Vicente Matheus foi um folclórico dirigente do Corinthians. Talvez o
seu dirigente mais fanático. Assim como o ex-presidente, Jânio Quadros,
responsável pelas tiradas mais
engraçadas do folclore político brasileiro. Vicente costumava dizer que
"Quem sai na chuva é para se queimar". Isso vem a propósito de uma
recusa do governador Eduardo Campos em participar de um programa de
entrevistas, o Cidade Viva, mantido por uma empresa de comunicação
local. Até entendo que a agenda do governador está "apertada", mas, a
sua condição de homem público, que deve satisfações aos seus eleitores e
à sociedade como um todo, não lhes facultaria esse disparate. Como se
trata de um programa onde não seria possível combinar com antecedência
as perguntas dos cidadãos, certamente, temendo alguns questionamentos
embaraçosos, sua assessoria resolveu aconselhá-lo a não se expor
demasiadamente. Já existiam mais de 200 perguntas dirigidas ao
governador. Sua participação no Programa do Jô foi muito comedida,
conforme comentamos. Algumas "regras" desses programas apenas contribuem
para "engessar" os participantes, tornando tudo tão previsível que é
melhor mudar de canal. O formato do "Cidade Viva", pelo que nos parece,
nos proporcionaria uma debate mais substantitivo. Ultimamente, com o
bloco na rua, o governador vem recebendo uma saraivada de críticas ao
seu Governo. Até mesmo a área de segurança pública - a menina dos olhos
verdes - começou a ser chamuscada diante uma possível postura
autoritária assumida com relação aos manifestantes dos protestos de rua.
A caixa-preta do Governo Estadual já foi aberta. Uma longa matéria do
Jornal Valor Econômico, por exemplo, evidencia que no Estado adotou-se
um modelo de crescimento onde as questões ambientais e sociais foram
relegadas a um segundo plano. O IDH do Estado, segundo essa mesma
publicação, estacionou ou apresentou curva descendente nos últimos anos.
Pouca coisa mudou em relação ao IDEB. Não entendo muito bem de
economia, mas os altos índices do PIB estadual foram obtidos através de
um modelo que não privilegiou os empregos locais, além da adoção de uma
política de renúncia fiscal não necesariamente salutar aos interesses da
população como um todo. Há algum tempo venho observando que na UFPE
está surgindo um grupo de reflexões críticas ao Governo de Eduardo
Campos. Talvez não fosse um bom momento para ele se recusar a defender o
seu Governo.
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