João Braga foi secretário de Obras da Prefeitura do Recife,
na gestão de Jarbas Vasconcelos. Até um pouco antes das negociações em torno da
formação da União por Pernambuco – aliança fundamental para os planos de Jarbas
tornar-se governador de Pernambuco – em princípio, João Braga estava sendo
preparado para sucedê-lo. Há boas lembranças dele como gestor público.
Comenta-se que, mesmo antes de chegar à prefeitura, já vinha anotando os
problemas que encontrava no caminho, telefonando para assessores e exigindo
providências. Tinha orgulho em afirmar que conhecia o Recife na palma da mão.
Em certo momento, durante um debate, insinuou que se puséssemos Roberto Magalhães
no largo Dona Regina ele não saberia mais voltar para casa. Na convenção do PT,
durante o seu discurso, o senador Humberto Costa acabou invocando essa questão,
numa referência ao candidato Geraldo Júlio que, segundo Humberto, terá que
andar com o mapa da cidade para não se perder. Recife tem todos os ingredientes
para realizar uma das maiores disputas políticas do país. O editor do Blog do Jolugue está preparando e em breve disponibilizará artigo sobre o assunto.
sábado, 30 de junho de 2012
Rompido com o PT no Recife, Eduardo vai a Lula.
Ao romper com o PT pernambucano para lançar um candidato do seu PSB à prefeitura de Recife, o governador Eduardo Campos foi crivado de insinuações. O petismo, por exemplo, apressou-se em difundir a versão de que Lula teria ficado tiririca com aquele que sempre considerou como um “menino de ouro”.
De volta de uma viagem a Nova York, Eduardo foi brindado, na noite passada, com um telefonema do pseudomagoado Lula. Nesta quinta (28), o governador pernambucano aterrissou em São Paulo. Visitou o amigo. Conversaram longamente. Coisa de duas horas. O encontro deslizou para a mesa do almoço.
O teor do bate-papo ainda não veio à luz. Porém, a julgar pelos sorrisos exibidos na foto veiculada no site do Instituto Lula, o arroubo de Eduardo Campos não produziu mágoas no anfitrião. Natural. Antes de dar as costas para a candidatura do petista Humberto Costa em Recife, o governador cuidara de entregar o tempo de tevê do seu PSB a Fernando Haddad, o candidato de Lula em São Paulo.
De resto, a aliança fechada pelo PT-SP com Paulo Maluf reforça o já sabido. Para Lula, um mal necessário não é necessariamente mal. Assim, melhor circunscrever a valentia de Eduardo à província. Lula sabe: ao governador interessa distanciar-se do PT, não dele. O rompimento dos dois é, por ora, um mal desnecessário.
No almoço civilizado de São Paulo, entre garfos, facas e carnes sangrentas, Lula mastigou os interesses do PT de Recife. Ficou entendido que o líder supremo do petismo pode até pedir votos para o companheiro Humberto Costa. Mas não vai hostilizar Geraldo Júlio, o candidato alternativo empinado pelo “garoto de ouro.”
Josias de Souza, Portal UOL.
Crédito da foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula.
Como se denuncia uma empresa por assédio moral?
Uma empresa, ou por uma política perversa e desumana de assédio moral junto aos seus funcionários, ou, pela pelas práticas perversas e desumanas de assédio moral de um de seus quadros, não pode ser juridicamente denunciada por assédio moral; pois, o asssédio moral não está ainda enquadrado pelo nosso Código Penal. O Código Penal vigente em nosso país é de 1940. O assédio moral é "tão antigo como o trabalho", mas, representando o conjunto de práticas essencialmente dolosas mas substancialmente perversas e desumanas dirigidas a uma pessoa, visando exterminar a sua relação de trabalho com o seu extermínio psíquico; está sendo conceitualmente disciplinado pela literatura e juridicamente qualificado pela jurisprudência, há exatos 12-13 anos.
Este vácuo temporal de mais de meio século, constitui o fator primordial deste vácuo substancial no nosso Código Penal; a boa notícia é que juristas estudiosos e comprometidos com a sua atualização, acabaram de finalizar um anteprojeto para um Novo Código Penal que seguirá devidamente, o atual foi criado em 1940 através de Decreto, para os nossos legítimos legisladores no Senado. Quando o ramo penal do nosso arcabouço jurídico pode tornar o assédio moral um de seus frutos criminalmente proibidos. De forma que, atualmente, uma empresa pode ser apenas processada pelas inevitáveis consequências do assédio moral; os inevitáveis dolosos danos morais.
Num primeiro momento, o assédio moral deve ser denunciado administrativamente, através de email ou carta, dirigida à hierarquia superior na cadeia de comando. O resultado dessa denúncia seria a devida investigação administrativa conduzida com a máxima transparência e imparcialidade, e, observância máxima da máxima que "o diabo nunca aparece como diabo quando quer ludibriar e dissimular, com direito a sangue de barata e beijo de jibóia e abraço de urso e atá lágimas de crocodilo, verdadeiras atrocidades" e da máxima valorização do concumitantemente pico da solicitações de tranferências, licenças de saúde, licença prêmio, antecipação de aposentadorias, por parte dos demais funcionários, procurando assim fugir deste ambiente psiquicamente atroz como vítima ou apenas testemunha das atrocidades psíquicas cometidas contra outrem; com a devida e exemplar punição administrativa do assediador. Ora, tão recentemente, tão iluminada pelo martelo do TJPE!
Num segundo momento, você pode enviar denúncias à Ouvidoria, ao Sindicato, aos Órgãos de Classe, à OAB, à Secretaria de Direitos Humanos, e até mesmo à CNBB; mas, se a resposta acima não for dada, nada parecerá ser completamente capaz de efetivamente evitar, que o mesmo seja, agora também maquiavelicamente, perpetrado.
Seria o Ministério Público do Trabalho a defender os seus direitos constitucionais indisponíveis como trabalhador; mas os Núcleos de Mediação e Redes de Mediadores de Conflitos, poderiam preceder a tal iniciativa.
Claro, tudo carinhosamente acompanhado pela Defensoria Pública ou por um advogado trabalhista de sua confiança.
A resposta se refere a uma empresa do setor privado; mas, a mesma reposta, basicamente, se aplicaria se estivéssemos falando de uma parceria público-privada ou de uma empresa pública ou de uma empresa de economia mista ou estatal e suas subsidiárias ou de uma instituição pública ou privada e até mesmo de um órgão público?
Sim.
Por Nadja Freire
Nota do editor: Publicada nas redes sociais ontem, sábado, 30.06, essa postagem vem atingindo um grande número de "curtições" e "compartilhamentos". Em nossa última checagem, o post já atingiu 76 compartilhamentos e comentários, numa evidência da gravidade desse problema nas organizações privadas e órgãos públicos. O tema tornou-se recorrente em nosso Blog do Jolugue. Não raro publicamos matérias sobre o assunto e, para consolidar o debate sobre o tema, criamos um Grupo de Discussão sobre o assunto na rede Facebook. Quem desejar aprofundar esse debate, solicite o adicionamento ao grupo. Um grande abraço do editor.
Nota do editor: Publicada nas redes sociais ontem, sábado, 30.06, essa postagem vem atingindo um grande número de "curtições" e "compartilhamentos". Em nossa última checagem, o post já atingiu 76 compartilhamentos e comentários, numa evidência da gravidade desse problema nas organizações privadas e órgãos públicos. O tema tornou-se recorrente em nosso Blog do Jolugue. Não raro publicamos matérias sobre o assunto e, para consolidar o debate sobre o tema, criamos um Grupo de Discussão sobre o assunto na rede Facebook. Quem desejar aprofundar esse debate, solicite o adicionamento ao grupo. Um grande abraço do editor.
Projeto Residências Artísticas 2012 abre inscrições.
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A Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj, por intermédio da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte - MECA, torna pública a realização do Projeto de Residências Artísticas 2012, iniciativa integrante do Programa Gestão e Manutenção do MEC, com desdobramento na ação Promoção e Intercâmbio de Eventos Educacionais e Culturais. O certame tem a finalidade de selecionar até 6 (seis) projetos em artes visuais para residências de criação, exposição e formação. Por meio desse Projeto, pretende-se estimular a produção e a difusão das artes visuais, consolidando a Fundaj como espaço institucional de experimentação e inovação nas artes visuais e de reflexão crítica sobre os seus desenvolvimentos contemporâneos.
Constitui objeto do Projeto de Residências Artísticas 2012, a seleção de até 6 (seis) projetos em artes visuais para residências de criação, exposição e formação
3 (três) das residências serão realizadas na Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj, no Recife, Estado de Pernambuco, e 3 (três) serão realizadas no Centro Cultural Banco do Nordeste - CCBNB, em Fortaleza, Estado do Ceará no 2º semestre de 2012.
3 (três) das residências serão realizadas na Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj, no Recife, Estado de Pernambuco, e 3 (três) serão realizadas no Centro Cultural Banco do Nordeste - CCBNB, em Fortaleza, Estado do Ceará no 2º semestre de 2012.
As exposições que resultarem das residências realizadas no Recife terão lugar nas Galerias Massangana e/ou Baobá, da Fundaj, e as que resultarem das residências realizadas em Fortaleza terão lugar nas Galerias do CCBNB.
:: Baixe aqui o EDITAL
As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas no período de 19 de junho a 19 de julho de 2012, de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 12h e das 14h às 18h, na Coordenação-Geral do Espaço Cultural Mauro Mota (CGMM), Fundação Joaquim Nabuco, localizada no endereço abaixo:
Fundação Joaquim Nabuco
Coordenação-Geral do Espaço Cultural Mauro Mota
Coordenação de Artes Visuais
Rua Henrique Dias, 609, Derby – Recife – PE
CEP: 50.010-100
Coordenação-Geral do Espaço Cultural Mauro Mota
Coordenação de Artes Visuais
Rua Henrique Dias, 609, Derby – Recife – PE
CEP: 50.010-100
Podem se inscrever artistas e coletivos de artistas visuais brasileiros e estrangeiros, residentes no Brasil, desde que não tenham realizado exposição individual em quaisquer das galerias da Fundaj ou do CCBNB nos 2 (dois) anos anteriores ao prazo de inscrição estabelecido neste Edital. Mais informações: – Tel.: (81) 30736691 e 30736692.
Assessoria de imprensa da FUNDAJ.
PTB formaliza apoio a Elias Gomes em Jaboatão.
O senador Armando Monteiro,
presidente estadual do PTB, e o ex-vice-prefeito Luiz Carlos Matos, presidente
do diretório municipal do partido, formalizaram nesta sexta-feira (29) o apoio à
candidatura à reeleição do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes
(PSDB).
Segundo o senador, a aliança se
justifica pela “compreensão de que Jaboatão passa por um momento importante,
houve realmente avanços do ponto de vista do resgate do município e não há
dúvida nenhuma de que isso deve se creditar, em grande medida, à ação saneadora
que o prefeito Elias Gomes realizou neste primeiro mandato”.
Além disso, ressaltou Armando, há
“agora essa disposição que ele (Elias Gomes) revela de incorporar novas forças
políticas para que esse novo período de gestão seja marcado por uma visão mais
ampla, mais plural”.
O senador acrescentou ainda: “E
nós recebemos essa disposição dele de poder incorporar a contribuição e a visão
do nosso partido, através do nosso companheiro Luiz Carlos Matos, que é um
quadro que Jaboatão conhece, que tem uma trajetória respeitável, toda ela
marcada por exemplos de dedicação ao município. Portanto, é uma convocação para
um novo período administrativo em Jaboatão, que eu tenho certeza poderá
viabilizar novos e importantes avanços, em sintonia com esse novo momento de
Pernambuco, que anda num ritmo forte”.
PTB fecha apoio a Sérgio Leite em Paulista
Durante encontro no escritório político do
senador Armando Monteiro, presidente do PTB de Pernambuco, os petebistas
formalizaram nesta sexta-feira (29) o apoio à candidatura do deputado estadual
Sérgio Leite (PT) à Prefeitura de Paulista, Região Metropolitana do Recife.
Sérgio Leite aproveitou a oportunidade para
confirmar como candidato a vice-prefeito em sua chapa o nome do presidente do
diretório municipal do PTB de Paulista, o ex-prefeito Antônio Speck.
Na opinião de Armando Monteiro, Sérgio Leite
está preparado para governar o município. “O deputado Sérgio Leite acumulou ao
longo do tempo experiência e tem dado reiteradas demonstrações de que tem
compromisso com Paulista, tem espírito público, tem a disposição de poder
conduzir um projeto político-administrativo amplo no município, capaz de
incorporar outras visões e outras forças”, ressaltou.
Sobre a participação de Speck na vice,
Armando lembrou da trajetória do petebista: “O nosso companheiro Speck se
credencia com a sua experiência, com a sua folha de serviços prestados ao
município, com a sua capacidade de entender os novos desafios que são colocados
por esse novo momento de Pernambuco. É importante destacar que Speck alia uma
experiência também no setor privado. Portanto, esse esforço que Paulista vai
promover para atrair investimentos é um esforço que pode contar com a
participação decisiva de Speck. E nós queremos com essa parceria com Sérgio
assumir também o compromisso de podermos viabilizar programas de capacitação, de
qualificação de mão de obra e, no Senado, estaremos sempre juntos, alinhados e
trabalhando pelos projetos de interesse do município”.
Sérgio Leite – O deputado Sérgio Leite
disse, após o encontro, que contará com o apoio do PTB e de Armando na atração
de novos investimentos para o município: “Com essa aliança, junto com o PTB, com
o senador Armando Monteiro, com o deputado federal Jorge Côrte Real, com Speck e
com a frente que nós estamos organizando, nós vamos ter condição de fazer esse
grande projeto de transformar Paulista na grande cidade polo de desenvolvimento
da região. Junto com Armando nós vamos buscar trazer as indústrias de volta,
reativar o polo industrial de Paulista, trazer novos investimentos para a
cidade, mas, acima de tudo, preparar a mão de obra da cidade para ocupar o novo
mercado de trabalho que está surgindo em Paulista e na região, para que a gente
possa melhorar a qualidade de vida da população”.
Antônio Speck salientou que “a grande
preocupação nossa é fazer com que Paulista volte a crescer. Tenho certeza
absoluta de que não podemos ter um Pernambuco forte com uma Paulista
enfraquecida”.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Marianne Pinotti será a vice de Gabriel Chalita
Felipe Frazão e Julia Duailibi – atualizada às 20h13
O vice-presidente Michel Temer e o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita confirmaram a indicação da médica Marianne Pinotti como vice na chapa de Chalita para a disputa das eleições paulistanas de outubro. O anúncio oficial será feito nesta sexta-feira, às 10h00 no diretório municipal do PMDB.
O partido chegou a acordo sobre a indicação de Marianne no início da noite desta quinta-feira, dia 28. Foram consultados os líderes do partido em São Paulo, deputados estaduais Baleia Rossi, Jorge Caruso e o vice-presidente Michel Temer. Além dos membros da executiva municipal. Eles também tiveram de consultar os aliados: PTC, PSC e PSL.
Com ela na vice, Chalita forma a segunda chapa pura da sucessão de Gilberto Kassab (PSD) – o PDT também terá a sua. Chalita e Marianne migraram ano passado do PSB para o PMDB.
Como o Estado havia revelado, Marianne contava com a simpatia de Temer por ser mulher e trabalhar na área da saúde – tema sensível. Além disso, era a preferida de Chalita.
De início, o partido guardava o posto de vice para ceder a um potencial aliado. Mas teve de buscar solução caseira depois de ver o PP e o PC do B se aliarem ao PT do pré-candidato Fernando Haddad.
Além dela, o partido tinha a um leque de opções internas com o deputado estadual Jooji Hato e a procuradora de Justiça Luiza Eluf – que é próxima a Temer e se apresentou como opção depois de o nome de Marianne vir ser revelado. O presidente estadual do PTC Ciro Moura também gostaria de ocupar a vice.
Antes de ser escolhida para a vice, Marianne havia sido aprovada e teria apoio do partido para fazer campanha a vereadora.
O Estado de São Paulo
José Arlindo foi contra Jarbas fazer o "caminho de volta".
A posição de José Arlindo, nessas negociações envolvendo o
apoio do nome de Geraldo Júlio, do PSB, pelo grupo do senador Jarbas
Vasconcelos deixou o editor do Blog do Jolugue um pouco desnorteado. Jarbista
histórico, no momento da formação da União por Pernambuco, Arlindo endossou a
posição de Jarbas em aliar-se a antigos adversários, próceres conservadores da
política pernambucana, sem nenhum “remorso” ideológico. Do grupo, apenas a
professora Edla Soares - a eterna Secretária de Educação de Jarbas – esboçou um
reação contundente, não avalizando a aliança. Quando Jarbas, em tese, estaria
fazendo o “caminho de volta”, ele se colocou contra. Confesso que não entendi.
Raul Jungmann retira candidatura. PPS deve apoiar o candidato do PSB.
A retirada da candidatura de Raul Jungmann já era um fato
esperado. Diante da coalizão de forças que estão se formando em torno das
candidaturas de Geraldo Júlio, principalmente, e Humberto Costa, não havia
outra alternativa, salvo o lançamento de uma candidatura apenas para marcar
presença no pleito, mas inviável eleitoralmente. Prevaleceu o bom-senso, embora
nós, eleitores, tenhamos perdido um candidato que, certamente, contribuiria
para melhorar o nível dos debates sobre o Recife, durante a campanha. Já se cogita
um possível apoio do PPS ao candidato do PSB, segundo dizem, num processo bastante
avançado de negociações, que conta com o sinal verde de Roberto Freire. A
julgar por suas desavenças com Sérgio Guerra, é pouco provável que ele oriente o partido na direção do PSDB, embora a
agremiação seja uma velha aliada do PPS. A Jungmann restaria, uma possível
candidatura à Casa de José Mariano. Se eleito, dará um grande contribuição ao Recife como legislador.
PDT deverá apoiar o nome de Geraldo Júlio à Prefeitura da Cidade do Recife.
A fazenda Macambira, em Caruaru, que pertence aos Lyras, vem
se constituindo num bom termômetro da política pernambucana. Já temos pronto
até um artigo sobre o assunto. Ali, no último São João, praticamente ficaram
superadas as divergências entre os Lyras e os Queiroz, pelo menos até as
próximas eleições. Lá, na Princesa do Agreste, como se prevê também no Recife,
deverá ocorrer um clássico da política, com José Queiroz disputando as eleições
com uma grande esperança dos Democratas, Miriam Lacerda, que, inclusive, vem
aparecendo bem nas primeiras sondagens. Em razão da fidelidade canina de
Queiroz, não temos dúvidas de que o governador arregaçará as mangas para reelegê-lo. O PDT, comandando
por Queiroz, tem sido um dos partidos mais fiéis da Frente Popular. Em nenhum
momento, o partido sinalizou que poderia apoiar o projeto do deputado Paulo
Rubem, entregando-lhes a sigla para que ele disputasse a Prefeitura do Recife.
Portanto, o resultado da Convenção do PDT – duramente criticado por Rubem – já era
esperado.
Eduardo, finalmente, sela a paz com Lula.
Adiado durante os eventos da Conferência RIO +20, finalmente
ocorreu o grande encontro entre o governador Eduardo Campos e o cacique do
PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois líderes partidários não reuniram
condições de conversarem durante a conferência. Durante esse intervalo, muitas
intrigas foram postas, alguns asseverando – ou torcendo – que haveria uma
ruptura entre o PT e o PSB no plano nacional, afastando de vez os dois
dirigentes. Sempre afirmamos que seria pouco provável que isso ocorresse, em
razão de inúmeros indicadores, exaustivamente discutidos aqui no Blog do
Jolugue. Houve, matreiramente, por parte do PT, um hiperdimensionamento da
crise, alimentando a discórdia. Foi o próprio Lula que telefonou para Eduardo,
agendando o encontro, antes da oficialização da candidatura de Geraldo Júlio.
Lula, mais uma vez, sairá muito bem na fita. Apoiará integralmente a
candidatura do senador Humberto Costa, garantindo que virá a Pernambuco –
apesar da saúde fragilizada – e colocou “panos mornos” na crise entre as duas
legendas, uma vez que a relação e os interesses entre ambos extrapola o próprio PT. Durante o
encontro, Eduardo Campos esclareceu que os acordos entre ambos no plano
nacional não seriam afetadas, conforme acordos mantidos durante as conversações para o PSB apoiar a candidatura do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, em São Paulo. Por outro lado, também apresentou argumentos convincentes para o lançamento da candidatura de Geraldo Júlio, no Recife.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Os rumos temerosos da relação entre Lula e Eduardo Campos.
Mesmo fragilizado, em encontro prolongado que manteve com o
senador Humberto Costa, Lula garantiu que participará da campanha no Recife, ao
lado do seu candidato. Assim, as atenções nacionais deverão estar voltadas para
as disputas que ocorrerão em 2012, na capital pernambucana, que deverá reunir grandes nomes da política
nacional, em campos opostos, como o ex-presidente Lula e o governador Eduardo Campos, que lançou o nome de Geraldo Júlio à Prefeitura da
Cidade do Recife. Como não há indícios concretos que indiquem a possibilidade
de um estremecimento irremediável da relação entre ambos, em última análise, a
eleição de Geraldo Júlio, de certa forma, poderia se inserir dentro de
arranjos nacionais não necessariamente contrários à coalizão de governo que
trabalha com a hipótese de reeleição da presidente Dilma Rousseff e, aparentemente, pelo menos até o momento, o governador não emite sinais de que deseja romper com o Governo Dilma. Em todo
caso, ao afirmar que só tem um candidato no Recife, o senador Humberto Costa,
Lula começa a esboçar sinais de preocupação com as movimentações de Eduardo
Campos, antevendo os inevitáveis caminhos opostos que deverão trilhar no futuro, apesar
da sólida amizade construída com os Arraes.
O jogo pragmático das eleições do Recife em 2012.
A manobra do Campo das Princesas trauxe dois efeitos
imediatos: Isolou o PT e deu um duro golpe na oposição, que continua
desnorteada, orientada pelas filigranas ideológicas, como se isso estivesse em
jogo numa disputa de um pragmatismo visceral. A reprimenda de Mendonça Filho à
atitude de Raul Henry, que o respondeu logo em seguida, trouxe à tona, apenas,
alguns detalhes dessas relações conflituosas e arranjos políticos que não vem a
público com toda a transparência. O grande embate deve mesmo se dar entre os
candidatos Geraldo Júlio e Humberto Costa. Mendonça entra no páreo para
preservar seu mandato de deputado, Daniel Coelho não empolga e Raul Jungmann,
mais uma vez, se resolver entrar nesta seara, será para uma candidatura olímpica. Ao se confirmarem as tendências apontadas pelas pesquisas do PSB, o Recife deseja mesmo é um "gerentão", alguém com perfil para propor soluções concretas para os seus problemas. É certo que os eleitores e militantes mais orientados ideologicamentes, possivelmente devem estar torcendo a cara para essa aliança com o PP, mas, se o PT vier a ser derrotado, a conta deve ser creditada às estressantes disputas internas e ao esgotamento de um modelo de gestão incapaz de resolver os problemas municipais. Isso nos faz lembrar o filósofo Denis Rosenfield. Militante petista, o afastamento de Denis do Partido se deu de uma maneira conflituosa, à semelhança de outros grandes intelectuais muito identificados com o projeto petista, como o economista Francisco de Oliveira. Sempre tivemos muita curiosidade em saber quais os reais motivos que levaram Denis a afastar-se do partido. Embora não se possa, ingenuamente, embarcar em qualquer discurso, durante uma entrevista concedida, quando perguntado sobre o assunto, Denis justificou que saiu do partido porque o PT, em 16 anos de mandato, não conseguiu apresentar uma solução para o drama de uma dúzia de meninos de rua que dormiam nas praças de Porto Alegre. Pay attention, PT!
PP Pernambucano sela aliança com o PT.
Simbolicamente, São Paulo parece ter apenas sinalizado uma
aproximação cada vez mais evidente entre o PP o PT, nas quadras políticas locais, uma vez que o Partido Progressista já acompanha os petistas desde o Governo Lula. No Rio Grande do Sul,
Pernambuco e Amazonas, pode se reproduzir o que ocorreu na capital paulista, ou
seja, o PP confirmar a tendência do estreitamento das relações com o PT, como
se observa agora, quando o deputado federal Eduardo da Fonte comunicou que caminharia
ao lado de Humberto Costa na disputa pela Prefeitura da Cidade do Recife. Eduardo
é um ator político muito difícil de ser decifrado, sobretudo em razão de suas
tergiversantes movimentações. Suas relações com o Palácio do Campo das Princesas não são
das melhores e não foram poucas as vezes em que ele manifestou preocupação com os rumos que o PT daria à sucessão do
prefeito João da Costa, que, que, sabidamente, não aprovava o projeto de
reeleição. Penso que o acordo celebrado em São Paulo deve ter repercutido na
província - como já vem ocorrendo em outras praças - criando as condições para a formalização da aliança entre os dois
partidos. Não sabemos até que ponto se pode afirmar que o PT saiu do isolamento com essa aliança nem a proporção do que ela poderia agregar ao projeto do partido em manter sob seu controle o Palácio Antonio Farias. Assim como ocorreu em São Paulo, onde 62% rejeitaram esse acordo, Recife deve trazer um índice semelhante, sobretudo em razão de sua histórica polarização.
Eleitorado paulista desaprova a aliança entre PP e PT
Por falar nessa surrada ideologia - um conceito tão fluido no contexto do sistema partidário brasileiro, abandonado até por quem antes a defendia ardorosamente - pelo menos
momentaneamente, o eleitorado, segundo o Datafolha, não reagiu muito bem a
aliança de jacaré com cobra da d'água celebrada entre o PT de Lula e o PP de
Paulo Maluf, em apoio à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São
Paulo. Segundo o Instituto, 62% do eleitorado desaprovam a união. Entre o
petistas de carteirinha, esse índice sobe para 64%. Haddad, que nunca esteve muito bem nessas sondagens, ainda teria perdido alguns dos seus minguados pontinhos. Entretanto, se destrinchada, essa
pesquisa indique que talvez o motivo da indignação de parcela do eleitorado seja orientada
por outras motivações, que não uma motivação de caráter ideológico.
Serra e Haddad são os mais mencionados no Twitter, aponta estudo.
Isadora Peron, de O Estado de S. Paulo
Um estudo divulgado nesta quarta-feira, 27, apontou que o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad são os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo mais citados no Twitter. O monitoramento foi feito pela empresa E.life entre os dias 1º e 31 de maio e reuniu os principais comentários sobre 19 possíveis candidatos na cidade. Ao todo, foram analisados 4.598 tweets.
Depois de Serra com 35% das menções e Haddad, com 26,5%, aparecem Gabriel Chalita (11,3%), Soninha Francine (10,2%) e Celso Russomanno (6,8%).
Segundo a pesquisa, no período analisado o nome de Serra foi muito comentado por causa de uma pesquisa eleitoral que o mostrou na liderança da disputa. Por outro lado, as mensagens falavam também sobre o alto índice de rejeição do pré-candidato. O apoio do DEM ao tucano foi outro destaque no Twitter.
Haddad, por sua vez, teve seu nome ligado ao neurocientista Miguel Nicolelis, que manifestou naquela época a intenção de transferir o seu título de eleitor para São Paulo para votar no petista. Os nomes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidente Dilma Rousseff também são constantemente ligados a Haddad.
Já o deputado Gabriel Chalita foi cobrado pelos internautas por ter votado a favor do Código Florestal; Soninha foi criticada por conta de uma declaração à respeito da pane do metrô, dando origem à hastag #CalaBocaSoninha; e Russomanno foi mencionado por conta das alianças que fechou no período com dois partidos nanicos, o PHS e o PRP.
A pesquisa também mostrou os principais tópicos apontados pelos usuários do Twitter em relação aos pré-candidatos às prefeituras do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre
quarta-feira, 27 de junho de 2012
A fatura do PMDB ao Palácio do Campo das Princesas.
Muito
se especula em torno da “fatura” do PMDB entregue ao Palácio do Campo das
Princesas, negociada no acordo, já sacramentado, que prevê o apoio ao candidato do PSB, Geraldo Júlio, à
Prefeitura da Cidade do Recife nas eleições de 2012. Fora o mau-humor de
Mendonça Filho com Raul Henry, que o respondeu de uma maneira bastante
contundente – para alguns deselegante, o que não combina com o pupilo de Jarbas
– está em jogo uma possível indicação de Raul para concorrer como vice na chapa
e, possivelmente o apoio de Eduardo ao projeto de reeleição de Jarbas
Vasconcelos ao senado. Como afirmamos no artigo publicado aqui no blog, o acordo envolve interesses nacionais das duas agremiações e, num quadro de distensionamento da relação entre Jarbas com a cúpula do partido, tudo foi "ajeitado", para desespero de Sérgio Guerra. O próximo passo é levar Michel Temer com Eduardo Campos para a tradicional feijoada da casa do bairro do Janga, em Paulista.
Julgamento do mensalão começa no dia 2 de agosto.
BRASÍLIA – O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) acabou atrasando um dia e, agora, começará no dia 2 de agosto. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 26, pelo gabinete do presidente do STF, Carlos Ayres Britto. De acordo com a assessoria de Britto, os ministros entenderam que não era conveniente publicar uma edição extra do Diário da Justiça Eletrônico (DJE) nesta terça-feira para dar tempo de começar o julgamento no prazo previsto anteriormente.
No início de junho, os ministros do STF decidiram, em sessão administrativa, que o julgamento da ação penal começaria no dia 1º de agosto. No entanto, o atraso ocorreu porque o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, liberou o processo hoje, um dia depois do prazo possível para o cumprimento de algumas burocracias obrigatórias, como a publicação no DJE e a convocação de advogados. As datas estão apertadas porque o STF estará em recesso durante todo o mês de julho, período em que os prazos processuais são suspensos.
Mesmo com o atraso, o julgamento ainda poderia começar no dia 1º de agosto caso o presidente do STF decidisse publicar uma edição extraordinária do diário. O STF já adotou a medida em pelo menos quatro ocasiões neste ano, mas Britto entendeu que essa não seria a melhor solução. “Consultados vários ministros a partir do relator, (eles) avaliaram que a edição extra do DJ não seria conveniente para não ensejar alegações de casuísmo e, por consequência, de nulidade processual em matéria penal”, destacou Britto, em pronunciamento lido por sua assessoria.
A liberação do processo para a pauta sairá na edição do DJE desta quarta-feira, 27, mas a publicação só é considerada depois de 24 horas. Depois disso, há prazo de dois dias úteis para a comunicação dos advogados, que terminará no dia 1º de agosto devido ao recesso de um mês no STF. Só após esse rito o processo pode ser chamado para julgamento.
O Estado de São Paulo.
Armando: Candidatura do PSB não representa ruptura na Frente Popular.
Armando: candidatura do PSB não
representa ruptura na Frente Popular
Em entrevista ao programa CBN
Total, com Aldo Vilela, nesta quarta-feira (27), o senador Armando Monteiro
(PTB) defendeu que a candidatura de Geraldo Julio (PSB), com o apoio dos
partidos da base do governo Eduardo Campos, não representará uma ruptura da
Frente Popular.
Para o líder trabalhista, a tese
da candidatura alternativa, defendida por ele desde o início das discussões
sobre a sucessão no Recife, se consolidou com o ambiente de falta de unidade
interna dentro do PT. “O que nós assistimos ao longo deste tempo
parece um Teatro do Absurdo, tamanho os desencontros e a dissensão que existiu
dentro das fileiras do próprio partido”, afirmou.
Ao justificar o apoio do PTB a
Geraldo Júlio, Armando destacou que o pré-candidato do PSB tem as qualidades de
um administrador competente, “que foi um dos responsáveis pela implantação do
novo modelo de gestão exitoso no Estado”. O senador não deixou de reconhecer,
contudo, o papel do PT e do senador Humberto Costa nos avanços que a Frente
Popular construiu em Pernambuco.
Presidente estadual do PTB, ele
informou que o partido trabalha com a perspectiva de ter 60 candidatos a
prefeito em todas as microrregiões do Estado e citou municípios estratégicos
como Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe, Gravatá, Goiana, Arcoverde, Itamaracá
e Igarassu. Adiantando querer estar presente em todos os municípios, incluindo
aqueles em que o PTB apóia candidatos de outros partidos da Frente, Armando
também previu que a legenda espera eleger 250 vereadores.
Ainda sobre o Recife, o senador
negou que tenha tratado com o governador Eduardo Campos sobre a presença do PTB
na vice de Geraldo Julio. “Não houve, nos entendimentos que tive com o
governador sobre esta nossa aliança no Recife, nenhuma conversa, nenhum
entendimento, nenhuma tratativa sobre esta questão de vice”. O trabalhista,
porém, esclareceu que se houvesse um convite, o partido tem quadros a oferecer.
“Mas nós não estamos reivindicando”, frisou.
Leia abaixo a
entrevista
-
A composição entre o PSB e os
outros partidos da base é a ideal para o Recife?
Armando Monteiro- “Eu acho que sim. Você sabe que,
para nós, essa composição não representa uma ruptura da Frente Popular, embora
reconheçamos que não é fácil a coexistência de duas candidaturas neste mesmo
campo, sobretudo quando há uma perspectiva concreta desta disputa ser polarizada
entre essas duas candidaturas. Mas, o que nós defendemos desde aquele primeiro
momento, que era a tese que nós ao final estamos vendo triunfar - que é a tese
de uma candidatura alternativa dentro da Frente - é que, na realidade, o PT, por
diversos motivos, não pôde construir uma unidade interna. O que nós assistimos
ao longo deste tempo parece um Teatro do Absurdo, tamanho os desencontros e a
dissensão que existiu dentro das fileiras do próprio partido. O PT terminou
perdendo as condições políticas de oferecer à Frente uma solução que nos
apontasse claramente uma unidade do partido.
Por outro lado, eu também, ainda
que sempre de forma, que me parece elegante e sóbria, também considerei sempre
que a gestão do Recife nos últimos anos não correspondia à expectativa dos
recifenses. A sensação era de que a cidade não estava acompanhando o novo ritmo
de desenvolvimento de Pernambuco. A qualidade dos serviços públicos oferecidos,
alguns problemas agudos que demonstravam uma certa disfunção, uma
disfuncionalidade do sistema de transportes, daquilo que parece que é mais
essencial na vida de uma cidade”.
O apoio do PTB a Geraldo Júlio
Armando Monteiro –
“Então, diante
disso, não havia, evidentemente ao meu ver, outro caminho senão o de oferecer
uma opção ao recifense. E aí, surgiu a disposição do partido líder da Frente que
é o PSB de oferecer essa candidatura. E a escolha recaiu sobre um administrador
público, um homem competente, que já deu demonstrações de que tem uma
experiência na administração, que foi um dos responsáveis pela implantação do
novo modelo de gestão exitoso no Estado, que é o ex-secretário e agora
pré-candidato Geraldo Júlio.
Portanto, eu acho que,
considerando todas estas circunstâncias, não havia outro caminho senão este. E o
PTB se sente confortável com esta escolha. Nós esperamos que se produza um
debate de nível, equilibrado, para que não haja uma fratura política maior lá
adiante. É esse o desejo e é dessa forma que nós vamos procurar ajudar, para
preservar, de qualquer maneira, a Frente”.
O papel do PT e de Humberto
Costa
Armando Monteiro –
“Eu quero também
aproveitar para manifestar o meu reconhecimento ao papel que o PT sempre teve
historicamente nesta Frente. Nós não podemos deixar de reconhecer isto. Esse
partido que ajudou Pernambuco também a construir estes avanços. E a figura do
senador Humberto Costa, que é uma figura respeitável, pela sua trajetória, pela
sua história de militância no partido, por sua atuação nos cargos públicos que
ocupou. Mas, infelizmente, o PT perdeu as condições pelas razões que eu já
expus”.
O PTB poderá indicar a vice na
chapa de Geraldo Júlio?
Armando Monteiro –
“É mera
especulação. Nós não fizemos, nos entendimentos que tive com o governador sobre
esta nossa aliança no Recife, nenhuma conversa, nenhum entendimento, nenhuma
tratativa sobre esta questão de vice. Portanto, não há nada sobre isso. O PTB
nunca colocou esta questão, não é algo que o partido tenha reivindicado. Nós
deixamos o governador à vontade para que ele busque a composição que pareça mais
adequada. Portanto, o que se assiste na imprensa, no noticiário, sobre este
assunto, no que diz respeito ao PTB, é uma mera especulação. Se viesse a se
confirmar, se houvesse um convite, é evidente que o partido tem quadros para
poder oferecer, se for esta efetivamente a definição do núcleo decisório. Mas
nós não estamos reivindicando.
Candidatos majoritários do PTB
no Estado
Armando Monteiro –
“O nosso balanço
atualizado nos aponta a perspectiva de quase 60 candidaturas majoritárias no
Estado, em todas as microrregiões de Pernambuco, algumas cidades de maior
expressão do ponto de vista populacional. Temos Garanhuns (com Izaias Régis),
uma cidade que tem indiscutivelmente uma grande importância para o Agreste
Meridional. Mas temos ainda Santa Cruz do Capibaribe (José Augusto Maia) no
Agreste Setentrional, que é um município hoje governado pelo PTB. Uma forte
candidatura também em Gravatá (Bruno Martiniano), onde o partido disputa com um
quadro que hoje lidera as pesquisas. Temos uma presença importante em Goiana
(Fred da Caixa), que passa a ser um município estratégico dentro desta visão do
novo eixo de desenvolvimento de Pernambuco, que é o da Mata Norte. E temos ainda
Arcoverde (Madalena Brito), no Sertão, uma cidade também governada pelo PTB, e
que tem hoje uma candidatura muito forte, da atual vice-prefeita, que também é
dos quadros do partido.
Sem falar da área metropolitana,
como Itamaracá (Paulo Batista). Ainda nesta região do Litoral Norte uma disputa
muito importante para o partido, que é a de Igarassu (Mario Ricardo), uma
prefeitura importante, com um quadro que tem também uma candidatura muito
competitiva nesta eleição. Em suma, eu estou citando os municípios de maior
porte, mas sem diminuir a importância de muitas outras cidades onde o partido se
apresenta com reais condições na disputa”.
Cidades onde Armando estará
presente na campanha
Armando Monteiro –
“Dependendo de
nossa vontade espero poder estar presente em todos os municípios onde o partido
tem candidatura própria. Vamos fazer este esforço ao longo dos próximos meses,
até o final da campanha, para emprestar esta solidariedade aos nossos
companheiros. Mas não vamos nos limitar apenas a visitar os municípios onde o
próprio PTB tem candidatura. Vamos também apoiar os candidatos da Frente Popular
em vários municípios de Pernambuco onde o partido não está encabeçando a chapa,
mas estamos em composições, às vezes apresentando o candidato a vice-prefeito, e
prestigiando também os candidatos proporcionais do PTB. Porque o PTB espera
poder eleger uns 250 vereadores em todo o Estado.
Sem deixar também de referir que
no Recife o partido tem uma chapa proporcional forte. Hoje o PTB tem três
vereadores com mandato, todos campeões de votos, Antônio Luiz Neto, Carlos
Gueiros, Eduardo Marques, que têm uma grande densidade eleitoral no Recife.
Então, vamos fazer este esforço ao longo dos próximos meses, para estar
presentes e construirmos uma vitória da Frente Popular, assegurando também um
bom desempenho do nosso partido”.
Assessoria de imprensa.
O XADREZ POLÍTICO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012 NO RECIFE: A " eduardolização" da política pernambucana.
O XADREZ POLÍTICO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012 NO RECIFE:
A “eduardolização” da política pernambucana.
José Luiz Gomes escreve:
O
ex-presidente da Coca-Cola para a América Latina, Vicente Fox, venceu as
eleições para a Presidência do México, em 2000, desbancando uma hegemonia de
mais de 71 anos de controle da máquina pública mexicana pelo PRI, Partido da Revolução
Institucional. Os “enclaves” patrimonialistas se faziam presente em todos os
setores da administração pública daquele país, exalando sua “inhaca”
característica. A situação era tão complexa no que concerne à tecnologia de
gerenciamento da máquina que, ao anunciar o seu ministério, Vicente Fox causou
uma grande surpresa à sociedade mexicana, ávida por corrigir essas distorções
entre interesse público e negócios privados. Havia mais gente do PRI do que do
PAN, Partido Ação Nacional, o seu partido. Com a sua experiência de
administrador, ele teria percebido as dificuldades de “tocar” uma máquina
pública complexa, sem o “azeite” dos atores que foram treinados para fazê-lo.
Esse
fenômeno político ficou conhecido como “mexicanização da política”. Sempre que
alguma coligação ou partido permanece muito tempo no poder, ele é invocado. Até
recentemente, o ex-governador Roberto Magalhães se referia ao mesmo, ao
comentar sobre a fragilização da oposição no Brasil, “encilhada” diante da
hegemonia de poder que se construiu em torno da coligação que dá sustentação
aos governos do PT. As fotos onde o ex-presidente Lula aparece apertando a mão
de Paulo Maluf, certamente, não surpreenderam o ex-governador.
Na
província, em razão das intensas movimentações do governador Eduardo Campos
sobre os redutos da “oposição”, inspirou-nos a cunhar um adjetivo para explicar
o fenômeno, o da “eduardolização da política pernambucana”, numa referência à
hegemonia de poder que o governador trabalha para consolidar no Estado. No
nosso Blog do Jolugue, fizemos
várias postagens sobre o assunto. Esse fenômeno ficava ainda mais claro quando
o governador ainda mantinha o PT como um aliado, isolando ou cooptando setores
conservadores da política pernambucana – caso de antigos membros do DEM – para
o seu projeto. Sua última conquista foi o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB,
ancorada, sobretudo, nos seus planos presidenciais, até então um ferrenho
opositor tanto no plano estadual quanto no federal, não poupando críticas à
gestão de Lula e Dilma Rousseff.
Em
Pernambuco, fomos os primeiros a alertar, através de artigos publicados no
Blog, sobre uma incipiente aproximação entre o PMDB e o PSB, até então no plano
nacional, com o aval de suas principais lideranças, construindo uma nova correlação
de forças políticas, visando, evidentemente, o jogo das eleições presidenciais
de 2014 e seguintes. O PMDB, todos sabem, é aquele amigo indesejável, mas
fundamental para quem aspira a Presidência da República, em razão de seus
tentáculos presentes em todos os rincões
do país, conferindo-lhes uma moeda de capilaridade política estratégica.
Até
recentemente, o discurso de Eduardo Campos, além de invocar o modelo inovador de
gestão da máquina pública – reconhecidas e premiados pela ONU – também
enfatizava a necessidade de mudança de costumes políticos arraigados na
sociedade brasileira, comandados por elites políticas carcomidas, que se apropriam
da máquina pública e as gerenciam consoante seus interesses, nomeando cargos de
confiança e, não raro, desviando recursos públicos. O governador, inclusive,
era um entusiasta dos chamados “comitês de busca”, um mecanismo que - apesar de
exigir alguns aperfeiçoamentos – trata-se de um dispositivo mais republicano de
escolha de gestores públicos. Alinhavado com o PMDB, esse discurso soa
absolutamente inócuo. Aquele encontro entre ele e Sarney, sugerido pelo Blog do Jolugue, se houver, será para assegurar
que os interesses feudais do coronel não serão atingidos no seu Governo.
As
costuras envolvem, conforme já afirmamos a alta cúpula das duas agremiações.
Michel Temer, que recentemente esteve no Recife para prestigiar a festa de
aniversário de Raul Henry, pontuou, inclusive, a sua disposição de passar
vaselina na relação, até então trincada, com o senador Jarbas Vasconcelos, solidarizando-se
em relação à sua aproximação com Eduardo
Campos. Pontualmente, nos Estados, a vaselina política já vem trazendo seus
resultados. No Ceará, os Ferreira Gomes conseguiram celebrar uma aliança com o
senador Eunício Olivieira, do PMDB. Eunício apoia o nome do PSB às eleições
municipais deste ano - concorrendo com o candidato da prefeita Luizianne Lins,
do PT, Elmano Freitas. Em troca, Eunício terá o apoio do partido nas eleições
de 2014, quando deverá disputar o Governo do Estado.
Até
mesmo no Estado da Paraíba, cuja movimentação política acompanhamos de perto,
no início do ano, já se comentava sobre possíveis encontros secretos entre
arqui-inimigos da política local, como o senador Cássio Cunha Lima - naquele
Estado um aliado do governador Ricardo Coutinho, do PSB – e uma velha raposa da
política no Estado, José Maranhão, cujo Governo foi duramente atacado pelo PSB
durante a última campanha. As animosidades entre ambos teriam atingidos até a
esfera federal. Comenta-se, nas coxias, que Ricardo Coutinho teria entregue a
“ficha” de José Maranhão a Dilma Rousseff, levando a presidente a vetar seu
nome para vários cargos no Governo Federal, indicado que fora pelos caciques da
legenda.
Não
se pode afirmar que em Pernambuco as motivações entre Jarbas Vasconcelos e o
governador Eduardo Campos tenham sido, exclusivamente, determinadas pelo
contexto nacional. Há, evidentemente, alguns ingredientes de natureza local.
Até recentemente, antes de anunciar o apoio do PMDB à candidatura de Geraldo
Júlio – Jarbas fazia questão de anunciar que disputaria votos com o governador
em diversas praças, inclusive no Recife. A candidatura de Geraldo Júlio, entretanto, provocou uma profunda rearrumação
na correlação de forças locais, isolando o PT, inviabilizando o chamado “Grupo
Alternativo”, levando a oposição a revê suas estratégias.
Diante
desse novo cenário, surgiu a proposta de uma candidatura de consenso,
construída entre o PPS, DEM, PSDB e PMDB, com o candidato Raul Henry propondo
chegar a esse consenso, abdicando de encabeçar a chapa, em favor de algum
aliado. Como isso não teria sido possível, seu padrinho político deu carta
branca para que ele negociasse o apoio à candidatura de Geraldo Júlio, selando
uma aliança formal entre o PMDB e o PSB, em reuniões com o próprio governador.
As
movimentações políticas dos últimos dias geraram muitas notas das agremiações
políticas. A última delas, a de Raul Henry, parece-nos um revival de um debate
acirrada que tivemos o prazer de acompanhar na Fundação Joaquim Nabuco, no
momento das articulações em torno da construção da União por Pernambuco, entre jarbistas
históricos e próceres representantes do PFL. Emblematicamente, é como se Raul
estivesse comunicando a Mendonça Filho que Jarbas estivesse voltando para onde
jamais deveria ter saído, depois de uma tumultuada convivência com o que há de
mais retrógrado na política pernambucana. Raul é um gentleman, mas dessa vez
não se conteve em externar algumas verdades inconvenientes.
Afora
José Arlindo – que se opôs ao apoio do candidato do PMDB ao candidato do PSB,
sem que se entenda, ainda, seus argumentos – a consolidação da aliança entre
Jarbas e Eduardo foi muito festejada por alguns atores políticos relevantes,
como o ex-ministro da Justiça e ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco,
Fernando Lyra, um observador arguto do nosso cenário político. Na opinião de Fernando
Lyra, Jarbas estava apenas fazendo o caminho de volta, pois sempre esteve do
lado de cá.
Candidaturas
postas, alianças formalizadas, agora chega o momento de analisar alguns
aspectos do cenário político das eleições de 2012. Várias questões estão em
jogo, como o isolamento do PT da Frente Popular; a potencialidade da
candidatura de Geraldo Júlio, muito mal avaliada pelo PT; as relações entre
Eduardo Campos e Lula, após essas rusgas políticas entre PT e PSB; o momento
delicado vivido pelo Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, cindido, isolado,
com uma avaliação temerária de sua gestão à frente do Palácio Antonio Farias.
Em
entrevista a uma rádio local, o Cientista Político Michel Zaidan alertou para
um fenômeno que estava se desenhando nas eleições deste ano: o da
“nacionalização” das decisões políticas sobre as quadras políticas locais. No
Recife, por exemplo, a candidatura do senador Humberto Costa foi imposta pela
Executiva Nacional da agremiação, sendo referendada pelo Diretório Nacional,
que julgou improcedente o recurso de João da Costa, apesar de sua vitória nas
disputas internas da agremiação.
Comenta-se,
à boca miúda, que a eminência parda do PT, José Dirceu, chegou a comemorar a
indicação de Humberto Costa, considerando-o um nome que poderia se contrapor à
hegemonia de Eduardo Campo, raciocinando, sobretudo, em termos dos cenários
nacionais que se aproximam, onde o “Moleque” dos Jardins da Fundação Joaquim
Nabuco apresenta-se como um potencial adversário. O PT conseguiu a proeza de
desagradar a todo mundo com o seu processo arbitrário e intervencionista de
decisão, desrespeitando as manifestações legítimas dos seus militantes.
Mesmo
num cenário de muito blefe, é possível acreditar que, de fato, durante um
determinado momento, Eduardo Campos poderia emprestar apoio a um candidato do
PT, fosse ele quem fosse. Dada as suas amarras à aliança com o PT – também não
se pode elidir a condição de gratidão do governador – essa possibilidade seria
perfeitamente possível. Durante a agudeza da crise entre as duas agremiações, o
próprio senador Humberto Costa remontou aos momentos de grandes adversidades do
governador, onde o PT nunca lhes faltou. O apoio do PT aos Arraes, aliás, vem
de longas datas, conforme reafirmou o senador.
Eduardo
nunca pôs a mão na cumbuca petista, mas preparou-se para possíveis
eventualidades, evitando ser pego de surpresa. Algumas alternativas construídas
nos fornos do Campo das Princesas – como o nome do secretário de Governo
Maurício Rands – poderia trazer a paz entre as duas legendas. Infelizmente, as
circunstâncias políticas conduziram a um processo de agravamento da crise
petista, aguçando o senso de oportunidade de Eduardo Campos de fincar uma
estaca no PSB na capital pernambucana, antecipando as cisões na coalizão
política da Frente Popular, previstas para 2014, quando Eduardo deveria
enunciar a hipótese improvável de “ungir” algum petista para sucedê-lo no Campo
das Princesas.
Há
quem perceba no ritmo de movimentações de Eduardo Campos o prenúncio de uma
possível antecipação do seu projeto presidencial para 2014, o que não
acreditamos. Nem os problemas com o potencial candidato do PSDB, Aécio Neves,
nem a crise econômica ou o desgaste do julgamento do Mensalão seriam
suficientes para turvar o “feeling”
político de Eduardo Campos, como nos parece que vem ocorrendo com Lula. Acordos
celebrados, inclusive com o ex-presidente, foram construídos dentro de outro
prisma, trazendo-o, quem sabe, eventualmente, como vice dos próceres petistas.
Não há indícios de que a centrífuga de forças antipetistas que gravitam em
torno do governador teriam as condições, no momento, de afastá-lo dos projetos
do partido no plano nacional. O que ocorreu em Pernambuco, portanto, não será
suficiente para proporcionar uma ruptura entre ele, Lula e Dilma Rousseff,
embora devam estar em palanques opostos no Recife. Ganhe Humberto Costa, um
velho aliado de Lula, ou Geraldo Júlio, no plano da campanha presidencial, é
perfeitamente possível que as forças hegemônicas hoje no poder continuem
contando com o apoio do Estado. Agora, se o cenário mudar, Eduardo, como
sempre, saca a carta que carrega na manga. É um ator político com uma das
maiores margens de manobra no atual cenário da política brasileira. Afinal,
como dizia uma velha raposa da política mineira, política é como as nuvens.
Dificilmente olhamos duas vezes e contemplamos o mesmo cenário.
A
candidatura de Geraldo Júlio nasce sob um signo político bastante positivo,
apesar das ironias petistas ancoradas em uma longa matéria publicada pelo Diário de Pernambuco. Apoiada pelas duas
maiores lideranças políticas do Estado, viabilizada politicamente pelos
partidos que compõem a Frente Popular – com o concurso do PMDB – e com um
grande potencial de crescimento eleitoral, consoante expectativas manifestadas
pelo eleitorado recifense, aferidas em pesquisas encomendadas pelo próprio PSB.
Após
as medidas duras adotadas pelo Governador Eduardo Campos, o PT assumiu um tom
mais conciliador, acreditando, inclusive, que a intervenção de Lula pudesse
reverter o quadro político no Estado. Como o quadro dificilmente será
revertido, o partido já se reuniu e dessa reunião é quase certo que saia a
decisão de entregar as secretarias que ocupam no Governo de Eduardo, marcando,
em definitivo, o rompimento entre as duas legendas no Estado.
Originalmente
um partido com uma forte inserção nos movimentos sociais organizados – portanto
um partido orgânico, embora essa característica venha sendo subtraída em nome
do interesse de uma aristocracia partidária – o PT ainda possui uma base social
nada desprezível. Essa característica, aliada aos 12 anos no comando do Palácio
Antonio Farias, pode explicar o desempenho do senador Humberto Costa na última
pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau, onde ele aparece com 35%
das intenções de voto. Como afirmam alguns analistas, por baixo, o partido deve
levar seu postulante a um segundo turno.
O PT enfrenta um
grande problema no Recife. A população parece exausta e nenhum pouco tolerante
com essas brigas internas da agremiação. É complicado eleger alguém para
“cuidar da cidade” e esse gestor ser fustigado constantemente pelo “fogo
amigo”, não raro, bem mais cortante do que o dos adversários. O Recife é uma
cidade com demandas urgentes e complexas para serem resolvidas e perde-se muito
tempo com essas querelas. Há problemas com as intervenções urbanas, com a
mobilidade, com a saúde, com a educação, segurança.
Outra
questão que se apresenta é a exaustão do “modo petista de governar”, um mote
muito bem explorado pelo PSB, tanto aqui quanto em Fortaleza. Justificando uma
candidatura própria em Fortaleza, Cid Gomes afirmou, com todas as tintas, que
apoiar Elmano Freitas, o candidato de Luizianne Lins, seria referendar a
continuidade de um modelo gerencial temerário da máquina pública. Torna-se
necessário que o PT avalie com bastante objetividade essa questão, uma vez que
é preciso construir um discurso convincente sobre o assunto. João Paulo chegou
a fazer algumas críticas ao seu sucessor sobre uma possível ruptura do modelo
de gestão; João da Costa reafirmava constantemente que deu sequência ao modelo;
Humberto Costa, para fazer média com João da Costa, depois de escolhido como
candidato, passou a defender a gestão do prefeito, apontando apenas motivações
políticas para as divergências. Quem, afinal, tem razão?
Diante
do “inimigo externo”, que até recentemente dormia junto, a tendência é que o PT
reavalie suas práticas, proporcionando a possibilidade de uma união na
adversidade. Apesar das mágoas, é possível que o partido construa essa unidade,
sob pena de jogar 12 anos de mandato no Rio Capibaribe, como afirmou Francisco
Rocha da Silva, o Rochinha, recentemente. Eles que não tiveram nenhuma
cerimônia em atirar o matuto naquelas águas.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Análise: Entre a paixão e a razão política: Argumentos sobre a aliança entre PP e PT em São Paulo.
Marco Antonio Carvalho Teixeira*
A aliança eleitoral entre o PT e o PP em São Paulo chamou atenção pelo fato de juntar Maluf e Lula em prol da candidatura Fernando Haddad. Todavia, quando se busca compreender os motivos dessa aproximação apenas com base nos atores individuais corre-se o risco de conclusões enviesadas caso seja escamoteado o fato de que os dois partidos estão numa rota de consolidação de relações políticas que se iniciou em 2003 com a posse de Lula. Quem pretende entender essa aproximação apenas com base na movimentação de pessoas (Lula e Maluf) provavelmente vai concluir pela existência de uma grande incoerência política. Entretanto, quando se analisa sob a ótica do comportamento dos dois partidos a conclusão pode ser outra. Esse artigo busca juntar os dois argumentos, trazendo inicialmente dados sobre as trajetórias históricas de Maluf e do PT no município de São Paulo e posteriormente destaca a movimentação dos partidos em âmbito nacional e como isso pode ter influenciado a política local.
O malufismo e o petismo possuem, respectivamente, trajetórias e projetos políticos bem distintos. Sempre se digladiaram pela conquista da prefeitura de São Paulo entre 1988 e 2000 em situações que beiravam a intolerância recíproca. Derrotado por Luiza Erundina em 1988, o grupo malufista mobilizou todos os instrumentos políticos disponíveis para desgastá-la. O apoio de conselheiros do Tribunal de Contas do Município na rejeição, por três vezes, da prestação anual de contas da prefeitura é apenas um dos exemplos. Adversário do PT em 1992, Maluf adotou uma estratégia notoriamente antipetista, o jingle cuja frase “a gente não tem nada contra o Suplicy, nós não queremos o PT mandando aqui” foi o principal mote de sua campanha. Vitorioso, imprimiu adesivos que logo começaram a circular em veículos com os seguintes dizeres “sorria o PT não manda mais aqui”. O clima hostil entre ambos continuou sendo a tônica das eleições municipais de 1996 quando Celso Pitta, seu afilhado, elegeu-se prefeito. Naquele momento Paulo Maluf tinha grande prestígio nacional e candidatou-se ao governo de São Paulo. Apoiou FHC contra Lula e promoveu uma cizânia no PSDB quando seu comitê de campanha espalhou outdoors com fotos sua, do seu vice e de Fernando Henrique, onde o então presidente da República supostamente estaria lhe apoiando. Com o desgaste generalizado do governo Pitta, Maluf acabou se candidatando a prefeito em 2000 num embate com Marta Suplicy. A petista saiu vitoriosa com o apoio do PSDB. A disputa foi marcada pela agressividade mútua e Marta chegou a chama-lo, publicamente, de nefasto. Candidata à reeleição em 2004, Marta acabou sendo apoiada por Maluf no segundo turno contra a dupla Serra-Kassab, apesar de utilizar em seu jingle acusações de que Kassab nascera malufista e trabalhara no governo Pitta.
Quais fatores explicam essa mudança brusca na relação de Paulo Maluf com o PT? Questões como a aproximação do PP com o PT em âmbito nacional e o enfraquecimento de Maluf como liderança política após sucessivas derrotas eleitorais para o Executivo que o torna mais um político de partido do que alguém que controla a legenda são pontos a serem considerados.
O Partido Progressista passa a integrar a base de apoio do governo federal desde 2003 com a posse de Lula. Essa relação se consolidou quando o PP assumiu o controle do Ministério das Cidades no decorrer do primeiro mandato de Lula. Em 2006, o partido apoiou a reeleição Lula e desde então vem se mantendo no governo, à frente do Ministério das Cidades, inclusive no governo Dilma. Em pesquisa realizada pelo cientista político Humberto Dantas é possível verificar que a aproximação entre PP e PT também vem se fortalecendo no plano eleitoral. Nas eleições municipais de 2008, os dois partidos estiveram coligados em 1.356 municípios, o que, segundo Dantas, representou um crescimento de 482% se comparado com as parcerias realizadas por esses dois partidos nas eleições municipais de 2000.
A relação política entre o PP e o PT também pode ser avaliada pelo grau de fidelidade do partido ao governo no plano federal. Nesse aspecto, os dados revelados pelo Basômetro são valiosos. A taxa de lealdade do PP ao governo Dilma é de 92% desde a sua posse (figura 1). Assim como ocorreu durante o governo Lula, o deputado Jair Bolsonaro, por razões que são de domínio público, parece ser a única voz dissonante ao votar de maneira mais sistemática contra projetos de interesse do governo Dilma. Na Câmara Federal, o PP é o terceiro partido mais fiel ao atual governo, empatado com o PSB. A taxa de governismo do deputado Paulo Maluf ao atual governo petista é de 89%.
No Senado, a taxa de lealdade do PP ao governo federal atinge 90%, sendo o quinto partido mais fiel (figura 2). A fidelidade média do PP só é superada pela do próprio PT, PC do B, PSB e o PSD, e empata com a do PTB.
Portanto, é possível aceitar argumentos dos dois lados. Os críticos tem razão quando se baseiam nas diferenças de trajetória e no sentimento antipetista quase que inerente ao malufismo. Entretanto, essa posição não se justifica quando a crítica se origina do PSDB e seus aliados. O PP (por meio da sua principal liderança) faz parte do governo Alckmin e de sua base de apoio no Legislativo como também compõe a bancada de sustentação política ao governo Kassab. Existem evidências de que Maluf estaria antes fechado com o apoio a Serra para essas eleições e que os acordos nacionais acabaram pesando nessa mudança.
Também são muito plausíveis os argumentos de que essa é uma aliança partidária e que Maluf inevitavelmente faz parte do pacote como principal liderança do PP em São Paulo. Além do plano federal, o PP governa com o PT o estado da Bahia e apoia governos petistas em outros estados e municípios. Como visto, assim como existem lideranças individuais, partidos também atuam no cenário e (ainda) fazem alguma diferença.
* Cientista político e professor da FGV-SP.
O Estado de São Paulo
O Estado de São Paulo
domingo, 24 de junho de 2012
O Globo traz matéria sobre a "Casa da Morte", confirmada por Cláudio Guerra.
RIO — Depois de cinco horas de conversa, o velho oficial estava livre de um dos mais bem guardados segredos do regime militar: o propósito e a rotina do aparelho clandestino mantido nos anos 1970 pelo Centro de Informações do Exército (CIE) em Petrópolis, conhecido na literatura dos anos de chumbo como “Casa da Morte”, onde podem ter sido executados pelo menos 22 presos políticos. Passados quase 40 anos, um dos agentes que atuaram na casa, o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, de 74 anos, o “Doutor Pablo” dos porões, quebrou o silêncio sobre o assunto.
No jargão do regime, revelou Malhães, a casa era chamada de centro de conveniência e servia para pressionar os presos a mudar de lado e virar informantes infiltrados, ou RX, outra gíria dos agentes. O oficial não usa a palavra tortura, mas deixa clara a crueldade dos métodos usados para convencer os presos:
— Para virar alguém, tinha que destruir convicções sobre comunismo. Em geral no papo, quase todos os meus viraram. Claro que a gente dava sustos, e o susto era sempre a morte. A casa de Petrópolis era para isso. Uma casa de conveniência, como a gente chamava.
As equipes do CIE, afirmou, trabalhavam individualmente, cada qual levando o seu preso, com o objetivo de cooptá-lo. O oficial disse que a libertação de Inês Etienne Romeu, a única presa sobrevivente da casa, foi um erro dos agentes, que teriam sido enganados por ela, acreditando que aceitara a condição de infiltrada.
Malhães só não contou o que era feito com os que resistiram à pressão para trair. Diante da pergunta, ficou em silêncio e, em seguida, lembrou que nada na casa de Petrópolis era feito à revelia dos superiores. As equipes relatavam e esperavam pela voz do comando:
— Se era o fim da linha? Podia ser, mas não era ali que determinava.
(...)
O oficial disse que as táticas para cooptar e formar os infiltrados variavam, e cada um deles era detalhadamente estudado antes da abordagem, tanto sua ideologia como a família. Malhães disse que chegou a ficar preso por 30 dias numa cadeia, disfarçado, em tentativa de arregimentar um RX. Depois que os presos mudavam de posição, eles eram filmados delatando os companheiros. No depoimento sobre os cem dias que passou na casa, Inês Etienne relatou que fingiu ser uma infiltrada e foi filmada contando dinheiro e assinando um contrato com seus algozes.
Sobre o destino de alguns nomes de presos, que arquivos ou testemunhas apontam que estiveram na Casa da Morte, ele disse que o ex-deputado federal Rubens Paiva não passou por lá, mas admitiu ter visto Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, comandante da VAR-Palmares desaparecido em fevereiro de 1971.
— O Beto talvez tenha conhecido — informou.
Questionado novamente se os militantes da luta armada eram assassinados, ele respondeu:
— Se ele deu depoimento, mas a estrutura (da organização guerrilheira) não caiu, ele pode ter sofrido as consequências.
Autor do livro Memórias de uma Guerra Suja, o ex-diretor do DOPS Claudio Guerra confirmou a versão e o convocou a esclarecer a verdade. Leia trecho publicado no site do livro:
Claudio Guerra confirma revelações ao jornal O Globo do Coronel Malhães – o Doutor Pablo – e o convoca para ajudar na Comissão da Verdade.
O ex-delegado do DOPS disse também que esteve junto com Doutor Pablo na luta contra a esquerda, mas que agora é hora de ter a mesma coragem para contar a verdade.
Guerra diz que o Coronel Malhães ainda tem muita coisa para contar e se ele se deixar fotografar muitos ex-presos políticos vão reconhecê-lo.
Guerra diz que o Coronel Malhães ainda tem muita coisa para contar e se ele se deixar fotografar muitos ex-presos políticos vão reconhecê-lo.
“Faço um pedido ao Coronel para sentarmos e conversarmos já que ele não falou nada e tem muita coisa pra falar. Foi um grande passo e é efeito do livro Memórias de Uma Guerra Suja”, diz Guerra.
- Faço um pedido à Comissão da Verdade e ao coronel Manhães. Vamos sentar, conversar e ajudar a esclarecer a verdade. Agora nossa missão é essa!
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