Crédito da foto: Alan Santos e Ricardo Stuckert
Metaforicamente, alguém já afirmou que o maior inimigo de Bolsonaro nas próximas eleições não é Lula, mas os problemas decorrentes da economia, como inflação alta e desempregro. Os rumos da economia poderão determinar os resultados dessas próximas eleições presidenciais. Aqui abro um parêntese para observar que a adoção das medidas emergenciais - e até irresponsaveis do ponto de vista das contas pale públicas, traduzidas na PEC Kamikaze - como a distribuição de Vale Gás, Vale Caminhoneiro e o aumento do Auxílio Brasil - medidas para se contrapor aos sérios problemas econômicos enfrentados pela população socialmente mais fragilizada, não estão conseguindo atingir, ainda, os efeitos esperados pelo Governo.
Concretemente, isso pode explicar, por exemplo, os 17 pontos que Lula abre de diferença em relação a Jair Bolsonato, de acordo com a última pesquisa do Instituto Datafolha. Estas observações vem a propósito de uma metéria publicada pela revista Veja desta semana, escrita pelo jornalista Alan Feuerwerker, onde ele observa que, a cada eleição, existiria ao menos duas variáveis que orientam as escolhas dos candidatos. Nas eleições passadas, as de 2018, observa Alan, Bolsonaro foi eleito na esteira da luta anticorrupção que, naquele momento, acrescento, se confudia com o próprio antipetismo.
Hoje, a inflação que corrói o salário e o desemprego podem levar Lula de volta ao Palácio do Planalto. Competeria ao PT, observa o articulista, não perder essa narrativa junto ao eleitorado. Pelo histórico dos Governos da Coalizão Petista, de fato, Lula reúne as condições de se apresentat ao eleitorado como a "solução" para esses problemas, já escolhido pelos eleitores como as prioridades dessas eleições. Raposa política, Lula tem pautado a sua campanha de forma a não afastar, junto ao imaginário do eleitorado, essas preocupações mesmo diante das medidas emergenciais (ou seriam eleitoreiras?)