Policiais rodoviários federais e servidores do IBAMA foram recebidos à bala quando desembarcavam em terras Yanomamis. Como já discutimos ontem por aqui, a situação naquela área tornou-se bastante delicada, comparada a uma espécie de capitalismo gore, onde os interesses do capital subvertem todos os processos minimamente republicanos e humanitários, prevalendo o império da força sobre o império da lei. O papel do Estado fica sensivelmente comprometido, ora por inanição para agir, ora pelo comprometimento de seus agentes, em alguns casos, mancomunados com o crime organizado.
Na realidade, aquela área, ocupada irregularmente por garimpeiros, tornou-se uma zona cinzenta, onde os vis interesses do capital predomina. Aliás, não apenas os garimpeiros ilegais constitui-se como parte do problema, uma vez que existem, igualmente, a exploração ilegal de madeira, o tráfico de armas e drogas, pesca irregular. O arsenal apreendido na operação do dia de ontem é uma evidência do que estamos alertando por aqui. Nem mesmo as Forças Armadas tem um efetivo controle sobre aquela área. A permissividade e a passividade que ocorreu durante o governo anterior explicam boa parte do problema.
O Governo do presidente Lula, através dos órgãos competentes, está tentando retomar o controle da situação. Os garimperios sequer permitiam que os agentes de saúde pudessem prestar assistência aos povos Yanomamis, o que precipitou a tragédia humanitária que todos acompanhamos pela televisão. É preciso uma ação de caráter permanente, com linhas de atuação bem definidas e planejadas. Ali não se pode fazer operações especiais, de caráter esporádico, como resposta pontuais às ocorrências, que tendem a ser frequentes, pois trata-se de uma área conflagrada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário