pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tijolinho do Jolugue: Contas de campanha. A direita trama o impeachment de Dilma?





Gostaria muito de entender porque este assunto não está tendo a repercussão que se esperava. Não sei se as pessoas consideram que se trata de uma fantasia, sem muita chance de materializar-se, ou se há outras razões para a negligência com o tema. O jornalista que levantou essa questão goza de muita credibilidade. Trata-se do blogueiro Luis Nassif. Neste caso em particular, no entanto, ele vem sendo apontado como um mero ficcionista. O assunto é a urdidura em torno de um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dilma seria atingida por tabela. O alvo mesmo seria o PT. Tudo teria sido articulado com o objetivo de que fosse Gilmar Mendes o homem que avaliaria as contas de campanha de Dilma Rousseff. Sabe-se que Gilmar tem algumas indisposições com o PT. Nos estertores da política, também é de conhecimento que não seria novidade encontrar irregularidades nessas contas, sobretudo depois que chegou ao domínio público a informação de que parte da propina da Petrobras abastecia os comitês eleitorais. Gilmar pediu informações à Receita Federal e ao Banco Central sobre essas movimentações. Está examinando as contas com uma lupa. Um empenho incomum. A rejeição das contas de Dilma seria o primeiro passo para dar início a um processo de impeachment, algo que pouca gente tem levado a sério até o momento. Ainda nesta semana ele deve anunciar suas conclusões sobre o assunto. 

Tijolinho do Jolugue: Os prazeres da vida sem TV, sem trânsito engarrafado e sem Wi-Fi


Há alguns anos atrás, a notícia de que poderíamos nos hospedar num antigo engenho do século XVI, do período do apogeu do ciclo econômico da cana-de-açúcar, confesso, nos causou um grande entusiasmo. Com raízes bem fincadas na zona rural, o fato, certamente, não espantaria a ninguém. O antigo engenho proporciona tudo o que a vida no campo oferece: riachos para pescaria, piscinas naturais, gastronomia regional feita no fogão à lenha, trilhas pelas matas, o canto dos cardeais e rouxinóis, o friozinho da Serra da Borborema. Por vezes, penso que nós precisamos um pouco desse sossego. Um pouco é pouco. Precisamos muito. Outro dia li os posts de dois  colegas  professores sobre as agruras da vida nas metrópoles. Um deles é pernambucano, aqui de Olinda, e o outro é da  Paraíba, precisamente do Bairro de Cabo Branco, João Pessoa. Um deles desabafou que dirigir no Recife estava se tornando um negócio para corno. O outro, inconformado, alegava que estava sendo "interditado" de chegar à sua residência, todas as vezes em que ocorriam eventos no Bairro de Cabo Branco. Ao se despedir temporariamente do Facebook, Roberto Numeriano escreveu uma bela crônica sobre os contatos estéreis proporcionados pelos celulares. As pessoas se sentavam na mesa de um bar mas, cada qual com seus celulares, pareciam desprovidas de afeto, jogando ou falando constantemente com pessoas longe daquele círculo restrito. Estavam naquele espaço, mas absortos, apenas fisicamente. Pois bem. Outro dia, examinando os comentários das pessoas sobre as avaliações de hotéis - a pesquisa foi no site de viagem TripAdviser - observei uma coisa curiosa. Um bom sinal de Wi-Fi, hoje, pode ser mais importante do que uma ducha quente, a limpeza dos quartos, a troca das toalhas, o atendimento, se o ar-condicionado funciona. Como informa Numeriano, convém repensarmos algumas atitudes, alguns comportamentos. Essa fixação nesses aparelhinhos está virando uma verdadeira nóia, comprometendo alguns aspectos importantes da vida. Essa pousada, até recentemente, não possuía sequer televisão nos quartos. Frequentei-a quando ela ainda era virgem. Não sei se os proprietários já cederam às imposições da vida moderna. A pousada Engenho Laranjeiras fica na cidade de Serraria, na microrregião do Brejo Paraibano.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Tijolinho do Jolugue: Ciro Gomes para o Ministério da Educação


Prevendo a possibilidade de voltar ao Palácio do Planalto em 2018, Lula pretende ter uma influência mais efetiva no segundo Governo Dilma Rousseff. Neste momento, então - de turbulência política - sua experiência e traquejo político poderia ser mesmo fundamental para garantir a governabilidade. A coisa anda feia por Brasília. A oposição passou a adotar um discurso golpista e beligerante. Segundo alguns órgãos de imprensa, o ex-presidente gostaria de participar da definição de nomes para três pastas consideradas fundamentais para o seu projeto: Educação, Casa Civil e Cidades. Hoje passou-se a especular sobre a possibilidade do ex-ministro e ex-governador do Ceará, Cid Gomes, ocupar a pasta da Educação. Não há arestas do Planalto com a família Ferreira Gomes. Essas arestas foram devidamente aparadas muito antes das eleições, quando os Ferreira Gomes abriram uma dissidência entre os neo-socialistas. Sempre defenderam o projeto de reeleição de Dilma Rousseff, mesmo com a postulação do ex-governador Eduardo Campos. Acabaram por se afastar do grêmio partidário neo-socialista. Ciro é um cara polêmico e explosivo. Muito inteligente, preparado, mas de pavio curtíssimo. Colaborando com o Governo do irmão, Cid Gomes, por diversas vezes entrou em rota de colisão com os servidores do Estado do Ceará. Em momentos de fúria, chegou a tomar cartazes dos manifestantes e rasgá-los. Confesso que não conheço suas ideias sobre o tema educação. Se é que ele as tem. Há de se entender que também se trata de uma especulação. Há alguns grandes desafios para pasta, sobretudo no que se refere à melhoria dos índices do IDEB. Até 2020 precisamos atingir a média 6,0, que caracteriza uma meta dos países desenvolvidos da OCDE. Outra meta permanente é o enfrentamento dos problema das desigualdades de oportunidades educacionais no país. Dados mais recentes revelam que apenas 20% dos jovens de famílias empobrecidas conseguem terminar o ensino médio na faixa etária recomendada, ou seja, 19 anos. Esse índice chega a mais de 80% quanto se trata de jovens de estratos sociais mais privilegiados.Vamos aguardar aquele jornal que, segundo o ex-governador Miguel Arraes, de fato, conta: O Diário Oficial da União.
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sábado, 6 de dezembro de 2014

Antonio Lassance: Aécio entra para a galeria dos personagens obtusos

Antonio Lassance
Na Carta Maior
O Senador Aécio Neves terá que engolir sua afirmação de que foi derrotado por uma organização criminosa.
Grande parte dos políticos corruptos que receberam propina do esquema que saqueou a Petrobrás, citados por um dos delatores, apoiou sua campanha, desde o primeiro turno.
Ainda conforme os próprios delatores, o envolvimento de cada um deles com essa organização criminosa data do governo do presidente Fernando Henrique.
Já basta desse lenga-lenga de Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Roberto Duque.
Os brasileiros querem saber os nomes dos políticos que receberam dinheiro de propina do esquema que assaltou a Petrobrás.
O que se espera agora é que as informações já vazadas sejam confirmadas no inquérito da Polícia Federal, se os delegados fizerem o trabalho de delegados e não de cabos eleitorais de distintivo.
O que se quer é que todos sejam imediatamente julgados pelo STF ou fujam logo de seus mandatos para serem processados em primeira instância, como fizeram os acusados Eduardo Azeredo e Clésio Andrade, mensaleiros amigos de Aécio Neves.
Quando os nomes ligados a Aécio nas eleições de 2014 e que constam da delação premiada forem qualificados como parte do esquema, Aécio terá uma organização criminosa para chamar de sua.
No PP, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ao que consta, um dos citados na delação, organizou o apoio de todo o Diretório do Partido Progressista do Rio de Janeiro ao presidenciável tucano.
Outro citado, João Pizzolatti, presidente do PP de Santa Catarina, articulou o apoio desse diretório a Aécio e ao chapão em aliança com o PSDB no estado, incluindo o apoio à candidatura do tucano Paulo Bauer, a governador, e de Paulo Bornhausen ao Senado, pelo PSB - também apoiador de Aécio.
Mesmo no PMDB, muitos dos nomes citados estiveram oficialmente associados à oposição, como o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o senador Romero Jucá, de Roraima, e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A recomendação ética de Aécio aos membros prediletos dessa que acusa de ser uma organização criminosa foi: "suguem mais um pouquinho e depois venham para o nosso lado".
A consequência da baixaria do senador e presidente do PSDB é que ele próprio, ao nivelar por baixo o debate político, ao invés de agir como líder da oposição, incorporou o discurso e vestiu a camisa de chefe de um bando desqualificado de extrema direita que pretende levar a disputa política para as vias de fato.
A partir de agora, Aécio torna-se responsável direto por qualquer ato que fuja do controle do processo democrático e revele a face não apenas golpista e autoritária, mas violenta desse bando.
O que se viu nas galerias do Congresso (terça, dia 2) é apenas o começo de algo que, na República, sempre teve um fim triste e personagens obtusos.
Aécio acaba de entrar para a essa galeria de personagens obtusos.
Antonio Lassance é cientista político.
(Do blog do Luis Nassif)

Tijolinho do Jolugue: A pregação golpista de Aécio Neves

Quem tiver curiosidade em pesquisar no Google sobre a célebre frase de Carlos Lacerda sobre Getúlio Vargas, o site de busca irá remetê-lo ao Twitter do Deputado José Aníbal, do PSDB. Guardada as devidas proporções, estamos vivendo aquele mesmo clima político que antecedeu o suicídio de Getúlio Vargas, pressionado pelos militares, depois do atentado da Rua Tonelero, dezenove dias depois. Em alguns aspecto, penso ser um equívoco comparar Carlos Lacerda a Aécio Neves. Mas, no tocante à pregação golpista, os dois estão se parecendo. O senador mineiro parece decidido a criar todos os embaraços possíveis ao segundo governo da presidente Dilma Rousseff. Outro dia, em entrevista, afirmou que perdeu as eleições para uma quadrilha criminosa. Na realidade, perdeu as eleições para um partido político legalmente constituído, integrante de uma coalizão que já governa o país há 12 anos, respaldo pelo voto dos eleitores. Os jornais hoje estampam suas declarações recentes, de corte marcadamente golpista. Seus pronunciamentos no Congresso traduzem o estado de descontrole emocional ao qual foi acometido. Olhando o cenário da conjuntura política com mais calma, isso talvez explique a grande obra de engenharia política que está em jogo em Brasília, com o propósito de garantir a "governabilidade". Lacerda era um golpista incorrigível. Ao que nos consta, esse comportamento do senador mineiro é recente, mas, naturalmente, igualmente pernicioso para a saúde de nossas instituições democráticas. Na juventude, Lacerda foi um militante comunista, antes de enveredar pela direita golpista da UDN. Lia bastante, fundou uma editora, tinha uma verve apuradíssima. A semelhança com o mineiro - além da conjuntura política em que ambos estiveram envolvidos - parece ser mesmo - e tão somente - na pregação golpista.

Charge de Renato Aroeira, publicado no Brasil Econômico

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ciclo de Debates Políticas Públicas e Educação

Conflitos Urbanos na Metrópole e Resistência Popular pelo Direito à Cidade

Tijolinho do Jolugue: Flávio Dino: Não importa a cor do gato, desde que ele cace o rato.



A situação no Maranhão anda um pouco indefinida. Um colega daquele Estado, afirmam - com razão - que os Sarney perderam o Governo, mas não o poder. Continuarão, como sempre fizeram, criando embaraços para os seus opositores, utilizando-se de métodos conhecidos. O último deles, Jackson Lago, caiu em função de uma forte influência que a dinastia Sarney exercia no poder judiciário, capilaridade obtida nessas cinco décadas de poder. Mas, o que causa um certo espanto é a descrença - ainda muito cedo - que começa a rondar as expectativas do que seria o Governo do comunista Flávio Dino naquele Estado. Começa pela ampla coalizão de forças montada por Flávio para "desbancar" a dinastia, o que envolve setores políticos não necessariamente progressistas. Alguns nomes cotados para assumirem secretarias de governo - assim como ocorre no plano nacional - estão suscitando algumas controvérsias. Outra motivações das preocupações é a desenvoltura com que o (ex)comunista fala sobre um possível choque de capitalismo no Estado ou de como pretende fazer uma revolução burguesa na província do Maranhão. Outro dia, nos confidenciou um colega, em entrevista a um jornal local, Flávio assumiu algumas posições que negava sintomaticamente algumas teses caras ao pensamento político comunista. Não se poderia esperar de Flávio que ele viesse a propor uma república comunista do Maranhão, uma utopia, por inúmeras razões, de improvável materialização. Também não se poderia esperar dele uma postura genuinamente contrária ao capital e às liberdades democráticas. De um modo geral, o apetite pelo pragmatismo político, aliás, tem sido a característica mais perceptível dos antigos militantes do PCdoB, depois de um longo processo de decomposição ideológica. Agora, não se poderia esperar de um militante comunista renhido como ele, por exemplo, que desconhecesse algumas teses caras ao pensamento político comunista. foi mais ou menos isso o que ocorreu numa entrevista recente a um jornal local. Isso já é demais. Afinal, como dizia Eric Hobsbawn, a ideia é boa. Penso que a tentativa dos Sarney em demonizá-lo por sua identificação com o comunismo provocou um efeito nefasto no Flávio Dino.  É necessário que o camarada (ops) tome os cuidados necessários para não ser mais do mesmo num Estado que ostenta níveis de justiça social acachapantes. Nesse ritmo, ou os Sarney retomam logo o comando político do Estado ou, pior, teremos a formação de uma nova oligarquia, assim como ocorreu quando Sarney chegou ao poder. 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

"Vai para Cuba!" é um grito que escorre como bílis pelos lábios dos neorreacionários de plantão

Postado em 28 nov 2014
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Havana
Foi o Facebook, como nenhuma outra rede social da internet, que iniciou um processo inédito e ainda não dimensionado de histeria ideológica que, ao menos no Brasil, foi cristalizado sob um complexo manto de silêncio.
Digo complexo porque, até surgir uma plataforma tecnológica capaz de lhe dar cor, forma e conteúdo, esse manto foi sendo lentamente consolidado por diferentes processos de acomodação moral, política e social, sobretudo a partir das gerações subsequentes ao golpe militar de 1964.
Até então, ninguém sabia ao certo quais eram as consequências de cinco décadas de construção conservadora dentro de uma sociedade naturalmente autoritária como a brasileira, nascida e moldada na cultura do escravagismo, do fisiologismo, da separação de classe e da carteirada.
Com a internet e, especificamente, com o Facebook, tornou-se possível entender como a overdose de doutrina anticomunista rasteira, aliada a uma visão de mundo ditada por interesses ligeiros, acabou por gerar essa multidão de idiotas que se aglomeram no espectro ideológico da direita nacional.
Essas pessoas que travestiram de piquenique cívico as manifestações de rua nas quais, em plena democracia, foram pedir intervenção militar. Uma multidão raivosa, mentecapta, de faixas na mão, cevada por uma mídia mais irresponsável do que, propriamente, conservadora.
Essa mistura explosiva de ressentimento político com déficit educacional fez explodir nas redes sociais jovens comentaristas com discurso roubado de velhas apostilas da Escola Superior de Guerra dos tempos dos generais.
“Vai pra Cuba!”
Ir para Cuba.
Onde, exatamente, erramos ao ponto de ter permitido o surgimento de mais de uma geração cujo insulto essencial é mandar alguém ir morar em Cuba?
Desconfio, que no centro dessa questão habita, feroz, a tese de que é preciso viver em pobreza franciscana para ser de esquerda. Essa visão macarthista do socialismo impregnada no imaginário da classe média brasileira e absorvida, provavelmente por falta de leitura, de forma acrítica por grande parte da sociedade.
“Vai pra Cuba!”, aliás, na boca torta da direita brasileira, não é apenas um insulto, mas uma praga horrenda, um desejo de morte lenta, um pelourinho necessário e elogiável, como bem cabe a traidores de classe.
“Vai pra Cuba!” é um grito que escorre como bílis negra pelo canto dos lábios do neorreacionários brasileiro.
De minha parte, não vou a lugar nenhum, enquanto esse tipo de gente ainda estiver por aqui.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Leandro Fortes
Sobre o Autor
Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor. Trabalhou para o Jornal do Brasil, O Globo, Correio Braziliense, Estadão, Revista Época e Carta Capital.

(Publicado originalmente no Diário do Centro do Mundo)

Tijolinho do Jolugue: Minha querida Princesa



A cidade de Princesa Isabel(PB) faz fronteira com a nossa Triunfo, na microrregião do Sertão do Pajeú. Assim como Triunfo(PE), também faz muito frio. No passado, foi uma cidade marcada por alguns acontecimentos históricos relevantes, como um forte movimento separatista, que a colocou, definitivamente, nos anais da história do Estado da Paraíba. Episódios tão bem descritos pelo jornalista Tião Lucena. Ali tenho um grande amigo. Passei bons momentos em sua fazenda, acordando com o canto dos cardeais, pescando traíras nos açudes da propriedade, comendo costela de cordeiro assada no braseiro e tomando banho de riacho, coisa que não fazia desde muito tempo. Assim como a maioria das cidades do interior, Princesa também sente a falta de gestores públicos honrados. O museu da cidade vive praticamente abandonado pelo poder público. Hoje, está muito mais para depósito do que propriamente para um museu. Agora vem a notícia de que a gestão atual estaria alugando imóveis, com os preços nas alturas, apenas para fortalecer sua base aliada na Câmara Municipal. Somente este ano, uma penca de prefeitos já foram condenados pelos órgãos de controle a devolver ao erário recursos públicos de aplicação duvidosa. Mesmo assim, a coisa anda nesse nível. Há sempre um expediente, uma manha para burlar a fiscalização. Uma pena. 

Tijolinho do Jolugue: É grave o estado de saúde de Luciano Agra


Embora estável, é grave o estado de saúde do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra. Agra, na noite de ontem, foi acometido de um AVC hemorrágico. Transferido para um hospital da capital paraibana, passou por uma cirurgia para a drenagem do sangue e continua sob tratamento intensivo. Em apenas dois anos de mandato, Agra realizou uma das gestões mais exitosas de João Pessoa, colecionando elogios até mesmo dos adversários políticos. Técnico, de perfil acadêmico, Agra foi "pinçado" para a máquina pública pelo atual governador do Estado, Ricardo Coutinho. Como se diz lá pela Paraíba, é cria do "Mago". Uma cria que se rebelou contra o seu criador. Pelos laços fraternos e excelente gestão, tudo indicava que seria o escolhido do grupo para disputar as eleições para prefeito da capital nas eleições de 2010. Numa atitude até hoje pouco clara, Ricardo Coutinho optou pelo nome de Estelizabel Bezerra para disputar o cargo. Agra, então, aliou-se a Luciano Cartaxo e impôs uma derrota ao "Mago". Depois do episódio - que o deixou bastante abatido - Agra como que "perdeu" o prumo político e, sem muitas opções, emprestou seu apoio à oligarquia da família Cunha Lima para o Governo do Estado nas eleições passadas. Muitos aliados de primeira ordem de Ricardo Coutinho foram ficando pelo caminho. Outro dia um jornalista fez uma lista enorme com esses nomes, alguns deles diretamente ligados ao "Coletivo Ricardo Coutinho". São as agruras da política. As motivações para "apear" alguém do grupo, às vezes, são inconfessáveis, traduzidas em razões meramente pessoais. Do ponto de vista republicano, penso que Luciano Agra foi um grande injustiçado. Um colega em comum, morador da capital, costuma que ele, em apenas dois anos, fez a melhor gestão da cidade de todos os tempos. Era uma estrela ascendente. Se conseguisse se eleger prefeito, o céu seria o limite. Isso deixava muita gente enciumada. Essas trepecinhas humanas são uma desgraça. Nós aqui do blog estamos torcendo por sua recuperação, Agra.

Pesquisa revela o peso da autoestima no rendimento escolar

  

A importância da autoestima para o processo de aprendizagem é muito maior do que se imagina. Isto foi o que ficou evidenciado no resultado de uma pesquisa desenvolvida pelas pesquisadoras Michela Camboim e Isabel Raposo, da Fundação Joaquim Nabuco. A pesquisa, intitulada “Determinantes do Desempenho Escolar na Rede Pública de Ensino Fundamental do Recife”, desenvolvida durante o ano de 2013, em 120 escolas públicas (estaduais e municipais) do Recife, investigou 146 turmas do 6º ano (5ª série), num campo de 4.200 alunos.
“Acompanhamos os alunos e comparamos o desempenho de cada um, através de duas provas de matemática que eles realizaram, uma no início e outra no final do ano, para ver se eles se saiam bem no teste”, disse a pesquisadora Isabel Raposo. Ela acrescentou que melhoraram na nota e tiveram aprovação os que se relacionavam mais com os  colegas, os que tinham mais amigos na sala de aula, os  mais novos em turmas de alunos mais velhos e aqueles que, mesmo subnutridos, tinham uma aceitação positiva dos seus pais. “Aqueles que conviviam bem no ambiente doméstico e na escola, que eram os mais sociáveis, tinham mais maturidade e eram aprovados pela família”, acrescentou a pesquisadora.
Essas particularidades dos alunos foram identificadas a partir de um questionário com 90 perguntas, aplicado entre a primeira e a segunda prova de matemática. Segundo a pesquisadora,  os alunos que as mães acompanham, repreendendo-os  quando eles erram, os que recebem elogios do professor quando acertam, os que se acham populares (têm muitos amigos), os que têm uma personalidade mais definida, são os mais aptos a se interessarem pelos estudos e de terem um desempenho melhor, tomando-se como referência a disciplina matemática.
Isabel comentou que a matemática, para o estudioso M. Gonçalves, é considerada de natureza difícil e emocionalmente muito intensa, podendo provocar nos alunos  emoções positivas ou negativas. Ressaltou que o sentimento de desinteresse pela disciplina pode acarretar um desinvestimento progressivo no trabalho escolar, afetando o  desempenho. E acrescentou que, na opinião dos pesquisadores Peixoto e Almeida, um dos aspectos que pode influenciar os tipos de emoções vivenciadas pelas pessoas é o autoconceito, que é visto como um constructo psicológico essencial a um bom desempenho acadêmico.
Seguindo o  raciocínio do teórico Harter, a pesquisadora explicita que o autoconceito e a autoestima estão intimamente ligados, mas não são a mesma coisa. O autoconceito abrange a opinião que a pessoa tem de si mesma, considerando seus sucessos e fracassos. A  autoestima engloba os sentimentos decorrentes deste autoconceito, trata-se  de um sentimento construído a partir do conceito que se auto-atribui, ou seja, como a pessoa se sente em relação a si mesma
O questionário elaborado pelas pesquisadoras Michela Camboim e Isabel Raposo foi baseado na escala de autopercepção de Harter e na teoria das habilidades não cognitivas de Heckman. O desenvolvimento do trabalho resultou numa base de dados única sobre auto-estima de alunos de escolas públicas, um diferencial em bases de dados sobre educação no país.

:: OBS: A pesquisa “Determinantes do Desempenho Escolar na Rede Pública de Ensino Fundamental do Recife” será apresentada, no formato de oito artigos, durante o 1º Workshop de Artigos Científicos, nesta quinta-feira, dia 4 de dezembro, das 8 às 12 horas, na sala Gilberto Osório, da Fundaj/Apipucos (rua Dois Irmãos, 98), um evento que é uma promoção da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco. Veja, abaixo, a programação:
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 Nota do editor: As duas fotos acima foram colocadas de propósito. A primeira mostra alunos, possivelmente oriundos de família de classe média tradicional, num festivo encontro em sala de aula. A outra, a dura batalha dos alunos de famílias empobrecidas sendo transportados para a escola em carroças, pela ausência de um transporte escolar mais digno. O fato ocorreu numa cidade do interior do Estado de Pernambuco e foi denunciado por um vereador local. Não quero entrar aqui nos determinantes econômicos da autoestima - também não sei se a pesquisa colocou essa variável no estudo - mas o bom-senso nos informa que, está difícil desenvolver a autoestima entre os alunos desse segundo grupo, da forma que estão sendo tratados pelo poder público. Tive a oportunidade de pagar uma disciplina com a professora Edla Soares, no CE/UFPE, onde ela procedia uma pesquisa sobre as condições sociais do educando, considerando que todos deveriam atingir um determinado estágio de aprendizagem, mas, consoante o grau de adversidades encontrada, chegariam em tempos distintos aos objetivos. O calendário acadêmico, naturalmente, era honradamente desrespeitado. Foi a maior lição de avaliação que já aprendi. Posteriormente, assim como ocorria com Miguel Arraes e Silke Weber - outra professora de saudosa lembrança - Edla se tornou um espécie de eterna Secretária de Educação de Jarbas Vasconcelos. Quando o caboclo enveredou pelo "caminho da perdição', ela se afastou do grupo. Em tempo. Saiu sem ver sua imagem chamuscada pelo oportunismo político. Tinha posições e convicções firmes.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Tijolinho do Jolugue: Os protestos contra a matança de nossas aves.


O capital, de fato, não gosta de ser incomodado. Que o digam as últimas eleições e as dificuldades encontradas por Dilma Rousseff para garantir um Governo que não abdique das conquistas sociais obtidas nos últimos anos. Ontem o professor da UFPE, Heitor Scalambrini, denunciou aqui as mortes de araras azuis que estão ocorrendo no Horto de Dois Irmãos, no bairro do mesmo nome, em Recife. Ninguém tem uma explicação convincente para o fenômeno, mas, a rigor, pelo estado de abandono em que se encontra aquele parque, não é difícil levantar algumas hipóteses. Amo a vida no campo e, consequentemente, esses parques nos remetem a ela, mesmo dentro dos perímetros urbanos. Em João Pessoa há o Parque Arruda Câmara - também conhecido como "Bica". Não deixo de visitá-lo, sempre que vou àquela cidade. Um passeio por aquelas matas, numa garoa fina de um dia de domingo, não tem preço. Como se as mortes das araras do Horto de Dois Irmãos não fossem suficiente, agora somos assombrados com o caso de Manaus. Num condomínio privado, os moradores se sentiam incomodados com a presença de alguns periquitos que costumavam frequentar as palmeiras das redondezas. Pois bem. Mandaram colocar algumas telas de proteção e pulverizaram veneno nas árvores, provocando a morte de centenas de aves. Que absurdo. Depois da matança e dos intensos protestos pelos redes sociais, as autoridades resolveram agir.

Tijolinho do Jolugue: Kátia Abreu: Calma, gente. A nomeação ainda não saiu... e pode não sair.

O Grupo Friboi é o maior grupo de abate de bois do mundo. No Brasil, nas últimas eleições, foi o maior doador de campanha. Com esse capital, certamente, seria um grupo com forte influência política. Todos os postulantes ao Planalto o cortejaram bastante, mas, num lance de xadrez político estratégico, Lula exerceu sua influência para permitir que um empréstimo do BNDES fosse liberado para o Grupo, tirando seus proprietários da esfera de influência do então candidato, ex-governador Eduardo Campos. Mesmo nessas circunstâncias, os tucanos não podem se queixar de nada, Também foram regiamente favorecidos com doações nas últimas eleições presidenciais. O apoio do banco oficial deixou o grupo forte demais, motivo pelo qual abriu-se um dissidência com a hoje candidata a assumir o Ministério da Agricultura, senadora Kátia Abreu, na condição de presidente da CNA. Comenta-se nas bastidores da política que os seus dirigentes já teriam procurado o ministro Aloizio Mercadante com o objetivo de fazer um lobby contra a nomeação. Com a sua verve apuradíssima, o filósofo Renato Janine, através do seu perfil do Facebook, comentava sobre o inusitado - e irônico - da situação. Não é a grita da esquerda, mas o lobby do capital que pode impedir a nomeação de Kátia Abreu. O danado, dizia ele, é que Kátia Abreu tem razão no seu entrevero com o grupo. Kátia seria uma indicação da cota pessoal do vice-presidente Michel Temer. Não se pode negar que tem um padrinho forte. Um artigo seu sobre o ministro Gilmar Mende, segundo dizem, também causou um profundo mal-estar no Planalto. Penso que isso seria perfeitamente contornável. Quanto ao lobby da Friboi, se é Friboi, convém à futura ministra colocar as barbas de molho. Como dizia o saudoso ex-governador Miguel Arraes, vamos aguardar pelo jornal que, de fato, conta: O Diário Oficial da União.
Charge de Aroeira, publicada no Brasil Econômico, hoje, dia 03/12/2014

Michel Zaidan Filho: Um filme sem mocinhos, só bandidos



                                    O ex-governador de Pernambuco, em seu  discurso de despedida do Senado, afirmou que a política brasileira parecia "um filme de terror, onde os mocinhos morrem todos no final". Partindo de quem fala, é interessante analisar essa despedida melancólica de um político que tanto perseguiu, processou, desrespeitou os adversários em  seu Estado. Há muito tempo se fala dos aleijões, das deformações e patologias do sistema político brasileiro, que aliás permitiram que uma criatura legitimamente sua vem se arvorar em  "catão" da República petista. Ainda não se fez a autópsia do cadáver dessas administrações do PMDB (e suas alianças monstruosas) aqui em Pernambuco. Em algum momento, um crítico com a necessária imunidade aos humores acrimoniosos desse ex-governador colocará o dedo das feridas dessas gestões "virtuosas" e extrairá o conteúdo verdadeiro do que foram elas para o interesse público do nosso Estado.
                                    Foi este cidadão republicano e virtuoso que inaugurou entre nós o modelo das administrações do "salesman" e da agenda gerencial do Estado. Como o gerente mais bem compenetrado do evangelho PSDbista de FHC, o ex-governador pôs em prática a fórmula da alienação do patrimônio público, publicizou as políticas sociais e desmontou os mecanismos de fiscalização da administração pública. "Vendeu" o Estado à base de uma fabulosa renúncia fiscal às empresas e perseguiu como pôde os críticos, os adversários, os que nunca concordaram com esse modelo de gestão pública-privada. E ainda se valeu da marketização agressiva dos símbolos oficiais do Estado para produzir um arremedo de "cultura cívica"; para o que deve ter sido de muita valia a propaganda do "Pernambuco da Sorte". Dá sorte a quem?
                                    As parcerias com as fundações (sem fins lucrativos?) empresariais vieram substituir a rede pública de ensino e a justa valorização da magistério. Contratos e convênio milionários com a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Ayrton Senna, com suas tele-salas e seus monitores, estes contratados por cooperativas de trabalho ao arrepio das legislação trabalhista. E o que dizer da contribuição dessa famoso estadista para o aperfeiçoamento do sistema partidário brasileiro? - Ele simplesmente implodiu o sistema partidário de Pernambuco, depois de sua vitória contra Miguel Arraes de Alencar, numa das disputas mais litigiosas que já tivemos. E que continuou, depois da eleição.
                                    É muito ilustrativo ver agora o destemido e valente parlamentar - que fará sua reestreia na Câmara dos Deputados  - eleito  através do palanque do seu arqui-inimigo, o falecido Eduardo Campos, depois de ter tripudiado sobre o cadáver político do velho Arraes. Sinal dos tempos. O ciclo encerrou-se. Fica a assombração, a carantonha de quem foi outrora o opocisionista autêntico do antigo PMDB de Pernambuco.

Michel Zaidan Filho é historiador, filósofo, cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Tijolinho do Jolugue: Como dizia Maciel, Dilma, política é a arte do possível.


Em Pernambuco existe uma conhecida raposa política que optou por se recolher aos seus aposentos depois de sofrer uma grande refrega nas urnas. Imagino que não deve ter abandonado a política completamente, um ofício ao qual se dedicava 24 horas por dia. Dormia pouco, comia sanduíche de mortadela, mas garantia seus feudos nas principais repartições públicas federais do Estado, sobretudo nos Governos de Fernando Henrique Cardoso. Publicamente, sua assessoria informa que hoje ele se dedica às orações e à leitura dos jornais. Sim, ele é católico fervoroso e esteve entre os civis que apoiaram o golpe militar de 1964. Essas raposas sempre nos deixam algumas "lições" de política, para o bem ou para o mal. Getúlio, Agamenon, Magalhães Pinto. Este último costumava dizer que política era como as nuvens. Mudava constantemente. A raposa pernambucana à qual nos referimos,  tinha o hábito de afirmar que política é a arte do possível. Talvez a expressão que melhor se configure para definir o quadro da conjuntura política nacional, onde o Governo de Dilma Rousseff se vê contingenciado a fazer uma série de concessões aos setores "derrotados" nas urnas, inclusive aceitando a indicação de nomes vinculados aos setores conservadores e reacionários da política brasileira. No limite, há quem informe que esses setores ganharam o "terceiro turno". Já observávamos algumas coisas "estranhas" pela província, como alun@s da primeira fila dessa tal raposa estarem ocupando cargos de relevância nas repartições públicas federais no Estado. Mas, afinal, como informava os petistas mais autênticos, não havia muitas ilusões. O Governo Dilma é de centro-esquerda. O que mata é sairmos às ruas, travarmos uma batalha diária pelas redes sociais, e nos depararmos com essas "Dianas de Pastoril", certamente, rindo de nossa cara. Independentemente da cor da manta, eles vão estar lá. Alguns deles fizeram abertamente campanha para Aécio Neves. Pode um negócio desses? Por incrível que possa parecer, no plano interno do PT, Dilma parece querer fortalecer suas alianças mais à esquerda, favorecendo tendências como "Mensagem ao Partido" e "Democracia Socialista". Assim como em todo o Brasil, os petistas pernambucanos estão com a orelha em pé, sobretudo a turma da Articulação Unidade na Luta, tendência majoritária no Estado, cujos principais expoentes não conseguiram se reeleger nas últimas eleições. Pelo andar da carruagem política, não nos surpreendamos se Dilma nomear mais gente do "PRI" do que do "PAN", a exemplo do que ocorreu com Vicente Fox, um ex-executivo da Coca-Cola, quando foi eleito presidente do México, "desbancando" uma hegemonia de 70 anos do Partido Revolucionário Institucional, cujos tentáculos haviam se espalhado por todas as instituições mexicanas. É a política, meu filho. Só não nos peçam para compactuar com isso.