domingo, 31 de março de 2013
Candidatura de Marinho em SP ganha força no PT
31 de Março de 2013 às 10:05
SP247 – O prefeito reeleito de São Bernardo de
Campo, Luiz Marinho, é o primeiro nome que o ex-presidente Lula
escolheria para disputar o governo de São Paulo contra o tucano Geraldo
Alckmin no ano que vem. Ele, porém, declinou o convite e a segunda opção
do cacique petista passou a ser o ministro Alexandre Padilha, da Saúde,
maior pasta em evidência hoje no governo.
Apesar de negar ser candidato, Luiz Marinho vem ganhando força como
opção para 2014. Muitos da cúpula do PT paulista vêm dizendo que ele é a
"melhor alternativa" e "o candidato mais viável", de acordo com a
coluna de Ilimar Franco, do jornal O Globo, deste domingo. Fundador do
PT, Marinho é amigo de longa data do ex-presidente, além de ser prefeito
do município que é o berço do sindicato dos metalúrgicos, onde começou a
vida política de Lula.
Na avaliação do ex-presidente,
que concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico nesta semana, Luiz
Marinho seria uma "figura nova", definição que vem ao encontro do
discurso de renovação do partido, o mesmo usado para eleger o prefeito
de São Paulo, Fernando Haddad. Em entrevista ao 247,
o presidente do PT-SP, Edinho Silva, não cogita o nome do prefeito de
São Bernardo como um dos possíveis candidatos, afirmando que ele "acabou
de ser reeleito".
A estratégia do PT é lançar o nome para a eleição paulista no início
do segundo semestre, a fim de facilitar a atração de aliados, como o
PMDB, que deve ficar com a vice, se for cumprido o desejo dos petistas. É
preciso ainda definir as chances dos outros nomes cogitados pela
legenda: os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e o da Fazenda,
Guido Mantega. Para Edinho Silva, todos têm condições de disputar em São
Paulo. O critério, segundo ele, deveria ser quem pode deixar o governo
federal neste momento.
(Publicado originalmente no Brasil 247)
Delfin e a doméstica que virou manicure
Veio do professor Antonio Delfim Netto a boa resposta aos sábios que
defendem uma freada na economia. Numa breve declaração à repórter
Gabriela Valente, ele disse o seguinte:
- A empregada doméstica virou manicure ou foi trabalhar num call center.
Agora, ela toma banho com sabonete Dove. A proposta desses "gênios" é
fazer com que ela volte a usar sabão de coco aumentando os juros.
Aos 84 anos, com 13 de ministério, durante os quais mandou na economia
como ninguém, mais 20 de Câmara dos Deputados, Delfim diz que o Brasil
vive um "processo civilizatório".
Graças ao restabelecimento do valor da moeda por Fernando Henrique
Cardoso e ao foco social expandido por Lula, Pindorama passa por uma
experiência semelhante à dos Estados Unidos durante o governo de
Franklin Roosevelt. Em poucas palavras: ou tem capitalismo para todo
mundo, ou não tem para ninguém.
Ao tempo dos gênios, um ministro do Trabalho disse que o Brasil não
tinha desemprego, mas gente sem condições de empregabilidade.
Em 2002 havia no país seis milhões de desocupados. Entre eles estivera o
engenheiro Odil Garcez Filho. Em 1982, quando Delfim era ministro do
Planejamento, ele fora demitido, decidiu abrir uma lanchonete na avenida
Paulista e batizou-a de "O Engenheiro que virou Suco". No vidro da
caixa colou seu diploma. Garcez morreu em 2001 e não viveu uma época em
que faltam engenheiros no mercado.
A doméstica que virou manicure da metáfora de Delfim Netto não tem
identidade, mas é um contraponto ao Brasil de Garcez, de uma época em
que os gênios viriam a atribuir a falta de absorventes femininos a um
"aquecimento da demanda", como se o Plano Cruzado tivesse interferido no
ciclo biológico das mulheres.
Com seu sabonete Dove a manicure de Delfim entrou num mercado de higiene pessoal que em 2012 faturou mais R$ 30 bilhões.
O "processo civilizatório" incomoda. Empregada doméstica com hora extra e
acesso à multa do FGTS, o sujeito de bermuda e chinelo no check-in do
aeroporto, cotistas e bolsistas do ProUni na mesma faculdade do Júnior,
são um estorvo para a ordem natural das coisas.
Como o foram a jornada de oito horas, os nordestinos migrando para São Paulo e o voto do analfabeto.
Quando Roosevelt redesenhou a sociedade americana, a oposição
republicana levou décadas para entender que estava diante de um fenômeno
histórico. Descontando-se os oito anos em que o país foi presidido pelo
general Eisenhower, ela só voltou verdadeiramente ao poder em 1969, com
Richard Nixon, 36 anos depois.
sábado, 30 de março de 2013
Fernando Bezerra Coelho entre a cruz e a espada
Dilma
Rousseff e Eduardo Campos deverão se reencontrarem novamente. No
primeiro encontro, por ocasião da inauguração de trecho da Adudora do
Pajeú, em Serra Talhada, a presidente não apenas dispensou ao
pernambucano um tratamento protocolar,mas,
em seu discurso - certamente preparado sob medida para ocasião, por
algum ghost writer do Planalto, possivelmente Gilberto Carvalho -
enfatizou a dívida de Eduardo Campos aos governos petistas, enumerando
as grandes obras do Estado que contaram com recursos do Governo Federal.
O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, mais uma vez, ficou
entre a cruz e a espada. Mesmo com temperamento de "sargentona", com o
FBC prevalece a sensibilidade feminina de Dilma, que o trata com muito
carinho. Com Eduardo costurando sua candidatura, FBC, em algum momento,
terá que tomar uma dura decisão: afastar-se do Governo e credenciar-se a
uma aventura incerta sobre a escolha de Eduardo para a disputa do
Governo em 2014, ou, como outra opção, ficar no Governo na cota pessoal
de Dilma, pavimentando, quem sabe, um enfrentamento com Eduardo em 2014,
lançando-se candidato pelo PT.
Do Face: Aécio Neves chuta o pau da barraca no ninho tucano
Depois
de muitas chafurdações em torno do tema, duas candidaturas seguidas de
Serra, o senador Aécio Neves resolveu, literalmente, chutar o pau da
barraca. Em encontro recente no ninho tucano, abriu o jogo e afirmou,
com todas as tintas, que, se o partido
não marchar unido em torno do seu nome, já tem pronto o discurso de
renúncia de sua candidatura. Há quem condene a sua radicalização, mas,
diante das indefinições do partido, no nosso entendimento, sua atitude
não poderia ser outra. Em Pernambuco, por exemplo, apenas para ficarmos
na província, Sérgio Guerra permanece de "bico" calado sobre este
assunto, contingenciado pela aliança branca com o governador Eduardo
Campos.
Do Face:Cássio Cunha Lima condena atitude de José Serra
Em
surpreendente entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o senador Cássio
Cunha Lima declarou publicamente a sua preferência pelo
senador/presidenciável Aécio Neves (MG), como candidato do partido a
Presidência da República em 2014.
Cássio disse que “há um
constrangimento quase generalizado dentro do PSDB com a postura recente
do ex-governador e ex-presidenciável José Serra, que discordância da
postulação do senador/presidenciável Aécio Neves (MG) e ameaça deixar a
legenda.
O senador tucano disse que José Serra sempre teve
espaço importantes dentro do PSDB, tendo inclusive o aval do partido
para disputar a Presidência da República. “O partido sempre esteve ao
lado do Serra em suas candidaturas à Presidência, ao
governo (SP), à
prefeitura (SP) e ao ministério (Saúde). Agora é hora de ele estar ao
lado do PSDB", disse Cássio. Para Cássio "não é momento de projetos
pessoais, e esse movimento que Serra tem feito não engrandece o
currículo que ele tem".
Marcelo Néri assume Secretaria de Assuntos Estratégicos
Com
a saída de Moreira Franco(PMDB) da Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República, assume aquela pasta o economista Mercelo
Néri, da FGV, um nome bastante identificado com os estudos sobre a nova
classe média. Presidente do IPEA,
Marcelo deve mesmo acumular as duas funções. Mesmo sem os neurônios do
Robertto Mangabeira Unger - professor de Harvard aos 24 anos de idade - a
avaliação é que Moreira Franco conduziu muito bem os trabalhos naquela
pasta. Prestigiado no Planalto, assume a Aviação Civil com a missão de
por ordem na casa.
PDT cada vez mais próximo de Eduardo Campos
Ao
demitir Brizola Neto do Ministério do Trabalho, a presidente Dilma
Rousseff, literalmente, entregou a carne às hienas, neste caso
espécifico, as velhas raposas do PDT, que desejavam voltar a ter
influência no órgão onde Brizola Neto tentava
remover todos os expedientes de desvio de recursos públicos.
Estranhamente, o partido tem sido relutante em manifestar publicamente o
seu apoio ao projeto de reeleição de Dilma. Comenta-se, igualmente, que
Carlos Lupi, uma espécie de dono do feudo pedetista, tem entabulado
conversações com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que poderia
oferecer ao partido a vice na sua chapa como candidato à Presidência da
República.
Santana monta imagem de Dilma em marcas próprias.
Santana monta imagem de Dilma em marcas próprias
Quem baixou os juros, reduziu as tarifas de energia elétrica, derrubou impostos, segurou o preço dos alimentos, manteve o emprego em alta, ufa!, e está acabando com a miséria e promovendo redistribuição de renda?; para o marqueteiro João Santana, Dilma, Dilma, Dilma; ele centra campanha à reeleição da presidente na coleção de "marcas próprias" que ela pode exibir, sem medo de mostrá-la como uma mãe social e uma ótima gestora de governo; arsenal vai crescer em pronunciamento no feriado de 1º de maio
30 de Março de 2013 às 11:26
247 _Em dois anos de governo, a presidente Dilma Rousseff
conseguiu bater na própria figura uma série de carimbos que a
distinguem, para o bem, entre a maioria da população. Essa é a avaliação
do marqueteiro João Santana, coincidente com a da própria presidente e
seus principais conselheiros.
A queda dos juros bancários, a redução nas tarifas de energia
elétrica e a manutenção dos preços dos alimentos são, neste momento, as
"marcas próprias" de Dilma e seu governo que serão mais exploradas nas
mensagens que ela vai transmitir nos horários políticos do PT e, sem
dúvida, em seus pronunciamentos oficiais.
MOMENTO MIDIÁTICO _ O próximo grande momento midiático de Dilma vai
ocorrer no feriado de 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Um pacote de
desonerações de impostos para o setor de ônibus urbanos poderá ser
anunciado. A intenção é obter, ao menos, a manutenção dos preços das
tarifas. Isso aliviaria a inflação, tecnicamente, e politicamente deve
trazer mais dividendos para a imagem da presidente. Na mais recente
pesquisa Ibope, com 76% de intenções de voto Dilma exibiu taxa três
vezes maior que a da soma de seus adversários. Representaria uma vitória
folgada, e consagradora, em primeiro turno.
Os porcentuais recordes e projeções otimistas sobre o desempenho da
economia no segundo semestre proporcionam um clima de otimismo
concentrado entre o staff para as principais questões de comunicação, do
qual, além de Santana, fazem parte os ministros Fernando Pimentel e
Aloizio Mercadante, o senador Delcídio Amaral e o secretário-geral do
PT, deputado Paulo Teixeira. Todos cruzam números, e já se espera
comemorar o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre, mas ainda é
empírica a avaliação de que o segundo semestre será de aquecimento
econômico. A aposta é que as medidas do governo, centradas nas
desonerações fiscais, surtam mais efeito em combinação com as reduções
nos juros e nas tarifas de energia elétrica.
Entre dezembro e janeiro, o Ibope apurou um crescimento de 9% nas
intenções de voto da presidente. O dado levou o marqueteiro João
Santana a concluir que não há o que mudar na linha de comunicação
presidencial, mas muito a aprofundar. O slogan O fim da miséria é só um
começo, usado no momento em que Dilma anunciou ampliações do programa
Bolsa-família será sucedido por outros sobre decisões específicas.
A toda oportunidade, especialmente nos horários partidários pela
tevê, a imagem de Dilma será mostrada em dois planos: o de mãe social e
gestora eficiente. A mensagem que será bombardeada é a de uma presidente
que alavancou o desenvolvimento social e redistribuiu renda como forma
de patrocinar o ingresso do Brasil no primeiro mundo. Os benefícios
distribuidos à população, especialmente a mais pobre, fazem parte de um
plano que está dando certo, e vai tirando décadas de atraso nas
políticas sociais.
(Publicado originalmente no jornal Brasil 247)
Francisco de Assis e Francisco de Roma, artigo de Leonardo Boff
Desde que assumiu o nome de Francisco, o bispo de Roma eleito e, por
isso, Papa, faz-se inevitável a comparação entre os dois Franciscos, o
de Assis e o de Roma. Ademais, o Francisco de Roma explicitamente se
remeteu ao Francisco de Assis. Evidentemente não se trata de mimetismo,
mas de constatar pontos de inspiração que nos indicarão o estilo que o
Francisco de Roma quer conferir à direção da Igreja universal.
Há um ponto inegável comum: a crise da instituição eclesiástica. O jovem Francisco diz ter ouvido uma voz vinda do Crucifixo de São Damião que lhe dizia:”Francisco repara a minha Igreja porque está em ruinas”. Giotto o representou bem, mostrando Francisco suportando nos ombros o pesado edifício da Igreja.
Nós vivemos também grave crise por causa dos escândalos, internos à própria instituição eclesiástica. Ouviu-se o clamor universal (“a voz do povo é a voz de Deus”): “reparem a Igreja que se encontra em ruinas em sua moralidade e em sua credibilidade”. Foi então que se confiou a um cardeal da periferia do mundo, Bergoglio, de Buenos Aires, a missão de, como Papa, restaurar a Igreja à luz de Francisco de Assis.
No tempo de São Francisco de Assis triunfava o Papa Inoccêncio III (1198-1216) que se apresentava como “representante de Cristo”. Com ele se alcançou o supremo grau de secularização da instituição eclesiástica com interesses explícitos de “dominium mundi”, da dominação do mundo. Efetivamente, por um momento, praticamente, toda a Europa até a Rússia estava submetida ao Papa. Vivia-se na maior pompa e glória. Em 1210, sob muitas dúvidas, Inocêncio III reconheceu o caminho de pobreza de Francisco de Assis. A crise era teológica: uma Igreja-Império temporal e sacral contradizia tudo o que Jesus queria.
Francisco viveu a antítese do projeto imperial de Igreja. Ao evangelho do poder, apresentou o poder do evangelho: no despojamento total, na pobreza radical e na extrema simplicidade. Não se situou no quadro clerical nem monacal, mas como leigo se orientou pelo evangelho vivido ao pé da letra nas periferias das cidades, onde estão os pobres e hansenianos e no meio da natureza, vivendo uma irmandade cósmica com todos os seres. Da periferia falou para o centro, pedindo conversão. Sem fazer uma crítica explícita, iniciou uma grande reforma a partir de baixo mas sem romper com Roma. Encontramo-nos face a um gênio cristão de sedutora humanidade e de fascinante ternura e cuidado pondo a descoberto o melhor de nossa humanidade.
Estimo que esta estratégia deve ter impressionado a Francisco de Roma. Há que reformar a Cúria e os hábitos clericais e palacianos de todas a Igreja. Mas não se precisa criar uma ruptura que dilacerará o corpo da cristandade.
Outro ponto que seguramente terá inspirado a Francisco de Roma: a centralidade que Francisco de Assis conferiu aos pobres. Não organizou nenhuma obra para os pobres, mas viveu com os pobres e como os pobres. O Francisco de Roma, desde que o conhecemos, vive repetindo: o problema dos pobres não se resolve sem a participação dos pobres, não pela filantropia mas pela justiça social. Esta diminui as desigualdades que castigam a América Latina e, em geral, o mundo inteiro.
O terceiro ponto de inspiração é de grande atualidade: como nos relacionar com a Mãe Terra e com os bens e serviços escassos? Na fala inaugural de sua entronização, Francisco de Roma usou mais de 8 vezes a palavra cuidado. É a ética do cuidado, como eu mesmo tenho insistido fortemente em vários escritos a que vai salvar a vida humana e garantir a vitalidade dos ecossistemas. Francisco de Assis, patrono da ecologia, será o paradigma de uma relação respeitosa e fraterna para com todos os seres, não em cima mas ao pé da natureza.
Francisco de Assis entreteve com Clara uma relação de grande amizade e de verdadeiro amor. Exaltou a mulher e as virtudes considerando-as “damas”. Oxalá inspire a Francisco de Roma uma relação para com as mulheres, a maioria da Igreja, não só de respeito, mas de valorização de seu protagonismo, na tomada de decisões sobre os caminhos da fé e da espiritualidade no novo milênio. É uma questão de justiça.
Por fim, Francisco de Assis é, segundo o filósofo Max Scheler, o protótipo ociental da razão cordial e emocional. É ela que nos faz sensíveis à paixão dos sofredores e aos gritos da Terra. Francisco de Roma, à diferença de Bento XVI, expressão da razão intelectual, é um claro exemplo da inteligência cordial que ama o povo, abraça as pessoas, beija as crianças e olha amorosamente para as multidões. Se a razão moderna não se amalgamar à sensibilidade do coração, dificilmente seremos levados a cuidar da Casa Comum, dos filhos e filhas deserdados e alimentar a convicção bem franciscana de que abraçando afetuosamente o mundo, estaremos abraçando a Deus.
Há um ponto inegável comum: a crise da instituição eclesiástica. O jovem Francisco diz ter ouvido uma voz vinda do Crucifixo de São Damião que lhe dizia:”Francisco repara a minha Igreja porque está em ruinas”. Giotto o representou bem, mostrando Francisco suportando nos ombros o pesado edifício da Igreja.
Nós vivemos também grave crise por causa dos escândalos, internos à própria instituição eclesiástica. Ouviu-se o clamor universal (“a voz do povo é a voz de Deus”): “reparem a Igreja que se encontra em ruinas em sua moralidade e em sua credibilidade”. Foi então que se confiou a um cardeal da periferia do mundo, Bergoglio, de Buenos Aires, a missão de, como Papa, restaurar a Igreja à luz de Francisco de Assis.
No tempo de São Francisco de Assis triunfava o Papa Inoccêncio III (1198-1216) que se apresentava como “representante de Cristo”. Com ele se alcançou o supremo grau de secularização da instituição eclesiástica com interesses explícitos de “dominium mundi”, da dominação do mundo. Efetivamente, por um momento, praticamente, toda a Europa até a Rússia estava submetida ao Papa. Vivia-se na maior pompa e glória. Em 1210, sob muitas dúvidas, Inocêncio III reconheceu o caminho de pobreza de Francisco de Assis. A crise era teológica: uma Igreja-Império temporal e sacral contradizia tudo o que Jesus queria.
Francisco viveu a antítese do projeto imperial de Igreja. Ao evangelho do poder, apresentou o poder do evangelho: no despojamento total, na pobreza radical e na extrema simplicidade. Não se situou no quadro clerical nem monacal, mas como leigo se orientou pelo evangelho vivido ao pé da letra nas periferias das cidades, onde estão os pobres e hansenianos e no meio da natureza, vivendo uma irmandade cósmica com todos os seres. Da periferia falou para o centro, pedindo conversão. Sem fazer uma crítica explícita, iniciou uma grande reforma a partir de baixo mas sem romper com Roma. Encontramo-nos face a um gênio cristão de sedutora humanidade e de fascinante ternura e cuidado pondo a descoberto o melhor de nossa humanidade.
Estimo que esta estratégia deve ter impressionado a Francisco de Roma. Há que reformar a Cúria e os hábitos clericais e palacianos de todas a Igreja. Mas não se precisa criar uma ruptura que dilacerará o corpo da cristandade.
Outro ponto que seguramente terá inspirado a Francisco de Roma: a centralidade que Francisco de Assis conferiu aos pobres. Não organizou nenhuma obra para os pobres, mas viveu com os pobres e como os pobres. O Francisco de Roma, desde que o conhecemos, vive repetindo: o problema dos pobres não se resolve sem a participação dos pobres, não pela filantropia mas pela justiça social. Esta diminui as desigualdades que castigam a América Latina e, em geral, o mundo inteiro.
O terceiro ponto de inspiração é de grande atualidade: como nos relacionar com a Mãe Terra e com os bens e serviços escassos? Na fala inaugural de sua entronização, Francisco de Roma usou mais de 8 vezes a palavra cuidado. É a ética do cuidado, como eu mesmo tenho insistido fortemente em vários escritos a que vai salvar a vida humana e garantir a vitalidade dos ecossistemas. Francisco de Assis, patrono da ecologia, será o paradigma de uma relação respeitosa e fraterna para com todos os seres, não em cima mas ao pé da natureza.
Francisco de Assis entreteve com Clara uma relação de grande amizade e de verdadeiro amor. Exaltou a mulher e as virtudes considerando-as “damas”. Oxalá inspire a Francisco de Roma uma relação para com as mulheres, a maioria da Igreja, não só de respeito, mas de valorização de seu protagonismo, na tomada de decisões sobre os caminhos da fé e da espiritualidade no novo milênio. É uma questão de justiça.
Por fim, Francisco de Assis é, segundo o filósofo Max Scheler, o protótipo ociental da razão cordial e emocional. É ela que nos faz sensíveis à paixão dos sofredores e aos gritos da Terra. Francisco de Roma, à diferença de Bento XVI, expressão da razão intelectual, é um claro exemplo da inteligência cordial que ama o povo, abraça as pessoas, beija as crianças e olha amorosamente para as multidões. Se a razão moderna não se amalgamar à sensibilidade do coração, dificilmente seremos levados a cuidar da Casa Comum, dos filhos e filhas deserdados e alimentar a convicção bem franciscana de que abraçando afetuosamente o mundo, estaremos abraçando a Deus.
Leonardo Boff é autor de Francisco de Assis: ternura e vigor, Vozes 1999.
Do Face: Kassab aceitaria a vice na chapa de Eduardo Campos.
Todos
conhecem a fidelidade canina de Gilberto Kassab a José Serra. Não fosse
pelo "vampiro" e Kassab poderia não ter passado de um simples corretor
de imóveis. Por outro lado, o ex-prefeito mantém ótimas relações com o
governador pernambucano, Eduardo Campos,
provável candidato à Presidência da República, em 2014. Na boca do
palco, ocorreu apenas um recuo do ex-prefeito, com o objetivo de estudar
melhor a situação, quando ele resolveu não integrar o Governo Dilma.
Nas coxias, no entanto, o que se comenta é que se Eduardo colocasse a
vice em suas mãos, ele já teria declarado apoio ao socialista. Eduardo
reserva essa vaga para as negociações com o PDT.
Eduardo cogita acomodar PDT na vice
Os ajustes ministeriais de Dilma Rousseff não riscaram dos planos de
Eduardo Campos as legendas com representantes na Esplanada. O
presidenciável do PSB cogita entregar ao PDT a segunda posição da sua
futura chapa.
Quem dialoga com Eduardo em nome do PDT é seu presidente, Carlos
Lupi. O mesmo Lupi que acaba de obter de Dilma a troca do ministro do
Trabalho –saiu o desafeto Brizola Neto e entrou o escudeiro Manoel Dias.
A preferência de Eduardo pelo PDT levou-o a refugar um aceno de
Gilberto Kassab. Presidente do PSD, o ex-prefeito de São Paulo insinuou
que, tendo a vice, sua legenda poderia fechar com o governador
pernambucano.
Kassab fez isso longe dos refletores, há cerca de dois meses e meio,
numa fase em que ainda discutia com Dilma a entrada do PSD no governo.
Eduardo não topou. Parte de seus operadores achava que ele deveria ter
dado asas à negociação.
Por quê? O PSD dispõe de um tempo de tevê equivalente ao do PSDB de
Aécio Neves. Nas suas avaliações, Eduardo concluiu que o benefício da
vitrine eletrônica não compensaria o custo político de ter como
companheiro de chapa um vice “conservador”. O PDT seria, na opinião
dele, uma logomarca mais apresentável.
A coligação idealizada por Eduardo é composta de cinco partidos: além
do seu PSB e do PDT, os oposicionistas PPS e DEM, e o governista (ma no troppo) PTB. Nesta segunda-feira, a própósito, Dilma deve receber os líderes congressuais do PTB.
Enquanto a presidente tricota com a turma de Brasília, Eduardo se
entende com o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ). Delator do mensalão,
condenado no julgamento do STF, Jefferson encontra-se licenciado da
presidência do PTB. Mas diz-se que ainda controla a legenda. Em 2010,
entregou o tempo de tevê ao tucano José Serra.
(publicado originalmente no blog de Josias de Souza, Portal UOL)
sexta-feira, 29 de março de 2013
Seca causa prejuízos de R$ 1,5 bilhão em Pernambuco
Seca causa prejuízos de R$ 1,5 bilhão em Pernambuco
A maior seca dos últimos 50 anos da Região Nordeste gerou, até agora, um prejuízo de R$ 1,5 bilhão na pecuária de Pernambuco; o Estado registra diminuição de 17% na produção da sua bacia leiteira e o fim de 17% das propriedades; Pernambuco, que tem 132 dos 184 municípios em situação de emergência devido a estiagem, já perdeu cerca de 350 mil animais
29 de Março de 2013 às 15:42
Leonardo Lucena_PE247 – A maior seca dos últimos
50 anos da Região Nordeste gerou, até agora, um prejuízo de R$ 1,5
bilhão na pecuária de Pernambuco. Ao compilar um levantamento feito pela
Secretaria Estadual de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), em 300
propriedades do Sertão e outras 300 do Agreste, para calcular perdas no
setor pecuário, o Departamento de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo (USP) aponta diminuição de 17% na produção
leiteira e o fim de 17% das propriedades.
O Estado, que tem 132 dos 184 municípios em situação de emergência
devido a estiagem, já perdeu cerca de 350 mil animais, sendo 200 mil
transportados para outras unidades federativas e o restante foram
abatidos ou morreram. O secretário-executivo do Comitê Integrado de
Enfrentamento à Estiagem, Reginaldo Alves, confirma as dificuldades de
transporte do milho, principal fonte de energia do gado, que é
transportado do Centro-Oeste para o Nordeste por problemas relacionados à
logística.
O secretário estadual da Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson
Ramos, lembra que, de acordo com a pesquisa, 51% das propriedades não
tinham, sequer, um reservatório de água. Além disso, 2,3 milhões de
litros de leite eram produzidos diariamente antes da seca. Agora, este
volume gira em torno de 720 mil litros diários. Dessa forma, o Governo
Estadual reforça a necessidade do Banco do Nordeste (BNB) oferecer
financiamentos para custear a bovinocultura, sob juros de 1% ao ano, com
prazo de 10 anos para quitar a dívida e, caso o pecuarista pague em
dia, haveria um abatimento de 40%.
Durante encontro com prefeitos na Associação Municipalista de
Pernambuco (Amupe) no último dia 18, o ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra Coelho (PSB), informou que foram liberados mais de R$
2,5 bilhões para socorrer os municípios afetados pela estiagem, além de
anunciar outros R$ 200 milhões em créditos emergenciais.
Porém, muitos criadores, que não têm condições de pagar, solicitam a
anistia das dívidas. Esta anistia será defendida, inclusive, pelo
governador Eduardo Campos (PSB) na reunião que os governadores do
Nordeste terão com a presidente Dilma Rousseff (PT) na próxima semana
para tratar dos problemas ocasionados pela seca.
Conforme já dito pelo Pernambuco 247, a Comissão de
Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara
Federal aprovou um projeto de lei complementar (249/07), de autoria do
deputado Vander Loubet (PT-MS), para suspender temporariamente as
dívidas dos municípios em situação de emergência. A matéria ainda está
em tramitação na Casa.
Para ajudar os criadores de gado a alimentarem os seus animais, a
Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro)
implantou seis polos de distribuição de cana de açúcar nos municípios de
Caruaru, Garanhuns, Arco Verde, Surubim, Itaíba e São Bento do Una.
Esses polos distribuem 100 toneladas de cana por dia. Já em Pesqueira e
Bom Conselho, este volume é de 80 toneladas diárias.
Além desta medida, outra em vigência é a forragem de milho por meio
de irrigação, em Petrolina, Sertão do Estado. Segundo Reginaldo Alves,
esta alternativa foi viabilizada por causa do alto custo de transporte
de cana para ao Sertão. “A primeira etapa está em andamento, são 140
hectares de forragem de milho, em Petrolina, para atender 11 municípios
do Sertão do São Francisco, do Araripe e o Sertão Central”, acrescentou o
secretário-executivo.
Com o objetivo de distribuir milho aos estados afetados pela seca, o
Governo Federal conta com o Programa Venda Balcão, da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), que, segundo Alves, está ciente da
necessidade de Pernambuco adquirir dez toneladas de milho por mês. No
entanto, o dirigente informou que houve um acordo entre os Executivos
federal e estadual no ano passado, estabelecendo que o Estado seria
beneficiado com 30 toneladas de milho do meio do ano até dezembro. E,
daí por diante, o Estado seria contemplado com mais 33 toneladas até
abril deste ano.
O secretário confirma a logística como um entrave para a aquisição do
milho. “Temos algumas dificuldades para o transporte do milho, falta de
caminhão... Temos agora outro problema porque a safra da soja ‘entrou’ e
muitos caminhões preferem transportar soja do que milho. A logística
do milho do Mato Grosso e de Goiás (dois dos principais estados
produtores de soja do País) tem dificultado essa meta de dez
toneladas-mês”, afirmou.
Dilma está devendo uma entrevista de verdade.
Dilma Rousseff irritou-se com o que chamou de “manipulação” de um
comentário feito na África do Sul sobre inflação e crescimento
econômico. Não disse quem manipulou, se os repórteres ou o mercado. E
desobrigou-se de fazer uma autocrítica: num instante em que o PIB é
miúdo e a carestia é ascendente, falar de economia em entrevistas
ligeiras é como apalpar fio desemcapado. É enorme o risco de
curto-circuito.
Observando-se o episódio de perto, enxerga-se algo muito parecido com
um calcanhar de vidro. A exemplo de Lula, Dilma não gosta de conceder
entrevistas coletivas. Prefere as conversas do tipo “quebra-queixo”
–aquelas em que microfones e gravadores cercam freneticamente o
entrevistado, ameaçando a integridade do seu maxilar.
Sob Lula, o Planalto mandou fabricar um porta-microfones de acrílico.
Com o rosto a salvo, o presidente entregava-se gostosamente à
coreografia. Seu chefe de comunicação, Franklin Martins, considerava o
modelo eficaz. Por quê? Concedidas no calor dos acontecimentos, as
entrevistas ocasionais produziam repercussão imediata. Verdade. O diabo é
que, quando o queixo se expressa mal, quebra-se a mensagem a ser
repercutida. Que o diga Dilma!
De resto, ao negligenciar as coletivas formais, o governo malbarata
uma ferramenta cara à democracia. A coletiva não é senão uma forma
simples e eficaz de um gestor público prestar contas de seus atos à
sociedade. Quanto mais arejado e democrático é o país, mais frequentes
são -ou deveriam ser- essas sessões de arguição pública.
O costume das coletivas presidenciais nasceu nos EUA, sob Woodrow
Wilson. Concedeu sua primeira entrevista em 19 de março de 1913. A
partir daí, a sociedade americana como que impôs a repetição do gesto a
todos os sucessores. Na Casa Branca, as coletivas ocorrem com
periodicidade mensal. Bill Clinton, por exemplo, submeteu-se a 117
entrevistas do gênero em oito anos.
No Brasil, FHC concedeu uma coletiva para cada ano de seus dois
mandatos –com direito a réplicas. Lula, nem isso: em oito anos, deu uma
mísera coletiva digna do nome –sem réplicas. Sob Dilma, por ora, zero.
Afora o lufa-lufa do “quebra-queixo”, ela permite-se encontrar
jornalistas apenas de raro em raro.
Dilma deu algumas poucas entrevistas exclusivas. Falou mais a
veículos estrangeiros do que a nacionais. Avistou-se um par de vezes com
os repórteres que acompanham a rotina do Planalto. Serviu-lhes café da
manhã e desconversa. É como se receasse a gafe, a resposta atravessada.
Um medo que não orna com a logomarca da gestora irrepreensível. Ao fugir
da arguição franca, Dilma desrespeita a sociedade, não a imprensa.
A política moderna oferece aos seus protagonistas um aparato que
facilita a administração de símbolos e a manipulação da opinião pública.
Vão da propaganda às pesquisas de opinião, passando pelos
pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e tevê. Mas o uso desmedido
desse ferramental conduz ao mais puro engodo. Por vezes, mesmo as
entrevistas são guiadas pelo marketing.
Por exemplo: em 3 de novembro de 2010, nas pegadas da eleição de
Dilma, o Planalto chamou os repórteres para uma conversa. Apelidou o
encontro de entrevista coletiva. Em verdade, foi um “quebra-queixo” de
resultados. Interessava ao cabo eleitoral trombetear o triunfo de sua
“poste”. Observado por Dilma, Lula disse coisas assim: “O que ela vai
ter de vantagem sobre mim? Primeiro, ela ajudou a colocar esse carro em
marcha. Então, o carro nao está na garagem, os pneus estão calibrados, o
motor está regulado.”
Lula caprichou no gogó: “O carro está andando a 120 por hora. Ela, se
quiser, pode pisar um pouquinho mais no acelerador e chegar a 150, 160
por hora. Ela não tem por que brecar esse carro. Só tem que dirigir com
muita responsabilidade e olhar bem as curvas, não passar quando tiver
duas faixas amarelas. [...] Porque a Dilma aprendeu na Unicamp, e no
governo de que ela foi chefe da Casa Civil, que em economia não existe
mágica. Não existe ninguém capaz de tirar da cartola o coelhinho que vai
fazer as coisas acontecerem como se fosse um milagre.”
Decorridos mais de dois anos, Dilma falou aos repórteres na África do
Sul como se quisesse tirar cartolas de dentro do coelho. Valendo-se de
uma analogia surrada –a dose do remédio não pode matar o paciente
–declarou que seu governo não vai combater a inflação à custa do
crescimento. Levadas ao ar na velocidade da internet, as declarações
eletrificaram o mercado.
A galera raciocionou: a inflação sobe perigosamente. O BC já acenava
com a hipótese de salgar a Selic. Juro alto conspira contra o PIB. Se
Dilma não admite comprometer o crescimento, a lógica indica que ela não
autorizará o BC a fazer o que deve ser feito. Pronto. Estava consumado o
estrago. Dilma mandou chamar os repórteres. Disse que não admite
“manipulação de fala.” O combate à inflação, repisou, “é um valor em
si.” Quem manipulou? “Eu não fui”, respondeu, secamente. E mais não
disse.
Numa boa e honesta coletiva, com direito a réplicas e tréplicas,
Dilma teria o tempo que quisesse para explicar que tática adotará contra
o fantasma da inflação, cujo lençol anda assanhado. Poderia discorrer
também sobre a velocidade do carro que Lula dizia em 2010 estar com os
pneus calibrados e o motor regulado.
A presidente há de ter uma teoria sobre o comportamento de sua
suposta Ferrari. Lula entregara em oito anos um crescimento médio de 4%.
Taxa superior à de FHC: 2,3%. Sob Dilma, obteve-se nos dois primeiros
anos um pibinho médio de 1,8%. Visto pelo retrovisor, o Lula de 2010 é o
que a Dilma de 2013 chamaria de “manipulador” de falas. Tocou o
trombone antes que sua protegida exibisse a capacidade de sopro.
(Publicado originalmente no blog do jornalista Josias de Souza, Portal UOL)
Dirceu: "PT deveria ter abatido candidatura de Campos".
O PT deve intensificar os ataques contra o
governador de Pernambuco e potencial candidato à Presidência da
República pelo PSB, Eduardo Campos; de acordo com a colunista da Folha
de São Paulo, Vera Magalhães, o ex-ministro José Dirceu (PT) teria dito
que o Partido dos Trabalhadores “deveria ter se empenhado para abater a
candidatura de Campos antes que ela levantasse voo”, publicou; Ainda
segundo ela, Dirceu também teria observado nenhum partido , nem mesmo o
PMDB, deverá ingressar 100% na campanha da reeleição da presidente Dilma
Rousseff (PT)
29 de Março de 2013 às 12:37
PE_247 - O PT deve intensificar
os ataques contra o governador de Pernambuco e potencial candidato à
Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos. De acordo com a
colunista da Folha de São Paulo, Vera Magalhães, o ex-ministro José
Dirceu (PT) teria dito que o Partido dos Trabalhadores “deveria ter se
empenhado para abater a candidatura de Campos antes que ela levantasse
voo, e que agora seria tarde”, publicou. Ainda segundo ela, Dirceu
também teria observado nenhum partido , nem mesmo o PMDB, deverá
ingressar 100% na campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff
(PT). As declarações do ex-ministro teriam sido proferidas durante um
jantar com empresários no Rio de Janeiro.
Com a temperatura esquentando por conta das eleições, o PT deverá se
valer do que considera ingratidão e traição por parte do PSB , em
referência a legenda tentar lançar-se rumo ao Planalto. Nesta linha, o
discurso proferido pela presidente Dilma durante o evento de inauguração
do primeiro trecho de uma adutora em Serra Talhada, interior de
Pernambuco, faz sentido. Na ocasião, Dilma elencou os investimentos e
projetos que alavancaram a economia estadual, além de cobrar – embora de
forma light – lealdade aos aliados, em uma referência dirigida à
legenda socialista.
Veja aqui a nota da colunista:
''Em recente jantar com empresários, no Rio, José
Dirceu disse que o PT deveria ter se empenhado para abater a candidatura
de Campos antes que ela levantasse voo, e que agora seria tarde.
O ex-ministro, condenado no mensalão, também previu que nenhum
partido, nem mesmo o PMDB, vá apoiar '100%' a reeleição de Dilma. Todos
devem ir ao palanque rachados.
No encontro reservado que tiveram na terça-feira em Brasília, o
senador Pedro Simon (RS) presenteou Campos com um livro. O pessebista
ficou muito satisfeito com o teor da conversa com o dissidente do PMDB.''
(publicado originalmente no Brasil 247)
Do Face: Aécio Neves pode contratar David Axelrold, o estrategista de Barack Obama
Segundo
ele com um discurso pronto para renunciar à candidatura caso o partido
não manifeste apoio integral oa seu nome, Aécio Neves não se descuida da
retarguarda e já definiu alguns nomes para assessorá-lo na campanha.
Segundo comenta-se, pretende convidar o
estrategista do presidente Barack Obama: David Axelrold. Pay attention,
Diego Brandy!!! Aécio aproveitou o momento para desdenhar das
articulações entre o governador Eduardo Campos e o seu desafeto no ninho
tucano: José Serra.
quinta-feira, 28 de março de 2013
ACM Neto nega tensão política com governador
O prefeito de Salvador (BA),
Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) negou que esteja se desentendendo
com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), no que diz respeito à
transferência da execução das obras do metrô para o Governo Estadual; de
acordo com o democrata, os encontros que ele vem tendo com o petista
mostram que entre ambos o “tensionamento político é zero”
28 de Março de 2013 às 15:23
Bahia 247 - O prefeito de Salvador (BA), Antônio
Carlos Magalhães Neto (DEM) negou que esteja se desentendendo com o
governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), no que diz respeito à
transferência da execução das obras do metrô para o Governo Estadual. De
acordo com o democrata, os encontros que ele vem tendo com o petista
mostram que entre ambos o “tensionamento político é zero”.
“Eu acho que as pessoas acabam superrelativizando coisas e, mais do
que isso, somente eu e o governador temos noção plena do que está sendo
tratado e da condução que está sendo dada nesse processo. Eu vejo
leituras que não correspondem com a realidade”, afirmou ACM Neto em
entrevista coletiva. A execução da obra de 12 quilômetros, dos quais
seis já foram construídos, vem desde 1999 e não há sinais concretos
sobre o cronograma.
O impasse se deve ao controle das linhas de ônibus que alimentarão o
metrô. Enquanto prefeitura defende a implantação de um sistema de
integração e cobrar separadamente as tarifas (ônibus e metrô), o Governo
do Estado quer linhas alimentadoras cuja tarifa esteja embutida no
sistema metroviário. Além disso, o Executivo municipal quer cobrar uma
taxa de R$ 1,40 para os ônibus e o Estadual, R$ 0,95, investindo R$ 4,3
bilhões para não deixar a tarifa aumentar. O empreendimento ligará a
Estação da Lapa à de Pirajá indo até o Acesso Norte, na Rótula do
Abacaxi.
O prefeito ACM Neto negou desentendimentos com o governador Jáques
Wágner. “Estávamos (eu e Jaques Wagner) juntos no evento da Copa, e dia
05 de abril a presidente vem a Salvador e estaremos juntos novamente.
Semana passada eu conversei com o governador três vezes por telefone,
nos encontraremos até o fim de semana, portanto, não queiram enxergar
problema onde não existe”, afirmou.
O democrata disse que “se houver bom senso de lado a lado, uma nova
proposta pode servir de ponto de convergência das posições de um lado e
de outro e que com isso a gente possa fechar esse assunto quem sabe até a
próxima semana”. O gestor municipal não quis divulgar a data do
encontro com o governador. “Já está marcado, mas deixa a assessoria de
imprensa do governador informar ou não – eu não sei se ele pretenderá
dar divulgação – até porque eu só pretendo falar em detalhes sobre esse
assunto depois que nós chegarmos a um entendimento final”, acrescentou.
(Publicado originalmente no Brasil 247-Bahia)
Editorial: Dilma Rousseff: Uma reeleição praticamente definida?
Em
pronunciamento recente na Casa de José Mariano, o vereador André Régis (PSDB),
declarou-se incrédulo com a ascensão da popularidade da presidente Dilma
Rousseff, a despeito dos problemas enfrentados pela economia brasileira.
Segundo o vereador, essa ascensão desafia, inclusive, a própria Ciência Política,
uma vez que uma das variáveis determinantes nesse processo seria a condução da
política econômica. Como explicar a melhoria dos seus índices de popularidade
diante de indicadores econômicos tão modestos? Na região Nordeste, por exemplo,
que enfrenta a maior seca de sua história, a presidente atinge índices
surpreendentes: 85% de avaliação boa e ótima.
Alguns
analistas também apontaram essa aparente contradição, mas logo se convenceram
de que outra série de variáveis positivas foram determinantes para que a
presidente alcançasse esses índices, como a baixa taxa de desemprego com
crescimento de renda, o carisma pessoal da presidente – que passa a imagem de
uma administradora firme, competente e segura – além, evidentemente, das
políticas sociais distribuição de renda, como o Bolsa Família, amplamente
aprovada pela população, sobretudo seus estratos mais fragilizados. Ou seja,
mais do que os índices econômicos – como um pibinho acanhado – valem muito mais
as boas políticas sociais implementadas pelo Governo Federal.
O
Nordeste foi uma das regiões que mais contribuíram para alavancar a
popularidade da presidente. Oficialmente, o planejamento regional é algo que
ficou no esquecimento nos últimos governos, mas, mesmo por vias tortuosas, os
programas de seguridade social atendem, em sua maioria, a contingentes
populacionais majoritariamente localizados na região, o que explica o fato de o
Nordeste ter se tornado um reduto eleitoral petista na Era Lula/Dilma.
Tornou-se, portanto, uma região estratégica para os seus planos de continuar
como inquilina do Planalto por mais 04 anos.
Já
na sua primeira eleição, as sementes plantadas pelo Governo Lula na região
foram fundamentais para equilibrar o jogo eleitoral, garantindo a sua vitória,
superando suas dificuldades em outras regiões do país. Certamente o ensaio de
uma candidatura como a do governador pernambucano, Eduardo Campos, acendeu a
luz amarela na ante-sala do Planalto. Não o suficiente para apavorá-los, mas
para alertá-los sobre a necessidade de cuidarem bem do seu reduto, traduzido no
conjunto de medidas anunciadas para a região, algumas delas antecipadas durante
a inauguração recente de trecho da adutora do Pajeú, em Serra Talhada.
Os
possíveis candidatos adversários, dentro do esperado, desdenharam desses
índices, mas eles sabem que não será nada fácil enfrentar um governante com tamanha
aprovação, chegando a piques de 79%(CNI)IBOPE, no seu conjunto. Nem todas as
notícias são alvissareiras. Há uma previsão de que a estiagem na região se prolongue
pelos próximos meses, agravando os problemas. A pesquisa de intenção de voto
para a Presidência da República, realizada pelo Instituto Datafolha, confirma o
bom momento vivido pela presidente Dilma Rousseff. Com 58%, se as eleições
fossem hoje, ganharia no primeiro turno, o que levou alguns analistas, caso de
Marcos Coimbra, do Instituto Vox-Populi, a concluírem que 2014 é uma eleição já
praticamente definida, independentemente dos ingredientes do “cozido”.
Um
dos fatores pelos quais o ilustre vereador pode procurar uma explicação para do
fenômeno é o fato de que o seu partido, o PSDB, apesar dos acertos das
políticas que nos proporcionaram a estabilidade econômica – ameaçada? – padece
de um grave problema, já apontado pelo jornalista, a demofobia. A sensibilidade
social tem sido uma marca petista, apesar do mensalão e dos tropeços na
economia. No último seminário realizado pelos tucanos, em São Paulo, de certa
forma, a admitir que o partido precisa sentir o “cheiro do povo”, o grão-tucano
FHC calça a sandália da humildade e reconhece o problema.
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