Dizia o velho Ulisses Guimarães que, em política, " Nunca devemos estar tão distante que não possa se aproximar, nem tão próximo que não possa afastar-se". Com essa máxima, o jornalista Josias de Souza publicou um post em seu blog, no dia de hoje, comentando as articulações entre os dois presidenciáveis, Aécio Neves e Eduardo Campos. O projeto de ambos parece muito óbvio, que seria levar as eleições presidenciais de 2014 para um segundo turno, onde ambos já teriam antecipado a possibilidade de apoio mútuo, consoante quem estiver melhor na fita. É curioso como, com tanta antecedência, essa costura possa estar tão consolidada. Somente alguns membros do PT, principalmente aqui da província, insistem em não ver isso. A previsão do marqueteiro do Planalto, João Santana, de que teríamos uma autofagia entre anões, parece que não está se confirmando. Penso ser improvável uma derrota de Dilma Rousseff nessas eleições, mas seguro morreu de velho. Melhor seria liquidar a fatura ainda no primeiro turno.
Durante o imbróglio da repercussão negativa das declarações do ex-secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, escrevemos uma longa crônica sobre o assunto, nunca publicada, dada a celeridade com que ele foi afastado do cargo. Mais recentemente, porém, confesso que motivado pelo artigo publicado no dia de ontem, no blog de Jamildo, pelo cientista político Michel Zaidan, passou-nos a inquietar as ações e omissões concernentes a Secretária da Mulher, comandada pela também cientista política Cristina Buarque, companheira da Fundação Joaquim Nabuco. Seria não apenas natural, mas absolutamente necessário que ela se pronunciasse sobre o assunto. Sobretudo enquanto Secretária da Mulher, num Governo onde um de seus agentes, ocupante de um cargo estratégico, faz uma declaração absolutamente infeliz sobre o comportamento da corporação. Em última análise, transpareceu para a opinião pública, como descreve o eminente professor Michel Zaidan, uma opinião de corte sexista, homofóbica e eivada de preconceitos. Numa situação como essa, como um Secretária da Mulher podeira se omitir? Seria muito interessante que as entidades que assinaram um manifesto contra as declarações do ex-secretário de Defesa Social também se colocasse sobre o assunto. Do contrário, Cristina, se você discorda do seu companheiro de Governo, pede para sair. Ou você assume posições de conveniências?