pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Mocidade Independente de Padre Miguel homenageia o Mestre Vitalino.
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Editorial: Mocidade Independente de Padre Miguel homenageia o Mestre Vitalino.

Crédito da Foto: Fundação Pierre Verger

 


Todas as homenagens ao Mestre Vitalino são muito bem-vindas. Ainda mais se tal homenagem parte de uma escola de samba como a Mocidade Independente de Padre Miguel, que expôs o artesão de Caruaru no Sanbódromo da Sapucaí no desfile do carnaval deste ano. Além do mestre Vitalino, os seus discípulos do Alto do Moura também se fizeram presentes, como mestre Galdino, Manuel Eudócio e Zé Caboclo também homenageados pela mesma escola de samba. Em grande medida, boa parte dos artistas do Alto do Moura são discípulos do mestre Vitalino Pereira dos Santos. Aprenderam com o ele o ofício de transformar o barro em esculturas de arte, seja no estilo, seja nas temáticas da cultura nordestina explorada em seu trabalho artístico. 

As semelhanças são tão nítidas que, em alguns momentos, torna-se difícil identificar o verdadeiro Vitalino do "falso", exceto pelas digitais indeléveis, ou seja, traços únicos que apenas o artista sabia fazer com maestria. Na realidade, Vitalino, apesar de Caruaruense da gema, não nasceu no Alto do Moura, vindo morar no local, ainda jovem, com a família. Sua mãe utilizava o barro para fabricar cerâmicas utilitárias que comercializava na feira local. Com as sobras do barro, Vitalino foi dando os contornos a pequenas bonecos que comercializava, igualmente, na feira local, para conseguir alguns trocados. 

O reconhecimento do seu talento só viria com exposições fora do circuito local, naquilo que a gente chama de um reconhecimento "de fora para dentro", ou seja, a província só se rende quando os de fora reconhecem as qualidades artísticas do artesão local. Foi uma exposição organizada por Augusto Rodrigues, no Rio de Janeiro, que projetou o artista nacionalmente.   Os melhores registros imagéticos do artista, por exemplo, é uma realização do francês, Pierre Verger, quando de suas excursões de trabalho pelo Nordeste, onde registrou todas as etapas do trabalho do astista, desde o recolhimento do barro até a arte final, no forno, para a queima, que ainda existe no Museu Casa do Mestre Vitalino, em Caruaru. 

Museu que, inclusive, reclama a atenção dos poderes públicos, em todas as esferas, sobre os cuidados necessários com a sua manutenção. Graças às ações ou iniciativas de museólogos como Aécio de Oliveira, o Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco, detém um dos maiores acervos de obras do artista no país, que possui obras expostas até no famoso Museu do Louvre, em Paris.   

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