O diretor Roman Polanski foi muito feliz na realização da
película “O Bebê de Rosemary”, um suspense que prende nosso fôlego do início ao
final do filme. Registre-se, igualmente, o ótimo desempenho dos atores Mia
Farrow e John Cassavetes. Depois do filme, Mia manteve um relacionamento com
Woody Allen. Quando seu filho nasceu, a imprensa não perdoou, fazendo alusões ao
filme onde ela atuou. O filme de Polanski, conforme afirmamos, é de “tirar o
fôlego”, ambientado num prédio decadente, onde a personagem de Mia Farrow,
grávida, recebe a “ajuda” de uns idosos aparentemente muito bem intencionados,
mas a serviço do filho das trevas. Esse filme veio à nossa mente quando
estourou o escândalo conhecido como Porto Seguro, quando a Polícia Federal, através de
um trabalho de investigação, grampeou graúdos servidores públicos envolvidos em
malfeitos, inclusive a Chefe de Gabinete do escritório da Presidência da
República em São Paulo, Rosemery Noronha. O escândalo é cabeludo e quanto mais
se evidencia o teor das investigações, os alicerces do Planalto temem por suas
consequências. A instabilidade emocional de Rosemery constitui-se num outro agravante. Ela já andou declarando que não cairia sozinha, o que obrigou o establishment a despachar diversos atores com a missão de acalmá-la. Rosemery, rigorosamente, não tem vocação para Delúbio Soares. Logo que a Polícia Federal bateu em sua porta, recorreu ao ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, e ao ex-ministro José Dirceu, que está com o prestígio mais baixo do que poleiro de pato. Tudo envolvendo Rosemery remete, inexoravelmente, à promiscuidade
entre os interesses da res publica e as motivações pessoais de servidores que
desconhecem essas fronteiras. Isso vai desde as “caronas” nos jatinhos da FAB
até ao tráfico de influência explícito, com o possível recebimento de vultosos
benefícios. Rosemary era íntima do ex-presidente Lula. Quando deixou o
poder, Lula fez questão de pedir a Dilma que encontrasse um lugar para Rose,
com quem manteve contatos frequentes mesmo quando afastou-se do Planalto.
Preocupada, a presidente Dilma tomou algumas medidas saneadoras, como a
demissão imediata dos servidores envolvidos e a anulação das licenças ou concessões
assinadas por ele, hoje sob suspeição. Ainda não satisfeita, pediu explicações
a Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça, sobre o episódio. Cardozo assegurou que
Rose não teria sido grampeada, um grave equívoco em situações como essa, mas
que pode tranquilizar o Planalto, uma vez que está em curso uma operação para
blindar Lula no episódio. O teor das conversas de Lula com Rose poderiam
revaler muita coisa. Coisas desagradáveis para o ex-presidente do país e alguns
grãos-petistas, como José Dirceu, que já apareceu nas conversas. O PSDB
estaria,a princípio, muito interessado nessas transcrições, mas a operação
“abafa” já estaria surtindo seus efeitos. Resolveram adotar uma postura de
cautela, optando por aguardar o rumo das investigações. Além dos fatos já
relatados, o que nos intriga são essas intimidades de Lula com Rose. O
ex-presidente Jânio Quadros é responsável pelos episódios mais hilariantes do
folclore político brasileiro. Conta-se que uma certa vez, recebeu um estudante, a quem concedeu uma entrevista. Num primeiro momento, o estudante começou
tratando-o com as formalidades de praxe, com os rituais recomendados nessas
situações. Depois de um certo tempo, com a descontração da conversa, o
estudante passou a tratá-lo informalmente. Jânio teria interrompido a
conversa bruscamente e informado aquele atrevido estudante que intimidades geram
filhos e aborrecimentos, uma expressão muito utilizada pelo editor do blog. No filme de Polanski, Mia recebe a ajuda de atenciosos idosos durante sua gestação ... para conceber o filho da besta fera. Convém que a PF e a Justiça procedam uma rigorosa investigação de DNA para descobrir, de fato, quem são os pais dessa criança e, mais importante, quem eram esses "conselheiros do diabo" a quem Rose recorria com frequência. Pay Attention, Mariza!!!
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
PSB realiza seminário com os seus prefeitos em Brasília.
Nós próximos dias, o PSB realiza seu seminário em Brasília,
reunindo o seu presidente e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e uma platéia de 443 prefeitos eleitos nas últimas eleições municipais, onde o partido ampliou sensivelmente sua musculatura política. Os
arranjos políticos de 2014 são complexos e, por ora, em razão da prudência da raposa, o
“Moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco vem se mantendo cauteloso
sobre o assunto. Pacientemente, observa o cenário, esperando o momento ideal
para o bote. Estamos numa fase de estudos dos movimentos dos adversários e, consequentemente, blefes e
urdiduras são bastante comuns entre os atores. Aécio Neves manobra pela presidência do PSDB, o que lhes asseguraria um palanque até 2014. Dilma combate as
infantarias dos seus possíveis concorrentes – entre os quais Eduardo – e este, por sua vez, continua preparando o terreno, não raro, como aquelas
formigas que trabalham durante a noite, e o “estrago” só é observado no dia
seguinte. Independentemente dessas considerações, entretanto, setores da imprensa que já
tratam de “inflar” o nome de Eduardo Campos, como advoga o senador Álvaro Dias, certamente, irão tratar esse
seminário como uma demonstração de força de sua candidatura presidencial. No quadro
de aviso do Palácio do Campo das Princesas, entretanto, por recomendação do editor do blog,
foi fixada uma observação do empresário Jorge Gerdau, recomendando uma
candidatura presidencial de Eduardo Campos apenas em 2018.
PT: Dificilmente o partido seguirá a orientação do senador Humberto Costa
Política é a arte do possível, como ensina as velhas
raposas. Um dos animais políticos mais inteligentes é o ex-presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva. Já citamos aqui uma entrevista do
ex-presidente, ainda na condição de apenas um membro do PT, advertindo aos companheiros
sobre a fragilidade ideológica e partidária do voto no Brasil, informando, para surpresos petistas, que “Não
importa a cor do voto, desde que ele caia na urna”. Hoje, através de um vídeo
postado nas redes sociais, fazendo
uma analogia sobre as políticas públicas de segurança social, Lula lembra até mesmo
do périodo colonial, quando os portugueses conseguiam a adesão dos índios
através da ofertas de bijuterias. Não sabemos de que baú saiu esse
vídeo, mas, pelos menos aparentemente, Lula foi muito infeliz em seu
pronunciamento. Lembro desse episódio para remontar a uma nota do senador
Humberto Costa, publicada aqui no blog, com reportagem do Diário de Pernambuco, exigindo uma postura de independência do PT local em relação à gestão de Geraldo Júlio, sob pena de, em aderindo, submeter-se à capitulação política. Do ponto de
vista ideológico, essa nota de Humberto é até coerente, faz algum sentido. Do
ponto de vista prático, no entanto, ela não traduz a realidade vivida pelo PT no Estado, um partido cindido e sem diretriz. Essa atitude apenas representa um isoloamento ainda maior
da agremiação, algo que, possivelmente, não beneficiaria a legenda. O PT anda tão desencontrado aqui no Estado que perdeu eleitores até mesmo entre as suas torcidas mais organizadas. Insiste em velhos axiomas,
não se renova e o pulso da máquina hoje é mais evidente entre aqueles setores
que a velha burocracia tentou alijar. São esses setores que, paradoxalmente, ainda
mantém o PT organicamente vivo nas movimentos sociais. Três argumentos nos levam
a concluir que o senador Humberto Costa, a exemplo de João Batista, deverá pregar no deserto:a) Em Pernambuco, em razão de uma série de "cochilos" o PT tornou-se eduardodependente.Se o alinhamento com Eduardo tem sido complicado, pior sem ele; b) Partidos lutam pelo poder. Embora Oscar Barreto negue, está em curso, tanto no Legislativo quanto no Executivo, a oportunidade de o partido manter e até mesmo ampliar a ocupação desses espaços. Há rumores de que alguns nomes ligados ao prefeito João da Costa, que, dizem, votou em Geraldo Júlio, sejam mantidos na gestão; c) A maioria dos vereadores eleitos pelo partido estão sob a influência de João da Costa. É portanto pouco provável que o partido siga a orientação do senador Humberto Costa.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Eduardo Campos: O "cabo de guerra" em torno de sua candidatura ainda em 2014
Em nossa infância, fizemos tudo que uma criança nascida em vila operária reúne condições de fazer.Não conheço uma única brincadeira
prazerosa que não tenhamos tido a oportunidade de praticá-la bastante. O "batismo" nos banhos de
açude, as pescarias, as peladas nos campos de várzeas, o banho de
bica nas dias intensos de chuvas durante o inverno, a subida no pau de sebo, os campeonatos de bola de gude e peão, as torradas de castanhas de caju no tacho, as disputas de pipas, além
de algumas outras estripulias inconfessáveis, como a vigilância cerrada - sem piscar, para não perder o lance - aos buracos das
fechaduras, para ver mulher nua. O espaço seria pequeno para a gente divagar
sobre todas essas brincadeiras de infância. O repertório é imenso. Lembro de
uma delas, nesse momento, em razão da disputa que vem se travando em torno de
uma possível candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, já para o ano de 2014. O chamado cabo de guerra, onde os garotos e
garotas se dividem, cada grupo numa das pontas de uma corda, e ambos empreendem
esforços para puxá-la até um limite previamente estipulado. Quem atingir antes
tal limite, é o grupo vencedor. Quem
abrir os jornais de hoje irá se deparar com uma série de declarações de atores
políticos e até mesmo do mundo empresarial – caso de Jorge Gerdau – sobre o
assunto. Confesso que não levei muito a sério as declarações provinientes do campo político,
uma vez que estão se tornando tautológicas, como as reiteradas declarações de
Ciro Gomes afirmando que o PSB não deve apresentar candidatura em 2014. O ideal
teria sido nas eleições anteriores – onde ele pleiteou a candidatura pelo
partido – quando, segundo sua avaliação, Dilma era apenas uma aposta. Aposta
que, aliás, vem dando muito certo, portanto o partido deve encampar seu projeto
de reeleição, sentencia o oráculo cearense. Ele vai bater nessa tecla até o último instante, dizem,
estimulado pelo Planalto. Eduardo Campos continuará fazendo ouvido de mercador.
Como diria o matuto, Eduardo não dá muita “ligância” para essas posições de
Ciro. Sabidamente, elas não seriam fundamentais para a sua tomada de decisão
sobre o assunto. O pós-comunista Roberto Freire é outro que nos últimos dias
vem se posicionando sobre o assunto, uma vez que enxergou no pernambucano uma
oportunidade real de poder. Roberto Freire perdeu muita credibilidade. Na
década de 80, quando o PT estava se estruturando no Brasil e no Estado, uma das
maiores barreiras para aglutinar nomes em torno do projeto de fundar o partido
em Pernambuco era o argumento de que a esquerda estava muito bem representada
no Estado. Um dos nomes mais citados, à época, era o do comunista Roberto
Freire. Era a coerência em pessoa. Confesso ter votado nele algumas vezes. Logo
em seguida, como já afirmamos num artigo, o pós-comunista assumiu determinadas posturas e
celebrou algumas alianças que contribuíram bastante para prejudicar seu capital
político. Tenho algumas dúvidas sobre se o Campo das Princesas estaria levando
muito a sério esse “flerte”, embora as articulações que estariam ocorrendo em
Brasília – envolvendo lideranças e composições Câmara dos Deputados – segundo dizem,
trata-se de uma mexida no tabuleiro visando, sobretudo um trabalho de prospecção diplomática em torno do
projeto presidencial de Eduardo Campos.
As declarações de Gerdau, no entanto, essas sim, devem ser colocada no
quadro de avisos do Palácio do Campo das Princesas. Em declarações recentes – ele que é um
dos grandes admiradores do estilo do governador pernambucano – afirmou que Eduardo deve
se preparar para o embate apenas em 2018. Eduardo está sendo "amaciado" e, como tal, já tem seus representantes em setores estratégicos. Gerdau é seu homem no mundo corporayivo.
Dilma Rousseff manobra pelo controle do PDT.
Um outro grande cabo de guerra são as disputas internas no PDT,
hoje, por inúmeras razões, um partido emblemático e estratégico no tabuleiro da política
nacional. Apesar da apatia em envolver-se diretamente nos embates políticos,
estranhamente, em relação ao PDT, Dilma Rousseff manobra escancaradamente.
Quando surgiram os problemas com Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho, Dilma
começou a introduzir uma série de mudanças na pasta, removendo alguns
“enclaves” hegemonizados por grupos ou centrais sindicais que não os geriam de
uma maneira republicana, mas consoante interesses escusos. Até o porteiro do prédio sabia quanto
alguém teria que desembolsar para “abrir” um novo sindicato. Uma das
estratégias de Dilma foi a de fortalecer os grupos de oposição a Carlos Lupi, que
controla o partido com mão de ferro. Convocou Brizola Neto para essa missão,
entregando-o o Ministério do Trabalho, apesar da resistência da bancada do partido,
majoritariamente favorável a Carlos Lupi. Depois de uma ligeira “quarentena”,
Lupinho volta à carga, articulando para retomar o Ministério do Trabalho, de
Brizola, no bojo da próxima reforma ministerial. Convocou Lula para ajudá-lo na
empreitada, mas o que se comenta é que Dilma não abdicará de sua estratégia
naquela agremiação, ou seja, aproximá-la ianda mais do Planalto, mas com atores
políticos de sua estrita confiança. Neste contexto, o prestígio de Carlos Lupi está mais baixo do que poleiro de pato. Dilma, como todos sabem, tem
uma queda pelo saudoso Leonel Brizola. Quando Brizola Neto assumiu, ela o
lembrou da enorme responsabilidade de honrar o nome do gaúcho bom de briga. Brizola
Neto não tem controle sobre a base parlamentar da agremiação, o que se constitui
num grave problema. Soma-se a esse fato, o “flerte” do partido, ainda muito
incipiente, sobre uma possível articulação em torno do projeto presidencial do
pernambucano Eduardo Campos. O que Dilma menos deseja é mais uma ovelha
desgarrado no seu rebanho. Uma das estratégias para “minguar” os planos do
pernambucano consiste exatamente em colocar o anel no dedo da moça antes que
ela se encante com aqueles olhos verdes do “Moleque” dos Jardins da Fundação
Joaquim Nabuco.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
São Paulo: Pede para sair, Antonio Ferreira.
Antonio Ferreira Pinto, Secretário de
Segurança Pública de São Paulo, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira, 21.
Uma decisão bastante difícil para o governador Geraldo Alckmin. A presença do oficial da PM Antonio Ferreira Pinto naquela secretaria de Estado foi marcada por
muitas polêmicas e alguns conflitos abertos dentro da corporação. Antonio
lutava contra inimigos externos e internos. Diversos segmentos policiais não concordavam
com a sua atuação a frente da pasta de segurança pública. A ação desses grupos em nada
deixava a dever aos grandes filmes policiais. Num desses momentos, chegaram a
grampeá-lo numa conversa “suspeita” com um jornalista, um fato alardeado
publicamente, responsável por uma das crises na corporação. Depois de analisar
o caso com a prudência e a sensatez necessárias nessas situações, logo descobri
as razões para tanta resistência ao seu nome: Uma das missões assumidas por
Antonio Ferreira foi a de colocar “ordem na casa”, combatendo práticas
irregulares e afastando policiais corruptos. Exatos 317 policiais em menos de um ano. Evidente que não seria uma tarefa
fácil, mas ele foi bastante bem-sucedido na empreitada, sendo mantido no cargo
até onde foi possível. Era um homem da inteira confiança de Geraldo Alckmin. Nesta
reta final, Antonio Ferreira cometeu dois erros cruciais: subestimou o poder de
fogo do PCC, responsável pela morte de vários policiais nos últimos dias; e deu
uma demonstração de arrogância ao afirmar que não teria muito que aprender com
a experiência da polícia do Rio de Janeiro. As brigas com o Governo Federal, sobre os supostos oferecimentos de "socorro", guarda uma relação estreita com a sucessão do governo paulista em 2014, que já coloca na arena os principais protagonistas: PSDB e PT. Ouvido a respeito da exoneração de Antonio Ferreira, o governador
Geraldo Alckmin disse que não o afastou antes para não agravar a crise ainda
mais.
Júlio Lóssio: Passada as eleições, assume uma postura conciliadora.
Diante das circunstâncias políticas, o prefeito reeleito de
Petrolina, Júlio Lóssio, vem assumindo uma postura bastante conciliadora. Júlio
jogou excepcionalmente bem nas últimas eleições, criando as condições para
derrotar a máquina do Palácio do Campo das Princesas. Além da habilidade
política, credita-se ao médico uma boa gestão da coisa pública, com resultados
concretos para a população da cidade, que creditou nas urnas a aprovação de sua
administração. Os próximos anos, já se prenuncia que serão de vacas magras, o
que levou o prefeito a adotar uma atitude conciliadora, evitando criar áreas de
atritos no plano estadual e federal. Deu de ombros para as especulações em
torno do seu nome para a disputa do Governo do Estado em 2014, advogando o
respeito à fila governista já existente, neste caso, defendendo o nome do
Ministro Fernando Bezerra Coelho, um compatriota derrotado em seu quintal. Sua
preocupação, no momento, parece ser mesmo criar as condições ideais para
continuar gerindo bem os destinos da capital do sertão pelos próximos anos, evitando possíveis retaliações. Alguém falou para ele sobre as obras do metrô de Salvador?Afinal, em tais circunstâncias, não convém cutucar o diabo com vara curta.
Joaquim Francisco: "cobra que não anda não engole sapo, companheiros".
O ex-ministro, ex-governador e ex-prefeito da cidade do
Recife, Joaquim Francisco, matuto de Macaparana, gosta muito dos ditos populares.
Sempre que era entrevistado pelo radialista Geraldo Freire, na época que estava
na ribalta, costumava soltar suas pérolas, como “cobra que não anda não engole
sapo” ou “estamos meditando sob a maçaranduba do tempo”. A julgar pelos
comentários da crônica política no dia de ontem, Joaquim, observando a água do
mar bater nas pedras, já deve ter definido o formato das espumas. Essas espumas
indicam uma possível candidatura a uma vaga na Câmara Federal nas eleições de
2014. Uma coisa é certa. Com o ótimo trânsito que desfruta no Palácio do Campo
das Princesas, certamente, o governador deve indicar as “lagoas” onde a cobra
deve procurar os seus sapos.
João da Costa: O matuto é bom de "máquina", PT.
Alguns líderes locais do PT já chegaram à conclusão de que
precisam tomar alguns cuidados com o prefeito João da Costa. O matuto é bom de
briga interna. Nas últimas disputas do partido, João conseguiu
infringir duras derrotas aos seus adversários na agremiação, demonstrando uma grande
capacidade de articulação e mobilização de recursos partidários. O deputado
João Paulo, que chegou a advogar uma possível expulsão do prefeito do partido,
voltou atrás depois de avaliar as possíveis conseqüências de uma proposta dessa
natureza, ampliando ainda mais os problemas internos da agremiação. O senador
Humberto Costa parece ter razão quando afirma que o João da Costa vem
contribuindo para “inchar” o partido, filiando pessoas sem qualquer identidade
com a agremiação. Um expressão feliz, que nos fez lembrar do sociólogo Gilberto
Freyre quando fazia referência ao “inchaço” do Recife. Recentemente, o partido
recebeu uma avalanche de filiados, algo em torno de 22 mil novos militantes,
nomes que precisavam ser homologados até o último dia 10 de novembro, fato que não
ocorreu. Por não cumprirem os requisitos, questiona-se se esses filiados
poderão participar dos processos de escolhas internas (PED). A Direção Nacional
da legenda deve se pronunciar sobre o assunto, fazendo uma ou outra consideração, mas acredita-se que esses 22 mil
serão incorporados ao rebanho petista no Recife. O matuto é bom de "máquina", PT. Pay Attention!
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Armando Monteiro e Pedro Taques discutem reforma no Código Penal
O
senador Armando Monteiro (PTB-PE) participou da reunião do Conselho de
Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em que
foi discutida a reforma do Código Penal.
O encontro contou também com a participação dos
senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Pedro Taques (PDT-MT), presidente
da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e o relator da
proposição na Comissão Especial, respectivamente.
O senador Armando Monteiro falou sobre a proposta de
responsabilização penal de empresas. Segundo ele, criminalizar a
atividade empresarial é sempre um risco porque as restrições severas ao
funcionamento das pessoas jurídicas prejudicam os trabalhadores com
demissões, impede novos investimentos e a geração de empregos.
“Ações administrativas, como multas, podem ser mais
adequadas e eficazes com a natureza dos delitos empresariais”, sugeriu o
senador Armando Monteiro.
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(Na foto em anexo, Armando Monteiro concede entrevista à TV Senado. Crédito da foto: Ana Luiza Sousa/Divulgação)
PPS: A salada ideológica do seu dirigente.
Confesso que, não raro, fico surpreso com a capacidade de
fazer aliança dos comunistas. O PCdoB, nessas últimas eleições, celebrou alianças
com Deus e com o Diabo, ocupando vários espaços de poder, numa postura
eminentemente pragmática, dando a mínima para essa bobagem de ideologia. Talvez seja esse “sotaque” que esteja orientando as
últimas declarações do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, em relação a
uma possível integração do partido no projeto presidencial do governador de
Pernambuco, Eduardo Campos. Ele tem demonstrado muito entusiasmo com a idéia,
sempre advertindo sobre a necessidade – parece algo bem ensaiado entre esses
novos admiradores de Eduardo Campos – de que ele se afaste do PT. Roberto que
já foi um ator político cuja coerência era bastante admirada em décadas
passadas, assumiu posturas inusitadas em décadas mais recentes, alinhavando-se
ao tucanato. Essas posturas assumidas pelo pós-comunista colocaram seu
prestígio mais baixo do que poleiro de pato.
PSDB: O velho discurso da renovação.
A julgar pelas últimas refregas nas urnas, faz sentido sim uma reflexão no PSDB que aponte
para uma possível “renovação” de sua plataforma política. Próceres petistas
como o ex-ministro José Dirceu, através do seu blog, trataram de ironizar essa
preocupação dos tucanos. Quem acompanha com assiduidade os artigos do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso percebe que já faz algum tempo que a
reflexão no ninho tucano aponta para possíveis mudanças. Quem não se lembra de
um artigo onde ele adverte que seria
bobagem o partido investir nos segmentos mais empobrecidos da população – praticamente
hegemonizados pelo PT – e dirigir seu discurso para os estratos médios, possivelmente
mais sensíveis ao programa do partido? Depois dessa “porteira” uma série de
outros artigos orientaram-se por estabelecer uma diretriz de raciocínio nesta
mesma linha, ou seja, pregavam a necessidade de “oxigenação” no ninho tucano.
José Serra, que já não vinha tendo uma vida fácil na agremiação, agora, então,
terá mais um peso a carregar nas costas: a pecha de representar o “velho”
tucanato. Neste contexto, sobe a estrela de lideranças novas como o pernambucano
Daniel Coelho, um ator político bastante festejado pelos grãos-tucanos. Depois
do bom desempenho nas eleições do Recife, comenta-se, a cúpula do tucanato
teria ficado ansiosa para conhecer o pupilo de Sérgio Guerra. Assim como
Daniel, outras jovens lideranças estão em ascendência na agremiação. Os
tucanos, dentro dessa lógica, já estão pensando até mesmo em anteciparem o
lançamento da candidatura presidencial de Aécio Neves para 2013, embora FHC tenha afirmado recentemente, na Bahia, durante um evento, que há uma "fila" no ninho tucano. No campo das
idéias é que as coisas parecem continuar no mesmo diapasão, apesar do esforço e legitimidade intelectual do ex-presidente. Esse movimento,
como sugere, José Dirceu, parece mesmo preocupado é em construir uma
alternativa eleitoral viável para o partido. Estabelecendo uma analogia entre o seu governo e o do PT, Fernando Henrique lembrou que ambos construíram boas plataformas, que não foram desprezadas pelos governos subsequentes. É como se ele insinuasse que, certamente, um tucano eleito daria continuidade ao Governo de Dilma Rousseff.
sábado, 10 de novembro de 2012
Alexandre Padilha prepara-se para disputar o governo paulista em 2014.
Com a perspectiva de renovação dos quadros do PT, comenta-se que Lula já teria "ungido" o candidato do partido para a disputa pelo governo paulista em 2014. Trata-se do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, tratou de blindar o último ENEM, tomando todas as medidas necessárias para
evitar as falhas que já vinham se tornando rotinas, como o vazamento das provas
antes do exame. Seu zelo tem tudo a ver, dizem, como um preparativo para os futuros embates do PT paulista em 2014. Depois da eleição de Fernando Haddad, por demais festejada, as
contas não fecham em São Paulo. A senadora Marta assegurou o ministério da
Cultura, Gabriel Chalita também poderá ocupar um ministério e ainda há a
necessidade de acomodação de Gilberto Kassad na Explanada. Há
quem diga que Gabriel Chalita deseja ocupar o Ministério da Educação, mas penso
ser pouco provável que isso ocorra. Em todo caso, diante de tantas
“acomodações”, se entende a preocupação de Aloízio em não permitir margem de
manobra para os seus adversários. Em 2014 o bicho também vai pegar. Depois da eleição de mais um "poste", é bobagem essas movimentações. Lula vai acabar "impondo" o nome de Alexandre Padilha.
Eduardo Campos e Dilma Rousseff: O Planalto aplica um torniquete político no pernambucano.
Próceres atores político da oposição, reiteradas vezes,
reforçam a necessidade de o governador Eduardo Campos afastar-se do PT para
viabilizar-se como candidato presidencial. Recentemente, através de um artigo
publicado na Folha de São Paulo, o ex-presidente FHC, analisando o último
pleito municipal, voltou a falar no assunto, embora, diferentemente do senador Jarbas Vasconcelos,
tenha sido mais ponderado. Não se sabe se esse discurso é mais uma “cantada” no
"Moleque" dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco ou se trata, realmente, de uma avaliação que parte do pressuposto de
que, inevitavelmente, não seria possível um “arranjo’ político de Eduardo
Campos com o PT se entendermos que o seu horizonte político também é o Palácio
do Planalto. Habilidosamente, como bem observou recentemente um cientista
político, Eduardo Campos equilibra-se em duas canoas. Meticulosamente, monitora
os passos do casal Lula/Dilma, joga uma isca aqui outra ali, peita e recua no
momento certo. Mantém uma relação entre tapas e beijos com o Planalto. O
equilíbrio é instável, mas até mesmo o comando maior do PT já aconselhou
cautela na relação com o governador pernambucano, evitando possíveis
provocações. Eduardo, que não é bobo, está preparado para qualquer
eventualidade, na hipótese de alguém chutar o pau da barraca. Uma de nossas
revistas semanais publicou uma matéria sobre o seu encontro com Dilma Rousseff
nessa semana. Segundo essa revista, o Planalto pretende controlar os passos do
pernambucano, evitando que ele alce voo em 2014. O enfrentamento não se daria
em campo aberto, mas através de uma série de ações de guerrilhas, sistemáticas,
com o objetivo de enfraquecê-lo. A primeira medida estaria relacionado ao
“suprimento da tropa” ou seja, o Planalto iria trabalhar firme com o propósito
de aprovar o financiamento público de campanha, uma medida francamente
favorável ao condomínio PT/PMDB, em detrimento do PSB. Outra medida seria o
assédio a setores partidários da base aliada que estariam mostrando simpatias a
uma eventual candidatura do pernambucano, caso do PMDB, do PDT. Até onde se
sabe, também não se cogita ampliar a participação do partido no condomínio
governista, algo que, em tese, estaria sendo pleiteado pelo pernambucano.
Assim, o Planalto “desencorajaria” uma eventual candidatura de Eduardo Campos
em 2014. No encontro que mantiveram recentemente, além de uma agenda de trabalho cheia, tentaram colocar panos mornos na relação.
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