim do humor do Governo. O poder de barganha do Planalto, neste caso, fica sensivelmente reduzido, limitando-se, tão somente, aos cargos na máquina. Os Republicanos esperam que o morubixaba petista tome uma decisão sobre o Ministério dos Esportes, entregando a sua titularidade ao pernambucano Sílvio Costa Filho, Deputado Federal filiado ao Republicanos, filho de Sílvio Costa, um petista roxo ( mais do que vermelho).  

Curioso que uma das principais lideranças da legenda, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já andou antecipando que, pontualmente, até concorda que seja ampliado esses canais de negociações com o Planalto, mas não considera prudente integrar o Governo, ocupando algum ministério, como desejam alguns companheiros. Assim como ocorreu com a ministra Nísia Trindade, da Saúde, Ana Moser também contou com o apoio de entidades representativas dos esportes para permanecer no cargo, levando Lula a reconsiderar a hipótese do seu afastamento, cravando um saque perfeito, sem defesa para a oposição. O custo de sua demissão seria muito alto e inoportuno, se considerarmos que estamos em plena realização de uma competição como a Copa do Mundo de Futebol Feminino.       

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 17 de julho de 2023

Editorial: A agressão covarde ao ministro Alexandre de Moraes.


Já faz algum tempo que estamos passando por momentos difíceis neste país, acossado por uma onda fascista perversa, de perfil autoritário e intolerante. Na medida em que o cidadão ou cidadã assume algum compromisso com as instituições democráticas, defende o Estado Democrático de Direito, coaduna-se aos princípios civilizatórios e republicanos, entra no radar dessa horda fascista, tornando-se inimigos a serem eliminados. Se não matam fisicamente - como o incentivo a não se vacinarem, por exemplo - promovem uma assassinato simbólico ou uma "morte social", através do uso de tecnologias de disseminação de fake news.   

O caboclo nem precisa ocupar um papel relevente na sociedade. Basta ser um vizinho, um irmão, um servidor público, pertencer a algum grêmio partidário, emitir suas opiniões sinceras através das redes sociais ou da blogosfera. O fascismo se alimenta do ódio e, a todo tempo, precisa identificar seus inimigos, reais ou fictícios, com o propósito de insuflar seus seguidores contra eles. Quando vocês observarem alguém sendo achincalhado, antes de qualquer julgamento, façam uma análise sobre o que, de fato, estaria em jogo.  

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, tornou-se um dos principais alvos do bolsonarismo radical no país. Para não incorrer no deslize de um outro ministro, convém esclarecer que o bolsonarismo tem o direito de existir num regime democrático, desde que aceite e respeite as regras do jogo. A extrema-direta existe e atua em diversos países, obedecendo sempre esses parâmetros. A regra é clara, como diriam alguns internautas. Quando essas regras de convivência são violadas, exige-se a aplicação da lei e, consequentemente, as penalidades estabelecidas, dentro dos instrumentos legais previstos, consensualmente estabelelecidos pelas instituições democráticas. O que consideramos curioso é que a coragem dessas hordas deixa de existir quando eles se deparam com a barra da justiça. Golpista não assume que é golpista, assim como agressores não assumem que agrediram. Se acovardam.