A partir do relatório de uma empresa contratada para realizar uma auditoria em suas contas, ontem, dia 28/03, um blog local publicou uma extensa matéria sobre o Funcultura - o fundo pernambucano de incentivo a cultura - carro-chefe do fomento e difusão cultural do Estado de Pernambuco. O que a empresa de auditoria constatou foi uma espécie de "maquiagem nas contas", que envolveu jogar um exercício dentro do outro, atrasar o pagamento de notas de empenhos já empenhadas, o que significou, no final das contas, o atraso no pagamento de algo em torno de R$ 20 milhões de reais aos produtores culturais. Quero deixar claro que não estamos falando aqui de desvios ou malversação de recursos públicos, mas , sim, um contingenciamento no uso desses recursos que, em última análise, devem ter penalizado bastante os produtores culturais do Estado, que não receberam - em tempo hábil e no exercício específico - os recursos para projetos então já aprovados pelo Funcultura. Em todo caso, cabe aqui outros considerações, como o descompromisso da Secretaria de Cultura com os produtores culturais do Estado; a forma como o Estado vem tratando o principal programa de fomento às atividades culturais; a incompetência do órgão em honrar os compromissos já assumidos. Informo que a empresa foi contratada por produtores culturais interessados em conhecer mais detalhes sobre as contas do Funcultura. O blog apenas teve acesso ao relatório.
domingo, 29 de março de 2015
sábado, 28 de março de 2015
Rodrigo Vianna: Costurando uma frente de esquerda para enfrentar o avanço conservador
publicado em 25 de março de 2015 às 17:44
Boulos, PSOL e petistas defendem Frente Popular para barrar avanço conservador
O debate ocorrido neste fim-de-semana em São Paulo, numa quadra da CUT, foi simbólico por muitos motivos.
Primeiro, mostrou o grau de esgotamento do PT, como força renovadora de esquerda. Sob impacto do avanço da direita no Brasil, militantes de esquerda se reuniram atraídos pelo tema: “Direitos Sociais e Ameaça conservadora”.
Mas não foi um debate organizado pelo Partido dos Trabalhadores – principal alvo da fúria direitista do dia 15. O PT segue acuado, quase mudo. Havia na plateia do debate muitos petistas, mas sem camisas nem símbolos petistas. Isso tudo num evento organizado pelo PSOL
Mais que isso: na mesa, estavam dois ex-auxiliares de Lula – Frei Beto e André Singer (hoje, professor da USP, e que segue filiado ao PT). O debate, realizado na “Quadra dos Bancários” (histórico ponto de encontro dos militantes da CUT e do PT), reuniu quase mil pessoas no sábado à tarde.
Foi o deputado federal Ivan Valente (do PSOL) quem cumpriu o papel de criar aquele espaço de reflexão, abrindo o microfone também para Guilherme Boulos (MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Berna Menezes (sindicalista ligada ao PSOL).
As críticas ao governo Dilma foram duras. E generalizadas. Boulos disse que “o governo é indefensável”, e foi mais longe: “ou o governo reverte o modelo, baseado no ajuste liberal, ou em breve o golpismo terá base popular nas ruas”.
A avaliação do líder do MTST é de que, apesar da queda de popularidade de Dilma, quem está na rua por enquanto protestando contra o PT é um setor mais radicalizado de direita e comandado pela classe média. Boulos, no entanto, diz que um ponto deveria preocupar os petistas: “a massa trabalhadora, que votava no PT até hoje, ficou em casa dia 15, mas aplaudiu os protestos porque não aguenta mais”.
Ele reconheceu os avanços sociais da era Lula, mas reafirmou a posição do MTST de que o modelo de conciliação do lulismo se esgotou. “2013 foi um aviso, mas parece que o PT não entendeu”.
Boulos se mostrou preocupado com o “desfilar de preconceito e ideias fascistas” ocorrido no dia 15. E mostrou clareza de que não se trata de um ataque ao PT, apenas: “o petismo deixou de ser de esquerda, mas o antipetismo é um movimento contra toda a esquerda, é anti-movimentos sociais, anti-esquerda, anti-vermelho. Temos uma direita venezuelana, e um governo covarde. Mas vamos enfrentar essa turminha que destila ódio. Com fascismo, não se conversa; fascismo, se enfrenta.”
Andre Singer concordou com a avaliação de que o início do governo Dilma é desastroso para a esquerda. Até porque o ajuste de Levy deve provocar desemprego, enfraquecendo os trabalhadores – que são a base social da esquerda.
O professor da USP, porém, discordou de Boulos na avaliação do dia 15. “Considero que a manifestação foi majoritariamente de centro. Havia, sim, setores de extrema-direita, golpistas. E havia ainda uma direita radicalizada a favor do impeachment, mas as pesquisas mostram que a maioria estava ali para rechaçar a corrupção”.
Singer acha que é possível “dialogar” com esses setores de centro. Mas foi contestado no debate por gente da plateia. O dia 15, disse o professor Gilberto Maringoni (PSOL) foi, sim, “tendencialmente” em favor da extrema-direita, abrindo espaço para ex-torturadores e golpistas na Paulista. O dia 15, lembraram outros, significou a proibição para que qualquer cidadão vestisse vermelho num amplo raio em torno da Paulista. Essa não é atitude de “centro”, disse um militante anônimo.
Frei Beto definiu as manifestações do dia 15 (e também as de junho de 2013) como “manifestações de protesto, mas não de proposta.” E ressaltou que o PT colhe os frutos por ter governado 12 anos, sem ter feito – nem encaminhado – uma reforma estrutural sequer.
A sindicalista Berna Menezes destacou que não se pode igualar os governos FHC e Lula/Dilma, mas lembrou que o PT é responsável pelo avanço da direita, porque jamais enfrentou a mídia, nem fez uma Reforma Tributária em favor dos trabalhadores.
Outra avaliação comum entre os presentes: a crise será longa, pode durar 4 anos ou mais. Boulos disse que há riscos de ruptura pela direita, devido à “forte presença de setores golpistas” nas ruas. Já Singer, não vê riscos imediatos de ruptura. “A turbulência será grande, o estresse democrático é parecido com 64, mas não há mais a Guerra Fria”.
Não há mesmo? O que os Estados Unidos fazem no Oriente Médio e na Ucrânia é o que? Hum…
Os debatedores defenderam uma “Frente Social”, ou uma “Frente Popular”, para combater o avanço da direita. Uma frente que não seja dos partidos de esquerda, mas agregue amplos setores em defesa de uma pauta mínima.
“O meu partido, o PT, não tem mais condições para dar direção à esquerda. É preciso formar logo essa frente“, disse Singer.
Ele lamentou que o PSOL e o MTST não tenham ido ao ato do dia 13 na Paulista. “Com uma formação mais ampla, poderíamos ter chegado a cem mil pessoas, e não 40 mil, como tivemos”, afirmou. A lembrança de Singer indica as dificuldades que ainda impedem as forças de esquerda e os movimentos sociais de agirem juntos – num momento de forte avanço conservador.
O deputado Ivan Valente listou cinco pontos em torno dos quais poderia ser construída essa frente, aberta a entidades, partidos e cidadãos interessados em barrar a direita – dentro e fora do governo:
– combate ao ajuste fiscal de Levy;
– democratização dos meios de Comunicação;
– reforma agrária e combate ao latifúndio;
– defesa da Democracia e rechaço ao golpismo;
– defesa dos direitos trabalhistas.
Formou-se, entre os debatedores, um consenso de que é possível unificar a esquerda. Não contra o governo Dilma, que em nenhum momento foi citado como inimigo principal. Mas contra o ajuste de direita – que significa o sequestro, pela direita, de um governo eleito com discurso de esquerda. E, especialmente, contra a direita que baba de ódio nas ruas e no Congresso.
Ivan Valente disse que é preciso levar pras ruas “os nomes de Cunha e Renan, como parte da corrupção que se precisa derrotar.” O deputado do PSOL lembrou que o discurso udenista, de falso moralismo, hoje é o mesmo de 54 e 64. Mas dessa vez, lembrou, parte importante da direita está afundada na lama da corrupção: “há 33 parlamentares indiciados, inclusive os presidentes da Câmara e do Senado – que não podem ser poupados, como a direita tentou fazer no dia 15.”
Foi um encontro curioso, em que a turma do PSOL usou a ‘”casa” da CUT e do PT. Um encontro em que o PSOL se definiu claramente contra o impeachment, e fez questão de ressaltar que PT e PSDB não são iguais. Um encontro em que petistas ou ex-petistas não tiveram dúvidas em atacar o ajuste de Levy – ainda que isso significasse atacar frontalmente o governo Dilma.
Havia uma presença de militantes de esquerda, para além do PSOL. E havia a certeza de que a Frente Popular vai nascer com ou sem o governo. Vai nascer nas ruas. E parte importante da base social do PT vai ajudar a compor essa frente – ainda que o partido, como lembrou Singer, tenha perdido a capacidade de liderar a esquerda.
Já não se trata de defender o governo ou o PT. Mas de recompor o campo da esquerda, e impedir a completa restauração conservadora no Brasil.
(Publicado originalmente no site Viomundo)
PS do Viomundo: Apresentamos em primeira mão os vídeos do debate, aqui.
Michel Zaidan Filho: Era tão bom se fosse mentira.
Essa foi a reação da ex-presidenta da Petrobrás, Graça Foster, quando inquerida sobre o propinoduto descoberto nos contratos da estatal com um cartel de empreiteiras. Disse ela que foi surpreendida, quando estava no comando da empresa, e se sentia envergonhada com as propinas pagas a políticos e funcionários públicos pela construção da refinaria Abeu e Lima em Pernambuco.
Seria tão bom, se fosse mentira que Paulo Roberto Costa, o delator premiado, não tivesse confessado à Polícia Federal de Curitiba que teria pago ao ex-presidente do PSDB, o pernambucano Sérgio Guerra, velho conhecido de outra CPI, a bagatela de 10.000.000 para que este abafasse a criação de uma CPI no Congresso Nacional. Seria tão bom se não fosse verdade que o mesmo indivíduo não tivesse confessado ter repassado para o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Aciolly Campos, 20.000.000, através do hoje senador Fernando Bezerra Coelho, pelos contratos da Refinaria Abreu Lima; dinheirama usado para financiar as campanhas eleitorais do político do PSB, em 2010-2011. Seria tão bom se o atual governador do Estado não tivesse intermediado a compra do avião do ex-governador que caiu em São Paulo....
0 fato é que tudo isso aconteceu e as responsabilidades civis e penais têm de ser apuradas. Quem foi pego com a mão na cumbuca que responda pelas acusações que estão sendo feitas pelos delatores da Operação-Lava-a-jato. Não é crível nem aceitável que a impunidade se estabeleça sobre esses políticos. A eleição de ninguém serve como indulto ou remissão dos pecadilhos cometidos pelos financiadores públicos e privados de campanhas eleitorais no Brasil. Gestores e parlamentares eleitos através de propinas oficializadas através de doações "legais" não podem posar de líderes impolutos, preocupados, somente, com o interesse público. A impunidade é a mãe de todos os males no Brasil. Como é que campanhas eleitorais que se desenvolvem no meio de todas as suspeitas de caixa dois podem ser ignoradas pela Justiça Eleitoral, só porque os candidatos deste ou daquele partido foram eleitos?
Mais grave é quando o chefe da Oposição, ele próprio se elege num palanque financiado por caixa dois. E o presidente de seu partido (DEM) é denunciado e investigado por ter recebido uma propina de 1.000.000 de reais de uma empresário potiguar! Com que autoridade moral pode falar esse líder, com o dedo sujo, manchado da corrupção eleitoral. 0 nosso país está se tornando um circo de horrores, onde só se apresentam bandidos e criaturas teratológicas (ocupando, aliás, cargos da mais alta importância). É como diz a música popular: "se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão". Pelo visto aqueles que se investiram da função de fiscais da moralidade pública são os mais sujos e indignos.
É necessário acreditar que a Justiça Federal, o Ministério Público e a Policia sejam capazes de fazer o seu trabalho até o fim, sem medo e sem ódio, para que o exemplo da prática da corrupção pública não alimente a corrupção privada. E o imaginário social do povo brasileiro continue a achar que o crime compensa. Sobretudo o crime de colarinho branco.
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador, cientista político, professor da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia - NEEPD-UFPE
"Contando o passado, tecendo a saudade"
Acabo de receber o livro de Diego Fernandes, "Contando o passado, tecendo a saudade". Como sou um homem de raízes; do Cariri; do cacto retorcido; do calango se arrastando pela terra quente; da carne de sol "chorando" sobre o braseiro; do suco de araçás silvestres ou das pitangas roxas; do mel de engenho com cuscuz; da cana braba com coxas de arribaçãs;de todo o universo conhecido como Nordeste Brasileiro, logo me interessei pelo trabalho de Diego Fernandes, orientado pelo professor Durval Muniz Jr. Ambos, orientador e orientando, realizaram suas pesquisas utilizando, em parte, o acerco da Fundação Joaquim Nabuco. O paraibano Durval com um livro que se tornou clássico, publicado até nos states: A Invenção do Nordeste e Outros Mitos. A Fundação Joaquim Nabuco tem um dos acervos mais importantes do país. Como costumo enfatizar, independentemente de questões ideológicas, ele vai do PCB à Rede Globo, passando por Josué de Castro. Durval é um habitué da Instituição. Seja como pesquisador, seja como agraciado com premiação - sua dissertação de mestrado recebeu o prêmio Nelson Chaves - seja como palestrante, seja como consultor para "assuntos de Nordeste", o que não se constitui, convenhamos, numa tarefa simples. Ainda não li o livro de Diego, mas, o que mais me impressiona nele é que se trata de um dos primeiros resultados de um grupo de estudos constituído pelo professor para estudar a saudade. Aliado ao universo de José Lins, que embalou minhas leituras de adolescentes, essa questão da "saudade" também nos instigou à leitura do trabalho de Diego. O Museu DoHomem DoNordeste, da Fundação Joaquim Nabuco, teve sua primeira Exposição de Longa Duração montada em 1979, realizada com um grande esforço dos seus servidores, concebida a quatro mãos, pelo museólogo Aécio de Oliveira e o sociólogo Gilberto Freyre. Inegavelmente, mesmo que anpassant, você encontra - dizem os estudiosos do assunto - as digitais de Aécio de Oliveira naquela exposição, considerada um marco na museologia. Diríamos que apenas do ponto de vista da museologia. Do ponto de vista do discurso ideológico, torna-se irrefutável, onipresenca do sociólogo Gilberto Freyre ou, mais precisamente, da sua "brasilidade nordestina", para lembrar um termo muito ao gosto do professor Michel Zaidan Filho. Ali existia, sobretudo, a leitura e o discurso da aristocracia açucareira sobre a região Nordeste. Até mesmo o "recorte representativo" estava limitado à Zona da Mata ,onde se concentravam os canaviais da região. A receita do famoso Bolo Souza Leão, exposta em sua exposição, não nos permitem dúvidas sobre o assunto. Não exista a luta de classes; não existia as contradições sociais; não existia os movimentos sociais; frações ou segmentos sociais estavam suprimidos de representação naquele espaço. Ainda lembro do grande impacto produzido por uma bandeira do MST naquele circuito expositivo, quando se sabe que, embora surgido no Sul, aqui na região concentra-se uma forte presença do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. Em 2008, com a exposição: "Nordestes: Territórios Plurais, Culturais, Direitos Coletivos", fez-se uma tentativa de superação desse discurso constituído sob o olhar da Casa Grande. Há alguns questionamentos sobre se o projeto teria sido bem-sucedido. Na nossa modesta opinião foi, embora essa visão "bipolar" da nossa sociedade, em certa medida, nos deixem de alcançar a real dimensão dos problemas. Pude constatar isso com as aulas da professora Danielle de Peron Rocha Pitta. Tivemos uma participação importante nesse processo, sobretudo quando esteve em debate a inserção das comunidades quilombolas no circuito expositivo do MUHNE. Mas, o que nos inquieta é que as pessoas passaram a sentir "saudades". Não raro, os visitantes deixam registros desses sentimentos, informando que gostariam de ver na exposição um determinado acervo relativo, quase sempre, ao período do apogeu dos engenhos de cana-de-açúcar na região. Em palestra na sala Calouste Gulbenkian, Durval já nos alertava sobre a necessidade de clivagens sobre o "resgate desse passado". Aliás, lembrava ele, resgate é coisa de SAMU ou do Corpo de Bombeiros. Por outro lado, é fundamentalmente importante entender o que significa essa tal "saudade". Projetos como o que o professor está desenvolvendo - dos quais esse livro é o primeiro fruto - talvez nos ajudem a entender melhor essa questão. Vamos começar pela leitura do livro do Diego Fernandes. Um bom começo. Aliás, um começo com gosto de cuscuz ensopado no guizado de bode.
Renato Janine Ribeiro para a educação. Uma inflexão ética do Governo Dilma Rousseff.
José Luiz Gomes escreve:
Ainda temos poucas informações sobre as negociações de bastidores que determinaram a escolha do nome do filósofo Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação. Independentemente disso, no entanto, as repercussões estão sendo muito positivas, sobretudo quando se toma como referência o próprio PT, a academia e a base social que, tradicionalmente, sempre apoiou o projeto Dilma Rousseff. Dilma parece ter aproveitado a vacância do cargo para fazer uma minirreforma política, dizem, por orientação de Luiz Inácio Lula da Silva. Diante das circunstâncias adversas, observa-se uma reaproximação entre Lula e Dilma, que estavam um tanto quanto distanciados. O Palácio voltou a ter a presença de homens da estrita confiança de Lula, como é o caso de Edinho Silva, ex-tesoureiro de campanha de Dilma Rousseff, nas últimas eleições presidenciais, que assume a SECOM, uma área muito problemática neste início de segundo mandato de Dilma. Dizem que é o coringa do projeto Lula 2018.
Não era segredo para ninguém que o Governo Dilma vinha apanhando feio no quesito comunicação institucional. Aliás, para ser mais preciso, vinha pagando para apanhar, ao injetar milhões de recursos públicos em oligopólios de comunicação marcadamente refratários ao Governo, para não dizer "golpistas". Mas não era só isso. Em meio à turbulência política de Brasília, não raro, as mídias oficiais do Planalto ficaram literalmente paralisadas. A missão de defendê-la passou a ser assumida pelas ditos blogs "sujos" e uma militância desnorteadas, pelas redes sociais. Mal assessorada, Dilma também passou a fazer alguns pronunciamentos não necessariamente muito felizes, agravando ainda mais o quadro já cinzento.
Por outro lado, agora já falando sobre articulação política - outra área nevrálgica do Governo - depois de derrotas sucessivas, Mercadante - embora formalmente no cargo - já não exerce as funções de articulador político do Planalto. Seu papel agora é cobrar dos outros ministros resultados sobre as obras importantes do Governo. Este também era um desejo de Lula. As atitudes de Mercadante o tornaram uma pessoa que representava apenas a si mesmo. Tornou-se uma espécie de superministro. Um interlocutor privilegiado junto a Dilma. Pasmem os senhores, mas com uma ascendência maior do que o padrinho político da presidente. Realmente, essa situação - como diria uma colega de trabalho - não podia continuar. Penso que Mercadante não leu aquele livro sobre as regras do poder, - escrito por dois jornalistas americanos - que era o livro de cabeceira do babalorixá Antônio Carlos Magalhães. O caboclo gosta de ler, tem doutorado, mas, não surpreende que, por vezes chegue às suas mãos alguns livros "errados".
As circunstâncias políticas não nos permitem falar em "cota" pessoal da presidente Dilma Rousseff. Ainda insisto que a indicação de Renato Janine Ribeiro para aquela pasta envolveu alguns arranjos políticos e a montagem de uma xadrez intrincado, que sinaliza, no mínimo, para uma média com setores sociais mais afinados com o Governo Dilma. Setores importantes do PMDB teria interesse na pasta, ampliando sua participação e "comprometimento" com o Governo. A indicação de um Gabriel Chalita, como se especulou, poderia representar um momento de trégua nos achaques. E eles ainda alegam que desejam mais participação para implementarem o seu programa de governo. Afinal, qual é mesmo o programa de governo do PMDB?
Se, por um lado, é mesmo complicado falarmos em "cota" pessoal da presidente Dilma Rousseff, por outro, sua indicação para aquela pasta nos permitem algumas conclusões importantes, como a retomada do caráter estratégico do órgão, assim como ocorreu nas gestões anteriores dos governos de coalizão petista. Ouso afirmar que, pela educação, pode ter fluído as políticas públicas mais socialmente estruturante desses governos.
As mesmas observações se aplicariam ao caso da nomeação de um outro filósofo, Mario Sergio Cortella, cujo nome passou a ser especulado nos últimos dias. Cumpre esclarecer que nem os mais informados jornalistas sabiam das entabulações de conversas envolvendo o nome do filósofo Renato Janine.Sempre afirmei que a escolha do nome do futuro titular da pasta seria um ponto de inflexão do Governo Dilma. Parece que acertamos. Apesar das dificuldades do órgão, a escolha de Renato Janine Ribeiro pode significar que, de fato, o Governo Dilma pretende levar a sério o slogan: Brasil, Pátria Educadora. Um outro aspecto a ser considerado é a "cota" ética que ele empresta ao Governo, quiçá sinalizando que Dilma, igualmente, está atenta à necessidade de passar um verniz ético na administração pública. Enfim, por inúmeras razões, a indicação de Renato Janine para a pasta de Educação, conforme assinalamos, significa um ponto de inflexão no Governo Dilma.
Assume um técnico, professor de ética pública e filosofia da USP, que já dirigiu a CAPES. Há quem informe que ele poderá dar prioridade às áreas de ciências humanas, em razão de suas origens. Certo mesmo é que os reformadores empresariais da educação que estavam se consolidando no órgão, certamente, terão um contraponto pela frente. Ponto para Dilma Rousseff. Bola dentro, presidente.
Tijolinho Real: A "cota" ética que Renato Janine Ribeiro empresta ao Governo Dilma Rousseff
Ainda temos poucas informações sobre as negociações de bastidores que determinaram a escolha do nome do filósofo Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação. Independentemente disso, no entanto, as repercussões estão sendo muito positiva, sobretudo quando se toma como referência o próprio PT, a academia e a base social que apóia o projeto Dilma Rousseff. Dilma parece ter aproveitado a vacância do cargo para fazer uma minirreforma política, dizem, por orientação de Luiz Inácio Lula da Silva. Diante das circunstâncias adversas, observa-se uma reaproximação entre Lula e Dilma, que estavam um tanto quanto distanciados. O Palácio voltou a ter a presença de homens da estrita confiança de Lula, como é o caso de Edinho Silva, ex-tesoureiro de campanha, que assume a SECOM, uma área muito problemática neste segundo mandato de Dilma. Dizem que é o coringa do projeto Lula 2018. Por outro lado, depois de derrotas sucessivas, Mercadante - embora formalmente no cargo - já não exerce as funções de articulador político do Planalto. Seu papel agora é cobrar dos outros ministros resultados sobre as obras importantes do Governo. Este também era um desejo de Lula. As atitudes de Mercadante o tornaram uma pessoa que representava apenas a si mesmo. Tornou-se uma espécie de superministro. Um interlocutor privilegiado junto a Dilma. Pasmem os senhores, mas com uma ascendência maior do que o padrinho político da presidente. Realmente, essa situação - como diria uma colega de trabalho - não podia continuar. Penso que Mercadante não leu aquele livro sobre o poder, que vivia na cabeceira do babalorixá Antônio Carlos Magalhães. As circunstâncias políticas não nos permitem falar em "cota" pessoal da presidente Dilma Rousseff. Ainda insisto que a indicação de Renato Janine Ribeiro para aquela pasta envolveu alguns arranjos políticos e a montagem de uma xadrez intrincado, que sinaliza, no mínimo, para uma média com setores sociais mais afinados com o Governo Dilma. Isso é possível concluir pelo perfil do filósofo. As mesmas observações se aplicariam ao caso da nomeação de um outro filósofo, Mario Sergio Cortella, cujo nome passou a ser especulado nos últimos dias. Sempre afirmei que a escolha do nome do futuro titular da pasta seria um ponto de inflexão do Governo Dilma. Parece que acertamos. Apesar das dificuldades da pasta, a escolha de Renato Janine Ribeiro pode significar que, de fato, o Governo Dilma pretende levar a sério o slogan: Brasil, Pátria Educadora. Um outro aspecto a ser considerado a "cota" ética que ele empresta ao Governo, quiça sinalizando que Dilma, igualmente, está atenta à necessidade de passar um verniz ético na administração pública. Enfim, por inúmeras razões, a indicação de Renato Janine para a pasta de Educação, conforme assinalamos, significa um ponto de inflexão no Governo Dilma.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Tijolinho Real: Renato Janine Ribeiro e o novo ministro da Educação
Como disse o cientista político Cláudio Gonçalves Couto, o Governo Dilma nos brinda com uma excelente notícia: Renato Janine Ribeiro é o novo ministro da Educação. Doutor em Filosofia, Renato Janine Ribeiro é professor de ética pública na USP. Prefiro não antecipar nada, por enquanto, acerca dos arranjos políticos que determinaram a escolha do seu nome para aquela pasta. Habitué dos caderno "Mais" da Folha de São Paulo - que já não o edita mais - li muitos dos seus artigos. Gosto muito de suas ideias, embora, salvo algum engano grotesco, sobretudo em razão das afinidades construídas no CEBRAP, era uma pessoa muito próxima a Fernando Henrique Cardoso.
Tijolinho Real: Mário Sérgio Cortella para o Ministério da Educação? Seria um bom nome. Porém...
O filósofo Mário Sérgio Cortella foi seminarista antes de optar pela carreira acadêmica. Fez mestrado e doutorado em educação, tendo exercido o cargo de Secretário de Educação da Cidade de São Paulo, na gestão petista de Luiza Erundina. Seu mestrado foi orientado por Moacir Gadotti e o doutorado por Paulo Freire, na PUC-Rio. Com essas credenciais, certamente, ele seria um bom nome para ocupar o Ministério da Educação. Soma-se a isso suas fortes vinculações com os movimentos sociais que deram sustentação ao projeto de governo da coalizão petista. Como já afirmamos em momentos anteriores, a escolha do futuro ministro da pasta pode se constituir num momento de inflexão do Governo Dilma. Nos dois mandatos de Lula e no primeiro Governo Dilma, a pasta era estratégica para o PT.
Poderíamos passar esse post todo enumerando os grandes avanços conquistados na área, a despeito de intermitentes problemas que ainda precisam ser superados, como a ainda baixa qualidade social da educação básica nas escolas públicas - de onde o Governo Federal afastou-se, com a famigerada municipalização - ; o gargalo do ensino médio - onde os alunos das escolas privadas dão banho nos alunos das escolas públicas em termos de adequação idade/série; as expectativas em se atingir os índices da OCDE, média 6,0 do IDEB, até 2020.
Eis que no seu segundo mandato, não apenas pela indicação de Cid Gomes para o cargo - mas sobretudo em razão de algumas medidas - como o corte de verbas de custeio da máquina - o PT dava a infeliz sinalização de que aquela pasta já não teria uma função estratégica no seu Governo. Do ponto de vista do discurso, o Governo Dilma mantém sua posição sobre o órgão, respondendo aos adversários com o slogan: Brasil: Pátria Educadora. Pelo discurso oficial, educação não seria apenas uma pasta estratégica, seria a pasta que irá ancorar as ações do Governo Dilma no segundo mandato. Quem acompanha os noticiários, sabe que os problemas se avolumam naquela órgão, ao que o Governo responde que trata-se apenas da não aprovação do Orçamento Geral da União pelo Congresso. Um outro núcleo social que poderia se sentir contemporizado com a indicação de Cortella seria a academia. Ele goza de um bom trânsito entre a estudantada e professores.
A rigor, com a saída de Cid Gomes da pasta, Dilma aproveitou a deixa para seguir os conselhos de Lula e está realizando uma mini-reforma na Esplanada dos Ministérios. Aloízio Mercadante foi destituído da sua condição de superministro e homem forte das articulações; o ministro das comunicações, Thomas Traumann, pediu afastamento do cargo. Duas frentes em que o Governo Dilma estava perdendo feio a guerra contra seus adversários. Particularmente, até gostaríamos de ter um Cortella no Ministério da Educação. Há, porém, alguns arranjos políticos complicadíssimos com essa pasta o que, em última análise, diminuem bastante a possibilidade de uma indicação do seu nome para aquele órgão. O mais provável é que Dilma aplaque a ira dos seus achacadores - indicando um nome do agrado deles - e ganhe alguns minutos de paz nesse sono com os inimigos. Infelizmente. É a realpolitik, meu filho.
Tijolinho Real: Renato Aroeira tem desenho adulterado pelo partido Anti-PT
Tive,
ontem, o desprazer de me deparar (mais uma vez) com o roubo e a fraude.
Um desenho meu, adulterado e usado sem autorização. Naturalmente,
estava em um perfil que combate valorosamente a corrupção e "isso tudo
que está aí". Chama-se Partido Anti-PT. Emoticon tongue
Lado a lado, a imagem adulterada e o desenho original.
Um reclame:
Admito que os dois lados são cheios de contradições. Um filósofo de verdade derruba qualquer dos ideólogos de face em minutos... Emoticon wink
A questão, pra mim, nunca foi a consistência, ou a coerência. Escolho a esquerda porque sou humanista.
Mas é chato ver o desenho da gente sendo usado, em pedaços, pra propalar o contrário exato do que você acredita.
Lado a lado, a imagem adulterada e o desenho original.
Um reclame:
Admito que os dois lados são cheios de contradições. Um filósofo de verdade derruba qualquer dos ideólogos de face em minutos... Emoticon wink
A questão, pra mim, nunca foi a consistência, ou a coerência. Escolho a esquerda porque sou humanista.
Mas é chato ver o desenho da gente sendo usado, em pedaços, pra propalar o contrário exato do que você acredita.
Renato Aroeira, hoje, dia 28 de março, em seu perfil na rede social Facebook
quarta-feira, 25 de março de 2015
Tijolinho Real: A crise do jornalismo impresso no Estado.
Não é de hoje que o jornalismo impresso passa por uma grande crise. Isso não acontece apenas no Estado, mas, como nos atinge diretamente, talvez possamos fazer algumas considerações a esse respeito. Submetidos a uma forte injunção econômica e política, os jornais escritos perderam bastante credibilidade e os jornalistas já não exercem as suas funções com a dignidade, a seriedade e profissionalismo que a atividade requer. Publicam o que o poder econômico e os arranjos políticos determinam, comprometendo - apenas comprometendo? - as reais diretrizes que deveriam nortear essa atividade. Aliado a este problema, soma-se o avanço de outras mídias, que começam a comprometer, igualmente, o jornalismo televisivo. O tradicional Jornal Nacional, da Rede Globo, por exemplo, vem amargando perda de audiência sistematicamente nos últimos anos. O binômio jornalismo tendencioso e avanços de outras mídias, por certo, podem determinar o fim desses meios de comunicação.
Nas eleições passadas - para o Governo do Estado - um dos grandes jornais pernambucano transformou-se num panfleto de propaganda de um dos candidatos, com raras "brechas" concedidas ao exercício coerente e isento dos seus profissionais. Recentemente foi adquirido por um grupo empresarial que também administra planos de saúde, num negócio complicado de entender. Ontem foi anunciado a demissão de mais de 100 profissionais desse jornal, entre os quais vinte jornalistas. É o jornal mais antigo em circulação da América Latina. Penso que boa parte dessa história foi resgatada pela microfilmagem da Fundação Joaquim Nabuco. Tenho ótimas lembranças deste vespertino. Sempre aos sábados, saia de casa para a Igreja de Santa Elizabeth, em Paulista, para adquirir um exemplar. Nesse dia, o jornal publicava os artigos do sociólogo Gilberto Freyre. Quando terminei o mestrado, fui agraciado com uma página inteira do jornal, abordando a nossa dissertação. Na nota de rodapé, o jornalista que fez a matéria - hoje assessor de imprensa do Planalto - teve o cuidado de ouvir todas as lideranças petistas locais sobre o assunto.
O outro "grande" também não vai muito bem das pernas. Se nos permitem a licença poética, esse é de lascar mesmo. Como comentávamos nas eleições passadas, neste caso em particular, há um conluio que envolve empresários acionistas - que também são donos de instituto de pesquisa - e que possuem fortes ligações com o Palácio do Campo das Princesas. Isso, do ponto de vista do leitor, não pode dar muito certo. Dá certo para os políticos e empresários que se locupletam deste favorecimento explícito. Aqui pela província, há políticos blindados e uma engenharia de comunicação institucional das mais bem-sucedidas, onde os jornais, infelizmente, tornaram-se apenas uma correia de transmissão dessa engrenagem. A possibilidade, aqui na província, do surgimento de um jornalismo investigativo que desse como resultado o "Escândalo Watergate", que culminou com a renúncia do presidente Nixon, são inexistentes. São por outros canais que tomamos conhecimento das mazelas de corrupção aqui no Estado. Eles, então, perderam a importância. Dezenas de casos escabrosos de corrupção na província não mereceram uma linha dos jornais locais. As redes sociais denunciam isso todos os dias. O excepcional talento dos que fazem a editoria de capa de ambos os jornais, não raro, é suprimido pelo poder econômico ou pelas injunções políticas dos seus proprietários.
Por não sermos um profissional da área e não contarmos com nenhum suporte, não raro, cometemos algumas "barrigas" aqui no blog, induzidas, por vezes, por equívocos da imprensa escrita. Às vezes, são falhas nossa mesmo. Cheguei a postar, por exemplo, que Ciro Gomes seria o ministro da Educação indicado por Dilma quando, na realidade, o nome correto seria o do seu irmão, Cid Gomes. Naturalmente que bem antes dos últimos imbróglios. Outro dia, uma cidadã jornalista fez uma matéria sobre a Fundação Joaquim Nabuco e, além de não aprofundar o conteúdo - preferencialmente ouvindo as partes envolvidas e o que estava em "jogo" - ainda ilustrou a matéria com a foto de um gestor já falecido da Casa. Ele deve ter se revirado no túmulo. Mesmo à distância, ficou feliz com o afago.
Outro fato curioso, como já afirmamos, é a dinâmica de funcionamento dessa engrenagem de comunicação institucional do Estado, que envolve inúmeros elementos. Trata-se de um dispositivo estrategicamente acionado em ocasiões oportunas, com referências explícitas e subliminares a um ex-governador já falecido. Pouco antes das manifestações que ocorreram contra Dilma Rousseff na Praia de Boa Viagem, os muros do Recife voltaram a se pichados com a inscrição: " Foi o PT que matou Eduardo Campos". Os manifestantes, todos vestidos de verde e amarelo, ostentavam várias faixas com uma frase conhecida do ex-governador: "Não vamos desistir do Brasil". Trata-se de um dispositivo muito bem azeitado.
A formação acadêmica desses profissionais também passa por inúmeros questionamentos. O desenho curricular já não dá conta das vicissitudes da atividade profissional. Seria mais coerente se falássemos de um desenho curricular que não acompanhasse, tão somente, as mudanças tecnológicas, por exemplo, mas o problema não é apenas este. É um currículo que não acompanha ou mesmo antecipou-se à crise do jornal impresso. Há dificuldades de estágio; ocorreu esgotamento do mercado de trabalho; verifica-se uma erosão da credibilidade desses jornais; praticamente não existem espaços dignos para a aprendizagem cotidiana do jornalismo. Para que tenhamos uma ideia, há alguns anos atrás, existia um programa para "focas" ,da Editora Abril, que se constituía numa grande referência profissional para o futuro jornalista. Hoje eu não sei se conta muito registrar no currículo que passou pela redação de "Veja". Conta sim. Negativamente.
Tijolinho Real: Caranguejos: o período de defeso não está sendo respeitado.
Não nego a afinidade com todo o universo que envolve o caranguejo-uçá. Parafraseando Josué de Castro, melhor seria dizê-lo o ciclo do caranguejo-uçá, numa alusão aos seus estudos sobre o tema. Costumeiramente, todos os semestres, levava meus alun@s à comunidade de São Lourenço, em Goiana, onde eles entravam em contato com as questões antropológicas, sociológicas e ambientais que envolve este universo, numa comunidade remanescente de quilombos, que sobrevive da captura desses crustáceos. Que saudades do pirão de caranguejo preparado por Dona Irene, na Praia de Pontas de Pedra. Com prestígio em alta, ainda conseguia umas carnes de patola acompanhadas de uma dose de cana Cobiçada.
Em Jacumã, levar a gurizada para observá-los no seu habitat natural, constitui-se numa das coisas mais prazerosas para mim. Nas últimas férias, aconteceram duas coisas curiosas quando já estava de volta de João Pessoa para o Recife. Uma matéria do Jornal Correio da Paraíba nos informavam que garotos capturavam o crustáceo nas águas poluídas do Rio Jaguaribe, já na divisa de João Pessoa com Cabedelo. A captura se dava de uma maneira pouco usual - confesso que até desconhecia. Quando eles avistam o crustáceo no Rio, mergulham e o captura à mão. Normalmente, a sua captura é realizada no lamaçal dos mangues, introduzindo as mãos - de preferência fechadas - nas suas tocas profundas.
Um outro fato que nos chamou a atenção foi a quantidade de carros parados, à noite, nas proximidades do Rio Gramamme. O rio é cortado pela BR-008, que liga João Pessoa à Jacumã, no litoral sul. Em ambos os lados da rodovia, imensos manguezais. Como a andada é um processo de acasalamento, eles não relutam em atravessar a estrada, correndo o risco de serem atropelados ou mesmo facilmente capturados, o que se constitui crime. Literalmente, perdem a cabeça à procura de um rabo de saia. A Lei Federal 9.605/98 proíbe a comercialização, transporte, armazenamento e consumo desse crustáceo nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março. O período mais crítico, vai de 21 a 26 de março, quando as fêmeas colocam as ovas no mangue. No último dia 21, foram apreendidos nos mercados públicos e feiras livres de Jaboatão dos Guararapes, cinco mil caranguejos, numa prova evidente de que as pessoas não estão respeitando o período de defeso da espécie.
Tijolinho Real: Je suis Vitor Teixeira
Através do Aroeira, recebemos uma mensagem do chargista Victor Teixeira, informando que a Igreja Universal teria entrado com uma ação extra- judicial contra ele, onde exige que sua página seja retirada da Rede Facebook, argumentando que uma de suas charges, publicada nessa postagem, incita o ódio religioso. O episódio é bastante recente e ainda não sabemos como os dirigentes da rede social Facebook irão se comportar. O pessoal do microblog Twitter, quando então interpelados pelo candidato tucano Aécio Neves, nas eleições de 2014 , que havia solicitado a identificação de dezenas de perfis que, segundo ele, o ofendia - se recusou a entregá-los. Pelo andar da carruagem política, infelizmente, o Facebook - pelo que já podemos constatar em outras ocasiões - deverá mesmo entregar a cabeça de Victor Teixeira ao sacrifício do pessoal da Igreja Universal.
Muita gente reclama de ter suas postagens ou mesmo seus perfis censurados pela rede Facebook. Nós particularmente condenamos todo tipo de censura. Quem já foi vítima disso, sabe muito bem do que estamos falando. Na nossa modesta opinião, trata-se de um crime hediondo o indivíduo não poder externar livremente suas opiniões. No nosso blog, nunca houve qualquer tipo de censura. Ao contrário, pessoas que, por vezes, são impedidas de publicar noutros blogs, encontram por aqui a solidariedade devida. Respeitamos as posições religiosas de quem quer que seja, mas, aqui para nós, as atitudes deste cidadão conhecido como Bispo Macedo e seu séquito de seguidores, isto sim, é que mereceriam a atenção da Justiça, do Ministério Público. A trajetória dele é algo espantoso. Um self-made man com algumas características bem particulares.
Nos parece que possui uma licenciatura em matemática - mas não quis enfrentar o batente da sala de aula - e resolveu estudar Teologia, onde encontraria mais fácil o caminho do céu. Apesar da concorrência acirrada das igrejas neopetencostais, o bispo Macedo é um homem rico e também muito influente. A arquitetura e o simbolismo do famoso Templo de Salomão, recentemente inaugurado com a presença da presidente Dilma Rousseff - segundo dizem, flerta com a religião judaica. Ele mesmo anda muito parecido com um rabino. O templo custou 680 milhões de reais. Possui um império de comunicação e, pelas suas igrejas, circulam milhões de reais isentos de qualquer tributos, lavadíssimos.
Esboça-se algumas iniciativas no sentido de "disciplinar" essas doações em dinheiro vivo, mas, se depender do aparelho político ligado ao bispo, há poucas chances de coibir essa farra. Agora eles resolveram criar uma espécie de milícia particular, que recebem treinamento militar, prestam continência e estão "prontos para a batalha." Volto a insistir, a justiça deveria, isto sim, estar preocupada com essas ações da Igreja Universal e não com as charges do Victor Teixeira.
Vejamos o que ele mesmo diz, a esse respeito, depois das inevitáveis comparações com os episódios de Paris, envolvendo os chargistas mortos do Charlie Heddo.
"Pessoal, vi alguns companheiros aqui no Facebook fazendo uma
comparação do caso da minha ilustração sobre os gladiadores com o
atentado da Charlie Hebdo, e gostaria de esclarecer alguns pontos.
Adianto que repudio totalmente o atentado à revista francesa, mas nunca
tive simpatia pelo seu conteúdo, e acho que minhas motivações são
diferentes das deles.
Na minha leitura, Charlie Hebdo atacava grosseiramente uma religião milenar, dentro de um país repleto de imigrantes árabes fugidos
de conflitos em suas terras natais. Conflitos impostos pelo
imperialismo, guerras de interesse profundamente econômico financiadas
por França, EUA e aliados.
Meu desenho critica uma iniciativa de uma empresa brasileira fundada
décadas atrás, que possui um templo-sede de mais de R$600 mi, imprensa
própria, dezenas de parlamentares e agora, um exército.
Existe uma distância imensa entre estampar uma estrela no cu de Maomé para zoar potenciais "terroristas", de pisar no calo de uma seita neo-judaica milionária."
Victor Teixeira.
Existe uma distância imensa entre estampar uma estrela no cu de Maomé para zoar potenciais "terroristas", de pisar no calo de uma seita neo-judaica milionária."
Victor Teixeira.
terça-feira, 24 de março de 2015
Efeito Coxinhas: Carlinhos Metralha nas manifestações contra Dilma Rousseff.
O Massacre da Granja São Bento voltou ao noticiário recentemente. O jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, publicou um longo artigo sobre o assunto em seu blog. A motivação deveu-se à presença do ex-delegado do DOPS-SP, Carlos Alberto Augusto - também conhecido como Carlinhos Metralha - nas manifestações contra o Governo Dilma. O "bom velhinho" ostentava um cartaz onde afirmava que gostaria de ter sido ouvido pela Comissão da Verdade, que já encerrou os seus trabalhos. Uma pena que ele somente agora tenha se manifestado a esse respeito, uma vez que andava sumido e não foi localizado quando convocado para a audiência na Comissão. De fato, ele teria muita coisa a falar sobre presos e desaparecidos durante o regime militar. O ex-delegado do DOPS era um dos colaboradores de Sérgio Paranhos Fleury, uma das figuras mais emblemáticas da repressão do regime aos grupos da luta armada urbanos.
Ambos estiveram envolvidos num caso nebuloso, o Massacre da Granja São Bento, onde 06 guerrilheiros da VAR-Palmares foram executados numa chácara na cidade de Paulista. A localização exata da granja hoje é na cidade de Abreu e Lima que, antes de emancipar-se, era um distrito da cidade de Paulista. Conheço de perto o local. A ação praticamente dizimou os últimos guerrilheiros que pertenciam a Var-Palmares. Eles foram sumariamente executados, a despeito das armações montadas, como a presença de diversas armas junto aos corpos. Haviam sinais de tortura e tiros na nuca, numa demonstração inequívoca de execução. Os guerrilheiros foram pegos como resultado da delação do Cabo Anselmo.
Por essa época, eles mantinham um aparelho aqui em Olinda, na Praia do Rio Doce. Entre os mortos, a jovem Soledad Barrett, grávida do cabo Anselmo, com quem mantinha um caso. Depois de resgatarem o cabo Anselmo de um possível justiçamento, Sérgio Paranhos Fleury e equipe seguiram para Paulista. Antes, porém, segundo dizem, teriam passado pela Ciranda de Dona Duda, na praia do Janga. Jovens que abraçaram este cidadão, como sugerem as imagens acima, não fazem ideia do risco que ele representa para as liberdades individuais, inclusive a deles.
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![""Contando o passado, tecendo a saudade"
Acabo de receber o livro de @[100004950820506:2048:Diego Fernandes], "Contando o passado, tecendo a saudade". Como sou um homem de raízes; do Cariri; do cacto retorcido; do calango se arrastando pela terra quente; da carne de sol "chorando" sobre o braseiro; do suco de araçás silvestres; do mel de engenho com cuscuz; da cana braba com coxas de arribaçãs;de todo o universo conhecido como Nordeste Brasileir. Logo me interessei pelo trabalho de Diego Fernandes, orientado pelo professor @[1753643986:2048:Durval Muniz Jr]. Ambos, orientador e orientando, realizaram suas pesquisas utilizando o acerco da Fundação Joaquim Nabuco. A Fundação Joaquim Nabuco tem um dos acervos mais importantes do país. Como costumo enfatizar, independentemente de questões ideológicas, ele vai do PCB à rede Globo, passando por Josué de Castro. Durval é um habitué da Instituição. Seja como pesquisador, seja como agraciado com premiação - sua dissertação de mestrado recebeu o prêmio Nelson Chaves - seja como palestrante, seja como consultor para "assuntos de Nordeste", o que não se constitui, convenhamos, numa tarefa simples. Ainda não li o livro, mas, o que mais me impressiona nele é que se trata de um dos primeiros resultados de um grupo de estudos constituído pelo professor para estudar a saudade. Aliado ao universo de José Lins, que embalou minhas leituras de adolescentes, essa questão da "saudade" também nos instigou à leitura do trabalho de Diego. O @[100001561133882:2048:Museu DoHomem DoNordeste], da Fundação Joaquim Nabuco, teve sua primeira exposição e longa duração montada em 1979, realizada com um grande esforço dos seus servidores, concebida a quatro mãos, pelo museólogo Aécio de Oliveira e o sociólogo @[103154269725070:274:Gilberto Freyre]. Inegavelmente, mesmo que anpassant, você encontra - dizem os estudiosos do assunto - as digitais de Aécio de Oliveira. Diria que apenas do ponto de vista da museologia. Do ponto de vista do discurso ideológico, torna-se irrefutável, a presença onipresente do sociólogo Gilberto Freyre ou, mais precisamente, da sua "brasilidade nordestina", para lembrar um termo muito ao gosto do professor @[100004563044615:2048:Michel Zaidan Filho]. Ali existia, sobretudo, a leitura e o discurso da aristocracia açucareira sobre a região Nordeste. Não exista a luta de classes; não existia as contradições sociais; não existia os movimentos sociais; frações ou segmentos sociais estavam suprimidos de representação naquele espaço. Ainda lembro do grande impacto produzido por uma bandeira do MST naquele circuito expositivo, quando se sabe que aqui na região concentra-se uma forte presença do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. Em 2008, com a exposição: "Nordestes: Territórios Plurais, Culturais, Direitos Coletivos" fez-se uma tentativa de superação desse discurso constituído sob o olhar da Casa Grande. Há alguns questionamentos sociais sobre se o projeto teria sido bem-sucedido. Na nossa modesta opinião foi, embora essa visão "bipolar" da nossa sociedade, em certa medida, nos deixem de alcançar a real dimensão dos problemas. Pude constatar isso com as aulas da professora Danielle de Peron Rocha Pitta. Tivemos uma participação importante nesse processo, sobretudo quando esteve em debate a inserção das comunidades quilombolas no circuito expositivo do MUHNE. Mas, o que nos inquieta é que as pessoas passaram a sentir "saudades". Não raro, os visitantes deixam registros desses sentimentos, informando que gostariam de ver na exposição um determinado acervo relativo, quase sempre, ao período do apogeu dos engenhos de cana-de-açúcar na região. Em palestra na sala Calouste Gulbenkian, Durval já nos alertava sobre a necessidade de clivagens sobre o "resgate desse passado". Aliás, lembrava ele, resgate é coisa de SAMU ou do Corpo de Bombeiros. Por outro lado, é fundamentalmente importante intender o que significa essa tal "saudade". Projetos como o que o professor está desenvolvendo - dos quais esse livro é o primeiro fruto - talvez nos ajudem a entender melhor essa questão. Vamos começar pela leitura do livro do Diego Fernandes. Um bom começo."](https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/v/t1.0-9/p296x100/11081288_916998098344224_3064663705361610628_n.jpg?oh=95cb4e0f651c96aba7bd1ee5d0381b93&oe=55A5102B&__gda__=1437897421_549f240340f4bb1d476a08a833edf831)
!["A "cota" ética que Renato Janine empresta ao Governo Dilma Rousseff.
Ainda temos poucas informações sobre as negociações de bastidores que determinaram a escolha do nome do filósofo Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação. Independentemente disso, no entanto, as repercussões estão sendo muito positiva, sobretudo quando se toma como referência o próprio PT, a academia e a base social que apóia o projeto Dilma Rousseff. Dilma parece ter aproveitado a vacância do cargo para fazer uma minirreforma política, dizem, por orientação de Luiz Inácio Lula da Silva. Diante das circunstâncias adversas, observa-se uma reaproximação entre Lula e Dilma, que estavam um tanto quanto distanciados. O Palácio voltou a ter a presença de homens da estrita confiança de Lula, como é o caso de Edinho Silva, ex-tesoureiro de campanha, que assume a SECOM, uma área muito problemática neste segundo mandato de Dilma. Dizem que é o coringa do projeto Lula 2018. Por outro lado, depois de derrotas sucessivas, Mercadante - embora formalmente no cargo - já não exerce as funções de articulador político do Planalto. Seu papel agora é cobrar dos outros ministros resultados sobre as obras importantes do Governo. Este também era um desejo de Lula. As atitudes de Mercadante o tornaram uma pessoa que representava apenas a si mesmo. Tornou-se uma espécie de superministro. Um interlocutor privilegiado junto a Dilma. Pasmem os senhores, mas com uma ascendência maior do que o padrinho político da presidente. Realmente, essa situação - como diria uma colega de trabalho - não podia continuar. Penso que Mercadante não leu aquele livro sobre o poder, que vivia na cabeceira do babalorixá Antônio Carlos Magalhães. As circunstâncias políticas não nos permitem falar em "cota" pessoal da presidente Dilma Rousseff. Ainda insisto que a indicação de Renato Janine Ribeiro para aquela pasta envolveu alguns arranjos políticos e a montagem de uma xadrez intrincado, que sinaliza, no mínimo, para uma média com setores sociais mais afinados com o Governo Dilma. Isso é possível concluir pelo perfil do filósofo. As mesmas observações se aplicariam ao caso da nomeação de um outro filósofo, @[194417617260567:274:Mario Sergio Cortella], cujo nome passou a ser especulado nos últimos dias. Sempre afirmei que a escolha do nome do futuro titular da pasta seria um ponto de inflexão do Governo Dilma. Parece que acertamos. Apesar das dificuldades da pasta, a escolha de @[449735341773019:274:Renato Janine Ribeiro] pode significar que, de fato, o Governo Dilma pretende levar a sério o slogan: Brasil, Pátria Educadora. Um outro aspecto a ser considerado a "cota" ética que ele empresta ao Governo, quiça sinalizando que Dilma, igualmente, está atenta à necessidade de passar um verniz ético na administração pública. Enfim, por inúmeras razões, a indicação de Renato Janine para a pasta de Educação, conforme assinalamos, significa um ponto de inflexão no Governo Dilma."](https://scontent-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/p526x296/18481_916832268360807_3149679187401418828_n.jpg?oh=c608219ddf58adcb55ee7e42c0b3d632&oe=55A60B3A)
!["Como disse o cientista político @[100000546206047:2048:Cláudio Gonçalves Couto], o Governo Dilma nos brinda com uma excelente notícia: @[449735341773019:274:Renato Janine Ribeiro] é o novo ministro da Educação."](https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/v/t1.0-9/p526x296/11081058_916641481713219_4404026143279220764_n.jpg?oh=783f89c80d1be1aed09658967d89ed24&oe=55A6990A&__gda__=1438097900_e27ab5c1da99057acb9c55ee7e4cc415)
!["Mário Sérgio Cortella para o Ministério da Educação? Seria um bom nome. Porém...
O filósofo Mário Sérgio Cortella foi seminarista antes de optar pela carreira acadêmica. Fez mestrado e doutorado em educação, tendo exercido o cargo de Secretário de Educação da Cidade de São Paulo, na gestão petista de @[198276680205255:274:Luiza Erundina]. Seu mestrado foi orientado por Moacir Gadotti e o doutorado por Paulo Freire, na PUC-Rio. Com essas credenciais, certamente, ele seria um bom nome para ocupar o Ministério da Educação. Soma-se a isso suas fortes vinculações com os movimentos sociais que deram sustentação ao projeto de governo da coalizão petista. Como já afirmamos em momentos anteriores, a escolha do futuro ministro da pasta pode se constituir no momento de inflexão do Governo Dilma. Nos dois mandatos de Lula e no primeiro Governo Dilma, a pasta era estratégica para o PT. Poderíamos passar esse post todo enumerando os grandes avanços conquistados na área, a despeito de intermitentes problemas que ainda precisam ser superados, como a ainda baixa qualidade social da educação básica nas escolas públicas - de onde o Governo Federal afastou-se, com a famigerada municipalização - ; o gargalo do ensino médio - onde os alunos das escolas privadas dão banho nos alunos das escolas públicas em termos de adequação idade/série; as expectativas em se atingir os índices da OCDE, média 6,0 do IDEB, até 2020. Eis que no seu segundo mandato, não apenas pela indicação de Cid Gomes para o cargo - mas sobretudo em razão de algumas medidas - como o corte de verbas de custeio da máquina - o PT dava a infeliz sinalização de que aquela pasta já não teria uma função estratégica no seu Governo. Do ponto de vista do discurso, o Governo Dilma mantém sua posição sobre o órgão, respondendo aos adversários com o slogan: Brasil: Pátria Educadora. Pelo discurso oficial, educação não seria apenas uma pasta estratégica, seria a pasta que irá ancorar as ações do Governo Dilma no segundo mandato. Quem acompanha os noticiários, sabe que os problemas se avolumam naquela órgão, ao que o Governo responde que trata-se apenas da não aprovação do Orçamento Geral da União pelo Congresso. Um outro núcleo social que poderia se sentir contemporizado com a indicação de Cortella seria a academia. Ele goza de um bom trânsito entre a estudantada e professores. A rigor, com a saída de Cid Gomes da pasta, Dilma aproveitou a deixa para seguir os conselhos de Lula e está realizando uma mini-reforma na Esplanada dos Ministérios. Aloízio Mercadante foi destituído da sua condição de superministro e homem forte das articulações; o ministro das comunicações, Thomas Traumann, pediu afastamento do cargo. Duas frentes em que o Governo Dilma estava perdendo feio. Particularmente, até gostaríamos de ter um Cortella no Ministério da Educação. Há, porém, alguns arranjos políticos complicadíssimos com essa pasta o que, em última análise, diminuem bastante a possibilidade de uma indicação do seu nome para aquele órgão. O mais provável é que Dilma aplaque a ira dos seus achacadores - indicando um nome do agrado deles - e ganhe alguns minutos de paz nesse sono com os inimigos."](https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpf1/v/t1.0-9/s480x480/11102728_916487621728605_6750988656917764705_n.jpg?oh=288c86d9a2e5f241241dcf1e5f897e8d&oe=55A9F67C&__gda__=1436965057_b0d20e7fe3da65b83fca1093120473d4)
