pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : março 2014
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segunda-feira, 31 de março de 2014

Brilhante Ustra, maior símbolo da tortura, sob escracho no aniversário do golpe

Brilhante Ustra, maior símbolo da tortura, sobre escracho no aniversário do golpe

publicada segunda-feira, 31/03/2014 às 19:53 e atualizada segunda-feira, 31/03/2014 às 19:13
Nesta segunda-feira (31), véspera do dia em que o Golpe Civil-Militar completa 50 anos, os movimentos Levante Popular da Juventude, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do MST promoveram, a partir das 15 horas, um ato de repúdio a todos os abusos e violências sofridos pelos militantes que lutaram contra as arbitrariedades impostas pelo regime de exceção que vigorou no Brasil até 1985.
O escracho foi realizado no local onde reside o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que coordenou mais de 500 sessões de tortura em pessoas que lutavam contra a ditadura militar no Brasil. Hoje com 81 anos, ele foi o único torturador da história do Brasil a receber uma condenação da Justiça, porém continua solto.
“O momento é importante, não apenas pela data, mas porque a disputa ideológica que levou o país ao golpe militar ainda está em aberto, com posicionamentos cada vez mais explícitos, inclusive na grande mídia, de grupos e setores interessados na repressão aos movimentos sociais e às manifestações de rua, que certamente se tornarão mais recorrentes nos próximos meses, com a realização da Copa do Mundo e das eleições 2014”, disse o comunicado de chamamento para o ato.

(Publicado originalmente no site O Escrevinhador)

Michel Zaidan Filho: A chapa verde-encarnada




O repórter de um veiculo de comunicação exibiu trechos do pronunciamento dos integrantes da chapa "Verde-encarnada", para que fossem comentados por mim,  numa entrevista ao vivo, logo depois do lançamento dessa chapa. 0 que mais chama atenção nesse discurso - para eleitores e ouvintes desavisados - é como um  todo um legado de politicas de desenvolvimento regional integrada, cujo foco era povo e nação, foi torcido e retorcido pelos candidatos em função das novas conveniências políticas da hora. Desde que retornou do exílio forçado a que foi submetido pela Ditadura Militar, o ex-governador Miguel Arraes de Alencar sempre esteve no lado oposto aos presidentes civis que assumiram o governo do país. Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique Cardoso trataram a "pão e água" a gestão do velho Arraes, patrocinando e prestigiando seus adversários políticos em Pernambuco. Enquanto o ex-governador amargava uma solidão federativa, por se opor a "Nova Política" de Collor, Itamar e Fernando Henrique, procurou em vão, fora do Brasil, parcerias para o desenvolvimento de seu projetos sociais.
                          O cerne dessa oposição é bem conhecido: sua recusa às políticas de desregionalização da economia, em prol de uma "uma integração competitiva" do país na globalização dos mercados. Arraes defendeu até o fim a necessidade dessas políticas de desenvolvimento regional integrado, contrapondo-se assim à  chamada "guerra fiscal" e a destruição do pacto federativo. Pagou caro pela sua coerência. E aí vem o neto e renegado o legado do avô, dizendo-se admirador de Itamar e Fernando Henrique Cardoso. Se essa nova versão do PSB está de acordo com o misto de neo-patrimonialismo e gerencialismo (que marcou também o longo governo de FHC) seguido em Pernambuco pelo atual chefe do Executivo estadual, como foi sugerido pela contratação de uma assessor de Aécio Neves, para dar um choque de gestão na administração estadual, entende-se. Mas a revisão vai além, pois trata-se de uma manobra retórica para aproximação com o PSDB e outros partidos satélites, como o PPS e um pedaço do PMDB. A mudança de rumo e de tom significa que a política do PSB e da família Arraes agora é outra: o mercado, não o povo ou a nação. A nova política do candidato e governador é "vender" o Brasil a investidores estrangeiros, através de renúncia fiscal e relaxamento das políticas de proteção sócio-ambiental.
                          O que parece conduzir a uma grave contradição com as  intenções programáticas da  irmã Marina Silva. Afinal, como conciliar uma política gerencial e de mercado com o tal desenvolvimento sustentável, de que tanto fala a ex-senadora do Acre? Ou ficamos com o discurso "novo" do PSDB e seus aliados, que diz ser o principal papel do estado criar um clima ótimo para os negócios, eliminando entraves políticos e sociais (SUDENE, proteção ao meio-ambiente, direitos  trabalhistas etc.), ou ficamos no lenga-lenga da rede-solidariedade do desenvolvimento justo, , sustentável,equilibrado,  que vai preservar a biodiversidade do Planeta e apoiar a economia solidária.
                           Há qualquer coisa de dissonante nesse arranjo. Não se pode ao mesmo tempo defender uma forma de estimulo às atividades econômicas, apoiada no fundo público e na desregulamentação do mercado, e proteger a natureza, as espécies,  as comunidades de  pequenos produtores de coletores que habitam as selvas brasileiras. A não ser que o arranjo - mal engendrado- tenha uma objetivo meramente eleitoreiro e que aposte na idiotização dos eleitores brasileiros.

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco

Brizola: Éramos ingênuos... os militares abriram uma porta, duas... sem resistência.

Ontem, acompanhando um filme histórico sobre Luiz Carlos Prestes, tivemos a oportunidade de ouvir um depoimento do ex-governador Leonel Brizola sobre o Golpe Militar de 1964. Brizola, que coordenou a Campanha da Legalidade, que permitiu a posse constitucional de Jango com a renúncia de Jânio Quadros, faz algumas afirmações que hoje soariam inverossímeis. Apesar de todo o rebuliço dentro e fora dos quartéis, eles não acreditavam na possibilidade de um golpe. Segundo Brizola, eram ingênuos, faltava-lhes o conhecimento sobre as pessoas. Por outro lado, comenta ainda, se houvesse uma grande mobilização popular contrário ao Golpe, possivelmente ele não teria ocorrido. Mas, os militares abriram uma porta, duas, três...de repente não haveria mais nada que pudesse ser feito. Isso nos alerta para as recentes "inquietações" conservadoras, com organizações de marchas e o surgimento de grupos e partidos defendendo uma possível volta dos militares. Vamos trancar todas as portas. Uma das coisas que lamento profundamente é nunca ter dado um voto a Brizola. Ela merecia. O problema é que Lula também estava na cédula.

PSB inaugura delação premiada pelas redes sociais. Que absurdo!

Nos últimos dias para deixar a condição de governador e assumir de uma vez o status de candidato presidencial, Eduardo Campos, em périplo pelo interior do Estado, não poupou cráticas a presidente Dilma Rousseff. Esse, aliás, tornou-se o seu esporte predileto dos últimos meses. Afirmou que não passará a mão em sua cabeça. Mas, muito mais do que as críticas desferidas ao Planalto, o que nos preocupam são as práticas desse partido, que se assemelham aos expedientes de regimes ditatoriais, fascistas ou nazistas. Merecedoras, portanto, do nosso repúdio e providências enérgicas. Que os socialistas nunca foram socialistas, como afirma Luis Nassif, a gente já sabia. Agora, essa de um advogado da legenda "listar" os internautas que estariam sendo processados pela legenda, oferecendo recompensas aos delatadores de suas atividades na rede... não sei não. Outro dia o colega Anatólio Julião advertia sobre o que essa gente não faria se chegasse ao Planalto. Franklin Martins seria "fichinha". Tem razão. O PSB está "embriagado" pelo ambição ao poder.

Os melhores anos da vida de Luiz Carlos Prestes

Na introdução de um dos livros do professor Michel Zaidan Filho, sobre o Partido Comunista Brasileiro - um dos seus objetos de estudo - há uma referência sobre a visita que o poeta Pablo Neruda fez ao Brasil. Entre seus objetivos, estava o de conhecer o líder comunista Luiz Carlos Prestes. Depois de conhecê-lo, Neruda teria declarado que uma das coisas que mais o impressionou no líder comunista foi o fato de ele não sorrir. Prestes nunca ria, de acordo com Neruda. Na realidade, as circunstâncias políticas tornaram Prestes uma pessoa arredia, solitária e desconfiada.Implacavelmente perseguido, vivendo na clandestinidade, curtido na luta política, intransigente em relação aos seus ideais, tudo isso foi forjando uma personalidade muito séria e compenetrada. Segundo relato de um dos seus filhos, Prestes seguia uma rotina implacável. Lia, fazia anotações, dormia apenas 04 horas por dia, mas era uma pessoa profundamente sensível. Cultivava rosas e brincava com os netos como uma criança. Ontem, através de um canal da TV fechada, tivemos a oportunidade de revê o filme "O Velho", sobre a vida e a trajetória política de Carlos Prestes. Os melhores anos de sua vida foram vividos no exílio. Passou 10 anos na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviética. Segundo relatos dos filhos, foram os únicos momentos família. Prestes teve uma convivência muito irregular com os filhos. Por vezes, os filhos eram levados, de olhos vendados, para os locais onde ele se encontrava na clandestinidade. Na URSS, finalmente tornou-se possível reunir a família para aquele tradicional almoço dos domingos, onde poderiam receber amigos e confraternizarem entre si.

PSB estimula sociedade de delatores pelas redes sociais

Por Diogo Costa
via Facebook
Esta prática abominável de estimular a delação relembra as piores ditaduras totalitárias que a humanidade já conheceu. Pois bem, o advogado do PSB, que cumpre este torpe papel, chega mesmo a oferecer "recompensas" para que as pessoas delatem informações sobre as pessoas que o PSB expõe criminosamente nas redes sociais.
Que o PSB nunca foi socialista chega a ser uma obviedade. Mas que o PSB se utiliza de práticas totalitárias, fascistas e nazistas, como este instituto da 'delação recompensada', para mim é novidade.
Isto tem que ser denunciado, isto é uma prática que cabe em ditaduras totalitárias, não em uma democracia como a que estamos construindo no Brasil. Imaginem se amanhã ou depois volta uma ditadura no Brasil... Estes sádicos perseguidores seriam os primeiros a insuflar e recompensar delatores! Foi assim que muita gente acabou morta, torturada e foi assim também que muita gente teve seus corpos ocultados até os dias de hoje.
Lamento profundamente que o PSB estimule este comportamento canalha, calhorda, safado e sem vergonha por parte dos seus advogados. E lamento não porque tenho amigos incluídos nesta porca listagem, mas porque lamentaria em qualquer situação.
(Publicado originalmente no site do Luis Nassif)

domingo, 30 de março de 2014

Lula recomenda ao Planalto bater forte nos adversários.



Num recado direto às ofensas que Dilma vem sofrendo dos adversários - e até de supostos aliados - o ex-presidente Lula recomendou ao Planalto que respondesse na mesma moeda. Ainda não é o momento, de acordo com os estrategistas do Planalto. Defender-se agora, respondendo as acusações, sera fazer o jogo dos anões. Um deles ainda não superou o índice de 7% nas pesquisas. Diante dos novos cenários, possivelmente a tese levantada por João Santana, marqueteiro oficial do Planalto - a de que haveria uma autofagia entre os anões - pode não se confirmar. Alguns indicadores apontam que Dilma já não navega num céu de brigadeiros. Hoje, numa longa entrevista, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, apesar de reconhecer os erros estratégicos cometidos pelos candidatos adversários, aponta que Dilma também não vive um bom momento. De fato, assim como vem ocorrendo com a abertura de uma CPI para investigar operações da Petrobras - onde o Governo está jogando pesado - talvez fosse também o momento de autorizar o "Boca do Inferno" a se pronunciar. Não se pode desprezar o feeling de Lula.

Em encontro, Institutos buscam fórmula para derrotar Dilma Rousseff

O World Trade Center, prédio empresarial de luxo às margens da Marginal Pinheiros, em São Paulo, sedia até o fim da tarde de hoje (25) o 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa, que reúne especialistas em dados e estatísticas de todas as áreas – e, como não poderia deixar de ser em ano de disputa pela Presidência da República, também os profissionais das pesquisas de opinião e eleitorais. Representantes de Ibope, Vox Populi, Datafolha e Sensus foram convidados para uma mesa de debate sobre as tendências do eleitorado em um ano que acumula, além do pleito, a realização da Copa do Mundo da Fifa e a perspectiva de manifestações de rua inspiradas pela mobilização de junho de 2013.
A mesa, porém, embora batizada de “Debate sobre o cenário da eleição presidencial 2014″, poderia ter outro nome: “Como derrotar Dilma Rousseff?”. Mediado por Emy Shayo, analista do banco norte-americano J.P. Morgan, que também redigiu a maior parte das perguntas feitas aos convidados, o debate explorou monotematicamente as fragilidades da candidatura petista à reeleição e ditou fórmulas, com base nos resultados das últimas pesquisas de opinião, sobre como enfraquecer a campanha governista. O público, composto principalmente por empresários, profissionais da área e jornalistas, embarcaram nos “testes de hipótese” propostos pela organização e seguiram a mesma linha em seus questionamentos.
Regidos pela assessora do banco, os debatedores apresentaram conclusões importantes para a plateia. Petrobras e rating do Brasil, por exemplo, são temas “para o Valor Econômico, para os participantes deste fórum, mas muito complicados para o povão”, de acordo com Márcia Cavallari, do Ibope. Já as manifestações contra a Copa do Mundo, segundo os debatedores, podem desestabilizar o governo desde que alcancem o público “desejado”.
“É garantida a confusão durante a Copa. Estou na bolsa de apostas com 150 mil pessoas na rua durante a Copa”, torce Ricardo Guedes, do Sensus. O resultado em campo não importa: Mauro Paulino, do Datafolha, ressaltou que não houve mudança no comportamento dos eleitores após a vitória na Copa das Confederações, por exemplo, mas destacou que “a chance de atingir o governo é havendo problemas na execução”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, também foi descartado como elemento-surpresa para favorecer a oposição porque sua suposta imagem de impoluto não encaixa no figurino nem de Aécio Neves (PSDB), nem de Eduardo Campos (PSB), mas há “esperança” em relação à possibilidade de crise energética e de abastecimento de água.
Para Antonio Lavareda, da consultoria política MCI, “esse tipo de crise atinge o cerne da imagem de Dilma, que é a da gestora, da mulher-eficiência”. As consequências da má gestão das águas sobre a imagem de Geraldo Alckmin (PSDB), que também concorre à reeleição neste ano e cujo governo gere o abastecimento de água e o tratamento de esgoto em São Paulo, não foram abordadas durante o debate.
Lavareda foi um dos palestrantes mais requisitados pela mediação, embora não pertença a nenhum instituto de pesquisa. Ele foi o único a defender abertamente que a presidenta entra na disputa em desvantagem: de acordo com ele, 60% dos brasileiros querem a mudança e esse capital político irá se acumular em torno do candidato da oposição capaz de chegar ao segundo turno. “É quase certo que haverá segundo turno”, afirmou.
Ele protagonizou ainda o momento de maior sinceridade do encontro: diretamente questionado pela mediadora sobre o que é necessário fazer para que o PSDB consiga usar a “paternidade” do Plano Real de forma eficiente contra o PT nas eleições, disse apenas: “Esse tipo de assessoria é o que fazemos em minha empresa, e não somos uma entidade filantrópica”. Embora não confirme a informação, a empresa de Lavareda está acertada com o PSB de Eduardo Campos para a campanha eleitoral deste ano, após muitos anos se dedicando a serviços ao PSDB.
(Publicado originalmente no blog do Luis Nassif)

Júnior Maturo recebe determinação do Campo das Princesas para apoiar Jarbas Vasconcelos.

Faz poucos dias comentávamos aqui sobre o rateio dos currais eleitorais do Estado entre os postulantes a uma cadeira na Câmara Federal ou na Assembléia Legislativa do Estado. Uma prática arcaica e atrasada que convive como os modernos expedientes da nossa democracia representativa. Os "currais eleitorais", numa expressão de João Rêgo, tem "donos", uma prática absolutamente incongruente com uma democracia política. Quando anunciou que seria candidato a uma cadeira na Câmara Federal, o senador Jarbas Vasconcelos logo recebeu a promessa do Palácio de que os prefeitos de 10 cidades do Estado seriam orientados a pedirem votos para o senador. Pois muito bem. Entre essas cidades está Paulista, na região metropolitana norte. Ali, o atual prefeito deverá pedir votos para uma possível dobradinha entre Tonico Valpassos, atual secretário de Educação do município, e o senador Jarbas Vasconcelos. Ainda não sabemos como o Palácio vai se comportar em relação ao ex-prefeito Ives Ribeiro, também candidato a uma vaga na Assembléia Legislativa. As relações de Ives, um homem prestigiado no Campo das Princesas, não nada boas com o atual prefeito, que prefere trabalhar pelo nome de Tonico. Matuto não discute as orientações do Campo das Princesas. Se houver uma decisão pró-Ives, não tenho dúvidas de que ele irá acatá-la, assim como ocorreu com a candidatura a prefeito nas últimas eleições, onde seu nome foi escolhido imposto pelo Palácio, quando Ives teria outras preferências.

O silêncio dos militares depois de 50 anos do Golpe Militar de 64

O jornalista Josias de Souza, em seu blog, no dia de hoje, escreve um excelente artigo sobre o silêncio dos militares após os 50 anos do Golpe Militar de 1964.Ele tem razão. Pontualmente, ficamos sabendo de alguns fatos, o possível paradeiro de alguns desaparecidos, mas, no geral, arquivos importantes sobre aquele período nebuloso de nossa história ainda não vieram ao público. Os militares conseguiram manter vários enclaves autoritários na Constituição de 1988, o que leva alguns estudiosos das relações civil-militar - não sem alguma razão - a admitiram nossa condição de uma democracia não consolidada. Sem contar os arquivos que, simplesmente, desapareceram em "incêndios" suspeitos. A política de indenizar as famílias das possíveis vítimas da Ditadura já mereceram críticas na essência de seus propósitos e quanto à sua aplicação real. Famosos que trabalhavam em redações de revistas como "Desfile" receberam poupudas indenizações, enquanto vítimas menos famosas, como a família de operários mortos durante o regime, recebem apenas uma simples pensão. Quando vivo, o escritor Millôr Fernandes costumava brincar com o assunto perguntando: então não era idealismo? era um investimento? Em todo caso, quero dizer que concordo com essa reparação financeira, apesar dessas distorções e compreendendo que seria preciso fazer muito mais, como o devido esclarecimento dos fatos às famílias que perderam a vida de seus filhos durante a luta armada. Para os militares - com a anuência de alguns civis - vale a tese de que o passado é uma simples versão da história recente. As forças armadas são outra, eles não podem ser penalizados por erros cometidos no passado e coisa que o valha. O silêncio dos militares brasileiros é vergonhoso. Em outros países onde ocorreram ditaduras militares foram obtidos avanços bem mais expressivos no sentido do esclarecimento dos fatos históricos. Conhecidos centros de tortura foram transformados em espaços de memória sobre os período de chumbos, como já ocorre no Chile, na Argentina. Depois de 50 anos, como afirma o articulista, os militares brasileiros ainda não foram acometidos pelo crise de consciência.

sábado, 29 de março de 2014

Armando ou Paulo Câmara? Um dilema para José Queiroz

Para onde caminha o PDT de Pernambuco é uma grande interrogação. No plano federal o PDT é uma aliado da presidente Dilma Rousseff. Também não faltam gestões do Palácio no sentido de que o partido apoie o nome do senador Armando Monteiro(PTB) como candidato da base aliada em Pernambuco. Por outro lado, aqui no província, o partido está comprometido até a medula com o governador Eduardo Campos. Segundo se informa, em contato recente, por telefone, Eduardo Campos teria prometido ao presidente da legenda no Estado, José Queiroz, a eleição de três deputados federais, caso o partido caminhe junto com o candidato do Campo das Princesas, Paulo Câmara. Uma situação bastante complicada para José Queiroz. Entre os possíveis eleitos, o seu filho, Wolney Queiroz.. Os demais seriam Guilherme Uchoa e uma tal Belasina, esposa de um empresário muito bem-sucedido da cidade de Timbaúba. Queiroz é um fiel escudeiro do Palácio do Campo das Princesas. Em outras circunstâncias, estaria fechado com Eduardo. Na atual conjuntura, a pressão exercida pela Executiva Nacional da legenda é grande.

Essa "Nova Política"... não sei não. Marina defende apoio a candidatura do PT no Acre.

Que as alianças nacionais não necessariamente se repetem nas quadras estaduais, isso é um fato. Integra o repertório das contradições do sistema partidário brasileiro. Há dois governadores do PSB que não deverão mover uma palha pela eleição do governador Eduardo Campos. Eles mantém uma excelente relação com o PT e já anunciaram que manterão posição em favor da reeleição de Dilma Rousseff. Posição, aliás, externada muito antes do anúncio dessa aventura do governador de Pernambuco. Marina, por sua vez, que se coloca intransigentemente em relação à formação dos palanques estaduais da Rede/PSB, no caso do seu Estado, o Acre, defende o apoio ao candidato do PT, Tião Viana, uma posição diametralmente contraditória com a candidatura presidencial de Eduardo Campos. Neste caso em particular, além das motivações relacionadas às boas relações de Marina com a turma do PT acriano, soma-se um interesse em particular. O marido de Marina, segundo dizem, trabalha no Governo. Essa Nova Política...não sei não.

Com a caneta na mão, penso que Lyra vai botar para lascar.

Em nota, o vice-governador, João Lyra, fez um desmentido sobre o tal soco na mesa, onde o governador Eduardo Campos teria cobrado fidelidade dele ao Governo. A nota saiu no blog de Mauro Jardim, com repercussão em alguns blogs locais, inclusive no nosso. Verdade ou não, são dois governos. Segundo comenta-se, 50% do secretariado será substituído. De estilo centralizador, Eduardo não facultava ao vice o conhecimento do "azeite da máquina". Nem Lyra nem Paulo Câmara estavam entre as primeiras preferências de Eduardo para concorrer à sua substituição no Palácio do Campo das Princesas. A escolha sobre Paulo Câmara deveu-se à forte pressão exercida à época pela imprensa nacional em torno d "sucessão familiar". Volto a repetir, ele preferia alguém do "azeite", conhecedor das engrenagem da máquina estadual. Alguém do seu "núcleo duro" de confiança. Talvez por isso a temeridade sobre o rumo que o vice pretende imprimir ao Governo. Manuel Borba afirmava que "Ninguém governa governador". Com a caneta na mão, o ressentimento por não ter sido o escolhido, penso que Lyra vai botar para lascar, como dizia aquele delegado da antiga SUNAB.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Berzoini assume a articulação política do Governo. Já era tempo!

Dilma nunca demonstrou qualquer traquejo para o meio de campo da política. Atender telefonemas, barganhar aprovações de projetos de interesse do Governo em nome da liberação de emendas, nomeações no Diário Oficial, definitivamente, nunca esteve entre as suas preocupações. Deve ser um verdadeiro inferno para a presidente suportar essa tal governabilidade imposta pela presidencialismo de coalizão brasileiro. Dá pena vê-la submetida ao jogo pesado daquelas raposas do PMDB. Outro dia chegamos a perguntar o que a faz concorrer a um segundo mandato. Somente o dever cívico e suas convicções de dar continuidade ao legado social deixado pelo amigo Lula. Incorrigível. Dizem que até o Lula a teria aconselhado a uma flexibilidade nesse sentido. Em vão. Para completar o enredo, escolheu muito mal seus assessores para essa missão. Agora, acabo de ser informado que Ricardo Berzoini irá assumir a tarefa de articulador político do Planalto. Possivelmente, a escolha teve um dedo de Lula, diante dos focos de incêndios que estão surgindo em Brasília. Talvez os extintores estejam sendo acionados um pouco tarde. Antes tarde, do que nunca. Berzoini tem um perfil completamente diferente ao de Dilma. Antes mesmo de ser indicado, já agia nos bastidores, conversando com os principais incendiários da base aliada. A escolha é boa. Vamos aguardar os resultados.

Briga entre anões. Pastor Everaldo tecnicamente empatado com Eduardo Campos.


Em todas as eleições - essa não seria diferente - põe-se em xeque a credibilidade dos Institutos de Pesquisas. Penso que já existe uma vasta reflexão sobre o assunto, inclusive algo no sentido de disciplinar a relação desses institutos com os governos para, exatamente, salvaguardar sua credibilidade. O que se comenta é que, de fato, existem pesquisas "sob medida", encomendadas de acordo com os interesses dos contratantes, portanto, fabricadas. Vocês já podem imaginar os efeitos desses dados manipulados acompanhados de uma arrojada de campanha de marketing institucional, capaz de fazer crer que urubu é meu louro. Um "Estado Espétaculo". Pois muito bem. Em razão de suas relações com o Governo Federal, os dados apresentados pelo IBOPE sempre mereceram críticas acirradas. Essa é uma discussão longa, onde, possivelmente, o debate exigiria muita tinta. Independentemente dessas ilações, no entanto, a turma dos anões, certamente, não teria muito que reclamar, até porque permanecem no andar de baixo, estacionados, já faz algum tempo, pelos índices medidos por vários institutos. Essa última observação se aplica ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Surpresa mesmo apenas a crescente performance do Pastor Everaldo, apontado em empate técnico com o governador. Pelo menos neste caso, vale a observação do marqueteiro do Planalto de que no andar de baixo haveria uma briga entre anões. Eles iriam se comer. O pastor Everaldo aparece com 3% das intenções de voto, enquanto Eduardo Campos crava 6%. Quando se considera a margem de erro, para baixo ou para cima, ambos circulam em 5%.

CPI da Petrobras. Os urubus voando de costa estão de volta.


Lula é uma pessoa muito leal. Recebeu o apoio e a solidariedade do Dr. Arraes quando explodiu o suposto escândalo do mensalão. Jamais deixou de ser-lhes grato, gratidão que acabou dispensado ao neto, o governador Eduardo Campos, carreando um montante expressivo de recursos públicos da União para o Estado, além de ter participado de negociações no sentido de estimular investimentos privados em Pernambuco. Foi apunhalado pelas costas. O punhal mais profundo, na expessão de Paulo Henrique Amorim. Em relação a Dilma Rousseff, quando deixou a Presidência da República, uma de suas maiores preocupações seriam as urdiduras que poderiam ser perpetradas pelos urubus voando de costa, aqueles que tentatam apeá-lo do poder. A lista é grande. Agripino, Tasso, Perillo, Jarbas, entre outros. Empenhou-se pessoalmente para que alguns deles não fossem eleito. Em alguns casos foi bem-sucedido. Em outros, não. O que se observa agora, no momento das articulações em torno da abertura de uma CPI da Petrobras, é que a fauna vem crescendo bastante, nos facultando listar os urbubus voando de costa da Era Dilma, alguns deles da própria base aliada. Certamente, Lula já previa do que essa gente seria capaz. Essa CPI tem propósitos claramente políticos, e pior, envolvendo atores que, até bem pouco tempo, negociaram o patrimônio nacional a preço de banana podre, no final de feira, lá pelas cinco horas da tarde, quando os comerciantes passam a verder por tuia, porque não compensa levar de volta a mercadoria. Isso se aplica, por exemplo, ao colosso da Vale do Rio Doce. Algumas dessas figurinhas carimbadas estariam por trás das mobilizações em torno da abertura da CPI, sob o argumento do péssimo negócio autorizado por Dilma em relação à refinaria de Pasadena.

Mudança ou continuidade: uma eleição mais difícl do que parece para Dilma.

publicada quinta-feira, 27/03/2014 às 19:05 e atualizada quinta-feira, 27/03/2014 às 19:11
por Rodrigo Vianna
Desde o retorno da Democracia no Brasil, tivemos 6 eleições presidenciais. De uma maneira geral (e algo superficial), podemos dizer que quatro delas se deram sob o signo da “continuidade”. E outras duas sob o signo da “mudança”.
Em 1989, com a hiperinflação e o desemprego atormentando o país, a disputa foi pra ver quem encarnaria a  mudança necessária e desejada: Lula e Brizola pela esquerda; Collor pela direita – mas com ares de renovação. A candidatura de “continuidade” (Ulysses, PMDB) foi massacrada. E Collor(com ajuda da Globo) ganhou a eleição. O conservadorismo precisou se travestir de mudança pra não  entregar o poder à esquerda.
Em 1994, Itamar Franco domou a inflação com oPlano Real, e FHC encarnou a “continuidade” do que estava dando certo - venceu Lula no primeiro turno. Em 1998, também sob signo da “continuidade”, FHC foi reeleito (e, de novo, em primeiro turno).
Em 2002, o “apagão” energético e a crise cambial que levaram o Brasil ao FMI já no começo do segundo mandato de FHC, abriram caminho para a “mudança”. Lula se elegeu (assumindo compromissos com o conservadorismo, sim; mas encarnando a “mudança”). Depois, sob o signo da “continuidade”, Lula conquistou a reeleição em 2006 (havia os programas sociais e o combate à pobreza como realidades a proteger, a manter), e conseguiu eleger Dilma em 2010.
Chegamos a 2014 sem uma definição tão clara como a dos pleitos anteriores. Afinal, estamos diante de uma eleição de”mudança” ou “continuidade”??
pesquisa IBOPE da semana passada criou certa euforia entre os apoiadores do lulismo. Dilma apareceu com mais de 40% das intenções de votos, em todos os cenários. Aécio(PSDB) marcou 15% e Eduardo Campos (PSB) só 7%. A pesquisa indicou anemia dos dois candidatos da oposição (e Marina, ao lado de Eduardo, também parece ter perdido o encanto e a capacidade de encarnar”mudança”). Além disso,  a rejeição de Dilma (mesmo sob bombardeio diário da velha mídia) é praticamente a mesma dos dos dois adversários.
Esses números indicariam, portanto, mais uma eleição de “continuidade”, certo? Não. Primeiro porque a maior parte do eleitorado não parou pra pensar em eleição. Por isso, é natural que Dilma esteja bem na frente. Mas o principal: quase dois terços dos entrevistados (64%) dizem que gostariam de mudar tudo ou muita coisa no país. Cerca de um terço (32%) diz que prefere pouca ou nenhuma mudança.
Ora, o povo quer “mudança” mas vota na “continuidade”? O quadro é complexo. O IBOPE perguntou à turma que pede mudança (total ou muita): quem deveria comandar esse processo de “mudança”? 27% querem que Dilma seja a comandante da “mudança”. Ou seja: 27% – dos 64% que pedem mudanças - querem Dilma, o que significa cerca de 18% do eleitorado total.  
A conclusão é que – pela primeira vez em 25 anos – teremos um quadro híbrido entre “continuidade” e “mudança”. A maioria do eleitorado até deseja mudanças, mas (por hora) não confia na oposição para comandar essas mudanças. Dilma segue favorita porque  consegue somar: os brasileiros que desejam continuidade (32%) + os que desejam mudanças com Dilma (cerca de 18% do eleitorado).
Essa equação só é possível porque a oposição não consegue encantar o eleitorado que deseja mudança. Esse quadro pode mudar até outubro?Pode. Não faz sentido que, num país em que dois terços do eleitorado desejam mudança, a oposição não consiga sequer levar a eleição para o segundo turno.
A nova pesquisa CNI/IBOPE (não confundir com a anterior, que era só do IBOPE) traz mais sinais de que a eleição será dura. Só 36% dos brasileiros consideram o governo Dilma ótimo ou bom (é aquele um terço que – pela pesquisa anterior – deseja continuidade). Para 27%, o governo é ruim ou péssimo (eram 20% na pesquisa anterior). E 36% consideram o governo regular. Além disso, a confiança em Dilma recuou para 48%. E a desconfiança atingiu 47%.
São dados a apontar uma eleição realmente disputada. Ok, podemos desconfiar do IBOPE. O instituto tem um histórico complicado, como escrevi aqui. Mas quem anda pelas ruas das grandes cidades percebe – sim- um quadro (moderado) de insatisfação.
A CPI da Petrobras ajudaria a provocar mais desajustes entre Dilma e a elite (econômica e política) do país. Mas tem pouco potencial de atingir a grande massa de eleitores. O que parece pesar mais, especialmente nas grandes cidades, é esse clima difuso de mau-humor: trânsito, violência, caos urbano. Nada disso é responsabilidade do governo federal, mas ajuda a criar a impressão (verdadeira?) de que as coisas não vão tão bem. A isso soma-se a tempestade de notícias ruins despejada sobre nós todos os dias pelas TVs, radios e jornais. Dilma vai sentir na pele em breve o erro que foi não enfrentar a questão da comunicação no Brasil.
Mas é preciso dizer que nem tudo é culpa da “velha imprensa”. Há dificuldades concretas. Lula levou o país a um novo patamar. Elegeu Dilma para mais um salto. Só que a impressão é que passamos quatro anos sem sair do lugar. O dia-a-dia do brasileiro não piorou, mas parou de melhorar. A grande mudança prometida – redução de juros e retomada do desenvolvimento (com dinheiro saindo dos bancos para o investimento) – não aconteceu. Dilma perdeu a guerra com os rentistas. Mas tem o mérito inegável de ter mantido o emprego baixo (muito baixo) em meio a uma grave crise internacional. É uma espécie de “empate” – que permite tanto pensar em “mudança” como em “continuidade”.
A oposição não conseguiu explicar até agora qual seria a alternativa a Dilma. Pode encaixar um discurso mais consistente até outubro? Na teoria, pode. Mas Aécio e Eduardo não parecem ter um problema só de comunicação. Falta realmente um projeto, uma “utopia” para apresentar ao país. Dilma, por outro lado, pode perfeitamente consolidar a vitória, desde que consiga criar a imagem de “mudança, mas sem aventura nem passo atrás.” 
Só que, repito, a eleição será muito mais difícil do que indicam hoje os percentuais de voto em Aécio e Eduardo. O quadro geral indica eleição para dois turnos, disputada, com o país dividido.

(Publicado originalmente no site O Escrevinhador)

quinta-feira, 27 de março de 2014

Exceção: Só o mensalão do PT cabe no Supremo Tribunal Federal


publicado em 27 de março de 2014 às 19:17

STF vota por mandar ação de Azeredo no mensalão tucano para MG
por Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília 27/03/201417h53 > Atualizada 27/03/201419h11
Por um placar de 8 a 1, A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou nesta quinta-feira (27) a favor de mandar para a primeira instância da Justiça de Minas Gerais a ação contra o ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) no chamado processo do mensalão tucano.
O voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso, foi acompanhado pelos ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello. O presidente da Casa, ministro Joaquim Barbosa, foi o único a votar por manter o processo no Supremo. Ausentes, os ministros Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia não votaram.
Os ministros entenderam que Azeredo, que responde por peculato e lavagem de dinheiro, perdeu o foro privilegiado ao renunciar ao mandato de parlamentar. Embora ele o tenha feito em meio ao processo, os magistrados entenderam que não houve intenção de atrasar o processo com a renúncia.
Em outro caso envolvendo o então deputado Natan Donadon, que renunciou ao mandato quando o julgamento já estava marcado, o Supremo decidiu continuar no processo por entender que havia sido uma manobra da defesa para evitar uma condenação e perda dos seus direitos políticos.
Azeredo, que foi governador de Minas, principal réu no caso mensalão tucano, é acusado de ter participado de um esquema de corrupção, operado pela agência SMP&B, do publicitário Marcos Valério, o mesmo do mensalão petista, para o desvio de verbas e arrecadação ilegal de recursos para a campanha eleitoral do PSDB em 1998, em que acabou perdendo a reeleição para o ex-presidente Itamar Franco.
Apesar da decisão sobre Azeredo, outra ação do mensalão tucano permanecerá no Supremo, esta contra o senador Clésio Andrade (PMDB), uma vez que ele tem mandato parlamentar. Andrade foi candidato a vice de Azeredo nas eleições de 1998.
Definição de critério
Em seu voto, o relator do processo propôs ainda que a Suprema Corte estipulasse uma regra para os próximos casos em que parlamentares renunciarem ao mandato durante o processo. Para ele, se a renúncia acontecer após o recebimento da denúncia pelo Supremo, o processo não deve baixar para a primeira instância.
A denúncia contra Azeredo chegou ao STF no fim de 2009, e a renúncia só ocorreu em fevereiro deste ano. No entanto, Barroso defendeu que não poderia haver “mudança da regra do jogo a essa altura”.
Não houve unanimidade entre os ministros a respeito da proposta de Barroso de criar um critério. A ministra Rosa Weber defendeu um prazo mais largo. Para ela, o ideal é que sejam mantidas no Supremo as ações em que o parlamentar renunciar após o período de instrução, em que as partes apresentam documentos com seus argumentos finais.
Já o ministro Dias Toffoli propôs um novo tempo: os parlamentares que renunciarem continuariam no Supremo se o relator da ação já tiver preparado o voto.

Discussão sobre foro privilegiado
O ministro Luís Roberto Barroso defendeu nesta quinta-feira a “redução drástica” das autoridades com direito ao foro privilegiado.
O magistrado propôs ainda a criação de varas especiais para julgar as causas envolvendo essas pessoas, que poderiam, então, recorrer ao STF ou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), conforme a competência.
Para Barroso, apenas o presidente da República, vice-presidente da República, presidente do Senado, presidente da Câmara dos Deputados, o procurador-geral da República e os próprios ministros do Supremo deveriam ter o foro privilegiado, ou seja, o julgamento direto na Suprema Corte, mantido.
Houve divergência dos demais ministros sobre a proposta de Barroso.

(Publicado originalmente no Viomundo)

O neovendilhão Eduardo Campos e os velhos entreguistas.

27 de março de 2014 | 11:29 Autor: Fernando Brito

judas
O implacável Zé Augusto, do blog Amigos do Presidente Lula, encontrou a chave do mistério da “conversão” de Eduardo Campos à obra de destruição da Petrobras.
É o seu novo guru, Jorge Bornhausen, daquele clã que deixa a Marina, agora, “encantada”.
Bornhausen nunca escondeu que defendia a venda da Petrobras.
Como ele não mudou, anda á cata dos que mudaram de lado, como fez com FHC nos anos 90.
Bornhausen sentiu o perfume da traição quando Eduardo Campos virou as costas a  Lula.
Capaz até de ter lembrado daquela comédia “Trair e  Coçar é Só Começar”.
E viu o potencial de Judas no rapaz.
Ele “evoluiu” rápido.
Pressionou a bancada do PSB a assinar a CPI da Petrobras.
Como bom covarde, hoje à noite estará na televisão, em dueto com Marina, atacando Dilma e dizendo que a empresa vale a metade do que valia há quatro anos.
Vale a metade para quem, cara-pálida, se de lá para cá entraram no patrimônio bilhões de barris de petróleo, navios, equipamentos?
Ah, o valor de mercado.
Valor de mercado só é essencial para quem quer comprar ou para quem quer vender.
É como a sua casa: valorizou no mercado ou desvalorizou é algo só importa muito se você for vender.
E a nossa casa Petrobras está no meio da maior obra de expansão de sua história.
Vai dobrar de tamanho em dez anos.
E aí, adeus conversinhas de privatização.
Eduardo Campos vai exibir, hoje, o seu cinismo covarde.
Vai cobrir Lula de elogios, como o beijo de Judas,  e desancar o governo que o representa.
Eduardo Campos não deve ser assunto para Dilma.
É assunto para Lula, e não tarda.
(Publicado originalmente no Tijolaço)

Eduardo Campos teria se irritado com João Lyra.


Segundo comentário de um blog local, em encontro a portas fechadas com o vice-governador João Lyra, que deve assumir o Governo do Estado nos próximos dias, o governador Eduardo Campos teria se irritado, esmurrado a mesa e cobrado lealdade do companheiro. Alguém já afirmou que "ninguém governa governador". O comportamento de João Lyra pelos próximos meses será uma incógnita. Elementos não faltam ao enredo. Lyra ainda não digeriu a ideia de ter sido preterido pelo nome de Paulo Câmara como candidato do Palácio ao Governo do Estado. Além de não ter sido escolhido, Lyra também critica o processo de escolha, segundo ele, equivocado. Lyra foi um dos últimos a ser comunicado da decisão. Na medida em que ofereceu algumas compensações ao vice, o Palácio do Campo das Princesas também cobriu de mimos o principal adversário dele em Caruaru, José Queiroz. Fala-se numa liberação de R$ 25 milhões. Lyra é uma pessoa magoada. Parece não haver nenhuma dúvida sobre isso. Cobrar lealdade e empenho dele pela candidatura do cobrador de impostos...não sei não.