segunda-feira, 6 de março de 2023
domingo, 5 de março de 2023
Editorial: Um escândalo na largada de Michelle Bolsonaro.
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro(PL), já havia acertado todos os detalhes da largada de sua carreira política junto à direção do PL. Assume o comando do PL\Mulher e vai receber um salário do partido para cobrir os custos dessa empreitada, com o propósito de projetar o seu nome para as eleições de 2026. Não se sabe ainda qual o cargo que ela objetiva disputar, mas os sonhos são altos. Michelle tem recebido todo o apoio do presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto. Parece não haver um consenso, porém, dentro da própria família Bolsonaro em torno do assunto. Neste último encontro de conservadores nos Estado Unidos, com a presença do ex-presidente Donald Trump, em seu discurso, Jair Bolsonaro aventou a possibilidade de voltar a disputar a Presidência da República nas eleições de 2026.
É sempre bom começar um projeto novo com grande entusiasmo e, de fato, a ex-primeira-dama, pelo andar da carruagem política, parecia mesmo muito entusiasmada com a proposta. Agora surge este nebuloso caso das joias doadas pelos sheiks da Arábia Saudita, um enredo das arábias, envolveldo a Presidênfia da República do (des)governo anterior; vários minitérios; negociações de estatais abaixo do preço de mercado; avaliações realizadas pelo Banco do Posto Ypiranga; mulas com status de militares de alta patente; apreensão da muamba pela Receita Federal; Sucessivas tentativas de carteiradas para a liberação, cujo o objetivo não seria tranformar os bens em acervo público; resistência de abnegados servidores efetivos da Receita Federal em não permitir que a lei fosse burlada; um enredo que faria inveja aos melhores roteiristas de Hollyhood.
O nosso jornalista com o "faro" mais apurado, o Luis Nassif, já andou sugerindo que o beneficiário, na realidade, não seria Michelle, mas o próprio militar, transformado em mula. Bem aqui para nós. Como foi possível isso? militares brasileiros de carreira, de alta patente,transformados em "mulas", uma vez que este não seria o primeiro caso. Os militares brasileiro, por iniciativa própria, deveriam se imiscuirem completamente desse envolvimento político, voltando a cumprir, estritamente, seus deveres constitucionais, que seria o de defender as nossas instituições democráticas. Essa aproximação política foi completamente tóxica.
Em relação a essa aproximação dos militares com a política, aqui se aplica uma máxima, atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros: Intimidades geram filhos e aborrecimentos. Isso vale para qualquer perfil de governo, seja de corte autoritário, seja de corte democrático e republicano. Quanto à primeira-dama, não sei se poderíamos dizer que ela queimou a largada, mas, de certo que não fica nada bem iniciar uma carreira política tendo que administrar um escândalo das arábias.
sábado, 4 de março de 2023
Editorial: Uma muamba das arábias

Quando a gente pensa que já viu de tudo sobre o Governo Bolsonaro, eis que surge o caso das muambas das arábias, algo que está alcançando ampla repercussão pelas redes sociais. Nunca vi algo com tantas pontas desamarradas, a começar pelos valores pagos pelos Emirados Árabes ao arrematar o leilão da refinaria de Landulpho Alves, na Bahia, segundo analistas, por um preço bem abaixo do mercado, gerando um grande prejuízo para os cofres públicos. A refinaria, trocando em miúdos, foi vendida pela metade do preço. A diferença é pequena, algo em torno dos 11 bilhões de reais apenas. Nem culpo o Governo Bolsonaro por este problema, uma vez que, tal procedimento tem sido recorrente no que concerce ao processo de privatização do patrimônio nacional.
A Companhia Vale do Rio Doce, também foi arrematada por um valor bem abaixo do seu valor de mercado calculado, fato ocorrido no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Só quem se beneficia com esse processo é a iniciativa privada e, naturalmente, agentes públicos que, eventualmente, agem de má-fé. O Governo Lula já teria pedido uma reavaliação do processo de privatização da Eletrobras por encontrar uma série de problemas, a começar pelos aumentos abusivos dos proventos de sua diretoria e do seu conselho de administração.
No passado, ainda se apregoava uma melhoria na qualidade dos serviços prestados o que, hoje, com os maus exemplos observados, constitui-se numa outra falácia. Citamos o exemplo do Aeroporto Internacional dos Guararapes, aqui no Recife, onde os preços praticados pelos estabelecimentos comerciais se tornaram abusivos; os banheiros já não conservam o mesmo padrão de higienização; o ar-condicionado foi reduzido. Na oportunidde, uma internauta chamou a nossa atenção para o metrô de Belo Horizinte, segundo as suas palavras, "dado" à iniciativa privada, acarretando inúmeros problemas paras os usuários.
Mas, voltemos às muambas. Por uma questão de "diplomacia", diagmos assim, os Árabes teriam presenteados os membros da comissão com relógios caríssimos - valores em torno de R$200.000,00 - e, supostamente presenteado, igualmente, a primeira dama, Michelle Bolsonaro, com joias cujo valor chegam aos 16 milhões de reais. É aqui que a porca começa a torcer o rabo, pois, ao invés de declarar as joias, pagar os impostos devidos e transformar a doação em bens pertencentes ao Governo Brasileiro, o presidente teria tentado passar na alfândega sem cumprir tais formalidades, delegando a um militar de sua comitiva a tarefa de trazê-las ao Brasil.
Funcionários da Receita Federal impediram que tal processo se concretizasse, apreendendo a mercadoria. Taria havido, por parte do Governo Bolsonaro, utilizando-se de todos os expedientes possíveis, quatro tentativas de reaver essas jóias, inclusive uma delas há poucas dias do encerramento do seu mandato. Chegamos até a fazer os elogios merecidos aos funcionários públicos efetivos, do quadro e concursados da Receita, que fizeram cumprir a lei e impediram a famosa carteirada de seus superiores e outros órgãos do governo. Existe, em tais processos, suspeitas sobre eventuais atitudes não condizentes de agentes públicos, o que será devidamente esclarecido pela Polícia Federal, que já foi acionada pelo Ministério da Justiça.
Editorial: O complicado caso de "desbolsonarização" do Governo Lula
Até entendemos quando o ex-executivo da Coca-Cola para a América Latina, Vicente Fox, assumiu o Governo do México, quebrando uma hegemonia de mais de sete décadas de poder do Partido Institucionalista Republicano - o PRI - com seu republicanismo apenas no nome, registre-se -, tenha encontrado inúmeras deficuldades para tocar a máquina sem o apoio de agentes desse partido, enraizados na burocracia estatal durante mais de setenta anos, pois faltaria o azeite necessária para fazer a engrenagem funcionar. Com sua expertise na iniciativa privada, Vicente Fox deve ter percebido este fato muito claramente, observando que não havia outro jeito. Era isso ou a máquina parava.
Aqui no Brasil, num país de cultura patrimonialista e clientelística, o quadro é ainda mais caótico. Se não tomar alguns cuidados rigorosos, o PT começa a entrar numa espiral enrascada, com um forte risco de desgate de imagem; compromentimentos de suas políticas públicas e prejuízo para o perfil de republicanismo que pretende imprimir na gestão dos negócios públicos, aposta que a população brasileira fez ao votar no partido, numa tentativa de acabar com o descalabro em que estava se transformando a nossa burocracia estatal.
Termos como falcatruas, rachadinhas, propinas, vantangens indevidas, bandidagens contra os opositores, militarização e retrocesso autorititário se tornaram comuns. Eventuais tentativas de contrabando de jóias é a novidade mais recente. São os porões do desgoverno em que estávamos metidos, de acordo com as palavras de um ministro da Corte. Porões do obscurantismo republicano e do atraso institucional. O próprio Lula já observou, publicamente, que sente que a máquina está emperrada em alguns setores exatamente em razão dessa contaminação do bolsonarismo.
Promover essa assepcia republicana na máquina é uma tarefa hercúlea, mas é fundamentalmente imprescindível fazê-la. Não seria, inclusive, um problema temporal, decorrente do período bolsonarista. Remonta aos costumes arraigados da sociedade brasileira. Começa pelo número absurdo de DAS (Direção de Assessoramento Superior). São mais de 22 mil nos cabides públicos. Depois da era bolsonarista, mais um agravante, um verdadeiro abacaxi para descascar, pois algo estimado em 8 mil deles são militares.
Conheço repartições públicas onde os DAS eram uma espécie de capitania hereditária, com seus donatários e tudo mais. Quando o indivíduo titular do cargo se aposentava indicava alguém da família ou a amante para sucedê-lo. O Ministro das Comunicações deve mesmo estar com os dias contados. Ainda no dia de ontem, tomamos conhecimento de que os problemas com os quais ele está envolvido são ainda mais graves. Segundo está sendo divulgado pela imprensa, ele teria mantido dez servidores do Governo Bolsonaro na atual estrutura da Secom. Seriam pessoas que ocupavam cargos de confiança. Isso parece estar se transformando numa prática, uma vez que o Ministro das Minas e Energias também indicou vários conselheiros do Centrão para o Conselho de Administração da Petrobras. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, classificou a atitude como um estelionato eleitoral.
P.S.: Contexto Político: Os comentários dos leitores por aqui são escassos, a julgar, sobretudo, pelo alcance do blog, limitado por uma série de fatores. Mas, eventualmente, recebo alguns e-mails com ponderações sobre os editoriais publicados. Neste sugiro ao PT tomar cuidados redobrados com a presença de bolsonaristas de carteirinha ocupando funções públicas estratégicas. A gente sabe que essa turma está cheia boas intenções. Um outro fator preponderante diz respeito à questão do nepotismo, que o leitor considerou um pouco desfocado do contexto. Aqui esclareço que não é. As nossas preoucupações diz respeito a um prócere petista, ocupando um cargo dos mais releventes na atual administração federal, que está prestes a incorrer neste equívoco. Vamos aguardar, sobretudo, que ele calcule bem a dimensão da encrenca que poderá está criando para a terceira gestão de Lula.
Editorial: O que o Governo Lula deseja com a nova Abin?

A primeira medida foi retirá-la do controle dos militares do GSI e transferi-la para o Ministério da Casa Civil, comandado pelo baiano Rui Costa. Tal medida sugere que o governo está bem informado sobre onde funcionava o núcleo duro da tentativa frustrada do golpe de 08 de janeiro. Isso já se constitui um bom começo. Salvo melhor juízo, também já teria sido indicado um delegado da Polícia Federal para comandar o órgão. Não seria de bom alvitre um serviço de inteligência que escancarar as suas intenções, mas, como estamos em tempos mais transparentes, aponta-se que uma das principais missões do órgão daqui para frente seria a de monitorarmento dos grupos extremistas pelas redes sociais.
Quando comentou sobre aqueles episódios o presidente Lula se disse estarrrecido com tanta desinformação, uma vez que as armações do golpe já circulavam pelas redes sociais há um bom tempo. É preciso definir bem o papel desses órgãos num contexto de um regime democrático. Contraditoriamente, numa democracia liberal, considerada como uma das mais avançadas e consolidadas do mundo, o presidente "encomenda" à sua agência de inteligência a preparação de golpes de Estado. Nos países dos outros, é claro. Os casos são inúmeros, mas os mais emblemáticos são os de Cuba, Chile, Nicarágua.
sexta-feira, 3 de março de 2023
Editorial: O que Lula está esperando para demitir Juscelino Filho?
As redes sociais, no dia de hoje, amanheceram pedindo a cabeça do Ministro das Comunicações do G overno Lula, Juscelino Filho. Segundo conseguimos apurar, as pressões existem até mesmo entre as hostes petistas mais próximas ao presidente. Há um consenso de que já existem evidências suficientes para o seu afastamento do cargo, independentemente dos arrependimentos e eventuais ressarcimentos de despesas irregulares ao erário. O terceiro Governo Lula inicia com uma arrancada bastante positiva e, ao nosso ver, torna-se urgente tomar alguns cuidados para não torna-se alvo dos ataques da oposição, como se isso fosse possível. Na verdade, o que queremos afirmar é a necessidade de não fornecer mais munições aos adversários de sempre.
Lula governa, como se sabe, sob arreia movediça. A nossa sorte é que temos um cara com profunda sensibilidade social e muita habilidade política, suficientes para enfrentar as indisposições do mercado; os arroubos dos bolsonaristmo renintente; as agruras impostas pelas dificuldades de governabilidade, num contexto politico extremamente desfavorável; as disputas políticas entre os atores de sua base política mais próxima, já de olho nas eleições presidenciais de 2026. São muitas as dores de cabeça. É preciso ter nervos de aço. O momento ainda é de muita instabilidade institucional. Vamos ver, por exemplo, como reagirão os quertéis em relação a uma determinação explícita do Ministério da Defesa, proibindo qualquer tipo de nota em alusão ao golpe civil-militar de 31 de março de 1962.
Passamos a nos perguntar então, porque Lula estaria protelando uma decisão sobre o seu Ministro das Comuniações, flagrado em práticas pouco condizentes ao que se espera de um gestor público. Alguns avaliam que seria prematuro, ainda, demitir um ministro antes de 100 dias de governo. O desgaste seria evidente, mas é preciso, avaliar, igualmente, o ônus de mantê-lo no cargo a despeito de tanto desgaste. Lula afirmou recentemente que irá ouvi-lo antes de tomar uma decisão a esse respeito.
Existem dois elementos fundamentais no direito que, nesses tempos de trevas e obscurantismo, de execrações públicas e linchamentos morais, foram completamente obolidos dos dicionários jurídicos: A presunção de inocência e o amplo direito de defesa. Embora, neste caso, as evidências sejam praticamente conclusivas em relação a algumas das acusações - como, por exemplo, a utilização indevida de aeronaves oficiais - algo nos informa que Lula, tão calejado por injustiças, não deseja cometê-las em seus julgamentos.
Editorial: Gleisi, a ideóloga do terceiro Governo do PT?
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Na semana passada ela deu um pito no Ministério da Fazenda, ao se pronunciar sobre a questão dos tributos dos combustíveis, deixando o titular da pasta, Fernando Haddad, numa saia justa ao encontra-se com o presidente Lula. Agora foi a vez do ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energias, que recebeu uma admoestação da petista, por indicar nomes do Centrão, de perfil privatista, para o Conselho de Adminstração da Petrobras. Se já havia profundos questionamentos acerca dos acertos dessas privatizações em governos anteriores, os mais recentes contribuiram para degradar ainda mais a situação, com as revelações de dos casos escabrosos descobertos pelo governo atual.
Estava acomoanhando um vídeo do próprio Lula tratando deste assunto. Ele tem razão quando afirma que se construiu uma narrativa equivocada sobre empresas públicas e empresas privadas. Tudo que é privado presta e tudo que público não presta. Veja-se o caso dos Correios e das Americanas, por exemplo. Os Correiros, com as contas ajustadas, nunca deram tanto lucro como agora. Ainda bem que sua privatização será interrompida. As Americanas produziram um rombo de bilhões, trazendo enormes dores de cabeça para o sistema financeiro. Aqui em Pernambuco, os serviços do Aeroporto Internacional dos Guararapes, um dos mais rentáveis do país, depois de privatizado, cairam sensivelmente de qualidade. O curioso é que foi uma empresa estatal que o arrematou.
quinta-feira, 2 de março de 2023
Editorial: A reengenhaira de segurança institucional que precisa ser montada por Lula
Pelo andar da carrugagem política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece estar bastante consciente sobre a nessecidade premente de se fazer profundas mudanças na estrutura de inteligência e segurança do Estado. Agora ele deve estar igualmente consciente dos motivos pelos quais deixou de ser informado sobre os acontecimentos do último dia 08 de janeiro. Houve um propósito e não necessariamente uma falha nos serviços de informações. Tais serviços de inteligência e informação precisam ser repensados dentro de um escopo republicano e democrático, que assegure, não o desmonte, mas a perenidade de um estado democrático de direito.
Não vamos aqui entrar nos detalhes para não "melindrar" - já antecipamos que este verbo está na ordem do dia - ou mesmo ferir susceptibilidades. Por aqui, havíamos preparado um longo editorial sobre o contexto da negação do pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, mas optamos por mantê-lo em stand by, para não provocar a ira das hordas bolsonaristas. É uma gente que não tem o menor escrúpulo no uso de expedientes nefastos para destruir os seus opositores. Não jogam limpo. Basta dar uma olhadinha no que está circulando pelas redes sociais em torno do assunto.
Um cidadão ou uma cidadã, minimamente bem informado, sabe, hoje, com clareza, onde foi urdida a tentatva de golpe do último dia 08 de janeiro. Há endereço e nomes certos, que precisam enfrentar a clava forte da justiça ou serem sumariamente afastados de suas funções estratégicas. O problema é tão gigantesco que, em alguns casos, não seria suficiente mudar uma peça aqui e outra ali, mas a estrutura completa do órgão, como a retirada da ABIN do controle da GSI. A ABIN agora ficará surdinada ao Ministério da Casa Civil, comandadao pelo baiano Rui Costa.
Convém aqui resgistrar que a má influência nesse aparato de inteligência e segurança remonta a um período anterior mesmo ao bolsonarismo. Embora não se posssa negar o papel preponderante do bolsonarismo neste processo, seja mudando estrutura; designando atores para cumprirem objetivos específicos; estabelecendo políticas. As águas, que nunca foram muito limpas ou transparentes em nosso incipiente processo democrático, ficaram ainda mais turvas a partir de 2013, quando foram iniciadas as tessituras que acabariam por minar o Governo da Presidente Dilma Rousseff. Como diria nossos avós, todo o cuidado é pouco. Muita coisa ainda precisa ser feita.
quarta-feira, 1 de março de 2023
Editorial: O óleo já está esquentando para as frituras políticas de 2026

Neste primeito levantamento o Deputado Federal Guilherme Boulos, do PSOL, aparece empatado, dentro da margem de erro, com o apresentador José Luiz Datena. Boulos crava 26,3%, enquanto Datena aparece com 24,3%. Ainda é muito cedo, muita água ainda deve rolar no rio daquela disputa, que promete ser um clássico a ser disputado entre forças ligadas ao Governo Lula e ao bolsonarismo que resiste.O grande nome do bolsonarismo para eleições presidenciais de 2026 deve ser mesmo o atual governador Tarcísio de Freitas. Comenta-se, até mesmo, que a decisão de Lula de visitar pessoalmente os locais e as pessoas atingidas pelas últimas enchentes no litoral paulista - além do componente de solidariedade de de responsabilidade pública do petista - havia um ingrendiente "politico". O bolsonarismo é mais forte, inclusive, em zonas afastadas da capital. Há uma possibilidade das candidaturas dos Deputados Federais Ricardo Salles e de Carla Zambelli para as próximas eleições municipais. Estamos diante, portanto, da fina flor do bolsonarismo.
Para suceder Lula em 2026, as movimentações já estão num ritmo bastante acelerado, a julgar pelas escaramuças mais recentes. Não podemos falar de uma eventual queima de largada do presidente Lula ao oferecer as condições efetivas para tornar o professor Fernando Haddad o seu nome preferencial na corrida presidencial de 2026. Geralmente é isso o que ocorre. No plano federal são os superministros, no plano estadual, os supersecretários. No caso do PT, na realidade, o que está ocorrendo é que os demais aspirantes ao cargo estão se mobilizando com o mesmo projeto em curso e isso implica, naturalmente, num jogo de escaramuças e manobras, objetivando desgastar o eventual concorrente. O futuro dura muito tempo e, quem sabe, um outro ator político pode cair nas graças do morubixaba.
Ás vezes, tais escaramuças são produzidas por iniciativas próprias, em outros casos, pode contar com o sinal verde do morubixaba. Pegou muito mal para Lula, por exemplo, permitir um pronunciamento público da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, acerca de algumas posições de condução da política econômica do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, envolvendo este assunto polêmico dos tributos dos combustíveis. Ela não foi repreendida, embora Lula tenha ligado parao pupilo com o objetivo de desculpar-se. O estrago, no entanto, já estava feito. É preciso tomar cuidado com as manhas do morde e assopra.
A lista dos pretendentes à cadeira presidencial no campo aliado é enorme e, a partir de agora, os aspirantes terão que se preocupar não apenas com a gestão de suas pastas, mas, sobretudo, em tomar os cuidados necessários ou reagir à altura em relação às manobras de bastidores. Devem alimentar aspirações presidenciais o senador Camilo Santana, Ministro da Educação; Wellington Dias, do Desenvolvimento Social; Rui Costa, da Casa Civil. Comenta-se, igualmente, na possibilidade dos nomes de Aloízio Mercadante e da própria Gleisi Hoffmann.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
Editorial: A frigideira petista está no "ponto".
Há algum tempo, este editor mantinha uma proximidade - sobretudo em função das contingências acadêmicas e partidárias - com um bispo anglicano ligado ao Partido dos Trabalhadores. Formado no IUPERJ, ele foi o primeiro cientista político aqui do Estado. Naqueles tempos bicudos, quando da primeira eleição de Lula à presidência do país, ele cumpriu a espinhosa missão de demover as resistências ao petista nas hostes evangélicas. A missão, hoje, seria bem mais espinhosa. Naquela época dizia-se apenas que Lula era comunista.
No bolsonarismo de hoje, o termo pode ser considerado até um elogio. Tal vocabulário, de caráter depreciador de imagem, foi ampliado sensivelmente. Solidário, sensível, homem de um grande diálogo, abriu caminho para este então jovem estudante de pós-graduação estabelecer contatos com próceres atores daquele grêmio partidário, além de particpar dos encontros daquela agremiação política. Encontros que, aliás, ocorriam com maior frequência no passado. Era um bom momento para lavar as roupas sujas. Lavar en enxaguar, para depurar as impurezas, conforme recomendava o escritor Graciliano Ramos, numa referência ao texto literário, mas que se aplica à situação.
Além dessas qualidades, sempre de bem com a vida, o pastor também tinha um grande senso de humor. Aliás, um humor mordaz, registre-se. Naqueles tempos, o PT chegava pela primeira vez à Prefeitura da Cidade do Recife e havia um secretário que tinha a alcunha de Peixe. Quando o tal secretário entrou numa fase de desgaste, a executiva estadual do partido organizou uma grande reunião para decidir sobre o seu destino, que foi seguida de um jantar. Aproveitando a deixa o professor foi sarcástico: dizem que no jantar será servido peixe frito. Não sabemos como anda a dispensa do Palácio do Planalto, tampouco o que teria sido servido ao ministro Fernando Haddad no dia de ontem. Mas, a rigor, isso não se constitui um bom parâmtro, uma vez que uma raposa política como o Dr. Arraes costumava negar os pleitos, oferecendo um cafezinho.
Lembramos deste episódio no momento em que a frigideira do PT foi colocada no fogo, apenas com dois meses do exercício do mandato. Hoje, o óleo já está no ponto. Não seria prudente, do ponto de vista das consequências políticas, que Lula fizesse alguma mudança no ministério antes de esquentar a cadeira. O desgaste seria enorme, embora já haja elementos para isso. É preciso calcular bem essa escala de desgaste político, uma vez que o PT passou a ser muito cobrado por uma tomada de decisão acerca de um determinado minitro que já deu todas as provas de que não reúne as condições para continuar no governo.
De sua cota conservadora, imposta pelas contingências de governabilidade, o tal ministro possui um perfil contumaz dos desmandos produzidos por quem não tem a minima noção sobre os parâmetros que devem nortear a sua conduta como parlamentar e homem público. Não conhece as fronteiras que devem reger a vida privada e os interesses públicos. Não sabemos qual o preço a ser pago, pois o cidadão tem uns padrinhos importantes e estratégicos para o Governo Lula.
No caso de Haddad, não se pode dizer que o mesmo queimou a largada. Lula, de fato, emite indicadores de que deseja fortalecê-lo para 2026. Falta algum tempo para aquelas eleições,mas, pelo andar da carruagem política, o óleo parece-nos que já está no ponto. De imediato, estamos cada vez mais conencidos de que a Fazenda não seria o ministério mais adequado para acomodar Fernando Haddad. Internamente, Lula sugere prestigiar o pupilo, mas sabe que a luta por sua sucessão será renhida entre os apoiadores. Já existe uma penca de "cozinheiros" - e cozinheiras, por que não? - tentando "fritar" o nosso ministro.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
domingo, 26 de fevereiro de 2023
Editorial: A famigerada lista negra do trabalho análogo à escravidão.
Editorial: Crise política na Nicarágua: Vamos por parte?
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
Editorial: A tragédia bolsonarista nossa de todos os dias
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
Editorial: Mocidade Independente de Padre Miguel homenageia o Mestre Vitalino.
Crédito da Foto: Fundação Pierre Verger |
Todas as homenagens ao Mestre Vitalino são muito bem-vindas. Ainda mais se tal homenagem parte de uma escola de samba como a Mocidade Independente de Padre Miguel, que expôs o artesão de Caruaru no Sanbódromo da Sapucaí no desfile do carnaval deste ano. Além do mestre Vitalino, os seus discípulos do Alto do Moura também se fizeram presentes, como mestre Galdino, Manuel Eudócio e Zé Caboclo também homenageados pela mesma escola de samba. Em grande medida, boa parte dos artistas do Alto do Moura são discípulos do mestre Vitalino Pereira dos Santos. Aprenderam com o ele o ofício de transformar o barro em esculturas de arte, seja no estilo, seja nas temáticas da cultura nordestina explorada em seu trabalho artístico.
As semelhanças são tão nítidas que, em alguns momentos, torna-se difícil identificar o verdadeiro Vitalino do "falso", exceto pelas digitais indeléveis, ou seja, traços únicos que apenas o artista sabia fazer com maestria. Na realidade, Vitalino, apesar de Caruaruense da gema, não nasceu no Alto do Moura, vindo morar no local, ainda jovem, com a família. Sua mãe utilizava o barro para fabricar cerâmicas utilitárias que comercializava na feira local. Com as sobras do barro, Vitalino foi dando os contornos a pequenas bonecos que comercializava, igualmente, na feira local, para conseguir alguns trocados.
O reconhecimento do seu talento só viria com exposições fora do circuito local, naquilo que a gente chama de um reconhecimento "de fora para dentro", ou seja, a província só se rende quando os de fora reconhecem as qualidades artísticas do artesão local. Foi uma exposição organizada por Augusto Rodrigues, no Rio de Janeiro, que projetou o artista nacionalmente. Os melhores registros imagéticos do artista, por exemplo, é uma realização do francês, Pierre Verger, quando de suas excursões de trabalho pelo Nordeste, onde registrou todas as etapas do trabalho do astista, desde o recolhimento do barro até a arte final, no forno, para a queima, que ainda existe no Museu Casa do Mestre Vitalino, em Caruaru.
Museu que, inclusive, reclama a atenção dos poderes públicos, em todas as esferas, sobre os cuidados necessários com a sua manutenção. Graças às ações ou iniciativas de museólogos como Aécio de Oliveira, o Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco, detém um dos maiores acervos de obras do artista no país, que possui obras expostas até no famoso Museu do Louvre, em Paris.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2023
Editorial: O carnaval de Lula
Depois de uma intensa mobilização para recuperar o tempo perdido e os desmandos do governo anterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu descansar e regarregar as baterias durante o período momesmo. Optou pela Base Naval de Aratu, na Bahia, que está se transformando numa especie de residência oficial de veraneio da Presidência da República, uma vez que uma leva de ex-presidentes estiveram no local durante os períodos de feriados prolongados. Como se trata de uma base militar, naturalmente, torna-se possível descansar sem ser incomodado. Mais o danado é que o presidente acabou sendo incomado pelo intenso temporal que caiu na região litorânea do Estado de São Paulo - principalmente na cidade de São Sebastião - acarretando mortes, desaparecidos e desabrigados.
Com a sua sensibilidade e responsabilidade de um governante, Lula interrompeu o seu descanso merecido e partiu imediatamente para São Paulo, com o objetivo de solidarizar-se com os atingidos e estabelecer ações conjuntas dos governos Federal, Estadual e Municipal no sentido de socorrer as vítimas e adotar medidas para recuperar os danos produzidos pelas enxurradas. Este é um comportamento diametralmente oposto ao do governo anterior, que não demonstrava empatia com o próximo, por vezes até ridicularizando situações de calamidades públicas.
Antes de mais nada, Lula não fez mais do que deveria ser feito, ou seja, a sua obrigação. mas, diante da conjuntura política que enfrentamos até recentemente, sua atitude está tendo uma excepcional repercussão nas redes sociais. O Governo Lula está dando um ponta pé dos melhores neste início de governo e, naturalmente, não poderia cometer uma falha dessa magnitude, em razão de sua responsabilidade pública. Ponto para Lula. Infelizmente, pelo andar da carruagem, essas tragédias estão se tornando rotineiras, em razão dos danos climáticos produzidos pela ação dos homens na natureza. Não é desejável, mas não seria improvável que outras possam vir a ocorrer.
domingo, 19 de fevereiro de 2023
sábado, 18 de fevereiro de 2023
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
Editorial: Convém manter distância do bolsonarismo tóxico, deputado.

Editorial: O cálculo político de Jair Bolsonaro

Sua saída do país gerou muitas especulações. No exterior, encontros com atores políticos comprometidos com o ideário da ultra-direita golpista norte-americana e, mais recentemente, uma palestra numa igreja evangélica, onde voltou a levantar questionamentos sobre as últimas eleições presidenciais no país, legitimamente vencidas pelo seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de outras rotinas - que incluiu algumas caminhadas - confirmou que estará de volta ao país, com o propósito de fazer uma oposição cerrada ao presidente Luiz Inácio Luda da Siva.
Não existe nenhum problema em fazer oposição a Lula. É algo perfeitamente previsto no escopo de um regime de democracia representativa. Se souber conduzi-la bem, pode até trazer contribuição para o andamento do governo, embora se entenda que não seja bem este os seus objetivos. Estamos, agora, procurando entender qual seria o cálculo político do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas entrelinhas, em tom enigmático, ele já chegou a insinuar que o Governo de Lula iria acabar logo. A estrutura montada pelo bolsonarismo na máquina da burocracia pública permanece relativamente bem azeitada, principalmente entre o estamento militar. Salvo melhor juízo, voltaram a ocorrer as manifestações de rua, realizadas por bolsonaristas, mesmo diante da reação dura das instituições democráticas do país em relação aos envolvidos nos episódios do dia 08 de janeiro.
Até recentemente, Lula se queixou que acredita que algumas coisas não andem por conta dessa "engrenagem". A preocupação tem cabimento. Agora circula a informação de que a possibilidade de uma prisão do ex-presidente são bastante remotas. Vamos afinando o violino político para entendermos qual seria exatamente o seu cálculo. Já vamos logo antecipando, seu Jair, que Lula vai muito bem de saúde e de governo.