Há alguns meses, o Ministério Público de São Paulo, juntamente como o GAECO - Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado - desencadeou uma megaoperação, onde ficou evidenciado a participação de integrantes do crime organizado na administração pública de São Paulo capital, atuando junto ao sistema de transporte público. Os caras eram dono de empresa, com CNPJ e tudo, vencedores de licitações, onde o poder público repassava quantias regulares de verbas, todos os meses, dando a dimensão exata dessa relação promíscua. Em relação à gestão das creches e distribuição da merenda escolar sugere-se a possibilidade de problemas semelhantes, desta vez com o agravante de beneficiamento de gestores públicos, algo que está sob investigação.
Estávamos agora ouvindo uma entrevista do Ciro Gomes e as coisas também não são alvissareiras pelas terras cearenses, hoje um dos estados mais violentos do país, sobretudo em razão da atuação do crime organizado. Há alguns anos se descobriu que um coronel que comandava a Chefia da Casa Militar era o comandante da logística de uma organização criminosa com atuação no estado. Geralmente são convidados para esses cargos os nomes da elite dessas corporações militares. Hoje, dia 28, no curso da terceira fase da operação Território Livre, a Policia Federal e o Gaeco prenderam Leuremília Lucena. Lauremília Lucena é a esposa do atual gestor da capital João Pessoa, Cícero Lucena, que lidera todas as pesquisas de intenções de voto realizadas até este momento, com possibilidade de vencer as eleições ainda no primeiro turno.
É preocupante como estamos enfrentando tantos problemas relativos àquele estado da federação nessas eleições. Esta operação Território Livre já teve várias etapas e investiga a possibilidade de um conluio entre faccionados e o poder público, em algo que depõe contra a boas práticas republicanas e o processo democrático. Estamos tratando aqui de compra e aliciamento violento de votos, assim como o liberação de atuação de agentes públicos em comunidades controladas por determinados grupos, mediante vantagens obtidas na máquina pública. Uma vereadora da capital também foi detida recentemente. Candidato a prefeito da capital também já foi ameaçado se viesse a fazer comício em determinados "redutos" e hoje anda com escolta da Polícia Federal. Isso corrói o edifício democrático, conforme já enfatizamos por aqui, uma vez o candidato foi simplesmente impedido de apresentar suas propostas de gestão da pólis para o eleitorado. Ali são os chefes do crime organizado quem determina o candidato que pode ser votado. Entende-se o nome da operação Território Livre. Cidades como São Bento e Paulista terão a presença de forças federais para assegurar a tranquilidade das próximas eleições municipais.
Salvo melhor juízo, o fio condutor dessas investigações está relacionado a um telefone inusitado, de um chefe de facção, de dentro do sistema prisional, para uma secretária municipal, cobrando acordos eventualmente celebrados. A presença desses grupos na periferia da capital e em cidades da região metropolitana de João Pessoa, a exemplo de Bayeux, Cabedelo e Conde, estão contribuindo enormemente para a elevação dos índices de violência no estado. No Conde, um jovem foi arrastado de sua casa e morto com cinquenta disparos de bala. Ontem a Polícia Civil prendeu uma jovem promissora, ex-campeã de caratê, hoje chefe de uma facção, que havia matado e esquartejado dois desafetos.
Nota do Prefeito Cícero Lucena:
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, foi alvo de mais um ataque covarde e brutal, ardilosamente arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição, envolvendo sua família.
Com sua liderança consolidada em todas as pesquisas, que indicam vitória já no primeiro turno, seus opositores, nos últimos dias, disseminaram boatos pela cidade sobre uma nova operação. A operação realizada hoje, portanto, já era prevista e foi recentemente denunciada no plenário da Câmara dos Deputados pela deputada federal Eliza Virgínia, que alertou publicamente sobre o uso político de instituições com o objetivo de influenciar a campanha eleitoral em João Pessoa.
Na imprensa, nossos adversários divulgaram versões fantasiosas e inverdades com o intuito de manchar a honra de uma mulher íntegra, respeitada e querida pelo povo paraibano. Lauremília não teme as investigações e, na justiça, demonstrará que é vítima de uma grave perseguição política, orquestrada pelos adversários de Cícero, que claramente utilizam sua influência para esse fim.
Trata-se de uma prisão política. Lauremília tem residência fixa e jamais se recusaria a prestar depoimento ou esclarecer quaisquer fatos. Houve o uso de força desproporcional, já que ela sequer foi convocada para prestar depoimento. Claramente, os adversários de Cícero estão utilizando todos os meios para conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa.
Lauremília tem uma vida limpa, é uma benfeitora na cidade e do Estado. Ela provará sua inocência, sendo mais uma vítima de injustiça, assim como Cícero também foi.
João Pessoa não pode e não vai retroceder. As injustiças que, mais uma vez, atingem Cícero e sua família não ficarão impunes. A campanha continuará nas ruas para mostrar que nenhuma força política está acima de Deus e da vontade soberana do povo.