pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Michel Zaidan Filho: Até quando?

CONTEXTO POLÍTICO.

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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Michel Zaidan Filho: Até quando?

O noticiário impresso e televisivo dá conta de uma celebração de acordo de leniência entre a Construtora Andrade Gutierrez e a Procuradoria Geral da República para o pagamento de uma multa de 1.000.000.000, por participação fraudulenta nas obras da Copa do Mundo, particularmente na construção de estádios. A empresa fez o acordo para continuar participando de processos licitatórios com a União. A questão que fica é quando a Norberto Odebrecht fará o mesmo, em relação à construção da Arena Pernambuco, operação fraudulenta já denunciada pela Polícia Federal, através  da Operação "Fair Play". A delação do alto executivo da Construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht - preso em uma cela no Paraná - iluminaria muito a forma como foram feitas as diversas desapropriações  de terrenos e imóveis e o privilégio de ter sido a única empreiteira que abocanhou os bilhões gastos com um monumento à inutilidade social.
Mas interessante e esclarecedor seria conhecer os agentes públicos municipais e estaduais envolvidos com a fraude, na época. Em toda  operação fraudulenta (com a venda subavaliada dos imóveis do Cais Estelita, que produziu um prejuízo de 10.000 milhões de reais aos cofres públicos) há duas pontas: o corruptor e o corrompido. A prisão e a denúncia daqueles ricos empreiteiros envolvidos nos escândalos da Operação Lava Jato e de outras grandes obras públicas no Brasil, deve levar à investigação de que agentes públicos se beneficiaram desse esquema e da sua responsabilidade criminal e civil.
Isto é tanto mais importante em razão das sérias e profundas implicações que podem ter para as eleições já do próximo ano. Alguns desses eventuais implicados, que hoje ocupam funções públicas, serão candidatos  e a apuração célere e oportuna desmascarariam essas criaturas diante do eleitorado, produzindo uma necessária depuração do processo político brasileiro. O não esclarecimentos dessas candentes perguntas e questões só contribuem para a impunidade e a sensação de que o crime compensa (e muito) se não for descoberto a tempo e não prescrever; permitindo assim que o meliante faça carreira na vida pública e escarneça dos ingentes esforços das instituições brasileiras no sentido de passar a limpo a roubalheira e punir seus responsáveis exemplarmente. 
0 exemplo de banqueiros, empresários, políticos e altos funcionários públicos sendo presos, investigados e punidos não pode servir de uma estranha "catarse" para a sanha de vingança da população brasileira contra os políticos e a política. A execração pública de algumas notoriedades sociais não deve servir de cortina para a impunidade de servidores públicos que se encontram, por enquanto, a salvo dos braços largos da Justiça.
O povo pernambucano aguarda com ansiedade que esses braços alcancem os criminosos do nosso Estado que, valendo-se da presunção de inimputabilidade, venderam  o que lhe restava de espírito cívico em troca de uns milhares de reais. 

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador, cientista político, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia - NEEPD-UFPE.




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Romance Tramas do Silêncio

Romance Tramas do Silêncio
O romance reconstitui, historicamente, a decadência da industrialização têxtil no país, a partir de uma experiência observada na cidade-fábrica de Paulista, localizada na região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. Durante o seu apogeu, o município ostentou a condição de maior polo têxtil da América Latina, situação que o coloca como um indicador seguro para entendermos como este ciclo de industrialização se deu em todo o Brasil, pois as indústrias do Grupo Lundgren, em Paulista, se constituíam numa espécie de termômetro ou parâmetro seguro para avaliarmos o que ocorria neste setor da economia no país como um todo. Este é o terceiro dos romances tratando deste assunto, abarcando o ciclo da industrialização têxtil no município desde às suas origens, com o romance Menino de Vila Operária; apogeu, com o romance Memórias de uma Cidade Tecida; e, finalmente, Tramas do Silêncio. Além de abordar o processo de decadência da indústria têxtil no município, o romance envereda pelas consequências daí decorrentes, uma vez que tudo, absolutamente tudo no município girava em torno dessa indústria, a Companhia de Tecidos Paulista. Como ficaria a cidade com o encerramento de suas atividades? O que fazer com o espólio de construções históricas do período? Qual a memória a ser preservada? A da oligarquia industrial – representada pelo clã da família Lundgren - ou a memória da luta dos trabalhadores e trabalhadoras por sua emancipação? A indústria fechou suas portas na década de 80 do século passado, mas, já na década de 60, refletia a crise no setor têxtil que se observava no plano nacional, de onde não haveria mais retorno, exceto pelo interregno da fase do Milagre Econômico Brasileiro, decorrente da fase inicial desenvolvimentista da ditadura militar implantada no país com o Golpe Civil-Militar de 1964. Milagre que durou muito pouco, pois o santo era de barro. O que perdurou por longos 21 anos foram os danos políticos e institucionais daí decorrentes, como a supressão de direitos, liberdades civis e a perseguição aos adversários, com seus reflexos no município, elementos que são, igualmente, tratados no romance. O texto está dividido em três partes. Na primeira parte abordamos os problemas enfrentados pela indústria têxtil naquele período histórico específico, envolvendo, inclusive as sucessivas greves ali verificadas, aguçando, até o limite do possível, o conflito entre capital e trabalho. A greve de 1962 é a mais emblemática entre elas, pois ocorre num ambiente político extremamente favorável à classe trabalhadora, significando conquistas importantes, embora não duradouras, pois, logo em seguida, dois anos depois, ocorreu o Golpe Civil-Militar de 1964. Naquela oportunidade perdida para que o país pudesse encontrar o seu verdadeiro rumo, tínhamos na Presidência da República João Goulart e no Ministério do Trabalho, Almino Afonso. No Governo do Estado de Pernambuco, Dr. Miguel Arraes, que proibiu a sua Polícia Militar de reprimir as manifestações legítimas dos trabalhadores. A segunda parte enfoca as consequências da queda das atividades da indústria têxtil no município, pois existia um padrão de interdependência bastante acentuado entre esta indústria e os moradores locais, uma relação que extrapolava o caráter estritamente produtivo, atingido outras esferas, como a moradia - existia uma vila operária – assim como os roçados da companhia, que produziam alimentos para a população local. Naquele momento histórico específico, o município entrou numa fase de orfandade produtiva, talvez uma anomia social daí decorrente, pois a cadeia produtiva havia sido rompida. No seu período áureo, estima-se que a indústria têxtil do município chegou a empegar 20 mil trabalhadores em suas duas fábricas de tecido. O cinema, o Clube dos "assustados", os festejos tradicionais, a exemplo do Natal, período em que as chaminés ficavam iluminada e com uma grande estrela, algo que permaneceu na memória durante décadas. Há uma discussão bastante interessante no texto sobre o papel das mulheres em todos os movimentos de contraposição entre capital e trabalho no município. Curiosíssimo este aspecto, uma vez que, ouvida pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, uma fiandeira daquele período explica essa movimentação mais ativa das mulheres por uma razão aparentemente numérica. Afirma que sempre as mulheres foram maioria entre os empregados da companhia, uma explicação que não nos convenceu totalmente, principalmente quando se sabe que, mesmo o sindicato local sob intervenção, elas se dirigiam ao sindicato da Várzea para acompanharem as movimentações da categoria. Há até um fato emblemático aqui. Elas peitaram os coronéis para a liberação de uma hora nos seus turnos aos sábados para realizarem a feira. Na terceira e última parte, abordamos o quadro de ebulição política que exista no país naquele momento, no início da década de 60, de muita agitação política, sindical e estudantil, em torno das reformas de base que país reclamava, que envolvia questões relativas à reforma agraria, educação de adultos, entre outras, e como tal momento se refletia no município. Historicamente, como se sabe, tais reformas foram abortadas pelo golpe de classe articulado pelas forças conservadoras consorciadas com os militares, produzindo longos dias de trevas para o país. Como esses acontecimentos se refletiram entre os moradores do município, que registra casos de torturados, mortos e desaparecidos no período? Um dos casos mais emblemáticos neste aspecto é o que ficaria conhecido como o Massacre da Granja São Bento, onde seis guerrilheiros da VPR foram mortos, entre eles a paraguaia Soledad Barrett, de quem reproduzimos no texto seu último poema, que ela dedicou a sua mãe. O livro já está disponível na plataforma da Amazon. Acesse pelo link que aparece clicando na capa.

MENINO DE VILA OPERÁRIA.

MENINO DE VILA OPERÁRIA.
O romance Menino de Vila Operária recebeu o sinal verde de três editoras antes de vencer o nosso primeiro Concurso Literário, em 2022. A primeira edição impressa está completamente esgotada. Até recentemente, fizemos algumas mudanças pontuais no texto original, mas nada que alterasse seu sentido mais amplo. Coisa de quem escreve, que nunca fica plenamente satisfeito com o resultado do trabalho. Sempre há a possibilidade de um enxugamento, de uma lipoaspiração. No texto original, aquele que foi publicado, tivemos que fazer uma ginástica tamanha para incluir, já no final do texto, um episódio abjeto que ocorrera na Comunidade Quilombola de Cuieira, onde um delegado de polícia, a serviço da ditadura do Estado Novo, promoveu um verdadeiro massacre na comunidade, derrubando barracos, espancando mulheres e crianças. Tivemos que arranjar, de última hora, um jogo do nosso time de várzea, o glorioso Monte Castelo Futebol Clube, onde, na comunidade, o líder quilombola local faz uma explanação sobre aqueles episódios repugnantes, movidos pela intolerância religiosa. Segundo Graciliano Ramos, precisamos submeter o texto a um processo de lavagem, enxágue e enxugamento, preferencialmente sob um sol de 40 graus, como fazem as lavadeiras do litoral alagoano, até ficarem convencidas de que as peças de roupa estão pronta para a exposição nos varais da secagem. O velho Graça era tão exigente no processo de escrita que nunca ficou satisfeito com o texto de Caetés, seu primeiro romance publicado. Nem mesmo quando críticos literários do porte de um Antonio Candido apontaram qualidades no livro. Humilde, recebia as ponderações positivas, mas sempre emendava, ranzinza, que o livro não prestava. Em relação a Vidas Secas, foram tantas as reconsiderações e cortes procedidos pelo autor, que sua esposa, em determinado momento, teria comentado que, caso ele continuasse os cortes não ira sobrar mais nada. O lançamento do seu primeiro livro também enfrentou inúmeras dificuldades. Até o original que fora encaminhado ao editor chegou a ser extraviado. Coube a Jorge Amado e Rachel de Queiroz juntar os papéis perdidos, em sua casa de Alagoas, com a ajuda de sua esposa, para reenviá-lo ao editor Augusto Frederico Schmidt. Graciliano, depois de tantos aborrecimentos, havia desistido da publicação, que não saía há três anos, jogando suas anotações fora. Começara a ponderar se tal publicação não saía em razão da pouca qualidade do texto. Na realidade, o mercado editorial, já naquela época, enfrentava algumas dificuldades. Hoje se sabe que, na verdade, Frederico Schmidit havia perdido os originais que lhes fora enviado, ficando constrangido em admitir este fato ao escritor alagoano. Cumprida essa etapa, onde acaba passando algo que talvez nos arrependêssemos depois, a grande expectativa que se forma é em razão da recepção do público e da crítica. Para nossa felicidade, o texto foi muito bem recebido pelo público, o que, afinal, é o mais importante. Ainda apresenta algumas falhas - que poderiam ter sido evitadas - mas isso faz parte do aprimoramento do processo de escrita. Ernest Hemingway escrevia 100 páginas, para afirmar, no final, que apenas cinco delas prestavam. Isso não quer dizer que desprezamos as considerações da crítica, sejam de caráter positivas ou negativas. Assim, também ficamos felizes com tais ponderações, que já começam chegar, através de pareceres dos editores que aprovaram a publicação do livro. "A obra é uma narrativa poética sobre a vida de um menino de classe trabalhadora, que vive numa vila operária. O conteúdo se destaca pela profundidade emocional e pelas descrições vividas, que nos permitem mergulhar na história do personagem. Além disso, o autor demonstra uma capacidade de expressão notável ao abordar os mais variados temas e sentimentos como a solidão, desigualdade social e luta pela emancipação. Portanto, acredito que este livro tem potencial para tocar os corações, tendo em vista a força de sua narrativa e qualidade de sua escrita. Sem dúvida será um sucesso de vendas" Prof. Dr. Rafael Ferreira. Na condição de professor universitário, cientista político e pesquisador, textos científicos, ensaios, relatórios de pesquisa nos são familiares. Neste caso, entretanto, procuramos usar uma linguagem mais prosaica para tratar de um assunto bastante sério: o processo de industrialização têxtil na cidade-fábrica de Paulista, localizada na Região Metropolitana do Recife, que, a rigor, se confunde com o processo de industrialização têxtil do Nordeste brasileiro, quiçá do país, uma vez que as indústrias têxteis do grupo Lundgren, ali instaladas, no período do seu apogeu, transformar-se-iam nas maiores do Brasil. O Parque Têxtil de Paulista, igualmente neste período, chegou a ser considerado o maior da América Latina. Entremeado a esse processo de industrialização, seus reflexos na vida cotidiana dos trabalhadores e trabalhadoras, o que implicou em inúmeras inferências – não menos importantes – sobre aspectos relativos à organização econômica, social, cultural e política da cidade, a partir da relação estabelecida entre a companhia e os seus operários, abrigados na vila operária. “Menino de Vila Operária”, trata-se, portanto, de um romance histórico, memorialista, regionalista, com traços autobiográficos. O primeiro de uma série, uma vez que estamos escrevendo outros dois romances sobre o mesmo tema, abarcando, não apenas o momento de surgimento - tratado neste primeiro tomo - mas, igualmente, os momentos subsequentes, de apogeu e declínio da industrialização têxtil naquele município. O livro está dividido em três partes: Na primeira parte, fazemos um retrospecto histórico, que vai desde a chegada do comendador Herman Theodor Lundgren ao Recife até o momento dos seus investimentos no distrito, quando a cidade é transformada numa espécie de feudo, em razão do controle econômico, político e social ali imposto pela família, transformando a região numa cidade-fábrica. A família tornou-se dona de tudo - parafraseando o sociólogo Gilberto Freyre numa referência ao domínio absoluto dos senhores de engenhos na Zona Canavieira do Estado de Pernambuco - das terras, das matas, das águas, da vila operária, das fábricas, das máquinas, do porto, da ferrovia, do campo de aviação. O mais curioso é que o monopólio do uso da força era exercido por eles através de uma milícia armada que impunha o temor para assegurar os interesses da família. Sobretudo na primeira parte do romance tratamos dessas questões, o que, como disse antes, reconstitui este recorte importante da História Regional. Na segunda parte, a partir de uma experiência pessoal e familiar, reconstituímos como era a vida na Vila Operária, uma das maiores da América Latina, chegando a ter, no seu apogeu, mais de seis mil habitantes. Aqui, de fato, entramos nos aspectos mais "romanceados" ou ficcionais do romance, embora muito marcado pelas memórias reais da infância do autor. Importante ressaltar, neste segundo momento, os elementos do padrão de relações estabelecidas entre a oligarquia industrial e os operários que residiam na Vila Operária. Embora marcadamente biográfica, esta segunda parte é mais solta, inventiva, ficcional em alguns momentos. A terceira parte é uma continuação da segunda, pois aborda o processo de fundação do nosso clube de várzea, o Monte Castelo Futebol Clube, time representante da Vila Operária em competições locais. Ao longo do texto, várias questões importantes vão sendo postas, tratadas amiúdes, como as atrocidades cometidas por essa milícia armada, que agia à revelia da lei, sem a interdição do aparelho de Estado; o já incipiente processo de degradação ambiental do município; a hegemonia econômica e política do Grupo Lundgren sobre a cidade e seus moradores; a luta sindical dos operários, assim como as dificuldades de o Grupo Lundgren admitir a possibilidade de organização sindical ou sujeitar-se à legislação trabalhista incipiente, que começa a entrar em vigor na vigência da ditadura do Estado Novo; as indisposições políticas do grupo com a interventoria do Estado Novo, representada por Agamenon Magalhães, amigo pessoal de Getúlio Vargas e um dos atores mais representativos do regime; uma eventual- e não menos polêmica - simpatia da família Lundgren pelo regime nazista; entre outros temas não menos importantes. No seu diário Tempo Morto & Outros Tempos, o sociólogo Gilberto Freyre deixa escapar, entre outras inconfidências, que gostaria de escrever uma história dos meninos no Brasil. Amigo fraternal de José Lins do Rego, alguns estudos chegam a sugerir que o paraibano poderia ter se inspirado nesta proposta para escrever o seu Menino de Engenho. É igualmente suspeita a proximidade de publicação de Casa Grande & Senzala(em 1933) e Menino de Engenho( em 1932). É como se eles houvessem combinado algo. Em última análise, Gilberto também escreveu um texto tratando dos meninos, se considerarmos que Casa Grande & Senzala é sobre um Brasil menino, pois trata de nossa origem colonial. Lemos Menino de Engenho mais de uma dezena de vezes, sempre com o mesmo encantamento. Neste aspecto, este editor foi até mais sortudo do que o escritor paraibano. Menino de Engenho foi recusado por três editoras e o autor teve que bancar a primeira edição, com tiragem de dois mil exemplares, vendidas rapidamente. O nosso “Menino” foi premiado em concurso e publicado por uma grande editora. O historiador Durval Muniz de Albuquerque, fez uma ponderação importante, durante uma palestra na Fundação Joaquim Nabuco, sobre essa questão do resgate histórico. Há algumas memórias que precisam ser esquecidas. Quem tem fixação por resgate é o Corpo de Bombeiros e o SAMU. No nosso terceiro romance sobre o processo de industrialização no município, em seus capítulos finais, fazemos algumas considerações sobre este assunto. Qual é a memória que, de fato, precisa ser resgatada no município? Na nossa opinião é a memória dos trabalhadores e trabalhadoras, não alfabetizados ou semialfabetizados, deslocados de zonas do interior de estados como Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, que chagam à cidade no afã de encontrarem torneiras que, invés de água, jorravam leite; paredes de rapadura e montanhas de cuscuz. O que encontravam, na realidade, era um grande sofrimento, submetidos a turnos de até 12 horas de trabalho, dependentes de um emprego que pagava baixos salários e reféns da moradia no Vila Operária. Ao perderem o emprego, também perdiam suas casas. Essa História, a História dos trabalhadores e trabalhadoras está resgatada em nossos três romances sobre o tema. Uma pena que alguns desses personagens já não estejam entre nós, como meus pais; os melhores amigos de infância, como Dunda, Larry e Gera; o sapateiro Cícero; o barbeiro Português; Dona Tile e Biu Boião; Tonha da Porca; Biu Doceiro; o alfaiate Borba; Mané-Vê-Dois; Severino Bucho-Azul e Totonho Papa-Figo, a quem dedicamos dois livros infanto-juvenil. A versão digital do texto já se encontra disponível em nosso perfil da Amazon, podendo ser acessado no link disponibilizado na capa. É só clicar. Boa leitura.

MEMÓRIAS DE UMA CIDADE TECIDA(ROMANCE)

MEMÓRIAS DE UMA CIDADE TECIDA(ROMANCE)
APRESENTAÇÃO: Corre-se sempre um risco, ao prefaciar um romance, em incorrermos na perspectiva de eleger, consoante nossos critérios e não de acordo com os critérios do autor do texto, aqueles aspectos que consideramos os mais importantes e relevantes na obra. Mas, afinal, aprendemos logo cedo que o texto, sobretudo o texto literário, possui características específicas, entre as quais a subjetividade, que permitem ao leitor extrair a sua própria percepção sobre a narrativa, nem sempre coincidentes com as do autor – tampouco do prefaciador - preferencialmente não coincidentes. Mesmo num romance histórico e memorialista, com traços autobiográficos, como é o caso de Memórias de uma Cidade Tecida, situarmos o livro no contexto da época pode não ser suficiente para informar ao leitor o que, de fato, ele encontrará na leitura do texto. Estaríamos dando conta apenas da primeira parte do livro quando, logo em seguida, há dois outros momentos da narrativa igualmente cativantes aos leitores. Mas, se ainda nos limitarmos apenas aos aspectos históricos, o romance traz um conjunto de informações das mais importantes sobre as relações sociais e políticas estabelecidas entre uma oligarquia industrial e os operários de uma vila operária localizada numa cidade-fábrica da Região Metropolitana do Recife. Paulista, na realidade, podia perfeitamente ser considerada à época como uma grande fazenda controlada, em todos os aspectos, pela família Lundgren, que, assim como afirmava Gilberto Freyre, numa alusão à hegemonia absoluta da aristocracia açucareira nordestina na Zona da Mata, era dona das matas, das águas, das terras, das máquinas, das fábricas, do porto, do aeroporto, da vila onde residiam os operários e operárias. Para exercer esse controle absoluto sobre a cidade, o grupo contava com uma milícia armada, disposta a impor à força a vontade do clã familiar sobre os moradores locais, domínio que se estendia para muito além dos limites das fábricas de tecidos, alcançando as dimensões social, religiosa, política e cultural dos moradores locais. Sugere-se que os próprios locais escolhidos para a instalação dessas indústrias tenham sido astuciosamente pensados para manter esses operários menos suscetíveis às influências das metrópoles. Tal situação foi mantida desde o início do século passado até meados da década de 60, quando ocorre um declínio da indústria têxtil no país inteiro, com seus reflexos sobre o que ocorria naquela cidade. Somente pelo apanhado dos aspectos históricos, embasados em trabalhos acadêmicos e na História Oral, já recomendaríamos a leitura do texto. Mas, as qualidades do romance não se encerram apenas no que concerne à abordagem dos aspectos dos padrões de relações estabelecidos entre os operários e os donos da fábrica de tecidos, ao longo de décadas, onde pode-se observar, inclusive, uma microfísica da resistência das mais relevantes e exitosas, em alguns casos, encabeçadas pelas mulheres. Curioso que as mulheres operárias iriam exercer um papel determinante no que concerne às maiores conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras da companhia. O romance também é um romance de costumes, que faz uma análise do ambiente doméstico para uma avaliação de relações sociais mais amplas, como os hábitos sexuais dos moradores locais, numa época em que a virgindade feminina ainda era um tabu, meu caro Michel Foucault. Podemos assegurar que há relatos interessantíssimos por aqui, numa verdadeira reconstrução da arqueologia sexual dos moradores locais. Nessa história do cotidiano dos operários e operárias podem ser encontrados os elementos que nos permitem analisar, de forma mais complexa, a sociedade semifeudal que se tornou aquela cidade, onde, diferente das cumplicidades entre colonizadores e escravizados da sociedade colonial, conforme ainda sugeria o antropólogo Gilberto Freyre, o exercício do poder da oligarquia industrial era imposto, nada minimamente consensual ou consentido, sustentado numa relação de extrema dependência, ora do emprego, ora de uma autorização para residir numa das casas da Vila Operária mantida pelo grupo. Quando partimos para a análise sobre a vida dos meninos da Vila, aí entramos numa parte extremamente gostosa da narrativa, que nos permitem uma leitura prazerosa, capaz de nos fazer recordar de nossas mais tenra infância, das peladas na chuva, banhos de bica, as brincadeiras de burrica, corrida no saco, subida no pau de sebo, empinar pipas ao vento, encher-se de contentamento com a invernada e a revoada das tanajuras, as corridas de patinetes que desciam desembestados pelas ladeiras locais, as pescarias e os banhos de riachos, onde se podia dá uma de jia nos açudes, contemplando as cambalhotas dos pássaros tizius ou o festival de cores das saíras-sete-cores. Com sorte, a saíra-pintor também marcava presença junto às nascentes do Balde da Levada, repletos de bambuzeiros. Como afirma o autor, a Vila era marcada por muitas adversidades – todas magistralmente resgatadas durante o texto, seja no seu aspecto cotidiano das famílias, seja no desequilíbrio de forças exercido entre a companhia e os operários - mas também era uma festa, o que ensejava momentos de grandes gestos de solidariedade e irmandade entre os moradores, que davam sempre um jeito de se divertirem. Nos capítulos finais, cenas tristes do estigma ou preconceito existente à época sobre os portadores de hanseníase que residiam num hospital colônia instalado próximo à Vila Operária. Na década de 20\30 pouco se sabia sobre o tratamento dos doentes e a solução encontrada foi a de isolá-lo de suas famílias, criando verdadeiras cidades destinadas aos portadores da doença. Emocionante o drama de uma criança infectada pelo bacilo, que descreve o processo de estigma social que passou a ser submetido pelos antigos colegas que o acompanhava nas sessões de cinema de sua cidade natal. Isolado na cidade do medo, o autor escreveu dois livros tratando deste assunto, com relatos chocantes sobre o drama vivido por ele e pelos moradores do local. Parte dessa narrativa está resgatada no romance Memórias de uma Cidade Tecida. A cidade de Paulista, onde foi ambientando o romance, rigorosamente, em todos os aspectos, foi uma cidade tecida. A família do comendador Herman Theodor Lundgren chegou ao município no início do século passado, adquirindo uma modesta fábrica de sacarias para armazenar açúcar, transformando-a, anos depois, num dos mais pungentes parques têxteis da América Latina. Os fios desse novelo, por outro lado, foram tecidos a um custo muito alto pelos trabalhadores e trabalhadoras locais, aspectos argutamente resgatados pelo autor, que teve a acuidade de observar em sua narrativa como aqueles pedais foram movidos. Como diria um nordestino raiz, a cidade jamais escapou dessa sina ao longo de sua existência. Há, na realidade, uma grande curiosidade e inquietação entre pessoas comuns e entre estudos acadêmicos em se saber como, de fato, se davam esse padrão de relação entre a oligarquia industrial e os moradores da Vila Operária. Há alguns bons trabalhos acadêmicos produzidos sobre o tema, mas nenhum deles desce às minúcias do cotidiano como este romance escrito por José Luiz Gomes da Silva, relatando os acontecimentos com a autenticidade de quem conviveu com eles, seja em seus momentos bons, seja em seus momentos difíceis, trocando ideias com Seu Pedro, um pescador que residia na Vila mesmo antes da implantação da fábrica de tecidos. Bons papos aqueles, sob o sombreiro das enormes castanholas do quintal. Seu Pedro acompanha o autor nos três romances escritos sobre o ciclo da industrialização têxtil no município. A experiência acadêmica do autor, por outro lado, estabelece uma conexão entre a teoria acadêmica e os conflitos ocorridos entre o capital e o trabalho naquela cidade, recorrendo-se ao sociólogo francês Pierre Bourdieu para observar a teatralização da dominação; ao filósofo Michel Foucault quando da abordagem sobre a microfísica da resistência; aos historiadores Engels e Edward Thompson, quando trata das discussões de ambos os autores sobre as condições de vida e de trabalho dos operários têxteis ingleses no século XIX; ao canadense Erving Goffman, ao se debruçar sobre o problema do estigma e do preconceito contra os portadores de letra à época; a Foucault, mais uma vez e de forma divertida, quando da discussão sobre a história da sexualidade e da loucura na Vila Operária. Não é pouca teoria, quando se sabe, por exemplo, que Karl Marx, que se encontrava na França à época, tornou-se comunista depois de tomar conhecimento dos relatos chocantes de Engels sobre como era a vida dos operários e operárias na fábrica que a família mantinha na Inglaterra. Curioso que a fonte privilegiada de Engels foi uma operária com quem ele manteve um relacionamento. Não é nada simples a tarefa de conceber e conduzir um romance, talvez ensaístico, sem perder o foco de uma narrativa com todas as características de um romance literário, como um conflito que se esboça, com letras amargas, desde o início do texto, estabelecido entre os operários, representado pela família do narrador, e o capital, representado pela indústria têxtil. Como o autor escreveu não um, mas três romances sobre o tema, no último deles há uma abordagem sobre a decadência da indústria têxtil local, provocada por inúmeros fatores, o que poderia ser entendido como um desfecho do enredo. Neste caso, aconselhamos a leitura não de um, mas dos três romances escritos com essa temática, desde as suas origens, Menino de Vila Operária, ao seu apogeu, Memórias de uma Cidade Tecida, e, finalmente, Tramas do Silêncio, sobre a fase de decadência da indústria têxtil no município e suas consequências para a população local. O livro pode ser adquirido na plataforma da Amazon, através do link https://a.co/d/6LEmxsf .












O ano de 2021 foi um ano bastante ativo em termos de produção literária para este editor. Participamos de alguns concursos e tivemos a satisfação de ver nosso trabalho reconhecido por alguns gentis examinadores, seja no gênero romance – já selecionado e em processo de produção pela editora– no gênero crônicas, onde tivemos premiada uma coletânea de crônicas literárias, em concurso na terra das Alterosas, Minas Gerais, e, igualmente no tocante ao conto, tivemos a honra de ver um deles selecionado pela Academia Penedense de Letras, Artes, Cultura e Ciência, APLACC. O gênero conto, conforme observava Machado de Assis, é um dos gêneros literários mais difíceis. Exige muita concisão e enxugamento, para usarmos uma expressão do grande escritor alagoano, Graciliano Ramos, que comparava o ofício de escrever ao das lavadeiras, que batem as roupas até elas perderem toda a gordura e sujeiras. Graciliano foi, entre os nossos homens de letras, certamente, o mais “enxuto”. Morreu insatisfeito com os resultados do seu primeiro romance, Caetés, mesmo depois dos elogios de Antonio Candido. Possivelmente, o mais importante nesses concursos seja a possibilidade de acompanharmos o nosso aprimoramento no ofício de escrever. É uma oportunidade de avaliarmos o nosso trabalho. José Lins do Rêgo tinha uma grande amizade, fruto de uma verdadeira veneração pelo sociólogo e amigo Gilberto Freyre, uma espécie de mentor literário do paraibano. Somente mais recentemente tomamos conhecimento de que praticamente toda a sua produção literária era, antes, submetida ao crivo do sociólogo, que fazia observações, considerações e sugestões, numa estratégia da consagração conveniente a ambos. Sabe-se lá se o paraibano seguia à risca todas as recomendações do sociólogo, mas nunca deixou de ouvir o amigo. O conto deste editor, selecionado pela Academia de Letras da Cidade de Penedo, cidade do estado de Alagoas, é um conto simples, singelo, inspirado em experiências da infância. Severino Bucho-Azul foi um personagem que habitou nosso imaginário desde a mais tenra infância. Adulto, resolvemos homenageá-lo através deste conto. Numa autocrítica, depois de uma leitura menos apaixonada, não ficamos satisfeito com o seu final, mas ele cumpre, rigorosamente, toda a estrutura exigida por este gênero literário, o que, certamente, levou os avaliadores a selecioná-lo. Esta indagação sobre a estrutura de um conto é um dos momentos mais delicados desse gênero literário. Há enormes controvérsias em relação ao assunto. Nos micro contos, por exemplo, toda essa "estrutura" fica creditada à imaginação do leitor, o que é algo muito subjetivo.


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José Luiz Gomes: Cientista Político, Professor Universitário, Romancista, Cronista, Contista, Ensaista, Articulista.

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